Neste
ano de 2018, a Rússia estará no centro das atenções mundiais, já que vai sediar
o importante evento esportivo que é a Copa do Mundo em Junho. Aproveitando este momento e listo aqui seis
livros que contam curiosidades interessantes sobre este enigmático e fascinante
pais que tem a peculiaridade de ser um dos maiores em extensão territorial a
ponto de viver divididos em continentes, ou seja, tanto na Europa quanto na
Ásia. Onde tem como vizinhos os países
europeus quanto os asiáticos. Confiram:
LIVROS:
OS RUSSOS
AUTOR:
ANGELO SEGRILLO
EDITORA:
CONTEXTO
DESCRIÇÃO:
Escrito
pelo brasileiro Angelo Segrillo pela editora Contexto. Neste livro conta as diferentes curiosidades
que envolvem a Rússia, em diferentes camadas. Do contexto sociocultural, sociopolítico,
geográfico, territorial, musical, da politica russa, dos costumes, inclusive
ele compartilha uma curiosa experiência de quando namorou uma russa no tempo em
que residiu lá dentre muitos outros
fatos curiosos que ele descreve sobre este país, numa narrativa envolvente
aliado a boa qualidade textual bem acessível num tom coloquial sem muito
rebuscamento de palavra tornando a leitura bastante palatável ao leitor, mesmo sendo um livro mas de cunho
acadêmico.
LIVRO:LÁGRIMAS
NA CHUVA-UMA AVENTURA NA URSS
AUTOR:
SERGIO FARACO
DESCRIÇÃO:
Outro
autor brasileiro da lista que escreve sobre a Rússia é Sergio Faraco. Neste
livro cujo titulo remete a uma frase do personagem Roy Batty da cultuada
obra-prima cinematográfica da ficção cientifica Blade Runner-O Caçador de Androides(1982): “Eu vi coisas que vocês
não imaginariam. Naves de ataque em chamas ao largo de Órion. Eu vi raios-c
brilharem na escuridão próximos ao Portão de Tannhäuser. Todos esses momentos
se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.” Faraco neste
livro apresenta um impressionante relato das suas memórias durante o período de
um ano que passou na URSS, quando estava filiado ao Partido Comunista do Brasil
onde foi fazer um intercambio entre os anos 1963-1964. No livro ele comenta
situações curiosas que vivenciou ao longo do tempo que ficou por lá,
especialmente quando foi fazer umas viagens para a Armênia. Do relacionamento que teve por Nina que
conheceu por lá. Dentre outros fatos bem peculiares, como quando foi prestigiar
no famoso Teatro Bolshoi uma apresentação teatral encenada pela bela atriz
Marlene Dietrich(1901-1992), a grande musa do cinema alemão na década de 1930. Assim
como também descreve características interessantes e ao mesmo tempo sobre os
costumes que o povo russo tinha nesta época em que estava sendo regido o regime
comunista. Tudo isso contido no livro é apresentado numa estrutura narrativa mais jornalística-histórico-documental com uma carga dramática muito densa, que pode ser bem sentido pelo tom as vezes
frio que o texto transmite, quando ele relata algumas tensas que vivenciou por
lá, outras vezes não. Termina ocorrendo umas risadas involuntárias quando a
gente se depara com cenas bizarras que ele testemunhou o cenário politico da
URSS no começo dos anos 1960.
LIVRO:OS
ÚLTIMOS DIAS DOS ROMANOV
AUTOR:
HELEN RAPPAPORT
DESCRIÇÃO:
Escrito
pela britânica Helen Rappaport, o livro traz um relato extremamente denso com
uma enorme carga dramática ao reconstituir a pesada atmosfera de como ocorreu o fatídico fim dos Romanov, a
ultima família imperial da Rússia em 1918. Neste ano do centenário do
fuzilamento dos Romanov a leitura deste livro é indispensável. Em uma narrativa
documental, a autora descreve de forma
bastante minuciosa como ocorreu o assassinato de todos os membros da
família pelos agentes da Tcheca, a primeira e temida agencia de espionagem soviética Pré-KGB. Especialmente dos momentos agonizantes da
família a mercê da frieza e da sordidez dos psicopatas do mais alto escalão do
novo governo comunista na fatídica madrugada de 17 de Julho de 1918. Além de descrever de forma bem profunda todos
os detalhes íntimos da vida rotineira dos Romanov vivendo no exilio em
Ecaterimburgo residindo no Porão da Casa Ipatiev logo após serem destroçados do
poder pela Revolução Bolchevique em Outubro de 1917. Naqueles longos dias
agonizantes, incomunicáveis e com muitas restrições. Ela também traça o perfil
peculiar de cada um dos membros da
família, do patriarca Nicolau II, da matriarca Alexandra, das irmãs Olga,
Maria, Tatiana e Anastásia e do pequeno príncipe Alexei. Do relacionamento com
o curandeiro Rasputin dentre outros detalhes que descrevem os podres das
articulações vis, ordinárias e biltres do cenário politico imperial e da
nascente nação comunista. Com uma atmosfera dramática super barra pesada, ele
também cria um importante esclarecimento sobre a lenda que surgiu de que a
Princesa Anastásia teria sobrevivido, muito por causa das ocultações que por
anos a morte deles ficaram desconhecidas perante o público. Um bom livro para
se conhecer o outro lado da moeda.
