quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

20 ANOS DA ESTREIA DO FILME V DE VINGANÇA

 

No dia 11 de Dezembro de 2005, estreava nos cinemas, o filme V de Vingança(V For Vendetta, Reino Unido, EUA, Alemannha,2005).



Um filme do gênero suspense, dirigido por James McTeigue e produzido por Joel Silver e também pelas Irmãs Wachowski, também responsáveis por terem escrito o roteiro do filme,  também responsáveis pela trilogia cibernética de Matrix(1999-2003).



Numa adaptação do herói de quadrinho homônimo lançado na Inglaterra na década de 1980, de autoria de David Lloyd e Alan Moore, cujo nome desse último não aparece creditado pelo fato da adaptação de sua obra ter sido feita sem sua autorização e como todo fã de quadrinho que o conhece bem profundamente o seu estilo de trabalho sabe que ele é conhecido por ser avesso a ver suas obras adaptadas por outras mídias, como aqui no caso o cinema. Obra pertencente ao selo da Vertigo, uma expansão da DC Comics.

A história do filme gira em torno de um aspecto politicamente critico, ao idealizar um mundo futurista, onde é regido por um regime autocrático totalitarista, inspirados nas ideias nazifascistas, o líder é o que tem o poder absoluto, com controle rígido da vida do cidadão, e com práticas violentas contra as camadas sociais das quais eles consideram como os subversivos.




A história do filme começa com um prólogo narrando e reconstituindo sobre o importante evento histórico ocorrido na Inglaterra no dia 05 de Novembro de 1605, dia em que um soldado chamado Guy Fawkes tentou promover a Conspiração da Pólvora, uma tentativa de causar uma explosão no prédio do Parlamento.

O curioso foi ter observado que nessa narrativa, havia momentos em que a   narradora de uma maneira até parcial se pergunta, se questiona sobre quem seria realmente Guy Fawkes? Como era seu rosto? Como era sua voz? Em todo o momento onde ocorre a reconstituição sobre o acontecimento naquela importante data, a narradora chega a descrever que muitas vezes as pessoas só lembram das ideias sobre criadas por essa pessoa, mas nunca do homem por trás dela, em um momento da cena em que Guy Fawkes e condenado à forca, a narradora faz uma comparação entre as ideias, e os homens por trás delas, ela justifica que ao contrário de uma ideia, que ás vezes pode se tornar infalível, um homem que a cria pode até fracassar, ao ponto dele ser preso, morto e esquecido.




No momento seguinte da narrativa, a  narradora explica de forma até parcial sobre o conceito de uma ideia, que ela sempre, podem-se passar décadas, séculos, ou mesmo milênios de distância, mas ela sempre vai sobreviver, ao contrário das pessoas que as criam, ou mesmo as defendem, e nesse momento a própria relata que chegou a ver pessoalmente muita gente morrendo, perdendo a vida defendo-as.

No momento da cena do enforcamento de Guy Fawkes, a narradora termina o prólogo fazendo o seguinte questionamento a respeito do abstracionismo de uma ideia, como ela pode não ser concreta dependo da situação: “Mas você não pode beijar uma ideia. Você não pode toca-la ou abraça-la. Ideias não sangram de dor, não amam. Não é de uma ideia que eu sinto falta. É de um homem.
        A  narradora termina o prólogo, explicando que foi através desse homem, que foi responsável por fazê-la lembrar do 5 de Novembro, a importante data desse acontecimento na história política inglesa, será o elo para no momento da presente realidade inglesa, regida sob um regime totalitário, e completamente esquecida da data desse momento acabará se recordando através de um misterioso paladino mascarado.

Depois desse prólogo, o filme vai sendo desenvolvido a partir do momento presente, mostrando uma Londres de um futuro distópico  acinzentado sendo regida pelo governo autocrático do Chanceler Sutler   (John Hurt), é durante uma noite em que toda a população inglesa assisti pela TV, o discurso de Lewis Prothero(Roger Allan), o homem mais importante do Governo, também definido como “ A Voz de Londres”, fazendo seu diário discurso de cunho autoritário, fundamentalista, e se referindo aos EUA como a colônia que foi arrasada, mostrando os seus ideais de intolerância social, no mesmo momento é nos apresentado um misterioso homem colocando a máscara de Guy Fawkes, enquanto isso Evey Hammond(Natalie Portman) em sua casa se prepara para sair.   Assim que Evey sai de casa depois de terminar de assistir ao discurso de Prothero na TV, onde termina o seu discurso com o lema do partido: “Força através da união, união através da fé”.

Preocupada quando olha o relógio, ela então sai para passear na noite deserta de Londres, ficando bastante temerosa, razão da qual ela tinha para esse temor era porque depois de uma determinada hora da noite, o Governo mandava agentes que eles denominavam “Homens-Dedos”, ficarem vigiando as ruas, e assim que observarem o movimento de qualquer pessoa andando pelas ruas a noite depois da hora estipulada, eles abordavam a pessoa suspeita, e se preciso fosse mandavam além de revistar, violentavam fisicamente, psicologicamente e moralmente a pessoa para deixar a pessoa completamente submissa a eles, e isso inevitavelmente acaba acontecendo com Evey, no momento em que caminhava pelas ruas da cidade e foi abordada pelos “Homens-Dedos”, quase sendo ameaçada de ser violentada por eles.

 Evey acaba sendo salva pelo homem mascarado chamado apenas de V(Hugo Weaving),  mostrando a que veio fazendo citações filosóficas, com golpes inacreditáveis, e habilidades com lanças, que o tornam um espadachim inabalável, depois de acabar com cada um dos “Homens-Dedos”, V ao apresentar a primeira vez para Evey, deixa o símbolo em frente ao cartaz com o lema do partido Fogo Nórdico.

