quinta-feira, 28 de novembro de 2024

A FOTO INTIMA DE SCARLETT JOHANSSON

 

No último dia 22 de Novembro, a atriz Scarlett Johansson completou 40 anos.

Muito lembrada por viver a heroína Natasha Romanoff-Viúva Negra nos filmes da Marvel.

A atriz já chegou a viver o maior pesadelo de sua vida quando teve suas fotos intimas hackeadas que foram expostas a público que a mostravam como veio ao mundo.




Esse acontecimento desagradável ocorreu em 2011, quando tirou duas  fotos do seu celular onde mostrava ela peladona em diferentes posições.

Em uma mostrava uma posição dela deitada na cama mostrando os seios antes de ser chamado de selfie e na outra, mostrava ela no banheiro com a toalha cobrindo a nudez frontal onde ela direcionava para o espelho seu nude de costas mostrando a bunda de fora.




Foi mais precisamente em Setembro de 2011, que foi noticiado que a atriz teve suas fotos intimas hackeadas e que foram expostas na conta do antigo Twitter, atual X.

O que levou a uma investigação do FBI para descobrir quem fez isso e punir severamente pelo crime de invasão e exposição  da privacidade alheia.

Até que nessa investigação se descobriu que o responsável por esse crime virtual foi Christopher Chaney, que também não fez isso só com Scarlett Johansson, mas também com outras famosas celebridades como Mila Kunis  e Christina Aguilera, ele praticou o crime de hackear as fotos intimas e expô-las na internet.




Em 2012, Christopher Chaney “foi condenado a dez anos de prisão pela justiça do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Foi considerado culpado de nove acusações criminais, incluindo roubo de identidade, escutas telefônicas, acesso não autorizado e danos a um computador protegido, informou o site TMZ.

     Durante o julgamento, o hacker também foi condenado a pagar uma indenização de US$ 76 mil a Johansson, Aguilera e à atriz Renee Olstead.

 

No final de 2011, Chaney era acusado de cometer 26 infrações no Estado e ter feito 50 vítimas em suas invasões de contas de e-mail, podendo pegar até 121 anos de prisão. Ele foi preso em outubro do ano passado durante uma operação de um ano chamada "Operation Hackerazzi", em inglês, para prender hackers de celebridades.”

(Fonte: Site do G1 de 17/12/2012).

O irônico é que pouco tempo  após esse episódio, a atriz também polemizaria outro momento envolvendo nudez, desta vez  quando estrelou no cinema o filme britânico Sob a Pele(Under the Skin, Reino Unido, 2013), onde faz uma alienígena sem nome que vive perambulando pelas ruas de Glasgow tentando atrair homens com um corpo atraente que não é dela, mas sim uma pele retirada de uma mulher, motivação não é bem esclarecida.

A cena dela nessa filme fazendo um nude frontal dela se olhando para o espalho deu muito o que falar na época.

 


 

terça-feira, 26 de novembro de 2024

UMA FAMÍLIA BRASILEIRA DESTRUIDA PELA DITADURA

 

Na noite de sexta-feira, feriado da Proclamação da República, fui conferir ao tão comentado filme nacional Ainda Estou Aqui(Brasil, 2024).




Com  a sala lotada, onde quando fui comprar meu ingresso na bilheteria  só tinha uma  cadeira vaga.

E na entrada enfrentei uma fila quilométrica onde quando entrei estava passando os trailers e no final teve o aplauso da plateia.





O tão comentado filme trata-se de contar a história real da família Paiva, cujo patriarca o engenheiro civil e ex-deputado federal Rubens Paiva(1929-1971), que foi preso durante a Ditadura Militar e por muito tempo o seu paradeiro permaneceu como  desaparecido, até que por insistência da família, eles tomaram conhecimento tardio  de que ele havia morrido nos porões da ditadura, mas nunca acharam o seu corpo.

Com direção de Walter Salles, cujo roteiro teve  como inspiração no livro homônimo de não-ficção e autobiográfico  escrito por Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens Paiva onde quem adaptou foram Murilo Hauser e Heitor Lorega.





A sua trama conta a jornada da família Paiva em três diferentes linhas temporais ao longo da narrativa.

 Primeiramente começa  mostrando eles vivendo uma vida rotineira comum no Rio de Janeiro no começo dos anos 1970, em pleno período dos anos de chumbo da Ditadura Militar no Brasil.

Nesse primeiro momento onde o filme apresenta a família constituída pelo patriarca Rubens Paiva (Selton Mello), a matriarca Eunice Paiva(Fernanda Torres) e os cinco filhos do casal formado pelas quatros meninas: Vera, Eliana, Nalu, Maria Beatriz e o único menino Marcelo que é o autor do livro que inspirou esse filme.





Retratando o seu modo de vida tipicamente carioca  de frequentar a praia de Copacabana, onde eles costumavam irem se deslocar a pé porque onde eles moravam bem esquina da praia.

Cujo padrão de vida era bem confortável, não eram nem tão ricos, nem tão pobres.

Graças a bem consolidada carreira de Rubens como engenheiro civil, aqui nesse contexto fica bem subentendido  que ele teve seu mandato de deputado cassado após o Golpe Militar.






O enredo vai apresentando a Família Paiva, recebendo visitas de amigos como:  Baby Bocaiuva(Dan Stulbach) o colega de Rubens em seu escritório de engenharia, o jornalista Félix(Humberto Carrão) dentre outros.

Mostra também eles recebendo uma correspondência de uma das filhas Vera  que foi passar uma temporada em Londres.

Até ai, a vida deles era muito alegre, a partir do momento que surge uns homens à paisana que são agentes do governo que mandam prender Rubens Paiva. O sossego da família vai virar um verdadeiro inferno que vai perdurar por décadas.

Nisso resulta de Eunice e uma de suas filhas Eliana irem presas no DOI-CODI, lá vivem dias torturantes  até serem soltas e nisso temos o começo da jornada da família enfrentando Deus e o mundo para conseguirem obter notícias do paradeiro de Rubens, sempre em vão.