LIVRO:
O OURO DE MOSCOU
AUTOR:
ISIDORO GILBERT
DESCRIÇÃO:
O
jornalista argentino Isidoro Gilbert apresenta neste livro jornalístico-reportagem
impressionantes depoimentos de muitas pessoas importantes na Argentina. Especialmente
gente do alto escalão do Governo Argentino, explicando de forma minuciosa como
ocorria o relacionamento do partido
comunista argentino com o partido comunista russo. Além contar com os
depoimentos de empresários e jornalistas agentes secretos dentre outros. Mostrando os diferentes documentos, numa
investigação muito minuciosa e bem meticulosa em apresentar este lado oculto da
história do PC argentino com o PC russo. Cada um mais impressionante que o
outro. Apesar de ser sobre a Argentina, mas a Rússia estava envolvida no meio.
LIVRO:CRIME
E CASTIGO
AUTOR:
FIODOR DOSTOIÉVSKI
DESCRIÇÃO:
Este
famoso romance do século 19 de autoria de um dos maiores escritores russos
daquele período dourado do movimento literário do romantismo Fidor Dostoiévski(1821-1881). Publicado em
1866, o mote deste romance os dilemas de Raskólnikov, um jovem estudante de Direito, cuja origem é
muito pobre e vive angustiado por fazer algo importante, é a partir que começa
a sua vida criminosa. Um clássico romance com uma abordagem muito densa, que
trata de uma abordagem bem filosófica sobre o existencialismo, além de bem
apresentar ao leitor como era a descrição do
cenário Rússia Imperial do século 19,
tanto no aspecto cultural, como os costumes por exemplo, o aspecto
socioeconômico e também na parte criminal. Apresenta um tom mais de realismo do
que propriamente de escapismo.
LIVRO:A
MORTE DE STÁLIN
AUTOR:
FABIEN NURY E THIERRY ROBIN
DESCRIÇÃO:
Nesta impressionante HQ de autoria da dupla
francesa Fabien Nury, responsável pelo roteiro e Thierry Robin encarregado dos desenhos, vencedora do prêmio Château de Cheverny de melhor HQ no Festival
Encontro com a História, em Blois(França). O mote apresentado nesta revista é
bastante densa e muito barra pesada. Ele faz uma brilhante reconstituição partindo da
data da morte da Josef Stálin em 28 de Fevereiro de 1953, onde mostra horas
antes como o povo russo vivia o pavor de não contrariar o grande dirigente. Começa durante
uma apresentação de concerto ao vivo num canal de TV, onde de lá, o grande chefe liga pedindo para gravar o disco
daquela apresentação em vinil. E vai ser
um verdadeiro Deus nos acuda. Repentinamente ocorre a misteriosa morte dele.
Dai então é que a trama vai fluindo em mostrar os bastidores do momento tenso
em que a União Soviética passava depois da morte de seu grande, endeusado e temido líder Stálin mostrando os bastidores das
articulações dos chefões do alto escalão do governo comunista da época como Malenkov(1902-1988), Béria(1899-1953),
Bulganin(1895-1975), Mikoyan(1905-1970), Kaganovitch(1893-1991) e Kruschev(1894-1971)
onde cada um agindo de forma vil, ordinária, biltre, maquiavélica dentre outros
adjetivos negativos que possam bem descrever a forma como eles são apresentados
no quadrinho tentando definir qual será o futuro líder do pais agora que Stalin
morreu e o que será da União Soviética depois disso. Fabien Nury elaborou o escopo do enredo deste quadrinho perfeito.
Especialmente como ele conduziu detalhadamente o cenário da União Soviética
naquele período de 1953 e da construção de cada personagem em seu arco,
mostrando a importância de cada um como o filho beberrão de Stalin. Que é bem
casado com o traço do desenho de Thierry
Robin, cujo acabamento das técnicas de sombras,
e de como ele reproduz fielmente
em detalhes as características do pais em 1953, especialmente das pessoas reais,
somado as paletas de cores escuras que criam toda uma atmosfera pesada do quadrinho,
para dessa forma retratar ao leitor como estava a União Soviética naquele
período. Ainda que mesmo inspirado em um fato real da história russa, os autores
advertem que esta obra é puramente ficcional, com elementos bem novelizados com muitos toques de liberdades
criativas e poéticas, baseados nas documentações fragmentárias, parciais e
contraditórias como é advertido no texto de agradecimento dos autores. De todo
jeito, pode-se descrever que não precisa que a pessoa use de muita imaginação para
sentir o tamanho da atitude perversa, maniqueísta, banal, sórdida, ordinária, canalha e monstruosa do que Stálin e sua corja do
alto escalão do governo russo eram capazes de fazer, muitas vezes com suas
ideias loucas, megalomaníacas e bastante mirabolantes.
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