segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

CONHEÇA O PAPAI NOEL QUE FOI DA CAPA DA PLAYBOY


Na Terça-Feira da  semana passada, faleceu no dia 18 de dezembro, aos 91 anos,  Antônio Santinato. Um senhor de vida comum, trabalhava como mecânico em Jundiai/SP. Mas que em toda época natalina adorava alegrar a vidas da criançada vestido como o famoso bom velhinho Papai Noel. Foi nesta função de Papai Noel que ele se tornou estrela de muitos comerciais natalinos, mas o que ele ficar famoso mesmo foi ter estrelado a capa de uma das maiores revistas masculinas em circulação do pais, a Playboy.  






Esta revista  que sempre se caracterizou por estampar em sua capa mulheres peladas  desde  as mais lindas ou mesmo não tão lindas beldades brasileiras, das atrizes da Globo, passando pelas  tops models  internacionais, cantoras, ou até mesmo celebridades instantâneas como as de  reality show dentre outras. Resolveu aproveitar  o clima natalino para  presentear os seus leitores e assinantes  na edição do mês de Dezembro de 2000,  tendo como  grande estrela na capa, não uma estrela qualquer, mas sim uma verdadeira deusa como  Carla Perez, ex-dançarina da banda de pagode baiana  É o Tchan, uma das grandes beldades dos anos 1990.  Era a terceira e também última  vez que ela estrelava a capa da revista para fazer o ensaio sensual completamente pelada, a primeira vez  fora em 1996 na época em que ela já se destacava na banda que era uma grande explosão nacional e a segunda vez  fora em 1998, ano que marcava um  importante transição na sua vida de estrela,  ela deixava o E O Tchan  para seguir carreira como apresentadora de TV e foi justamente nesta nova fase da vida dela que veio o convite para posar mais uma vez para a maior revista masculina. Além de tê-la como principal estrela para o ensaio na capa da revista daquela edição, a capa temática ao natal também a traria acompanhada com a celebre figura querida por todo mundo que é o Papai Noel todo atrevido  de costas para ela segurando os seus braços enquanto tapava os seios   que foi vivido justamente por Antônio Santinato que acredito eu tenha passado por uma seleção dentre outros candidatos,  da direção da revista  para ser o escolhido para estampar a capa com Carla Perez. Muitos que estão lendo este texto  podem até estarem perguntado, o porque de eu estar dando importância   a história deste cara que não era só um figurante na capa, não tinha tanto   destaque como era Carla Perez, que após participar  deste ensaio  teria passado batido, como outro qualquer da revista. Acontece que a participação desse senhor como Papai Noel na capa da Playboy naquele Natal de 2000, foi  sem querer marcado por ter chamado atenção pelo  grande alvoroço  do  episódio muito polêmico na história da revista aqui no Brasil,  esta situação embaraçosa   aconteceu quando o então Juiz da Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro Siro Darlan, pediu ao Ministério Público para censurar a revista que era para ser vendida numa embalagem escura e lacrada. Esta medida segundo o próprio era para impedir que as crianças e adolescentes se interessassem em comprar. Já que na visão dele,  a imagem do Papai Noel, o bom velhinho simboliza a figura lúdica e dócil das crianças.  E como não se não bastasse só este grande alvoroço causado pelo Juiz Siro Darlan  fazendo tempestade em copo d´água por causa da capa natalina da revista. Também na época ocorreu o episódio de alunos de um curso de formação do Rio de Janeiro  em Papai Noel, indignados com a revista deturpar a figura do bom velhinho, como forma de protesto resolveram colocar as tarjas pretas nos gorros, para simbolizar a revolta. Esta peculiar e indigesto  episódio  também despertou na época o interesse dos muitos programas de televisão, especialmente os da linha de fofocas sobre o mundo vip. Inclusive eu que já era adolescente, me lembro vagamente, eu devia ter o quê  quinze anos na época de ter visto este senhor caracterizado de Papai Noel num programa de celebridades que não lembro direito qual, nem em que canal foi ao ar onde ele estava dando um esclarecimento ao mau entendido que a sua participação na capa da revista gerou na época. Uma tentativa de censura que nem por isso foi capaz de proibir a circulação da revista no anos seguintes até chegar ao seu recente trágico desfecho. 


















Nesse ano de 2018 marcado pelo fim melancólico da revista no Brasil.  Criada em 1953 pelo americano Hugh Heffner(1926-2017), como símbolo de tudo ligado ao fetiche masculino e que chegou ao Brasil somente em 1975 pela Editora Abril, com nome de A Revista do Homem para driblar a censura imposta pela Ditadura Militar. A mesma que conseguiu superar os entraves de um governo totalitário,  nos últimos anos não conseguiu superar  os problemas da sua má gestão, a revista foi perdendo a força completamente até que em 2015, quando completou 40 anos no Brasil foi tirada do catálogo da Abril e passou a ser publicado em outro selo editorial, que de forma picareta deu um fim a circulação da revista no Brasil após 42 anos.  Uma pena de verdade.

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