terça-feira, 2 de março de 2021

MAMONAS ASSASSINAS: 25 ANOS DE SAUDADES

 

25 ANOS SEM O EXCÊNTRICO  CONJUNTO MUSICAL DO DEBOCHE.  

 

Se os cinco  integrantes do conjunto musical  Mamonas Assassinas estivessem vivos em 2020, com certeza teriam comemorado  os 25 anos do lançamento do único álbum em CD  que eles lançaram que foi um sucesso e os tornaram fenômenos no Brasil inteiro.




Um sucesso que até chegar aquele patamar não foi  tarefa das mais fáceis para conseguir, e inesperadamente uma fatídica tragédia interrompeu o sucesso precoce da banda no fatídico acidente aéreo ocorrido em  02 de Março de 1996.

É difícil imaginar que antes deles irem ao segmento cômico do deboche, do pastiche, do espalhafatoso, do extravagante, do escracho   e do circense com suas letras de teor puramente sacanas, cheias de duplo sentido e com cunho satírico. Os cinco quando se formaram entre o final dos anos 1980 e começos dos anos 1990 em Guarulhos/SP, terra natal deles,  primeiro quando o baterista Sérgio Reoli foi apresentado a Bento Hinoto por intermédio do seu irmão Mauricio quando eles trabalhavam juntos na empresa Olivetti, que ao ver ele tocando bateria falou de seu irmão que tocava guitarra e ele interessado o convida para tocar,  assim  teve início a trajetória da  banda que começou como trio onde Sergio chamou seu irmão Samuel para tocar baixo. Foi durante um show que eles conheceram Dinho  que estava na plateia e lá  se ofereceu para  ser o vocalista e para completar foi por meio de Dinho que Júlio seu amigo  foi   incluído como tecladista. A banda nessa primeira formação seguiu com um  segmento musical  completamente diferente e  com outro nome. Era o Utopia.




Uma banda séria que nada lembrava o jeito exagerado dos Mamonas que eles se tornaram,  cuja estética musical que eles adotaram como Utopia era por meio do rock progressivo com doses de heavy metal, e punk. Influenciados pelo estilo consagrado do rock brasileiro dos anos 1980  da Legião Urbana, por exemplo,  onde as letras que  compunham carregavam um tom panfletário, de protesto, com cunho de crítica social  assim como era a Legião, com umas doses de new wave. Chegaram a lançar um álbum em   LP mas que não conseguiu vender a porcentagem do número de cópias que foram lançadas. 





Naquele contexto da primeira metade da década de 1990, onde o que reinava no cenário comercial da indústria fonográfica brasileira dando rios de dinheiro, e figurando como as minas de ouros dos produtores, das gravadoras, das emissoras de rádios em que tocavam com muito jabá,  e nas constantes apresentações  populares programas de auditório da TV e enchiam as suas agendas de shows  eram as músicas de artistas dos segmentos mais popularescos como o sertanejo, o pagode romântico e o ritmo baiano da axé music que importou para o Brasil inteiro o modelo das micaretas.

E com isso, os cantores do segmento rock brasileiro que reinavam nos anos 1980, com suas músicas de alto  teor  intelectualizado, com tons de  protesto, de crítica social   já tinham perdido espaço naquele cenário comercial que se encontrava a música brasileira, pois já não despertavam mais interesse de lucro  do mercado musical, que depositava todas as suas fichas nos artistas mais popularescos.




Foi a partir daí que os cinco rapazes formados por Alecsander Alves que assinava artisticamente  como Dinho(1971-1996) apelido que já vinha de sua infância, Júlio Cesar Barbosa que assinaria como Júlio Rasec(1968-1996), Alberto “Bento” Hinoto(1970-1996),  e os irmãos Sérgio(1969-1996) e Samuel Reis de Oliveira(1973-1996) que passaram a assinarem como Sérgio e Samuel  Reoli junção dos seus dois  sobrenomes, acordaram para a realidade e   tiveram a brilhante ideia  de mudar completamente o segmento musical seguindo a sugestão do seu produtor Rick Bonadio,  e mudaram de nome e de identidade e passaram a se assumirem como artistas cômicos para se aderirem ao segmento popularesco como os Mamonas Assassinas, o que se mostrou de fato uma decisão sabia e acertada.