Responsável por levar Sutler ao poder, e ao salvá-la do perigo V, a convida para prestigiar ele orquestrando em cima de um prédio vizinho ao Old Bailey, uma das famosas obras-primas do maestro russo Pyotry Ilich Tchaikovsky(1840-1893), denominado de “Abertura 1812”, a música favorita do herói, que foi responsável por causar a explosão no prédio do Old Bailey, no dia seguinte, o episódio da explosão vira manchete nos noticiários televisivos, como a BTN(British Television Network), por exemplo, emissora onde Evey é funcionária queridinha do seu patrão Gordon Deitrich(Stephen Fly), que apresenta um programa de humor nessa emissora.

No mesmo momento onde ocorre os noticiários na emissora sobre a explosão do Old Bailey na noite passada. Aparece V, invadindo o prédio da emissora, rende todos os seguranças e todo corpo de funcionários, e será lá que ele vai tentar convencer  ao  transmitir para toda a população londrina mostrando a que veio, ao mostrar suas ideias filosóficas de livre pensamento, e fazendo eles se recordarem da data do 5 de Novembro, data que lembra quando Guy Fawkes tentou explodir o Prédio do Parlamento Britânico, pensando nas suas filosofias de liberdade, depois de terminado o seu discurso, onde termina falando assim para o povo: “Se vocês pensam como eu penso, e sentem o que eu sinto, então vamos todos nos unir pela liberdade”.

Nesse momento onde ele finaliza seu discurso na Tv, todos os guardas, a polícia inteira tenta em vão fechar o cerco para tentar prendê-lo, mas ele habilidoso e esperto consegue se livrar deles com muita facilidade.

 Em uma cena onde acontece de V ser rendido por um policial, mas acaba sendo salvo por Evey, que no entanto ela acaba levando uma pancada na cabeça, e V acaba dando um fim nele com um soco. O caso desse tal misterioso herói, faz com que os intrigados detetives Eric Finch(Stephen Rea) e Dominic (Rupert Graves) quebrem a cabeça para decifrar todo o enigma dessas ações misteriosas ações praticadas por esse paladino mascarado que apareceu do nada, antes disso os dois haviam investigado misterioso passado de Evey, onde o que os chamaram a atenção deles além de terem descoberto que ela era filha de ativistas políticos, ela também teve passagem por um reformatório juvenil, depois da prisão dos seus pais, o que gera mais um quebra-cabeça de um segredo envolvendo um outro personagem importante no filme, que no caso é coadjuvante Evey Hammond.

 Ao acordar na mansão de V, Evey fica impressionada com o lugar muito espaçoso, e ainda cheio de objetos de arte raríssimas, e observando o próprio V preparando o seu café da manhã, onde nesse momento ela fica observando ele sem as suas luvas, com as suas mãos avermelhadas, dando sinais de que ele teria sofrido alguma queimadura, e ao ouvir esse comentário de Evey.

 V explica para ela de forma enigmática que isso aconteceu com ele faz muitos anos atrás num incêndio, mas não esclarece para ela onde ocorreu, de que maneira aconteceu e como foi causado esse tal incêndio, criando mais um quebra cabeça sobre a provável origem de quem seria a pessoa por trás daquela máscara, qual seria a verdadeira identidade de V?

No decorrer do filme vai se mostrando aos pedaços, quando ele vai atrás de cada uma das pessoas ligadas ao seu passado, e matando cada uma delas em série, deixando uma rosa vermelha batizada de Scarlet Carson, como algo personalizado.

Como quando assassina em seguida  o Padre Lilliman(John Starding) e a Doutora Diana Stanton(Sinéad Cusak).

Ao mesmo tempo acontece de Evey contar para V sobre sua família, e um pouco tempo sobre ela também, entre essas revelações está o fato dela quando criança já ter frequentado um curso de teatro, e que no dia que o irmão dela morreu, os seus pais resolveram virar ativistas políticos, e terminaram presos, quanto que ela terminou num centro de detenção juvenil.

A primeira das pessoas que V resolve eliminar é Lewis Prothero(Roger Alam), sujeito que discursa toda noite na TV de Londres, e que faz discursos de puro autoritarismo, fazendo duras críticas quanto a invasão de V na emissora, chega a denominá-lo de terrorista, no momento em que Prothero estava observando o seu discurso tomando um banho quente, V entra em sua casa utilizando a identidade de Evey da BTN, para poder ter livre acesso, no momento que terminou de ver seu discurso na TV, Prothero se assusta ao observar o próprio V, que se refere a ele como Comandante.

E Prothero surpreso pergunta como ele sabia de sua antiga patente militar, explicando em enigmas,  V diz que era como ele se chamava quando num centro de detenção, num incêndio, e aparece então em cena de flashback a cena do então Comandante Lewis Prothero no Centro de Detenção de Larkhill, mandando maltratar de forma covarde, desumana e selvagem as pessoas consideradas subversivas do novo governo imposto na Inglaterra, e quando Prothero se dar conta logo lembra de quem era a pessoa por trás daquela máscara, o único sobrevivente do antigo Centro de Detenção de Larkhill.

V por ironia se autodenomina numa clara referência a uma famosa obra literária de Charles Dickens(1812-1870), “Um Conto de Natal”, de que “Sou o Fantasma dos Natais Passados”. Depois de Lewis Prothero, foi a vez do Padre Lilliman(John Starding), uma importante autoridade clerical, que por trás da batina, não tinha nada de santo, e a prova disso, é quando V utiliza Evey como isca para seu plano, pedindo para que ela se vestisse de menina, com jeito de boneca, para atraí-lo em sua armadilha, pelo fato de justamente saber que o Padre Lilliman era um  pedófilo.

