Se para sobreviver a um
desastre aéreo é preciso de muito milagre. Imagine se o local do acidente fosse
numa montanha fria como nos Andes. Por
longos dias. É dessa forma que é descrito no livro Milagre nos Andes(Editora
Objetiva, 2006) que conta a história verídica do acidente aéreo dos Andes chilenos
com a seleção uruguaia de Rugby do Old Christians ocorrido em 1972 no Voo da Força Aérea Uruguaia
571 quando iam em direção ao Chile para uma disputa de torneio.
Escrita e
narrada na primeira pessoa por um dos sobreviventes, também autor do livro
Nando Parrado e com co-autoria de Vince Rause. Contando detalhadamente como foi
sua rotina encarando o frio e a fome ao
longo de 72 dias e enfrentando outros
problemas como os conflitos de ideias para sobrevivência com outros colegas no acidente a ponto de começarem
a perder a insanidade e agirem de forma barbara, selvagem e animalesca. Com tom
textual bastante denso, pesado, mas sem querer explorar o sensacionalismo vítimista.
Ele também procura ser bastante otimista
sem parecer muito piegas, principalmente com relação a ideia de como lidou com
isso após o resgate. E como foram perder alguns companheiros de viagem pelo
frio a ponto de decidirem comer a carne deles para sobreviver. Trata - se de um
bom exemplo de livro sobre uma grande tragédia descrito diretamente por quem foi testemunha
ocular daquele fatídico acontecimento e conseguiu sobreviver para contar a
história do que ficou conhecido como o Milagre dos Andes.
Apesar dele não
gostar muito disso. Inclusive ele dedica um capítulo à explicar suas sensações
após ser resgatado, quando foi tratado como uma celebridade a ponto de não
conseguir sequer teve a sua privacidade respeitada. Este fatídico episódio aéreo que na posteridade ganhou duas representações
no cinema, primeiro com Os Sobrevivente dos Andes(Supervivientes
de los Andes,Méx,1976) e Vivos (Alive, EUA, 1993) sendo este baseado
num livro do romancista inglês Piers Paul Read. Além de conter um bom texto, o livro contém ilustrações com fotos do avião e
do Nando Parrado jogando Rugby. O que enriquece e muito o livro que relata um das
tragédias áreas da humanidade pela ótica diretamente do sobrevivente narrando
para o leitor como se estivesse papo com ele numa cafeteria.
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