Ao adotarem este tipo de segmento que os tornaram famosos nacionalmente, sendo explorados até a última gota para darem audiência nos mais diversos programas de auditórios da época e tocavam a exaustão nas rádios brasileiras, figurando no top dos  discos mais vendidos e sendo premiados com discos de ouro, prata,  platina e diamante.

A unanimidade de sucesso de público, não correspondia a mesma coisa em relação ao que a crítica especializada pensava deles que os massacravam, considerando suas canções muito ofensivas, de puro mau gosto, principalmente para as camadas mais jovem, que incluía as crianças. Considerando o teor humorístico de suas canções com piadas escatológicas, um exemplo de pura música besteirol com uma estética bem característica de rock cômico.

As letras de puro teor sacana, pastelão poderiam não se adequarem a este tempos atuais adotado pela geração  do politicamente correto. Ao dar revisitada em cada uma dessas canções que compõe as 14 faixas do único álbum que a banda lançou em 1995, onde  pude bem perceber que boa parte até que se mostradas bastante atemporais, porém tiveram umas cinco que separei que ficaram muito datadas.  E vou explicar e argumentar por quais razões cheguei a esta conclusão:

MÚSICAS DOS MANONAS QUE SÃO ATEMPORAIS:

PELADOS EM SANTOS

Pelados em Santos ficou atemporal  pelo que pude constatar  por ter se mostrado ser uma música que debochava do teor romanticamente brega, principalmente na forma como ele demonstrava fazer uma declaração de amor a sua pitchula ao  convidá-la  para caminhar numa Brasília Amarela, carro  já visto como uma  velharia  e que já se encontrava fora de fabricação no Brasil há muito tempo, para fazer uma viagem ao Paraguai, por exemplo, como a letra  abaixo da canção pode mostrar:

Mina, seus cabelo é da hora

Seu corpão violão

Meu docinho de coco

Tá me deixando louco

 

Minha Brasília amarela

Tá de portas abertas

Pra mode a gente se amar

Pelados em Santos

 

Pois você, minha pitchula

Me deixou legalzão

Não me sintcho sozinho

Você é meu chuchuzinho

Music is very good

 

(Oxente ai, ai, ai!)

Mas comigo ela não quer se casar

(Oxente ai, ai, ai!)

Na Brasília amarela com roda gaúcha

Ela não quer entrar

(Oxente ai, ai, ai!)

 

É feijão com jabá

A desgraçada num quer compartilhar

Mas ela é lindia

Mutcho mar do que lindia

Very, very beautiful

 

Você me deixa doidião

Oh, yes! Oh, no!

Meu docinho de coco

Music is very porreta

 

(Oxente Paraguai!)

Pos Paraguai ela não quis viajar

(Oxente Paraguai!)

Comprei um Reebok e uma calça Fiorucci

Ela não quer usar

(Oxente Paraguai!)

 

Eu não sei o que faço

Pra essa mulé eu conquistchar

Porque ela é lindia

Mutcho mar do que lindia

Very, very beautiful

 

Você me deixa doidião

Oh, yes! Oh, no!

Meu chuchuzinho

Oh, yes! No, no, no, no!

Eu te I love you!

 

Pera aí que tem mais

Um poquinho de u

Uuuuu

 

Tchê”

 

O que bem servia para refletir a condição social deles próprios que representavam um reflexo de pertencerem a maior parte da população brasileira que são de uma classe média-média, mas para lado periférico, mas que tinham  um padrão de vida até confortável. A pitchula de quem Dinho se declara na canção, não é  referente   a Valéria Zorpello, com quem ele estava namorando na época como se pensava, ainda mais que ela aparecia muito em público nos populares  programas de auditório da TV  onde ele se apresentava,  mas sim a Mirella Zacanini,  com quem ele  namorou antes dessa, quando já estava tocando  na banda  na época que  ainda era Utopia e era produtora de um programa de TV,  apresentado por seu pai Savério Zacanini chamado Sábado Show na Rede  Record onde lá a banda tocava constantemente. Por esse motivo é que eu a separei como a canção que se mostrou atemporal.