Então de repente aparece V para matá-lo, outra pessoa também ligada ao misterioso passado de V, também tinha participado do Centro de Detenção de Larkhill, e que agora estava promovido para Bispo. Enquanto que nesse mesmo momento Evey foge e vai para casa de seu patrão Gordon Deitrich(Stephen Fry) para não ser perseguida e presa pelos Homens-Dedos.





      Na casa de Deitrich, Evey descobre alguns segredos revelados pelo próprio Deitrich, como forma de acalmá-la, caso os Homens-Dedos, forem a casa dele a procura dela, ela seria a coisa menos importante para eles, isso porque na casa de Deitrich havia escondido uma versão do alcorão, livro sagrado islâmico do século 14, uma foto do Chanceler Sutler sendo ridicularizado com o lema “E Deus salve a Rainha” e umas fotos proibidas de erotismo. Enquanto que os agentes Finch e Dominic tentam decifrar mais um enigma relacionado ao paladino mascarado V, descobrem que Lewis Prothero, havia sido um importante empresário acionista de uma empresa farmacêutica chamada Viadox, e ficam surpreso ao vasculharem a ficha militar de Prothero e ao descobrirem que no seu currículo havia participações em combate no Iraque, Curdistão entre outros países, e mais surpresos ainda ficam  ao descobrirem sua participação no comando no Centro de Detenção de Larkhill, indo mais a fundo na investigação, descobrem que o local tinha sido desativado há muitos anos depois de um incêndio, e com informações muito vagas, eles tentam decifrar que ligação tinha Prothero com V a Larkill, até finalmente acharem no arquivo público o dossiê sobre Larkhill, e lá descobrem mais duas pessoas, o Padre Lilliman, já morto por V e uma médica responsável pelas medicações dos detentos de Larkhill, essa tal doutora era Diana Staton, que eles nem imaginavam estarem o tempo todo perto delas, pois era a responsável pela autopsia do Padre Lillman, usando uma nova identidade, a Doutora Della Suridge(Sinéad Cursack), dos quais eles descobrem tarde demais, no momento que chegavam ela já estava morta no seu quarto pelo V, com a rosa vermelha Scarlett Carson.

 Ao vasculharem a casa dela, Finch e Dominic descobrem um diário contando os segredos e todo o relatório da rotina dela no Centro de Detenção de  Larkihill, contando como acontecia a vinda de cada novo individuo, como eram tratados de forma desumana, como recebiam as dosagens de vacinas aplicadas por eles, para servirem de cobaias para o desenvolvimento de armas biológicas altamente poderosas, como todos morreram e foram enterrados, e chegava até a relatar o próprio desprezo que ela mesma sentia por aqueles indivíduos, vistos como os subversivos pelo então imposto novo governo do atual Chanceler, pessoas que representavam a camada dos pretos, dos judeus e dos homossexuais como os lixo da sociedade, e o mais impressionante nisso tudo é eles descobrirem que a respeito de um paciente de Larkhill, que tinha adquirido uma força descomunal com a medicação injetada por ela, esse tal paciente do qual ela se refere apenas como Paciente do Quarto 5, cujo numeral da cela era identificado como V, numeral do algarismo romano, sendo daí a origem para seu nome.

 Onde relata que foi esse paciente que num certo dia 5 de Novembro, com sua tremenda força descomunal que chegando ao ponto de fugir ao controle de todos de Larkhill, provocou a destruição total do local, causando o incêndio, onde chega até a descrever que chegou a observar os seus olhares cheios de amargor, e que naquele incêndio  deixou todo o seu corpo queimado.

E nesse diário Stanton termina com um lamento descrevendo assim: “O que foi que eu fiz”. É nisso se descobre qual a misteriosa origem do mascarado V e de onde ele tirou esse codinome. Enquanto que Evey, ainda vivendo abrigada na casa de seu patrão Deitrich, fica espantada ao ver junto com ele na televisão, o programa que ele havia produzido ridicularizando o Chanceler Adam Sutler sendo perseguido pelo mascarado V, em rede nacional, fazendo toda a população londrina pela primeira vez ter o direito da liberdade de poder debochar do Chanceler, naquela mesma noite em que o programa foi ao  ar, apareceram os Homens-Dedos, comandados por Peter Creedy(Tim Pigot-Smith) o acabam rendendo e prendendo, e Creedy faz até o comentário irônico: “E teve graça agora?”.

Já Evey tenta fugir, escondida, mas acaba sendo pega, e mandada para a detenção, sendo torturada, fisicamente e psicologicamente para tentar dar informações para os agentes sobre o que ela sabia de V, teve até a cabeça raspada, e no meio de toda essa situação ela acaba achando na sua cela, dentro de um buraquinho onde entrava um ratinho, um pedacinho de papel higiênico onde estava escrito a mensagem de uma mulher de nome Valerie, uma prisioneira morta no Centro de Detenção de Larkhill, e que na mensagem ela contava todo o drama que passou antes de ser mandada para lá.

 Na mensagem ela descreve onde nasceu, que foi em Nottigham no ano de 1985, que do pouco que lembrava de sua infância, lembrava da fazendo de sua avô e que quando chovia sua avô dizia que “Deus estava na chuva”, descreve de seu tempo de colégio, relata que quando foi aprovada para o curso secundário, lá havia conhecido Sarah, a sua primeira namoradinha, já apresentando sinais de interesse por meninas e não por meninos.

