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domingo, 20 de março de 2022
30 ANOS DE INSTINTO SELVAGEM
30 ANOS DE INSTINTO SELVAGEM
Todo
romancista que se preze em criar uma obra
de ficção, se inspira de algum modo em algo da sua realidade para criar o mote
e a estética textual de sua trama. Que pode criar confusão com o público leitor,
principalmente quando se essa obra traz uma abordagem pesada sobre crimes chocantes de assassinatos que
coincidem com a descrição do livro. E o filme Instinto Selvagem(Basic
Instint, EUA,1992) representa bem este exemplo.
Nesse clássico de suspense policial erótico
que completa três décadas agora em 2022, cheios de muitos nudes, de todos o que
faz mais sentido para a narrativa é na premissa do filme que mostra a cena de sexo de um casal, onde
supostamente seria a escritora Catherine
Tramell(Sharon Stone) cometendo o assassinato do cara, um cantor decadente na cama num tom de violência gráfica bem
pesada, onde ela se torna suspeita
número um já que no último livro de romance que ela escreveu, havia detalhes de
um assassinato como ocorreu ali que intriga a polícia.
Principalmente
o detetive Nick Curran(Michael Douglas). Que se vê tão envolvido emocionalmente
no caso, que acaba se apaixonando pela Catherine Tramell.
Esse
seu envolvimento no caso, o levará para uma cilada de uma perseguição de gato e
rato, cheia de reviravoltas, principalmente quando o quebra-cabeça lhe
surpreende durante a investigação da série de assassinatos que foram ocorrendo
da forma como era descrito nos livros da escritora Catherine Tramell.
Com
um gênero misto de suspense policial, com pitadas de apelos eróticos, contando
com a direção do holandês Paul
Verhoeven, cineasta que carrega um extenso currículo cinematográfico
hollywoodiano dirigindo filmes neste estilo de ação como Robocop-O Policial do Futuro(
Robocop, EUA, 1987), O Vingador do
Futuro( Total Recall, EUA, 1990), onde contou com Sharon Stone fazendo Lori, a
esposa de mentirinha de Douglas Quaid, papel do musculoso Arnold
Schwarzenegger. Também dirigiu
posteriormente Showgirls( EUA, 1995) e Tropas Estelares( Starship
Troopers, EUA, 1997). Contou no elenco com Michael Douglas, filho do ator Kirk
Douglas(1916-2020), que carrega um
extenso currículo cinematográfico. Douglas
interpretou o papel do policial Nick
Curran, um sujeito de caráter dubio, que
já teve problemas com o seu
transtornado passado de vicio no alcoolismo, e também consumo de
drogas. Curran se envolverá na
investigação de um misterioso assassinato de uma antiga estrela do rock, Johnny
Boz. A principal suspeita do assassinato de Boz é Catherine Tramell(Sharon
Stone). E nesse filme protagonizando o papel de uma
escritora, cuja especialidade é escrever romances de suspenses, relatando de
forma nua e crua as práticas barbaras de crimes mais brutais do qual se pode
imaginar. A suspeita cai sobre Tramell
por dois motivos: o primeiro motivo é que ela mantinha fazia algum tempo um
romance com Boz, e o segundo motivo da suspeita cair sobre ela, foi pela maneira como a polícia descobriu ao
folhear um livro dela recém-lançado,
ficam intrigados com as descrições bastantes semelhantes com a maneira bárbara
como foi feito o assassinato com Boz.
E será a partir daí que tem início uma trama bem elaborada, cheia de
enigmas, cheia de quebra-cabeças, onde nem tudo o que é óbvio, não se concretiza, e se descobre depois
surpresas, capazes de gerar outros enigmas, outros mistérios, onde todos são
suspeitos até que se prove o contrário.
E
vai ser nesse ciclo vicioso sem fim, que
Curran acabará se envolvendo com Tramell, com direito a tórridas e antológicas cenas picantes, onde ele acabará sendo o
suspeito, e que também sobrará para Beth
Gardner(Jeanne Tripplehorn), a psiquiatra que trabalha na polícia, que tem uma
proximidade muito suspeita com Curran, pelo dos dois já terem sido namorados, e
que depois se descobre que ela se formou junta com na Faculdade de Psicologia e
por quem, pelo que parece já nutria um interesse homoafetivo por Catherine, apresentando
o lesbianismo ainda muito banal por assim nessa abordagem LGBTQIA+.
Quatorze
anos depois, Instinto Selvagem ganharia uma sequência, lançada em
2006, dirigida por Michael Caton-Jones, e que de novo contou com Sharon Stone repetindo o papel da Tramell, mas sem a
presença de Michael Douglas.
Mas
não conseguiu repetir o sucesso desse primeiro. O filme é até hoje uma grande
referência principalmente pelas picantes cenas de Michael Douglas e Sharon
Stone.
Instinto Selvagem
foi o grande responsável por gerar
como divisor de águas na carreira
de Sharon Stone, ao conseguir
transformá-la na musa hollywoodiana. Foi
a partir dessa personagem de caráter dúbio, que ela se tornou a símbolo sexual
masculina dos anos 1990, chegou até a posar nua para a Playboy americana.
Tamanho
foi o sucesso que em sequência vieram vários papéis de ação com apelos eróticos como Invasão
de Privacidade(1993), O
Especialista(1994), Cassino(1995)
e Diabolique(1996), entre tantos outros de gêneros diversos, que mesmo sem precisar
de utilizar do seu erotismo para fazer sucesso, pelo menos mostrou bom empenho,
em papeis dramáticos mais sérios e
densos.