UMA ARLINDA MULHER

Com título inspirado  no filme Uma Linda Mulher famosa obra  de romance da década de 1990, estrelado por Júlia Roberts e Richard Gere. Uma Arlinda Mulher também a meu ver  do repertório desse único álbum dos Mamonas Assassinas conseguiu ficar atemporal, por se tratar de uma canção que mesmo tendo um  tom cômico de romance numa pegada de heavy metal, trazia uma bem trabalhada letra que usava de muitos conceitos científicos da física que dava um ar bastante intelectualizado a canção. O que chega a provocar um pouco de viagem ao cosmo infinito.  Como a letra completa bem reflete isso com aquele debochado de sempre:

Te encontrei

Toda remelenta e estronchada num bar

Entregue às bebida

Te cortei os cabelos do suvaco e as unhas do pé

Te chamei de querida

Te ensinei todos os auto-reverse da vida

E o movimento de translação que faz a Terra girar

Te falei que era importante competir

Mas te mato de pancada se você não ganhar

 

Você foi

Agora a coisa mais importante

Que já me aconteceu neste momento

Em toda a minha vida

Um paradoxo do pretérito imperfeito

Complexo com a Teoria da Relatividade

Num momento crucial

Um sábio soube saber que o sabiá sabia assobiar

E quem amafagafar os mafagafinhos

Bom amafagafigador será

 

Te falei

Que o pediatra é o doutor responsável pela saúde dos pé

O 'zoísta' cuida dos zóio e o oculista

Deus me livre, nunca vão mexer no meu

Pois pra mim

Você é uma besta mitológica

Com cabelo pixaim parecida com a Medusa

Eu disse isso

Pra rimar com a soma dos quadrados dos catetos

Que é igual à porra da hipotenusa

 

Você foi

Agora a coisa mais importante

Que já me aconteceu neste momento

Até hoje em toda a minha vida

Um paradoxo do pretérito imperfeito

Complexo com a Teoria da Relatividade

Num momento crucial

Um sábio soube saber que o sabiá sabia assobiar

E quem amafagafar os mafagafinhos

Bom amafagafigador será

 

Eu fundei

A Associação Internacional

De Proteção às Borboletas do Afeganistão

Te provei por B mais C

Que as meninas dos teus olhos

Não têm menstruação

Dar um prato de trigo pra dois tigres

E ver os bichos brigando é legal que só (miau)

Pois nos 'tira e põe, deixa ficar' da vida

Serei sempre seu escravo-de-Jó

 

Vamos para o fim?

 

Logo agora que você estava quase

Entendendo o que eu estou falando (falando)

A canção está acabando e o Creuzebeck

Está abaixando ali o volume (volume)

E você não entende nada mesmo porque

Quando você estiver em sua casa nesse

Momento a música vai tá baixinha (baixinha)

E você não vai entender nada mesmo

Porque não sei por que eu tô falando

Esse monte de besteira aqui já que estou

 

Porra! Vamo parar com esse papo chato (vamo lá)

Eu já não estou aguentando mais

Está doendo minha garganta

Eu tenho que fazer ali um gargarejo com vinagre

Soltei um peido aqui dentro (caralho!)

Está fedido o ambiente, meus dedos estão dormentes

Pelo amor de Deus, parem com esta porra!”

 

 

 

JUMENTO CELESTINO

Jumento Celestino é outra canção do único álbum dos Mamonas Assassinas que separei como tendo ficado atemporal, isto porque nele você nota um pouco do tom intimista de como o vocalista  Dinho expressa um pouco da

sua sensação como imigrante nordestino, nascido  em Irecê/BA, onde se mudou para Guarulhos/SP, ainda bebê com apenas dois meses de vida com seus pais, onde lá eles conseguiram viverem bem num padrão de vida confortável fincando raízes por lá  e Dinho estava conquistando isto.  De certa forma, a letra da música refletia bem um pouco dessa sensação de como Dinho se via como imigrante nordestino nessa canção que carrega muito da sonoridade do autentico  forró pé de serra, cujo começo  há uma introdução de uma popular  canção de Genival Lacerda(1941-2021) que partiu recentemente no dia 07 de Janeiro,  para o plano espiritual com 79 anos, vitimado pela Covid-19, que na época estava sendo bastante tocada nas rádios que é o Rock do Jegue, cuja introdução é:

“De quem é esse jegue?

De quem é esse jegue?

De quem é esse jegue?

Oh, rapaz!

Não é jegue não, é Jumentiu

Tava ruim lá na Bahia

Profissão de bóia-fria

Trabaiando noite e dia

Nera' isso que eu queria

Eu vim-me embora pra São Paulo

Eu vim no lombo dum jumento

Com pouco conhecimento

E enfrentando chuva e vento

E dando uns peido fedorento (Vish, que bunda!)