 Valerie também relata na mensagem que o namoro dela por Sarah no colégio, teve de ser interrompido porque o diretor havia dito que isso era só uma fase e que elas superariam. Foi o primeiro sinal de preconceito que ela teve de lidar quando descobriu sua opção sexual, mais para frente ela relata que na adolescência quando chegou para os pais e teve a coragem de apresentar sua então namorada Christina, a reação deles não podia esperar por outra coisa a não ser de repulsa, de nojo, com aquele tipo de situação vendo a queridinha deles que eles carregaram ainda bebê virar uma mulher amando outra mulher, e com isso os pais a mandaram para fora de casa. O mais curioso disso tudo foi quando ela relatou que já adulta, ao virar atriz durante as filmagens de “Sal de Prata”, foi lá que ela conheceu sua última parceira Ruth.

Na mensagem, Valerie descreve que Ruth, foi sua grande parceira que passou a dividir o apartamento e junto com ela colheram flores Scarlett Carson e toda uma rotina da qual elas passaram a adquirem juntas e felizes, até chegar o momento em que quando elas acompanharam pela TV, a subida ao poder de Adam Sutler, as ideias de intolerâncias sociais, propagadas pelo Fogo Nórdico, passaram a viverem assustadas, e relatou que no dia em que a Ruth estava na rua, fazendo a feira, e de repente foi pega pelos Homens-Dedos, ela chorou muito, e pouco tempo depois foi a vez dela dentro de sua casa, e a mensagem de Valerie termina com relato de sua sofrida rotina no Centro de Detenção de Larkhill, de onde ela passaria seus últimos momentos de vida, sendo torturada, violentada, espancada, recebendo altas dosagens de substancias e de quando achou dentro de uma privada um papel de higiênico de onde decidiu relatar a sua única autobiografia.

E então dias depois Evey já exausta de tanto ser torturada acaba se surpreendendo ao ser liberada, e então a medida que caminha livremente pelos corredores sem ser abordada pelo Guarda, e quando se aproxima e vê que ela era apenas de borracha, e ao passar na porta e de repente se deparar na mansão de V, ela então fica bastante indignada e horrorizada, ao notar que tudo aquilo do qual ela havia passado era tudo uma farsa, plantada por ele, mas depois se sentindo grata resolve entregar a tal mensagem de Valerie que ela teria imaginado que fosse uma coisa inventada por ele, então V decide mostrar uma coisa para provar que tudo aquilo era verdade, e ela fica convencida no momento em que observa pendurada na parede da sala, o cartaz do filme “Sal de Prata”.

V justifica que fez isso fazendo com que ela sentisse um pouco na pele, o que ele passou em Larkhill, e do que resultou para que ele se transformasse daquele jeito, citando o princípio básico de que toda ação gera uma reação.

Então V mostra para Evey a chuva no telhado de sua mansão, e ela então lembra do que Valerie escreveu: “Deus estava na chuva”. Então aos poucos os quebra-cabeças vão desenvolvendo todo o desenrolar do filme, principalmente no momento em que Finch e Dominic vão atrás de um tal de Roockwood, último sobrevivente do Vírus da Escola de St. Marys, o mesmo onde o irmão de Evey havia morrido em consequência desse vírus, eles encontram esse tal sujeito no memorial dedicado às vítimas do incidente, onde de uma forma enigmática da ligação daquele incidente, com a contaminação da água em Three Waters, uma bomba na estação de trem de Londres, rebelião no King´s Hospital, e juntando a cura financiada por Lewis Prothero, que ajudou a levar Adam Sutler a comandar o país, eles nem imaginam que esse tal de Roocwood era na verdade V, e quando descobrem já era tarde, muito depois de constatar que o verdadeiro estava morto.

E nisso Finch acaba chegando a conclusão que tudo isso que ele estava planejando fazer é com o intuito de gerar o caos. E é justamente isso o que acontece no momento em que todos recebem em suas casas, a encomenda das máscaras de Guy Fawkes, usadas pelo V, há até um momento em que um assaltante numa conveniência chega a falar: “Anarquia no Reino Unido”. E vai ser nessa situação caótica que V botará em prática o seu plano de dar fim ao regime totalitarista do Chanceler Adam Sutler, pedindo para que Creedy(Tim Pigot-Smith), mandasse os seus Homens-Dedos, levar até ele o próprio Chanceler para matá-lo no esgoto, enquanto o Chanceler discursa na TV em rede nacional, e ninguém, praticamente ninguém assiste, e nesse momento era levado acabado e ensanguentado, V então dá os seus últimos golpes, e é o próprio quem dá um fim no Chanceler, depois disso Creedy manda os seus Homens-Dedos atirarem sem parar em V, ele em nenhum momento em que recebe os tiros reage, então acontece o inesperado, depois de ter sido atingido pelos tiros, V ainda utiliza forças para praticar os seus últimos golpes de artes marciais e enfiando suas facas em cada um dos Homens-Dedos, até que no final quando só restou Creedy, que tentando desesperadamente eliminá-lo dando muitos tiros, e chega ao cúmulo de gritar falando: “Porque você não morre?”

Então V se aproxima dele e o enfia sua faca em Creedy dando fim então a ele e ao sistema totalitarista que há anos vinha governando a Inglaterra, e ao mesmo tempo acabado, ainda utiliza as últimas forças para chegar até o trem cheio de explosivos de nitrogênio, que seguirá em direção para o Big Ben, ele então pede para que Evey se incumbisse dessa missão final sua, ao mesmo tempo a população inteira de Londres, utilizando da fantasia de V, anda em plena noite em direção ao Big Ben.

 O exército chega a ficar de guarda para ficarem atentos a qualquer sinal de proximidades, mas eles acabam sem terem como agirem pois não conseguiam terem contato nem com o Chanceler, e muito menos com Creedy.

E dessa forma sem ter como reagirem, eles acabam deixando todas as pessoas passarem tranquilamente sem receberem sequer um tiro, e dessa forma que o general, responsável pelo comando das tropas, completamente sem acreditar no que estava vendo fala assim: “Pelo sangue de Jesus Cristo”.