O clima de insegurança da família fazem eles decidirem se mudar para São Paulo-SP, é lá que passados 25 anos que os filhos já crescidos e Eunice construiu uma brilhante carreira acadêmica de advogada  lutando pela causa das famílias que perderam seus entes queridos  na Ditadura e lutando pela causa indígena, que acompanhamos Eunice em direção ao   cartório acompanhada dos filhos, recebendo o registro de óbito do marido que gerou uma cobertura da imprensa que ocorreu em 1996.

Num passar de 18 anos acompanhamos a Família Paiva reunida numa confraternização familiar em 2014 onde mostra Eunice, uma senhora bem idosa e com a saúde frágil assistindo a uma matéria sobre os 50 anos do Golpe, onde mostra uma citação do marido como um dos mártires dos militares.  

Período esse marcado pela investigação da Comissão da Verdade para investigar os crimes praticados pelos militares durante a Ditadura.

Essa obra soube bem  como abordar a temática sensível da Ditadura, como isso até hoje é uma ferida aberta que muita gente tenta renegar, mas que realmente foi muito opressora.

Confesso que meu entendimento como historiador  sobre esse tema  é ainda  um tanto superficial, visto porque como eu pertenço a  uma  geração que já não vivenciou tanto essa fase repressora da Ditadura, ao contrário da geração  dos meus pais que eram muito crianças quando estourou o Golpe Militar em 1964.

 Minha mãe estava com oito anos, já meu pai  era um bebê de apenas de um ano.

Quando eu nasci em 1985, o Brasil estava transitando para o fim da Ditadura para o Primeiro Governo Civil de José Sarney que foi eleito indiretamente antes das Eleições Diretas de 1989, que nos livros didáticos de História do Brasil se denominou de Nova República.

O primeiro sinal de respiro de liberdade de expressão que o Brasil estava sentindo foi quando a Globo lançou a novela Roque Santeiro(Brasil, 1985-1986) de Dias Gomes(1922-1999) que marcou esse momento importante.

A medida que fui crescendo, o que fui conhecendo sobre a Ditadura Militar no Brasil era ainda aquele item de museu do que era descrito  nos livros didáticos de Ensino Fundamental e Ensino Médio como se fosse algo distante.  

Foi na época que eu fazia a antiga  8ª Série do Ensino Fundamental que hoje equivale ao 9ª Ano do Ensino Fundamental  durante uma aula de História do Brasil que abordava sobre a Ditadura Militar, o nosso professor para nós fazer inteirar melhor sobre como a Ditadura foi realmente repressora ele usou como exemplo do humor que a gente assistia do Casseta & Planeta,Urgente(Brasil, 1992-2010) que ainda era exibido na Globo como um exemplo de que era um tipo de humor que seria impensável de ser feito naquela época onde imperava a censura aos meios de comunicação.

E por quê ele se utilizou desse exemplo?

Porque o humor do Casseta & Planeta trazia uma estética humorística  satírica, paródica, inspirado no formato jornalístico que abordava temáticas do cotidiano brasileiro, principalmente em ridicularizar a nossa política.

Bom, quando eu graduei no curso de História na UNP, isso lá por volta da segunda metade dos anos 2000. Eu convivi com um colega que era um  militar reacionário que prestou serviço ao Exército  bem na época repressora da Ditadura.  Se você mencionasse o nome Ditadura na sua frente, ele já logo reagia de forma autoritária  ainda num tom de piada que para ele não foi Ditadura.

Claro que para ele  não foi, o cretino foi bastante institucionalizado para acreditar nisso, acreditar numa postura heroica que estava defendendo o pais de uma ameaça comunista, prezando pela segurança do cidadão. Enquanto que a população civil era torturada nos porões da Ditadura.

 Ainda mais  que ele após deixar o serviço militar ainda continuou  recebendo benefícios, muitas regalias de uma gorda aposentadoria que o fez viver uma privilegiada vida confortável até morrer em 2020 por conta da Covid-19 e era um bolsonarista de marca maior.

Portanto, ele por ter sido um milico tinha motivos para ter essa postura negacionista e favorável a respeito da Ditadura Militar para ele foi um paraíso, ou melhor, uma Ditabranda.

Coisa que se você dissesse isso na frente da Família Paiva retratada no filme, eles com certeza, considerariam esse tipo de postura  uma piada de mau gosto.   

No filme em questão, o diretor soube bem como extrair esse tipo de abordagem dessa sensação desconfortável sem precisar apelar para a violência gráfica a nível sangrento.

Ele trata disso abordando pelo nível psicológico como tipo na cena onde mostra os agentes a paisana dentro da residência após a prisão de Rubens Paiva, o desconforto que é mostrando eles tentando agir de forma amigável com eles ou mesmo quando acompanhamos Eunice presa no DOI-CODI, mesmo não  mostrando cenas dela sendo torturada fisicamente, no entanto, a sensação dela perder ali dentro a noção do tempo e  a gente ouvir os gritos das pessoas sendo torturadas mostra bem o nível do horror psicológico para deixar o espectador numa sensação desconfortável mesmo. 

O trabalho do design de produção que fez uma brilhante reconstituição da estética retrô das três linhas temporais ambientadas no filme se mostrou incrível, assim como o elenco brilhante que participa desse filme.

Dentre os nomes destaco para Selton Mello que na pele do Rubens está ótimo, Fernanda Torres na pele da  Eunice jovem como mãe dos cinco filhos crianças e também já crescidos segura bem as pontas da carga dramática que essa personagem exige.

Também mencionar a participação dos atores que se revezam no papel dos filhos do casal Paiva, que na fase infantil que é onde  boa parte do filme é explorado  são representados por: Guilherme Silveira que faz o Marcelo, o menino mais peralta do cinco, Valentina Herzage que faz a Vera, a adolescente do casal que se aventura por Londres, Luiza Kosovski que faz a Eliana que convive junto com a mãe nos porões da Ditadura.  Que também contou contou com Barbara Luz na pele da Lúcia e Cora Mora como a Beatriz.

Que mais para frente são representados na fase adulta por: Maria Manoella(Vera), Marjorie Estiano(Eliana), Gabriela Carneiro da Cunha(Lúcia), Olivia Torres(Beatriz) e Antonio Saboia que representou o Marcelo, filho caçula da família Paiva que fez carreira como escritor.