Até na bunda fez um calo”

MUNDO ANIMAL

Mundo Animal  ficou  bem atemporal  ao meu ver por se tratar de uma letra onde eles brincam com a característica com muito duplo sentido, mais que também reflete o contraste em relação a vida humana. Como a letra completa abaixo bem demonstra com tom bem debochado e com palavras inventadas:

Comer tatu é bom

Que pena que dá dor nas costas

Porque o bicho é baixinho

E é por isso que eu prefiro as cabritas

 

As cabrita tem seios

Que alimentam os seus descendentes

No mundo animal ixéste muita putaria

Por exemplo, os cachorro

Que come a própria mãe, sua irmã e suas tias

Eles ficam grudados de quatro se amando

Em plena luz do dia

 

Os animal, tem uns bicho interessante

Imaginem só como é o sexo dos elefante

E os camelos que tem as bolas em cima das costas

E as vaquinhas que por onde passam

Deixam um rastro de bosta

 

As pombas quando avoam

Por incrível que pareça ficam sobrevoando

Com seu cu amirando em nossas cabeças

Daí vem a rajada de sua bazuca anal

Já tem pomba com mira a laser

O tiro sai sempre fatal

 

Totalmente beautiful as baleias no oceano

Nadando com graça, fugindo da caça

Dos homens humanos

O homem é corno e cruel

Mata a baleia que não chifra e é fiel

 

Os animal tem uns bicho interessante

Imaginem só como é o sexo dos elefantes

E os camelos que tem as bolas em cima das costas

E as vaquinhas que por onde passam

Deixam um rastro de bosta

 

Os animal tem uns bicho interessante

Imaginem o tamanho que é o pintcho de um elefante

E os camelos que tem as bolas em cima das costas

E as vaquinhas que por onde passam

Deixam um rastro de bosta

 

ROBOCOP GAY

Robocop Gay  também é uma canção desse único álbum que se mostrou atemporal, por se tratar de uma canção que na época mesmo em forma de deboche já demonstrava um ar bastante  panfletário contra a homofobia e dando voz a representatividade LGBTQ+,  numa época que boa parte ainda se escondia do armário por serem visto de forma banal como desviantes,  isto fica bem evidente quando ele coloca na letra que diz:

“Abra sua mente

Gay também é gente “

Por esse motivo ele tem um grau de importante relevância para a música brasileira, numa paródia do Robocop com o Capitão Gay, personagem do Jô Soares no humorístico Viva o Gordo da Rede Globo.

 

 

DÉBIL METAL

Débil Metal também se mostrou muito atemporal por ter uma sonoridade e uma letra que apesar de ser toda em inglês ainda assim consegue manter o tom debochado ao se inspirar na estética musical do heavy metal, do grunge que estava em alta nos anos 1990, enfim. Fora a própria letra transmite bem isso.  Com Dinho cantando em um timbre imitando o vocalista do Sepultura. Como pode ser visto na letra original e com sua tradução:

“Walking in the dark

now there's just some cookies

it's not for you

I know it's not yet

I just can't explain

it melts in my mouth.

Dying to me now is popcorn.

Can't you understand?

Can't you understand, boy?

So, shake your head

So, shake your head, sucker!

No more ideas, it's over!!!”

Tradução:

“Andando na escuridão

Agora só há alguns biscoitos

Não são pra você

Eu sei que ainda não é

Eu simplesmente não posso explicar

Derrete na minha boca

Morrendo pra mim agora é pipoca

Você não consegue entender?

Você não consegue entender, garoto?

Então balance sua cabeça

Então balance sua cabeça, chupão!

Sem mais ideias, acabou!

 

 

 

         LÁ VEM O ALEMÃO

Lá vem o Alemão é uma canção desse único álbum dos Mamonas que se mostrou bem atemporal por se tratar de uma canção que brincava com o pagode romântico que estava em alta na época. Tanto que o titulo brinca com a canção Lá vem o negão, o único hit da banda Cravo e Canela com aquele ar  bem romântico  e bem debochado da banda sobre a sua amada  o ter trocado por um cara bonitão, loiro e forte de carro conversível, enquanto ele um lascado o levava de Kombi pelo Boqueirão, um famoso bairro de classe média de Santos para levar a curtir uma praia. Dinho em diferentes trechos dessa canção que fecha o único CD gravado pelo conjunto  faz imitações de dois vocalistas de bandas de pagodes de sucesso na época  que não por acaso eram conterrâneos da Banda, ou seja, ambos paulistas,  como Luiz Carlos do Raça Negra Netinho de Paula do Negritude Jr.  A letra expressa bem isso como pode ser visto abaixo:

Só de pensar que nós dois éramos dois

Eu feijão, você arroz

Temperados com Sazon

Só de lembrar nós na Kombi no domingo

Nosso amor era tão lindo

Nós descíamos pro Boqueirão

A Kombi quebrada lá na praia

E você de minissaia

Dando bola para um alemão

O alemão de carro conversível

Eu mexendo nos fusível

Nem vi quando você me deixou

Subiu a Serra

Me deixou no Boqueirão

Arrombou meu coração

Depois desapareceu

Fiquei na merda

Nas areias do destino

Me tratou como um suíno

Cuspiu no prato que comeu

O amor é uma faca de dois legumes

A luz anal de um vagalume

Que ilumina o meu sofrer

Eu ainda sinto o seu perfume

Um cheirinho de estrume

Não tá fácil de te esquecer

Toda vez que eu lembro de você

Me dá vontade de bater, te espancar

Ó, meu amor

Só porque ele é lindo, loiro e forte

Tem dinheiro e um Escort

Como Modess você me trocou

Subiu a Serra

Me deixou no Boqueirão

Arrombou meu coração

Depois desapareceu

Fiquei na merda

Nas areias do destino

Me tratou como um suíno

Cuspiu no prato que comeu

Subiu a Serra

Me deixou no Boqueirão

Arrombou meu coração

Depois desapareceu

Fiquei na merda

Nas areias do destino

Me tratou como um suíno

Cuspiu no prato que comeu

Subiu, sim, subiu, sim

Subiu

Geladinho, gostosinho

Ui, uh, uh

Eu disse sim, eu disse sim

Eu fiquei, você subiu

Subiu, subiu...”

BOIS DON´T CRY

Bois Don´t Cry  trata-se de uma canção cujo título se referia ao clássico rock  Boys  Don´t Cry, sucesso nos anos 1980 da banda britânica The Cure,  com uma letra   bem apropriada para se ouvir na fossa, com aqueles toques que bem remete a típica   música da sofrência,  da dor de cotovelo, traição, do homem levando chifre na testa, um corno,  com uma pegada que  bem lembra as populares músicas de cantores  bregas como Reginaldo Rossi(1943-2013) e Waldick Soriano(1933-2008). Usando de um ar shakespeariano com aquela famosa frase  da peça de Hamlet “Ser ou não ser, eis a questão”, aqui ele modica começando o texto com “Ser corno ou não ser”, para carregar bem o ar da pura dor de cotovelo de um cara traído pela amada tomando porres nos botecos,   acompanhado  uma sonoridade de trombone no começo até a metade da canção, lembrando um  bolero tipicamente latino americano, principalmente quando ele coloca em um trecho “Soy um hombre conformado” com aquele exagero de galã canastrão de novela mexicana,    e vai ficando intensa com som de rock. Justamente pela estética da letra o torna bastante atemporal.  Como a letra abaixo bem demonstra:

Ser corno ou não ser

Eis a minha indagação

Sem você vivo sofrendo

Pelos buteco bebendo

Arrumando confusão

Você é muito fogosa

Tão bonita e carinhosa

Do jeito que eu sempre quis

Minha coisinha gostosa

Dá aos pobres, é bondosa

Sou corno mas sou feliz

Soy un hombre conformado

Escuto a voz do coração

Sou um corno apaixonado

Sei que já fui chifrado

Mas o que vale é tesão

E na cama quando inflama

Por outro nome me chama

Mas tem fácil explicação

O meu nome é Dejair

Facinho de confundir

Com João do caminhão

Vejam só como é que é

A ingratidão de uma mulher

Ela é o meu tesouro

Nós fomos feitos um pro outro

Ela é uma vaca, eu sou um touro

E na cama quando inflama

Por outro nome me chama

Mas tem fácil explicação

O meu nome é Dejair

Facinho de confundir

Com João do caminhão

Vejam só como é que é

A ingratidão de uma mulher

Ela é o meu tesouro

Nós fomos feitos um pro outro

Ela é uma vaca eu sou um touro

Ela é uma vaca eu sou um touro

Ela é uma vaca

Eu sou um touro”

 