Enquanto isso, Evey se prepara para ligar o motor do trem, com V deitado sem vida, acompanhado de muita dinamite, no momento em que pega na alavanca, ela chega a ser interrompida por Finch(Stephen Rea), aparece tentando rende-la impedido que ela prosseguisse com o plano de V, mas determinada a cumprir ela então desobedece às ordens de Finch, e liga a alavanca do trem.

O trem parte em direção ao Big Ben, tocando a “Abertura 1812”, famosa obra-prima de Tchaikovsky, que era sua música preferida chegando até o prédio gerando com todos ali em frente naquela marcante noite de 5 de Novembro, onde para todos ali será para sempre lembrada como o dia em que eles se libertaram de uma tirania, foi nessa cena final que Finch pergunta então para Evey sobre quem era ele, e Evey responde a pergunta de Finch o definindo em diferentes aspectos: “Ele era Edmound Dantes(personagem principal de “O Conde de Monte Cristo” seu filme favorito), Era meu pai, minha mãe, meu irmão, era eu, era você(Evey se referindo a Finch), ele era todos nós”.

E nesse mesmo momento o filme com Evey fazendo a seguinte narrativa: “Ninguém jamais esquecerá aquela noite e o seu significado para o pais. Mas eu nunca me esquecerei do homem e do que ele significou para mim”. E dessa forma acabou o filme.

V de Vingança faz uma interessante abordagem a respeito do que uma pessoa é capaz de fazer quando sofre uma injustiça, ao ser levado pelo sentimento do ódio, até que ponto podemos justiça com as nossas próprias mãos.

 Como é o caso do próprio herói mascarado, se for fazer uma comparação dele com outros heróis dos quadrinhos, como as editoras americanas de Marvel e DC, ele tem como diferencial o fato de ser um sujeito muito cheio de mistérios, ele se encaixa como um anti-herói representando o  exemplo de um ser social, que pela circunstância em que passou esqueceu-se de suas próprias origens, o mistério sobre suas origens ocultas, o fato de não saber qual sua verdadeira identidade, de onde nasceu, que idade aproximada ele teria, quem seriam os seus pais, ou que levou ele para ser preso no Centro de Detenção de Larkhill, para ser cobaia de um experimento cientifico, que o fez adquirir uma força e habilidade descomunal, a ponto de se tornar um importante um paladino mascarado com o objetivo de acabar com o sistema político autocrático imposto numa Inglaterra do futuro distópico.

A maneira  como o diretor James McTeigue abordou o cenário dessa Inglaterra futurista distopica e totalitária, cujo enredo satiriza a ideia de regime autocrático tem uma livre inspiração no romance “1984” de George Orwell(1903-1950).

 V de Vingança  carrega em seu texto muitas referências a obras literárias famosas, como por exemplo cita “MacBeth”, importante obra teatral de William Shakespeare(1564-1616) ao falar assim: “Faço tudo que faz um homem. Quem faz mais deixa de sê-lo”.

Ou mesmo se referindo a” Um conto de Natal “de Charles Dickens(1812-1870), o seu herói preferido Edmond Dantes de “O Conde de Monte Cristo”, livro do francês Alexandre Dumas(1802-1870), também há uma citação de “Fausto” de Goethe(1749-1832) com sua frase em latim com iniciais que estavam escritas assim: “Viveris Veniversum Vicius Vici”, frase que estava escrita em seu espelho, que Evey lê no momento em que estava fazendo uma limpeza e o próprio V traduz assim: “Através da verdade, enquanto vivi, eu conquistei o universo”.

Isso é um dos fatores que torna o filme bom para se assistir de diferentes maneiras, sobre diferentes aspectos, sobre diferentes óticas, para assim se poder analisar e refletir sobre diferentes questões abordadas no filme, e o foco está na questão política autocrática botada em prática.

V mostrou como ela pode acontecer de uma maneira muito pior como já aconteceu na História, como o fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, do qual esse faz uma clara alusão, o Chanceler Sutler é praticamente uma sátira a Adolf Hitler(1889-1945), assim como o seu partido Fogo Nórdico ser uma sátira ao nazismo, implantado na Alemanha a partir do começo da década 1930, perdurando até o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, com a morte de Hitler.

Parafraseando o filosofo britânico Edmund Burke(1729-1792): "Um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la".

 Em resumo, pode-se dizer que a ideia transposta pelo filme, utilizando até de muitas licenças poéticas para mostrar de forma crua e suja,  como é justamente possível acontecer ainda em uma época futura como bem idealiza o filme, a imposição de um sistema político de autocracia, de que maneira pode surgir, e quais argumentos e quais situações podem levá-lo a ser colocado na prática.

E sendo num mundo futurista que remete muito a obra de Orwell que é 1984, onde o Chanceler Sutler, mas parece fazer uma referência ao Grande Irmão, e a forma como eles controlam os passos dos cidadãos.

 E ainda por cima o filme também traz a reflexão de como e até onde uma pessoa seria capaz de chegar ao seu objetivo de querer fazer justiça com as próprias mãos? Até onde você chegaria? O próprio personagem no filme tem interessantes frases reflexivas como, por exemplo:

“Você usa  tanto uma máscara que acaba esquecendo de quem você é.”

“A Anarquia ostenta duas faces. A de destruidores e a de Criadores. Os Destruidores derrubam impérios, e com os destroços, os Criadores erguem mundos melhores.”

“Não existe coincidência, apenas a ilusão da coincidência.” “O povo não deve temer seu Estado. O Estado deve temer seu povo.”

“Por baixo dessa carne existe um ideal, e as ideias nunca morrem.”

