Na semana passada fui prestigiar
dois lançamentos de livros curiosos de autores aqui do Rio Grande do Norte. O
primeiro que fui prestigiar foi Tecedores
de Sonhos ao Luar de autoria de três historiadores João Maria Fraga, Maria
da Conceição Fraga e Fábio Pereira Feitosa ocorrido na noite de quarta-feira,
08 de Novembro no Clube de Rádio Amador que já comecei a leitura e cheguei a
página 96. O trio de autores nos
apresenta um importante registro histórico da Ascenção e queda da economia
salineira do município de Macau/RN entre os anos 1950/60. Município que é o
berço de nascimento dos três autores. Vale muito a pena conhecer este fato
importante da história econômica e sociocultural do nosso
estado. Com um riquíssimo conteúdo
apresentando menções de fontes, fotos e trechos dos entrevistados pelos autores
ao longo de três anos de pesquisa, apresentando um texto numa linguagem bem acessível,
mesmo sendo um livro de cunho acadêmico, ele ainda assim apresenta uma
envolvente narrativa para qualquer leitor, em tom coloquial sem uso de muito
jargões acadêmicos que poderiam tornarem difícil a compreensão da leitura.
Outro lançamento que
prestigiei no dia seguinte, na noite de quinta-feira, 09 de Novembro na AABB(Associação
Atlética Banco do Brasil). Foi do livro Memórias
Póstumas do Estádio Assassinado do jornalista Rubens Lemos Filho. Ele por
ser amante do futebol, traça uma documentação muito vasta e em tom até de
saudosismo sobre as partidas que marcaram o antigo estádio do Machadão desde
sua inauguração em 1972. Estádio que foi demolido para gerar o Arena das Dunas
durante a Copa do Mundo, no qual inclusive eu moro próximo do estádio e sempre
que tem jogo a barulheira aqui é grande. Com um texto sensacional, escrito numa
narrativa muito envolvente, principalmente na parte onde descreve detalhadamente
as marcantes partidas ocorridas no estádio desde sua inauguração quando era
chamado primeiramente de Castelão até ser demolido para se adequar aos jogos da
Copa do Mundo de 2014 e virar Arena das Dunas. Os fanáticos por futebol vão com
certeza gostar e se deliciar bastante com o livro, especialmente pela familiaridade dele
descrever como ocorreu cada importante com os grandes times daqui do estado
como o América e o ABC colocando no texto os típicos jargões futebolísticos que
quem acompanha as partidas seja no rádio ou na televisão deve ouvir bastante
das bocas dos grandes locutores como Galvão Bueno, Silvio Luiz, se não desses
mas dos comentaristas ou nas matérias dos jornalistas esportivos. Mesmo quem
não curte futebol, como eu, vai com certeza se impressionar com a qualidade do
teor deste livro, que traz fotos incríveis, sensacionais das partidas que
marcaram a história do antigo Machadão. Ele vai além de tratar só do aspecto futebolístico, também apresenta em paralelo, os marcantes
acontecimentos no cenário sócio-político e também cultural do Rio Grande do
Norte passava nos anos de cada partida bem relatada e descritas
cronologicamente por cada ano a cada capitulo ao longo das 469 páginas contidas
no livro. É curioso observar as menções dos grandes nomes da política
norte-rio-grandense que também tem enormes vínculos nessa área futebolística no
Estado, especialmente quando estes no caso assumem cargos de alto escalão nas diligencias
esportivas dos grandes clubes. A parte da política ela já é tratada desde no capitulo
introdutório descrito por Moacyr Gomes da Costa, o arquiteto responsável pela
construção do estádio que ele denomina como o seu “Poema de Concreto”. Descrevendo passo a passo de como iniciou a
sua etapa de como surgiu a sua ideia para a criação do estádio, depois vai
descrevendo todas as barreiras que enfrentou no entra e sai de governantes nos
momentos mais conturbados do cenário político brasileiro vivia dos governos
populistas da década de 1950, passando pelo Golpe Militar de 1964 e nesses
primeiros anos de repressão e chumbo grosso após AI-5 em 1968 até finalmente inaugurarem sua obra-prima, ou
melhor dizendo, o seu “Poema de Concreto” em 1972. Depois dessa introdução é
que temos então o desenvolvimento da saga do estádio e suas memoráveis partidas
descritas com um cuidadoso e primoroso trabalho de pesquisa que o Rubens Lemos Filho fez para
o projeto do livro. Fora a parte do futebol, o livro também descreve em
paralelo os momentos, as situações curiosas a respeito do cenário sócio-político
que o Estado passava por exemplo, na primeira década de vida do estádio foi um
período que vivíamos o auge do Regime Militar, que perduraria ainda por um bom
tempo até 1985. Nesta época quem governava o Rio Grande do Norte era Cortez
Pereira(1924-2004) que era o primeiro a governar o Rio Grande do Norte por indicação do Regime Militar então
governado pelo General Emilio Garrastazu Medici(1905-1985). E assim foi com o
seu sucessor Lavoisier Maia até ir chegando ao processo da redemocratização no
primeiro mandato de José Agripino entre os anos de 1983-1986.
Fora isso, o livro também apresenta situações curiosas de como era o
cotidiano do povo norte-rio-grandense na época destas partidas, entre outras
curiosidades interessantes apresentadas no livro.
Um fato curioso que pude
observar é que estes livros tem em comum o fato de pertencerem ao mesmo selo,
que é da 8 Editora. Posso descrever que cada uma dessas leituras são
sensacionais, super indico.
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