        VIRA-VIRA

Para finalizar a minha  lista das canções dos Mamonas que ficaram atemporais, coloco aqui Vira-Vira   é um bom exemplo de música atemporal do conjunto, especialmente pela forma de causo em que o vocalista representando o português Manoel, conta a história da experiência de ter ido parar numa festa que estava rolando uma suruba cujo ritmo trazia muita influência das canções do popular cantor português Roberto Leal(1951-2019).  Que até comenta-se que Leal quase foi obrigado a processá-los por ridicularizar o português, mas ele nunca se sentiu nada ofendido. Essa canção é a única da faixa desse único CD dos Mamonas Assassinas que contou com um duo de Dinho com Júlio Rasec representando a Maria, esposa do Manoel usando uma técnica de timbre de voz em falsete. Como bem a letra abaixo pode exemplificar:

“Raios!

 

Fui convidado pra uma tal de suruba

Não pude ir, Maria foi no meu lugar

Depois de uma semana ela voltou "pra" casa

Toda arregaçada, não podia nem sentar

 

Quando vi aquilo fiquei assustado

Maria chorando começou a me explicar

Daí então eu fiquei aliviado

E dei graças a Deus porque ela foi no meu lugar!

 

(Refrão)

Roda-roda vira, solta a roda e vem

Me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém

Roda-roda vira, solta a roda e vem

Neste raio de suruba, já me passaram a mão na bunda

E ainda não comi ninguém!

 

Oh, Manoel, olha cá como eu estou

Tu não imaginas como eu estou sofrendo

Uma "teta" minha um negão arrancou

E a outra que sobrou está doendo

 

Ôô Maria, vê se larga de frescura

Eu te levo no hospital pela manhã

Tu ficaste tão bonita "monoteta"

Mais vale um na mão do que dois no sutiã!

 

Roda-roda vira, solta a roda e vem

Me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém

Roda-roda vira, solta a roda e vem

Neste raio de suruba, já me passaram a mão na bunda

E ainda não comi ninguém!

 

 

Bate o pé, (arrota), bate o pé

 

Ôô Maria, essa suruba me excita

(arrebita, arrebita, arrebita!)

Então vai fazer amor com uma cabrita!

(arrebita, arrebita, arrebita!)

Mas Maria, isso é bom que te exercita!

(bate o pé, arrebita, arrebita!)

Manoel, tu na cabeça tem titica

Larga de putaria e vai cuidar da padaria!

 

Roda-roda vira, solta a roda e vem

Me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém

Roda-roda vira, solta a roda e vem

Neste raio de suruba, já me passaram a mão na bunda

E ainda não comi ninguém!

 

 

Vamos lá, dançando raios!

Todo mundo comigo:

Ueu ueu ueu! A maria se deu mal!

Vamos lá!

Ai, como dói...”

 

 

MÚSICAS DOS MANONAS QUE FICARAM DATADAS DEMAIS:

1406

1406, canção que abre o único álbum dos Mamonas Assassinas, foi a que pude perceber como ficou bastante datada. O próprio título já entrega esse tom datado. A primeira vista fica a impressão de ser referente a uma estação de rádio por causa da numeração. Principalmente na estrofe inicial onde Dinho parece bancando um radialista:

“Atenção, Creuzeback

Ao toque de quatro já vai

Já, já, já, já vai”

O Creuzeback é uma referência ao produtor musical da banda Rick Bonadio, que eles chamavam por esse apelido. Acontece que esse número se referia ao número do serviço de teleatendimento comercial do (011) 1406, muito veiculado nas muitas emissoras de TV, durante a década de 1990.  Na canção, Dinho trazia uma crítica da história de um cara lascado, que sonhava em  morar num apartamento no Guarujá, mas, acaba conseguindo um barraco em Itaquá, e sobre o drama dentro da família como esse trecho pode mostrar:

“Eu queria um apartamento no Guarujá

Mas o melhor que eu consegui foi um barraco em Itaquá

Você não sabe como parte o coração

Ver seu filhinho chorando querendo ter um avião

Você não sabe como é frustrante

Ver sua filhinha chorando por um colar de diamantes

Cês não sabe como eu fico chateado

Ver meu cachorro babando por um carro importado”

No trecho seguinte  em inglês, eles brincam com os excessos de estrangeirismos na língua portuguesa usados de forma comercial:

“Money

Que é good nóis num have

Se nóis havasse nóis num tava aqui playando

Mas nóis precisa de worká

Money

Que é good nóis num have

Se nóis havasse nóis num tava aqui workando

O nosso work é playá”

O trecho que “Que é good nóis num have”, foi  tirado da canção Laika nóis Laika, gravado em 1973 pela dupla brega Ponto & Vírgula.