"Um homem pode morrer, lutar, falhar, até mesmo ser esquecido, mas sua ideia pode modificar o mundo mesmo tendo passado 400 anos."

"Ainda que nossa integridade valesse pouco, era tudo o que tínhamos"

"Suas bombas não matam nossa fome, mas alimentam nossa desgraça." “Igualdade, justiça e liberdade são mais que palavras; são perspectivas!"

“Os artistas usam a mentira para revelar a verdade, enquanto os políticos usam a mentira para esconde-la.”  

Além  de contar com uma brilhante direção e com um roteiro magnifico que teve a difícil missão de adaptar a obra de um quadrinho do genial Alan Moore. 

 V de Vingança também contou com uma brilhante direção de arte, especialmente na fotográfica com tom cinzento criando aquela atmosfera pesada da Londres do futuro sendo governada de forma autoritária. Destaque para a  bela ópera de Tchaikovsky, que se encaixa bem ao perfil, a essência e aos ideais que o herói mascarado carrega, e não é só ele, como também em cada um de nós.

O filme contou  no elenco principal com Hugo Weaving, protagonizando o  V, cujo rosto em nenhum momento aparece, pois está escondido através de uma máscara de Guy Fawkes(1570-1605), e que pela segunda vez trabalhou  num filme produzido pelas Irmãs Wachowski, o anterior foi na trilogia de Matrix, onde Hugo Weaving fez o papel do vilão-mor da trama, o Agente Smith, perseguidor do Neo(Keanu Reeves).

 Mesmo sem mostrar o rosto ele ainda assim conseguiu desempenhar bem o papel trabalhando todas as suas camadas de interpretação na figura de deste anti-herói com personalidade anárquica, causador do caos, que mesmo não estando  correto, você consegue entender quais são as suas motivações para a sua ideia de derrubar o governo totalitário do chanceler com toques sutis  bem refinados, bem caracteristicamente  britânicos mostrando inclusive o seu lado mais culto.

No elenco de apoio, o destaque vai para  Natalie Portman, interpretando o papel da Evey Hammond, uma funcionária de um canal de televisão, que será uma coadjuvante que simbolizará uma espécie de paixão platônica do protagonista, ela consegue desempenhar bem o papel ao trabalhar diversas camadas e nuances da personagem especialmente em uma  subtrama envolvendo o seu arco dramático e é quem no ato final assume a importante função de dar prosseguimento ao plano do V de destruir o Palácio do Governo para simbolizar o fim da ditadura com bonitas frases descrevendo o perfil do V. Ela também faz a narração em off se tornando a fio condutora da narrativa.
           Outro ator que também merece destaque  é John Hurt(1940-2017), na pele do antagonista o Chanceler Sutler, o ditador da Inglaterra  no futuro distópico que age como a típica figura do Grande Irmão usando de sua fala bem articulada para convencer a população a seguir as suas ordens.

Ele mostrou um brilhante desempenho na pele desse sujeito controlador,  manipulador e que usa dos métodos mais improváveis para impor o autoritarismo como uma forma de governo. Também destacar Roger Alam na pele do Lewis Prothero, este mostrou um brilhante desempenho na pele do personagem representante do mais alto escalão do Governo do Chanceler Sutler aparecendo sempre na TV para imprimir o seu discurso repulsivo, nojento, fundamentalista de ódio as minorias algo que temos visto ocorrer de uns tempos para cá com os movimentos de extrema-direita.

Também faço menção a participação de Sinéad Cusack como a Doutora Stanton, uma médica que simboliza bem uma referencia de quando a medicina colaborou com o totalitarismo nazista com os ideais da eugenia, um lado podre da história da ciência.

Também não posso  deixar de mencionar Stephen Fry na pele do apresentador de TV Gordon Deitrich, um bom tipo cômico no qual ele desempenha brilhantemente quando resolve provocar o Chanceler em seu programa, proporcionado um dos poucos momentos de frescor com um humor bem caracteristicamente britânico  numa história que do início ao fim carrega um tom muito pesado, especialmente nos momentos mais tensos cheios de muito suspense.  

 E por fim destaco  para Stephen Rea na pele do policial  Eric Finch e para Rupert Graves como o seu parceiro Dominic dando uns toques de Sherlock Holmes com James Bond ao tentarem investigar e montar todo o quebra-cabeça dos atentados provocados pelo mascarado numa subtrama bem carregada de um suspense policial, com toques bem característicos de espionagem britânica.  

             Em um balanço geral, V de Vingança trata-se de um excelente filme que aborda de uma forma bastante filosófica e complexa, mas sem esquecer das sutilezas,  refletindo  bastante no momento em que estamos vivendo neste mundo polarizado e cheio de intolerâncias e do que algumas pessoas para impor são capazes de nos manipular para nos convencer a usar do medo para nos controlar. Uma verdadeira lavagem cerebral.  

       Cuja figura do anti-herói representa bastante a figura desprezada da camada do regime totalitarista e virou o agente do caos por consequência da forma desumana como eles o trataram na prisão e se inspirou no símbolo de um importante revolucionário como Guy Fawkes para criar sua máscara de ser transgressor, criador do caos e anarquista que acabou se popularizando a ponto de virar o símbolo do grupo de manifestantes Anonymus.

      Além de  contar com ótimas cenas de ação, principalmente as bem coreografadas do protagonista, utilizando-se apenas de efeitos práticos.