Na história é mostrado ele na condição de tetraplégico em  cadeira de rodas, já que não foi explicado que aquilo foi uma consequência de  um acidente ocorrido em 1979, onde ele “Aos 20 anos de idade sofreu um acidente após saltar de uma pedra em um lago   raso, um açude barrento em um sítio à beira da Rodovia dos Bandeirantes   em Campinas,  fraturou uma  vértebra (a quinta cervical) do pescoço ao bater a cabeça no fundo do lago, ficando tetraplégico. Após tratamento de fisioterapia  e  terapia ocupacional, voltou a locomover as mãos e os braços.”

Fora as participações de Daniel Dantas que no filme representa o jornalista Raul Ryff(1911-1989) que era muito amigo da Família Paiva e mostra ele  fazendo visitas a família, Charles Fricks que representa Fernando Gasparian(1930-2006) empresário do ramo livreiro que aparece numa cena do casal Paiva visitando sua livraria e ele está acompanhado de sua esposa Dalva Gasparian(1931-2017) que foi representada por Maeve Jinkings.

Também mencionar a participação de Dan Stulbach como Baby e Humberto Carrão como Felix que são gente intima da família Paiva.

E não posso deixar de mencionar a participação de Fernanda Montenegro representando nos minutos finais do filme a Eunice Paiva já bem idosa no momento onde a narrativa se ambienta em 2014, papel defendido por sua filha Fernanda Torres.

Mesmo não verbalizando em nenhum momento, ainda  assim ela mostrou um bom desempenho nesses minutos finais onde representou magistralmente a  Eunice Paiva já numa idade avançada e com sua saúde comprometida  por conta do Alzheimer com quem ela conviveu em seus últimos anos de vida.   Até falecer  em 2018 aos 89 anos.

            A mostrando em uma  reunião familiar onde todos ficam distraidamente conversando num jardim, ela representou bem  pela expressão do olhar uma reação   assistindo na TV a matéria dedicada a recordar os 50 anos do Golpe Militar, onde aparece o nome citado entre as vitimas dos militares. Um trabalho primoroso mesmo de direção.

Num balanço geral, Ainda Estou Aqui trata-se de uma obra dramática que pode gerar desconforto, principalmente por uma abordar um tema sensível que envolve a negligência e omissão do nosso estado brasileiro em relação a violência praticada pelos seus agentes da lei em nome de um sistema totalitário que defende a moral familiar, mas que destruiu a vida de outras famílias.

Uma prática tão criminosa quanto.

Isso é algo que jamais deve ser esquecido e não deve ser repetido.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

A ESPIONAGEM NA BERLIM PRÉ-QUEDA DO MURO NO FILME ATÔMICA

                  A espionagem sempre despertou o interesse da cultura pop, principalmente em um período como a Guerra Fria. E a obra de Atômica(Atomic Blondie, EUA, 2017) serve bem para exemplificar isso. 




                 Pegando  para reler a HQ Atômica, após revisitar o filme na Amazon Prime Vídeo. A HQ de Atômica, eu havia comprado na livraria Saraiva do Midway Mall, em Julho de 2019. Durante a pandemia de 2020,  quando o filme entrou no catalogo da Netflix e aproveitei para dar uma lida na HQ roteirizada por Anthony Johnson e com ilustração de Sam Hart.  
                    No filme, adaptado desse quadrinho, tem sua história ambientada na Alemanha do final dos anos 1980, ainda dividida pelo muro, e vivendo um clima de manifestação popular tenso em plena Guerra Fria. 
É nesse ambiente que uma agente britânica do MI6, chamada Lorraine Broughton(Charlize Theron), tem a missão de ir disfarçada a Berlim para investigar o assassinato de um oficial e recuperar a lista perdida de agentes duplos e contará com o auxílio de David Percival(James McAvoy). 




                          Assim como também tem a dura missão de levar um dissidente da Alemanha Oriental cruzar a fronteira do país para começar uma nova vida na Alemanha Ocidental.
Isso em pleno contexto histórico tenso Berlim em Novembro de 1989, vivendo seus momentos dias com o muro símbolo da separação entre capitalismo e comunismo. 
Tanto o filme quanto a HQ, são ótimas obras de ficção que nos fazem imergir para aquele contexto do clima político tenso que vivia Berlim no final dos anos 1980. Com aquele ambiente de cultura undergrund grungie, punk, de rock. Ainda mais  nesse ano de 2024, em que se completaram 35 anos da Queda do Muro de Berlim. 
                          No filme que adapta a HQ, que conta com a direção de David Leitch, cujo roteiro foi adaptado por Kurt Johnstad, ainda que apresente suas diferenças mantém a mesma característica  da  estética noir. 
Na HQ, as ilustrações em preto e branco mostram serem bem fluidas com os jogos de luzes e sombras, que ajudam bem a compor a atmosfera de tensão, do suspense ocasionado por essa história de espionagem. Quanto que no filme mesmo não sendo em preto e branco, trabalhou esse clima noir  da HQ principalmente ao explorar na tonalidade em azul escuro de algumas cenas  como no primeiro momento onde somos apresentado a protagonista Lorraine saindo da banheira  peladona cheia de hematomas.   






                           Assim como as paletas em cores em neon casaram bem  com o clima retrô que a obra apresenta nos fazendo imergir para o contexto da Berlim do final dos anos 1980 ainda dividida pelo Muro com suas modas punks, seus bares undergroud, suas baladas, e seu clima tenso de espionagem entre a agencia alemã da Stasi Alemanha Oriental com a KGB da União Soviética.  






