segunda-feira, 13 de novembro de 2017

LIVROS TECEDORES DE SONHOS AO LUAR E MEMÓRIAS PÓSTUMAS DO ESTÁDIO ASSASSINADO



Na semana passada fui prestigiar dois lançamentos de livros curiosos de autores aqui do Rio Grande do Norte. O primeiro que fui prestigiar foi Tecedores de Sonhos ao Luar de autoria de três historiadores João Maria Fraga, Maria da Conceição Fraga e Fábio Pereira Feitosa ocorrido na noite de quarta-feira, 08 de Novembro no Clube de Rádio Amador que já comecei a leitura e cheguei a página 96.  O trio de autores nos apresenta um importante registro histórico da Ascenção e queda da economia salineira do município de Macau/RN entre os anos 1950/60. Município que é o berço de nascimento dos três autores. Vale muito a pena conhecer este fato importante da história econômica e sociocultural do nosso estado.  Com um riquíssimo conteúdo apresentando menções de fontes, fotos e trechos dos entrevistados pelos autores ao longo de três anos de pesquisa, apresentando um texto numa linguagem bem acessível, mesmo sendo um livro de cunho acadêmico, ele ainda assim apresenta uma envolvente narrativa para qualquer leitor, em tom coloquial sem uso de muito jargões acadêmicos que poderiam tornarem difícil a compreensão da leitura.  









Outro lançamento que prestigiei no dia seguinte, na noite de quinta-feira, 09 de Novembro na AABB(Associação Atlética Banco do Brasil). Foi do livro Memórias Póstumas do Estádio Assassinado do jornalista Rubens Lemos Filho. Ele por ser amante do futebol, traça uma documentação muito vasta e em tom até de saudosismo sobre as partidas que marcaram o antigo estádio do Machadão desde sua inauguração em 1972. Estádio que foi demolido para gerar o Arena das Dunas durante a Copa do Mundo, no qual inclusive eu moro próximo do estádio e sempre que tem jogo a barulheira aqui é grande. Com um texto sensacional, escrito numa narrativa muito envolvente, principalmente na parte onde descreve detalhadamente as marcantes partidas ocorridas no estádio desde sua inauguração quando era chamado primeiramente de Castelão até ser demolido para se adequar aos jogos da Copa do Mundo de 2014 e virar Arena das Dunas. Os fanáticos por futebol vão com certeza gostar e se deliciar bastante com o  livro, especialmente pela familiaridade dele descrever como ocorreu cada importante com os grandes times daqui do estado como o América e o ABC colocando no texto os típicos jargões futebolísticos que quem acompanha as partidas seja no rádio ou na televisão deve ouvir bastante das bocas dos grandes locutores como Galvão Bueno, Silvio Luiz, se não desses mas dos comentaristas ou nas matérias dos jornalistas esportivos. Mesmo quem não curte futebol, como eu, vai com certeza se impressionar com a qualidade do teor deste livro, que traz fotos incríveis, sensacionais das partidas que marcaram a história do antigo Machadão. Ele vai além de tratar só do aspecto futebolístico,  também apresenta em paralelo, os marcantes acontecimentos no cenário sócio-político e também cultural do Rio Grande do Norte passava nos anos de cada partida bem relatada e descritas cronologicamente por cada ano a cada capitulo ao longo das 469 páginas contidas no livro. É curioso observar as menções dos grandes nomes da política norte-rio-grandense que também tem enormes vínculos nessa área futebolística no Estado, especialmente quando estes no caso assumem cargos de alto escalão nas diligencias esportivas dos grandes clubes. A parte da política ela já é tratada desde no capitulo introdutório descrito por Moacyr Gomes da Costa, o arquiteto responsável pela construção do estádio que ele denomina como o seu “Poema de Concreto”.  Descrevendo passo a passo de como iniciou a sua etapa de como surgiu a sua ideia para a criação do estádio, depois vai descrevendo todas as barreiras que enfrentou no entra e sai de governantes nos momentos mais conturbados do cenário político brasileiro vivia dos governos populistas da década de 1950, passando pelo Golpe Militar de 1964 e nesses primeiros anos de repressão e chumbo grosso após AI-5 em 1968  até finalmente inaugurarem sua obra-prima, ou melhor dizendo, o seu “Poema de Concreto” em 1972. Depois dessa introdução é que temos então o desenvolvimento da saga do estádio e suas memoráveis partidas descritas com um cuidadoso e primoroso trabalho  de pesquisa que o Rubens Lemos Filho fez para o projeto do livro. Fora a parte do futebol, o livro também descreve em paralelo os momentos, as situações curiosas a respeito do cenário sócio-político que o Estado passava por exemplo, na primeira década de vida do estádio foi um período que vivíamos o auge do Regime Militar, que perduraria ainda por um bom tempo até 1985. Nesta época quem governava o Rio Grande do Norte era Cortez Pereira(1924-2004) que era o primeiro a governar o Rio Grande do Norte  por indicação do Regime Militar então governado pelo General Emilio Garrastazu Medici(1905-1985). E assim foi com o seu sucessor Lavoisier Maia até ir chegando ao processo da redemocratização no primeiro mandato de José Agripino entre os anos de  1983-1986.  Fora isso, o livro também apresenta situações curiosas de como era o cotidiano do povo norte-rio-grandense na época destas partidas, entre outras curiosidades interessantes apresentadas no livro. 


    









Um fato curioso que pude observar é que estes livros tem em comum o fato de pertencerem ao mesmo selo, que é da 8 Editora. Posso descrever que cada uma dessas leituras são sensacionais, super indico.

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