     Com o brilhante design de produção especialmente fotográfica com paletas de cores em tom escuro e cinzento dando  um toque melancólico e cinzento a atmosfera barra pesada da trama.                        Recomendo darem uma conferida em V de Vingança para a gente entender um pouco como que uma ideia de tolerância pode ocasionar e como funciona o regime totalitarista e como eles fazem para nos manipular e consequentemente como funciona a figura de um agente do caos, e recentemente ao revisitar o filme na Amazon Prime Video pude observar como a obra envelheceu bem.

sábado, 29 de novembro de 2025

O ESPETÁCULO DE RICHARD PRYOR

 

Nesse ano de 2025, em que vai se completar 20 anos da partida do comediante  Richard Pryor(1940-2005), a melhor maneira de conhecer o seu estilo peculiar de humor  que ele levou para o cinema é assistindo ao filme  Richard Pryor: Live in Concert(EUA, 1979).




Trata-se de  uma produção que acompanha a apresentação  de stand up do comediante mais boca suja que o humor já conheceu.

Nessa obra que conta com 1 hora e 18 minutos de duração e  conta com a direção de Jeff Margolis(1946-2025) e produção de Stephen Blauner(1933-2015) e Hillards Elkins(1929-2010)  ele é caracterizado como uma comédia stan up de concerto um subgênero de  filme que apresenta uma apresentação ao vivo sob a perspectiva de um espectador, cujo tema é uma apresentação ao vivo estendida ou um concerto, seja por um músico   ou um comediante stan up.




 Filmado no Terrace Theater em Long Beach, California,  em 10 de dezembro de 1978. Foi produzido e distribuído de forma independente, sendo o primeiro longa-metragem composto apenas por stand-up comedy.

Na obra, a gente acompanha a apresentação de Pryor contando suas piadas desbocadas e autodepreciativas de cunho erótico, escatológico e racial  só com o microfone mesclando o verborrágico com o humor físico divertindo a plateia com as câmeras centralizadas neles, que mudam de posição a medida que ele vai contando mais piadas, o que torna o tempo de duração não tão cansativo.





É uma boa maneira de conhecer um pouco do estilo de humor que Pryor bastante explorado  nos filmes onde ele  não tinha medo de escancarar e criticar o problema racial na sociedade americana.  

A crítica de cinema americana Pauline Kael(1919-2001) comentou assim sobre o filme:

"Provavelmente o maior de todos os filmes de performance gravada. Pryor fazia personagens e vozes explodirem dele.... Assistindo a esse comediante físico misteriosamente original, você não consegue explicar seu talento e tudo o que ele faz parece ser a primeira vez."

O comediante Eddie Murphy chegou a definir o filme como "a maior performance de stand-up já capturada em filme."

É uma obra que de um artista único que a comédia americana já conheceu.

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

O DOCUMENTÁRIO SOBRE A RAINHA DA MÚSICA TEJANA

 

Nesse ano de 2025, se completou 30 anos da trágica morte da cantora Selena Quintanilla Perez (1971-1995) que morreu baleada em 31 de Março de 1995 precocemente aos 23 anos. A autora dos disparos que lhe tiraram a vida foi Yolanda Saldivar, a responsável por administrar um fã-clube dela e era funcionária de sua butique. A motivação envolvia uma vingança já que a família de Selena começou a desconfiar dela e investigou que ela estava desviando dinheiro do fã-clube e da butique.




 Após matá-la, Yolanda foi presa e condenada no dia 26 de Outubro de 1995 a  à prisão perpétua   com possibilidade de liberdade condicional   em trinta anos, 30 de março de 2025; esta era a pena máxima de prisão permitida no Texas na época. Em 22 de novembro de 1995, ela chegou à Unidade Gatesville (agora Unidade Christina Melton Crain) em  Gasteville, Texas, para ser processada.




Saldívar pediu ao Tribunal de Recursos Criminais do Texas que aceite uma petição que contesta sua condenação. Ela afirma que a petição foi apresentada em 2000 no 214º Tribunal Distrital, mas nunca foi enviada ao tribunal superior. Seu pedido foi recebido em 31 de março de 2008, 13º aniversário da morte de Selena. Em 27 de março de 2025, quase 30 anos após a morte de Selena, Yolanda Saldívar teve seu pedido de liberdade condicional negado após análise dos juízes, que argumentaram: "Após uma análise completa de todas as informações disponíveis, que incluíram quaisquer entrevistas confidenciais realizadas, o painel de liberdade condicional determinou negar a liberdade condicional a Yolanda Saldivar e agendar sua próxima revisão de liberdade condicional para março de 2030".




Tudo isso é contado no recém-lançado documentário da Netflix Selena y Los Dinos: Legado de Família (2025). Uma produção de alta qualidade, dirigida por Isabel Castro,  onde toda a sua narrativa é construída pelos depoimentos da família, amigos e com muitas imagens de arquivos que exploram bem diversas faces da cantora além dela como ícone da música tejana*,  mostra sua visão empreendedora e também um pouco das suas inseguranças, principalmente em relação ao sucesso e a responsabilidade nas costas  de sustentar o rotulo de Rainha da Música Tejana. Recomendo assistirem.

*Um estilo musical popular, também conhecido como Tex-Mex, que mistura ritmos tradicionais mexicanos com influências americanas, como a polca e a valsa. Artistas como Selena são ícones desse gênero. Ele também pode ser usado para se referir pode se referir a uma pessoa texana de ascendência mexicana ou espanhola, à música popular do Texas que combina influências mexicanas e americanas, ou a um tipo de chapéu de cowboy clássico. A origem da palavra remete ao termo "texano" e se refere tanto a indivíduos quanto a estilos culturais e artísticos do estado do Texas. 


sábado, 22 de novembro de 2025

30 ANOS DO FILME TOY STORY

 

No dia 22 de Novembro de 1995, estreava nos cinemas a revolucionaria animação de Toy Story, a primeira que apresentou ao mundo o selo da então desconhecida Pixar que havia surgido em 1986 e teve entre seus fundadores, o gênio da tecnologia Steve Jobs(1955-2011).