                           Onde é tocado  muito revivals de músicas pop da época, com destaque que posso citar aqui é para Father Figure, sucesso do britânico George Michael(1963-2016), que é tocada numa cena eletrizante da Lorraine em combate com agentes da KGB. 
O  seu elenco é também incrível, Charlize Theron está fantástica na pele da protagonista a  agente Lorraine Broughton em sua missão em Berlim, James McAvoy na pele do David  Percival, o agente traiçoeiro da MI6 está incrível um vira-casaca que se vendeu aos russos. 
A argelina Sofia Boutella está perfeita na pele da agente francesa Delphine Lassale, com quem Lorraine chega a manter um caso amoroso a ponto de fazer sexo, cuja cena picante são de dar muito tesão ao filme. 
                            Do mesmo jeito como John Goldman se mostra crível na pele do Emmett Kurzfled, um dos chefões da MI6 que interroga Lorraine em seu retorno a Londres para fazer um relatório sobre a missão frustrada dela em Berlim, cujo mote do filme é todo estruturado nos depoimentos de Lorraine, estabelecendo ela como a nossa fio condutora da narrativa. 






                         E não posso deixar de mencionar a participação do dinamarquês Roland Møller que no filme faz uma brilhante defesa do vilão Alesandry Breymovich, o agente da KGB, que no começo da narrativa aparece matando um agente do MI6, um sujeito que apresenta um nível brutalidade e de sociopatia que o torna a mais pura maldade em pessoa. 
Um ótimo filme que equilibra entre o fato histórico com doses de ficção sobre um período turbulento da história da humanidade. 

                           Também recomendo para quem ainda não leu a HQ que inspirou o filme, que leiam, ela também é tão fascinante quanto o filme, principalmente na caprichada edição capa dura preta da editora da caveira a DarkSide Books. 


quinta-feira, 14 de novembro de 2024

A LENDÁRIA PRINCESA RUSSA ANASTÁSIA

A famosa  lenda da Princesa Russa Anastásia Romanova* ter  sobrevivido a Revolução Bolchevique de 1917. Inspirou muitas histórias adaptadas para livro e cinema. Uma dessas foi uma  animação lançada em 1997, que inclusive eu assisti quando criança, produzida pela Fox Animation.




A mesma que também produziu  esse filme maravilhoso Anastásia-A Princesa Esquecida(Anastasia, EUA, 1956).  Nessa produção da Fase Clássica de Hollywood que contou com a direção do ucraniano Anatole Litvak(1902-1974) que se baseou na peça homônima da francesa Marcelle Maurette(1903-1972), cujo roteiro foi adaptado pelos americanos  Arthur Laurents(1917-2011)  e Guy Bolton(1884-1979).




Nessa trama que conta a história do General Bounine(Yul Brynner) que está à procura da suposta Princesa Anastásia a pedido dos últimos remanescentes Romanov que ofereceram uma boa grana, onde ela é a única sobrevivente que pode gera milhões de libras bloqueadas pelo banco suíço,  isso passado uma década após a Revolução de 1917.

É nas ruas da capital Moscou, que ele se encontra com uma jovem com amnésia e que vai convencê-la a assumir como Anastásia(Ingrid Bergman) e prepara-la para agir como uma princesa, para assim receber algo em troca.




  O filme apresentou um lindo e incrível design de produção, que reproduziu perfeitamente os trajes de gala das realezas europeias, figurinos impecáveis, que com as paletas de cores da fotografia tornaram a sua estética impecável, fora o próprio roteiro que é muito crível, bastante melodramático na pegada de contos de fadas.

Fora que também  contou com um elenco estelar, destaque para a sueca Ingrid Bergman(1915-1982) como a protagonista  que dá título à obra, atriz que já tinha uma consolidada carreira em Hollywood depois de protagonizar filmes como Casablanca(EUA, 1942).




 E também mencionar Yul Brynner(1920-1985) ator russo que representou brilhantemente o General Bounine, o sujeito que fica orientando a suposta Anastásia a treinando por puro interesse, ele emprestou até sua experiência de bailarino para orienta-la na dança.  




Este filme está disponível completo no YouTube com o áudio dublado pela antiga Herbert Richers, provavelmente nos anos 1970 que contou com o casting de vozes só de feras, boa parte já falecida. Destaco para a voz do locutor Ricardo Mariano anunciando o título, o falecido Newton da Matta(1946-2006) narrando os letreiros iniciais e para o também saudoso Darcy Pedrosa(1930-1999), que fez um trabalho incrível ao dar ao ator Yul Brynner.   Assim como boa parte do elenco do filme. Recomendo.


*A lenda em torno da sobrevivência da Princesa   Anastásia se deve ao fato de que por muito tempo o Governo Russo sempre manteve sigilo a respeito da execução da Família Romanov, ocorrida no dia 17 de Julho de 1918, poucos meses após estourar a Revolução Bolchevique em Outubro de 1917. Que destroçou a família do poder. Todos os membros: do casal Nicolau II e Alexandra e os quatro filhos: Olga, Maria, Tatiana, Anastásia e Alexei foram executados por agentes  da polícia secreta da Tcheka, uma agência Pré-KGB da Rússia comunista, que viraria URSS(União das Repúblicas Socialista Soviéticas) a partir de 1922 e durou até 1991. 

Por ter ocultado  as circunstâncias da morte e a localização dos corpos, ainda mais durantes os longos anos em que a Rússia enfrentou  por   sete décadas de opressão e tirania com as ditaduras comunistas comandadas por  sete comandantes: Vladimir Lênin(1870-1924) o cabeça da Revolução Bolchevique e fundador da nação, comandou o pais até a sua morte e 1924.  Josef Stalin(1878-1953) foi o mais genocida ao longo dos 29 anos em que comandou a nação até sua morte em 1953, sucedido por Nikita Kruschev(1894-1971)  que comandou a nação de 1953 a 1964, Leonid Brejnev(1906-1982) comandou a nação por duas décadas até falecer em 1982,  Yuri Andropov(1914-1984), este ficou apenas dois anos no cargo até falecer em 1984, Konstantin Chernenko(1911-1985) que ficou um ano e meio no cargo até falecer em 1985  e Mikhail Gorbatchev(1931-2022), o último a comandar a URSS entre os anos de 1985 a 1991 e testemunhou sua extinção.

 Aumentou bastante a lenda em torno da única princesa Romanov ter sobrevivido. Onde inclusive foram aparecendo diferentes mulheres impostoras, como a que o filme em questão retrata com uns toques de licenças poéticas. Somente com exames minuciosos e científicos com o DNA, é que se pôde constatar que realmente Anastasia Romanova foi brutalmente assassinada junto de toda a sua família. 


segunda-feira, 11 de novembro de 2024

FILMES DOS ANOS 1990 QUE ENVELHECERAM MAL

 

Aqui vai  a minha lista dos nove   filmes lançados nos anos  1990 que envelheceram mal com o  passar dos  anos.

Ela não é rankeada, é aleatoriamente baseada numa linha cronológica seguindo pelas datas de lançamento. Baseado na minha escolha pessoal  desses filmes que eu vi primeiramente passando na TV, ou mesmo locando numa fita VHS em videolocadora.

INSPETOR FAUSTÃO E O MALLANDRO(1991)



Esse filme estrelado pelas duas populares figuras da TV brasileira: Fausto Silva e Sérgio Mallandro que simbolizavam a nova geração de comunicadores. Apresentadores de programas de auditório surgido nos anos 1980, é o melhor exemplo que posso começar  a mencionar do quanto este filme do começo dos  anos 1990 envelheceu mal, especialmente por ele simbolizar uma pérola pitoresca do cinema nacional do quão ruim o filme ficou, a ponto de fracassar nas bilheterias e virar cult.

Só para deixar claro, eu coloquei esse título aqui na minha lista não porque eu não valorizo o cinema nacional, não é isso, é apenas para justificar o porquê dele figurar como um filme ruim a ponto de figura no ranking de alguns sites especializados como os piores de todos os tempos. Simples assim.

Ficando obscuro durante longo tempo, e só sendo redescoberto décadas depois  pela  internet que começaram a fazer memes nas  redes sociais com essa obra que ganhou uma popularidade tardia.

Esse filme reflete bem o momento histórico  em que  foi concebido na ocasião onde  a produção do cinema brasileiro do começo dos anos 1990, sofreu com o fechamento da Embrafilmes durante o Governo de Fernando Collor de Mello e isso afetou demais o trabalho de  nossos cineastas. A ponto de,  por exemplo, Arnaldo Jabor(1940-2022) se dedicar ao jornalismo.

As únicas produções nacionais  que não foram tão afetadas pelo fechamento de Embrafilmes  até aquele momento  eram os filmes estrelados pelos astros populares da TV, como os filmes da trupe dos Trapalhões e os estrelados pela apresentadora Xuxa Meneghel. Que pelo forte apelo infanto-juvenil ainda conseguiam atrair bilheteria.

E foi nisso que podemos deduzir a razão do porquê dessa trasheira do cinema nacional  foi concebida.

Aliás, eu havia mencionado o nome da Xuxa, essa produção contou com o dedo dela, já que o filme foi produzido pela Xuxa Produções.

Fora ter contado com o dedo da Globo,  onde quem dirigiu foi Mário Márcio Bandarra(1955-2021), diretor que durante os mais de 30 anos que trabalhou para a emissora até resolver se afastar  em 2019 e vir a óbito dois anos depois de causas não reveladas,  já havia acumulado trabalhos em dirigir diferentes formatos de programas: Indo de novelas a programas de humor. O roteiro é creditado a Nelson Nadotti, que carrega um vasto currículo em já ter criado diferentes produções da Globo, com argumento escrito pelo próprio Fausto Silva.

Só de saber  que foi Faustão o responsável pelo argumento do texto, você já pode esperar uma qualidade minimamente questionável desse tipo de história. Um dedo podre no meio.

E que de fato se mostrou, o filme apresenta uma história  muito sem lógica de tão cretina que se apresenta: a começar pelo fato  de apresentar Faustão fazendo ele mesmo, mostrando que não tem o menor talento para ator.

Fazendo um feirante que pela intervenção divina de Deus que foi representado por Paulo César Pereio(1940-2024) fazendo  apenas a locução da voz de Deus, sendo que curiosamente o ator era ateu e já esteve envolvido na polemica de mandar destruir  a estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro.

Faustão  é nomeado inspetor de polícia, para salvar os animais de contrabandistas comandados por Budum(Chiquinho Brandão) que tem como cliente um turista americano chamado Tom Crù(Claudio Mamberti).

Nessa sua jornada para caçar os contrabandista dos animais,  ele conhece o policial Mallandro, representado pelo próprio Sérgio Mallandro, filho do seu chefe superior Superintendente(Costinha), um sujeito de perfil bem desagradável, ainda mais por agir muito hiperativo.

Principalmente para lhe fazer companhia e a partir daí  tem se início sua jornada de confusões, que só aumentaram com a presença inconveniente  de seu sobrinho Faustinho(Caique Benigno).

A primeira vez que eu assisti a esse filme quando menino foi assistindo numa fita  VHS que meu pai havia locado e tenho que confessar que eu até achava engraçado, ainda que sem muito senso crítico, já que naturalmente criança não tem discernimento para isso.

Ao revisitar décadas depois sendo exibido no Youtube, pude perceber como a obra envelheceu mal justamente pelo roteiro se mostrar nonsense a nível pastelão, medíocre. Há momentos no texto  que mostram eles fazendo umas piadas de cunho erótico implícito que soa muito brega, ainda mais que eles queriam destinar ao público infanto-juvenil.

E como tudo foi feito as presas, você nota uma qualidade questionável da produção especialmente no som e na imagem.

Nas cenas que mostra Faustão em seu apartamento com seus dois cachorros com os nomes pitorescos de Inflação que é grande  e Salário Mínimo que é pequeno  onde você bem pode notar como a obra ficou datada já que ele estava cutucando o cenário econômico  do Brasil da Era Collor. 

Se Faustão como ator peca no filme, imagine Sergio Mallandro que o tempo todo  faz aquele maneirismo de humor físico característico nos programas infantis que apresentava com aquele jeito risível de vergonha alheia a nível infantiloide que além soar desagradável, fica irritante.

Fora que o elenco apesar de contar com participações de grandes estrelas globais como as atrizes: Luiza Tomé fazendo a namorada de Faustão, Claudia Alencar como a noiva de Mallandro, Paolla Bettega como uma comparsa do vilão Budum e Adriana Esteves numa participação especial.