Ela também contou entre seus fundadores com: Edwin Catmull, Alvy Ray Smith, John Lasseter e Alexander Shure(1920-2009).

    A Pixar era a junção de Pixel e Art, fazendo uma junção do conceito de tecnologia com a arte.





    Até aquele momento a animação acompanhou muitas evoluções junto com  o cinema desde seus primórdios quando ainda era mudo.

     A primeira técnica usada foi a Rubber Hose, que numa tradução literal significa membros de mangueira de borracha, que eram como lembravam os formatos  dos braços e das pernas dos personagens e com o corpo retangular lembrava uma mangueira  e  uma cabeça de formato arredondado desproporcional que lembravam  borrachas.  



     Um dos curtas que melhor exemplifica essa fase é O Vapor Willie(Steamboat Willie, EUA, 1928), a primeira a introduzir o Mickey Mouse, o icônico ratinho que virou o símbolo da empresa.

     Ele foi o primeiro ainda na fase em preto em branco a ser incluído o som, mesmo não tendo dialogo.

    A medida que o cinema foi evoluindo ao descobrir   a técnica da colorização com a Technicolor, o setor de animação caminhou junto e foram trazendo produções clássicas das animações.




Isso perdurou até o momento em que um novo cenário mudaria na década de 1950, foi quando a maioria dos lares americanos passou a instalar o aparelho de  televisão e nisso surgiu uma grande ameaça para as exibidoras, visto o comodismo que ter um aparelho de TV em sua residência gerava.

Fora que o Congresso Americano havia aprovado uma lei para acabar com o modelo de ingresso chamado de casadinha onde se assistia a dois filmes ao mesmo tempo.

Foi por volta desse período que os grandes estúdios  foram começando aos poucos a fecharem seus departamentos de animação e demitir seus animadores. E dentre essas empresas estava a MGM, que demitiu William Hanna(1910-2001) e Joseph Barbera(1911-2006) do estúdio e esses se juntaram e formaram uma sociedade, criaram a Hanna-Barbera Productions.





Essa empresa passou a investir mais no novo mercado  da televisão, passando a produzir produções mais barateadas, porque o custo para se produzir uma animação é muito caro.

O barateamento da Hanna-Barbera em produzir séries animadas como: Zé Colmeia,  Dom Pixote, Flintstones, Jetsons dentre outros ganhou o rótulo de animação limitada. Que se trata de uma  técnica que usa movimentos e quadros simplificados e repetidos para reduzir o tempo e o custo de produção de animações, usando um número menor de quadros por segundo, o que resulta em um desenho menos detalhado. 

A principal característica que os personagens que Hanna e Barbera criaram para a televisão era o acessório da gravata que servia como uma forma de orientar os animadores a só movimentarem a cabeça.

Outros também foram seguindo essa tendência até que durante a década de 1980, a animação para a televisão passou a virar uma vitrine para vender brinquedos, isso porque foi nessa época que foram produzidos animações inspiradas em marcas de brinquedo como o He-Man que surgiu como o brinquedo da Mattel ou mesmo Comandos em Ação da Hasbro.  


 




Foram essas produções que ameaçaram o reinado da Hanna-Barbera no ramo da televisão, que entre as décadas de 1960 e 1970 reinou absoluto. Foi a partir daquele momento que a produtora entraria em declínio aos longo dos anos 1990.




Já que foi nessa época que marcou o reinado da Nickelodeon na televisão com suas séries de animações mais conceituais e  experimentais.




Em paralelo, a Disney era a única que mantinha o seu departamento de animação ainda operando, mas enfrentando uma barra difícil, principalmente depois que seu fundador Walt Disney faleceu em 1966, passaram a baratear os custos de produção adotando a técnica de xerografia. O que fez mergulhar no período de era das trevas.  Muitas das que foram lançadas durante essa época figuram entre mais esquecidas da Disney.




Mas,  mudaria quando, ainda na década de 1980 surge a figura de Jeffrey Katzenberg para comandar a empresa e sob seu comando que a empresa a partir do lançamento de A Pequena Sereia(1989) que entrou no ponto de partida para a sua Era da Renascença.




Foi nessa fase da Disney, que a animação de Toy Story surgia como uma produção do então desconhecido selo da Pixar que revolucionou a técnica de animação nos apresentando pela primeira  a computação gráfica em 3D.




Fora que eles souberam bem como trabalhar na estrutura da  história pela ótica de imaginar como agem os  brinquedos quando  não estão perto dos humanos, trabalhando suas personalidades e trazendo mensagens reflexivas que podem ser assistido por todas as idades.




Muitos desses fatores tornaram a Pixar por muito tempo, um selo de referência de qualidade e excelência no setor da animação, algo que tem faltado ultimamente, visto que os últimos lançamentos que ocorreram nesse começo da década de 2020, foram fracassos atrás de fracassos, o que tem levado a empresa a investir em sequências de algumas produções que foram sucesso para dar balançada nas finanças, no ano passado Divertidamente 2(2024), sequencia de Divertidamente (2015) foi o único filme até agora lançado nessa segunda metade da década de 2020 a alcançar um enorme sucesso de bilheterias e Toy Story vai para seu quinto filme.


Muito disso, seja uma consequência depois da demissão que John Lasseter sofreu no final de 2018, em meio as acusações de assédio. Ele que comandou a diretoria criativa e executiva da empresa e sempre era quem prezava pela qualidade das histórias,  aprovava as que tinham potencial e desaprovava as que não tinham e com a sua demissão a empresa ficou um tanto sem rumo e cada dia mais, a Pixar caminha para rumos incertos agora que em 2026, completa seu 40ª Aniversário, o tempo vai dizer quais serão os novos rumos da empresa.