Essas atrizes  talentosas e de belezas atraentes sofrem para representar o nível canastrão do texto desse filme.

Fora o desperdício que o filme faz do talento de feras  do calibre de Claudio Mamberti(1940-2001) que coitado sofre para fazer  uma representação  do  turista americano Tom Crú, cuja interpretação  beira ao caricato empostando a voz para fazer  o sotaque gringo que ele  tenta reproduzir. E a participação do  Costinha(1923-1995) então nem se fala,  é desperdiçado numa única cena em que faz o papel do pai do Mallandro.

Além disso, nem as participações de talentos da música brasileira  como: Sandra de Sá, Sidney Magal, Patrícia Marx, Silvinho Blau Blau   ou mesmo do saudoso Wando(1945-2012) fazendo suas performances cantando como se tivesse gravando para videoclipes conseguem segurar o interesse do público  pela obra.

Fora a participação do garoto Caique Benigno, fazendo o Faustinho, sobrinho do Faustão. Que se mostra um moleque serelepe  de um nível de chateação mais inconveniente que do Mallandro. Posteriormente esse menino se tornaria um dos protagonistas do programa infantil do SBT Disney Club(1997-2001) como o Macarrão/Macaco. Atualmente desenvolve o trabalho de DJ.

Vale também mencionar a participação de Chiquinho Brandão que representou na obra  o vilão Budum, um traficante de animais que passa o filme inteiro arrotando, chegando a nível patético.

Sobre esse ator um fato triste a comentar é que   na mesma data que a obra foi lançada Chiquinho Brandão  morreu num acidente automobilístico ocorrido na Lagoa Rodrigo de Freitas, quando estava retornando de mais um dia de gravação da minissérie da Rede Globo O Sorriso do Lagarto(Brasil, 1991), no dia 04 de Junho de 1991, o ator estava com 39 anos.

No momento em que a produção ainda se encontrava em andamento. Para compensar sua ausência do seu personagem o Chico Bagre, criaram outro Chico como seu primo que foi representado por Stepan Necessian. Ele ainda deixou um trabalho póstumo no filme argentino A Viagem(El Viaje, Argentina, 1992) obra do cineasta Fernando E. Solanas(1936-2020).

Uma verdadeira obra-prima do cinema trash brasileiro, que vale a pena  assistir pela curiosidade.

 

 

MUNDO PROIBIDO(1992)



Essa produção que mistura animação com live action dirigida pelo animador Ralph Bakshi figura na minha lista pelo fato do seu roteiro se mostrar caótico.

Ao contrário de Uma Cilada Para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit, EUA, 1988) que foi lançada anos antes que misturava desenhos com atores reais, mas que a história fazia lógica dentro daquele universo.

Com Mundo Proibido(Cool World, EUA, 1992)  não funciona, principalmente pela questão ilógica de que o criador do ambiente cartunesco viaja para a sua própria criação onde ele mesmo quebra as regras de se envolver emocionalmente e sexualmente com os desenhos.  E conhece um humano que já existia lá bem antes dele criar o seu universo?

Um filme bem pirado da cabeça com um roteiro um tanto cretino  de se compreender, ainda mais quando os desenhos entram no mundo real, ai é que a coisa vira um caos, cheias de piadas de apelos eróticos mostrando que não é um tipo de filme apropriado para criança.

 

 

 

 

 

SUPER MÁRIO BROS(1993)



No ano passado quando o  famoso símbolo da  marca de videogame  da Nintendo  Super Mário Bros  criado em 1985  pela dupla japonesa formada por Shigeru Miyamoto e Takashi Tezuka foi lançado nas telonas em animação produzida pela Illumination Entertainment com distribuição da Universal Pictures e foi o grande campeão de bilheterias de 2023 fica difícil imaginar  que 30 anos antes houve uma tentativa de fazer um filme  live action em cima do famoso encanador da Nintendo.

Em Super Mário Bros(EUA, 1993), filme que contou com a direção de dois diretores: Rocky Morton e Annabel Jankel e cuja função de adaptar o roteiro coube a três pessoas: Parker Bennett, Terry Runte e Ed Solomon.

Que provavelmente não deviam conhecer nada do jogo, nunca sequer experimentaram jogar.

Digo isso porque, por essa época o conceito de videogame  era bem diferente de hoje em dia onde o  jogador se envolve dentro de uma narrativa de storytelling com uns traços bem foto realista que criam uma imersão quase cinematográfica.

Algo que não se tinha nos videogames de antigamente, e provavelmente isso se tornou o maior problema para adaptar o roteiro de Super Mário nos cinemas.

O filme apresenta um enredo medíocre, que destoa do universo do jogo, onde mostra o vilão Koopa numa forma humana bizarra sendo representado pelo finado Dennis Hooper(1936-2010) e com as interpretações desperdiçadas de Bob Hoskins(1942-2014) como o protagonista Mário e John Leguizamo como o Luigi.

Tudo isso fez com que Super Mário Bros. figurasse na lista dos piores filmes de todos os tempos e por isso mesmo figura na minha lista dos filmes dos anos 1990 que envelheceram mal.

STREET FIGHTER-A ÚLITMA BATALHA(1994)



Outra tentativa mal sucedida de filme inspirado em videogame produzida nos anos 1990 foi com Street Fighter-A Última Batalha(Street Fighter, Japão, EUA, 1994), produção nipo-americana inspirada na famosa marca de videogame de luta da japonesa  Capcom, empresa concorrente da Nintendo.

Surgido em 1987, criado por Hiroshi Matsumoto, Takashi Nishiyama e Yoshiki Okamoto.

Quando eu lembro de  Street Fighter,  costumo me remeter  a versão do anime intitulado de Street Fighter II V  lançado em 1995 que o SBT costumava passar nas manhãs de sábado  que  foi minha primeira introdução a esse universo do jogo que cheguei a locar os cartuchos  para jogar algumas vezes  em meu  antigo aparelho de SuperNintendo.

Que tinha uma história até que envolvente e bem construída  sobre a jornada de Ryu e Ken até se depararem com Bison algo que não posso dizer o mesmo com relação a essa versão cinematográfica  horrível.

Nessa adaptação em live action que contou com a direção de Steven E. DeSouza que já era  um renomado diretor dos filmes de ação e é quem assina o roteiro.

Contou no seu  elenco com  a ilustre presença do belga Jean-Claude Van Dame, o ator que já era expert em artes marciais e na ocasião em que estrelou o filme já era mundialmente famoso pelos filmes de ação que estrelou  tornando  o nome mais rentável de Hollywood fazendo o Coronel Guile.

Também contou com  as participações da australiana Kyle Minogue, famosa mundialmente com  estrela da música pop teen que filme representa a Cammy  

 E de Raúl Júlia, o ator porto-riquenho naturalizado americano que havia feito o Gomez Adams nos dois filmes de A Família Adams(1991-1993) que nesse filme fez   seu trabalho póstumo representando o Bison.

Trata-se de um filme com uma história ruim, toda sem sentido, onde os personagens famosos do jogo são todos jogados do nada no enredo.

 Muito disso resultado do seu roteiro Frankestein que teve muitas alterações, fora que Van Dame nas gravações vivia dando dor de cabeça em querer mudar alguma cena.

Por causa disso, é que Street Fighter-A Batalha Final, figura na minha lista dos filmes dos anos 1990 que envelheceram mal.

 

 

POCAHONTAS(1995)



Essa obscura animação da Disney lançada na fase de ouro  da sua Era  Renascentista(1989-1999), que contou com a produção de James Pentencost.

Cuja direção é creditada a dois diretores: Mike Gabriel e Eric Goldenberg, e cujos roteiristas  são  creditados a Susanah Grant, Carl Binder e Phillip LaZebnik.

A razão para essa animação ter envelhecido mal é porque  o filme faz um retrato ficcional do encontro histórico da  indígena americana Pocahontas, cujo nome real era Matoaka(1594-1617)  com o inglês John Smith(1580-1631)  e os colonos em Jamestown que chegaram a partir da Virginia Company por volta do ano de 1607 em que o enredo é ambientado.

Foi o primeiro longa-metragem animado da Disney inspirado em um personagem real.

Esse retrato romantizado que o filme em animação produzido por uma gigante do entretenimento voltada ao público infantil como a Disney cria da relação de colonizador e colonizado, mostra uma representação muito racista da mentalidade de superioridade branca  sobre os povos indígenas sendo retratados como bárbaros ignorantes.

Chega a ser uma prestação de um desserviço fazer a gente ignorar  o ato cruel  que os colonizadores britânicos  usaram para exterminar a população indígenas dos EUA, a ponto de restar poucas tribos remanescentes.

Se na época isso já era antiquado, hoje em dia então que a população indígena banalizada da América ganhou empoderamento isso aqui seria inadmissível.

Justamente por esse motivo é que coloco Pocahontas na minha lista dos filmes dos anos 1990 que  envelheceram mal.

 

 

 

O PENTELHO(1996)




Eu lembro vagamente da única vez que assisti a este filme no cinema na sessão da antiga sala do Rio Verde, o remanescente cinema de bairro em Natal-RN vizinho ao antigo Rio Grande que viraram templos evangélicos. Como o filme era divertido, fazia muita gente rir e eu também ria junto.  

Principalmente pela interpretação do Jim Carrey, que na época  figurava como o astro mais lucrativo de Hollywood, depois de participar de produções de comédias como: O Máskara(The Mask, EUA, 1994), Debi & Loide-Dois Idiotas em Apuros(Dumb & Dumber, EUA, 1994), dois filmes de Ace Ventura: Ace Ventura-Um Detetive Diferente(Ace Ventura: Pet Detective, EUA, 1994) e Ace Ventura 2-Um Maluco na África(Ace Ventura: When Nature Calls, EUA, 1995) e fez o Charada em Batman Eternamente(Batman Forever, EUA, 1995).

Onde divertia bastante com seus típicos maneirismos de fazer humor físico com tipos serelepes fazendo muitas caras e bocas.

Pois bem, ao revisita-lo anos depois quando estava disponível na Netflix constatei com outros olhos como a história ela é um tanto sinistra.

Nesse filme que contou com a direção de outro  nome importante da comédia Ben Stiller, temos Carrey representando  o papel do Chip, um excêntrico instalador de tv a cabo que é contratado por Steven Kovacs(Mathew Broderick) para colocar  em seu  novo apartamento que ele comprou após enfrentar uma fracassada proposta de casamento de sua namorada Robin Harris(Leslie Mann) e ouvindo os conselhos duvidosos  de seu amigo Rick Lagados(Jack Black), mas de maneira ilegal, ou seja,  subornando  Chip  para instalar alguns canais de tv a cabo em um aparelho de antena parabólica.

E a partir disso que temos início a vida infernal de Steve ter de lidar com as perseguições de Chip que se mostra um verdadeiro stalker.

O que antes era visto como engraçado, hoje em dia se mostra um retrato preocupante de uma pessoa com sério  transtorno de  saúde mental  que tem aumentado muito os casos desse tipo de crime  nos últimos anos.

  Fora que também muito da estética cômica  do filme se mostra datado, ainda mais por girar em torno desse serviço de instalação de antena parabólica o que antes era visto como uma coisa modernamente comum nas antigas residências americanas. Isso já se tornou um tanto antiquado hoje em dia, com os serviços de streamings. Ainda mais que o título original que é The Cable Guy que numa tradução literal seria O Cara do Cabo já cria uma conotação bem datada. 

 

 

BATMAN & ROBIN(1997)




Essa versão trash do famoso morcego da DC Comics, criado nos anos 1930 pela dupla Bob Kane(1915-1998) e Bill Finger(1914-1974).

Trata-se de uma quarta  sequência de produções da Warner que começou em 1989 com o primeiro filme dirigido por Tim Burton, cujo sucesso levou a Batman-O Retorno(Batman Returns, EUA, 1992) e  Batman Eternamente(Batman Forever, EUA, 1995).

Sendo que este  não contou com a direção de Tim Burton, mas do finado Joel Schumacher(1939-2020), que se encarregou de dirigir essa bomba que foi Batman & Robin(EUA,1997).

Isso aconteceu, porque a direção executiva da Warner  teve lidar com o descontentamento da marca de fast-food McDonald´s com o tom dark  que Tim Burton imprimiu em Batman-O Retorno, já que eles eram os responsáveis pelo licenciamento dos brinquedos.

Isso resultou na saída de Tim Burton da franquia, e com sua saída também saiu o ator Michael Keaton que não se mostrou muito contente com essa decisão.

Isso ocasionou na Warner contratar Schumacher para dirigir Batman Eternamente.

Que ficou com a tarefa ingrata de tentar um filme mais Family Friendly para poder o filme voltar a atrair comercialmente com o licenciamento.

Sendo que essa não era a especialidade dele, Schumacher precisou se basear na estética camp do seriado dos anos 1960.

Tanto até que se a gente for bem reparar na collant verde com a interrogação  usada pelo Charada no filme bem remete ao uniforme usado na série onde o personagem foi representado por Frank Gorshin(1933-2005).

Resultou também deles contratarem Val Kilmer para substituir Michael Keaton para representar o Batman que famoso por ser um sujeito de personalidade difícil, acabou brigando com o diretor que resolveu  trocar para George Clooney que coitado ficou com a tarefa ingrata de assumir o papel nesse grande fiasco.

A única coisa nesse filme  que fazia remeter aos filmes dirigidos por Burton eram as presenças dos falecidos atores: Pat Hingle(1924-2009), que no filme representou pela última vez o papel do policial James Gordon ou popularmente conhecido como Comissário Gordon.

E do britânico Michael Gough(1916-2011), que no filme representou pela última vez o papel do mordomo Alfred Pennyworth.

Numa produção de qualidade medíocre, cheio de momentos vergonhas alheias como o Batcartão, ou mesmo os closes anatômicos nas bundas da batfamilia com aquela conotação erótica recalcada, mostrando o nível cretino do roteiro.

 Fora o texto cheio de piada infantil, faz o filme ficar brega.

Um das ideias mais equivocadas foi alterar o parentesco da Batgirl que nos quadrinhos era Barbara Gordon, filha do Comissário Gordon, aqui virou Barbara Wilson, sobrinha do Mordomo Alfred.

Ideia de gerico.

Um fato triste é que o dublê Jeep Swenson que participou do filme como Bane havia falecido de ataque cardíaco aos 40 anos no dia 18 Agosto de 1997, um mês depois do lançamento do filme.

 

 

 

 

 

 

A EXPERIÊNCIA 2-A MUTAÇÃO(1998)




O segundo filme da franquia de terror de ficção cientifica, ou seja, uma continuação de A Experiência(Spices, EUA, 1995).

Esse segundo que contou com a direção de Peter Medak, que se encarregou de dirigir esse filme no lugar de Roger Donaldson que comandou o primeiro.

Ele também contou com a colaboração do design suíço Hans Ruedi Giger ou como costumava assinar abreviadamente de  H.R.Giger(1940-2014) que foi a mente criativa  responsável por conceber a arte da famosa criatura  horrenda Alien em praticamente todos os filmes da franquia e assim como no primeiro concebeu a arte grotesca das criaturas.  

Os únicos atores do primeiro filme que compõe o elenco dessa sequência são: Natasha Henstridge que nesse  repete o papel de uma alienígena, mas com o nome de Eve, uma clone da Sill sua personagem do primeiro  desenvolvida pela Dra. Baker.

Marg Helgenberger repete nesse filme  o papel da Dra. Laura Baker e Michael Madsen repete o papel de Press Lenox que vai ajudar a Dra. Baker na caçada ao parasita que infestou o trio de astronautas ao retornarem de sua expedição a  Marte.

Desse trio o destaque vai para Patrick Ross(Justin Lazard), que é o único dos infectados onde o hospedeiro alienígena conseguir vingar.

No que o hospedeiro consegui manifestar ele vai começar de ir atrás de diferentes mulheres para se procriar até chegar a Eve.

Uma das coisas que posso destacar que envelheceu mal nesse filme é a cena onde mostra Patrick tendo a  cabeça reconstruída de forma digital, um efeito um tanto capenga para a época deixando evidente como  isso ficou datado, a ponto de olhando hoje em dia acaba deixando o filme brega, isso juntando aos efeitos práticos.

Fora que também a maneira como o Patrick nesse filme  retrata aquela figura ideal de homem másculo viril se tornou bem antiquado, principalmente se a gente tirar que ele independente de ter o hospedeiro no corpo cometia crimes sexuais para poder se procriar e a última com quem ele tenta fazer isso sem seu consentimento a faz quase estupr@ndo.

Por essas e outras é que A Experiência 2-A Mutação figura na minha lista dos filmes do anos 1990 que envelheceram mal.

 

BELEZA AMERICANA(1999)



Esse marcante filme dramático que ganhou 5 estatuetas na edição do Oscar de 2000, na categoria de melhor filme, melhor diretor para Sam Mendes, melhor ator  para Kevin Spacey, melhor roteiro original e melhor fotografia.

Ele é tão importante que já chegou a figurar na lista feita posteriormente  dos melhores filmes lançados em 1999.

Mas, com essas virtudes todas, qual a razão para eu colocar na minha lista dos filmes que envelheceram mal?

A principal razão está no protagonista no fato do protagonista Lester Burnham vivido por Kevin Spacey vivendo naquela crise da meia idade, se sentindo desprestigiado como chefe patriarca e no seu trabalho.

Até o momento em que ele  ao se deparar com a melhor amiga da sua filha, começa a sentir uma forte atração sexual por ela, uma jovem colegial chamada Angela Hayes(Mena Suvari) sonhando com ela estando peladona entre um mar de rosas ou mesmo numa banheira cheia de rosas, mas que não chega as vias de fatos.

As rosas que estão bem conectadas ao titulo original que é American Beauty, que é o nome de um tipo especifico de flor.

Kevin Spacey anos depois, foi preso após ser denunciado por assédio sexual de menor, e isso comprometeu muito sua carreira.

Vendo esse filme com ele representado um cara de meia idade, vivendo obcecado pela amiga da sua filha exigir que você tenha uma cabeça bem voyeurista.