O que evidencia o quão a letra da música ficou datada é neste trecho que ele critica os desejos da esposa do cara lascado:

“Mas a pior de todas é minha mulher

Tudo o que ela olha a desgraçada quer

Televisão, micro-ondas, micro system

Microscópio

Limpa-vidro, limpa-chifre, e

Facas Ginsu

Eu sou cagado, veja só como é que é

Se der uma chuva de Xuxa no meu colo cai Pelé

É como aquele ditado que já dizia

Pau que nasce torto mija fora da bacia”

O tom crítico que a canção refletia sobre o comportamento social do modelo de  consumismo brasileiro na década de 1990, dos produtos que eram exibidos à exaustão nos intervalos das programações das grandes emissoras  naquela fase  pré-mídia digital nesse serviço de teleatendimento que eram veiculados pelo extinto Grupo Imagem e estava surgindo na época o canal por assinatura  Shoptime  que usava o formato de Home Shopping é algo que ficou bastante datado, visto que passados muitas décadas depois este tipo de serviço se tornou obsoleto.  Um adolescente de hoje que ouvir essa música e nasceu bem depois dela  pode achá-lo muito estranho e não compreender o seu significado, ainda mais que o consumismo tem sido mais pelos sites da Amazon, por exemplo. Ainda mais na forma como eles colocam uma menção a Xuxa e ao jogador Pelé que uma década antes  tiveram uma relação amorosa. “Algumas pessoas interpretam esse trecho como racista, mas a ideia era apenas mencionar o azar da classe baixa. Ou seja, mesmo se chovesse mulheres bonitas, no colo do personagem da música, cairia um homem. Vale lembrar que a banda usou Xuxa e Pelé por conta do relacionamento que eles tiveram nos anos 80. Eles namoraram por seis anos e foram um casal muito falado pela mídia.”¹

 

 

 

SÁBADO DE SOL

Sábado de sol foi a de todas as canções do único CD dos Mamonas Assassinas  que ficaram datadas, a que mais envelheceu mal. No sentido de que a maneira como foi gravado deixou parecer uma gravação muito amadora, gravada como se tivesse sido num encontro de luau de amigos de forma muito caseira, o que gera uma forte estranheza de qualidade sofrível. A canção não foi composta originalmente por nenhum dos Mamonas. Mas sim pelo Baba Cósmica, cuja sonoridade deram uma roupagem bem atemporal a letra. A letra contava o causo de um cara que programou o final para se juntar com uns amigos num caminhão para comer uma feijoada e de repente se deparam com muita maconha como o trecho pode bem exemplificar:

“Sábado de sol

Aluguei um caminhão

Pra levar a galera

Pra comer feijão

Chegando lá, mas que vergonha

Só tinha maconha

Os maconheiros tava doidão

Querendo meu feijão”

 

 

SABÃO CRÁ-CRÁ

Sabão Crá-Crá   é uma canção cuja autoria é desconhecida, surgiu de uma lenda urbana escolar, a forma de cantar deles dá a impressão de ter sido uma canção de ninar de duplo sentido como a letra bem transmiti de uma forma boba e infantilóide  com sentido escatológico, o que dá a impressão de ter envelhecido mal de tão datada que ficou:

“Sabão crá-crá

Sabão crá-crá

Não deixa os cabelos do saco enrolar

Sabão cré-cré

Sabão cré-cré

Não deixa os cabelos do saco de pé

Sabão crí-crí

Sabão crí-crí

Não deixa os cabelos do saco cair

Sabão cró-cró

Sabão cró-cró

Não deixa os cabelos do saco dar nó

Sabão crú-crú

Sabão crú-crú

Não deixe os cabelos do saco

Pera, aí

Galera aprendeu legal isso aí

Já, né

Sabão crá-crá

Sabão crá-crá

Não deixa os cabelos do saco enrolar

Sabão cré-cré

Sabão cré-cré

Não deixa os cabelos do saco de pé

Sabão crí-crí

Sabão crí-crí

Não deixa os cabelos do saco cair

Sabão cró-cró

Sabão cró-cró

Não deixa os cabelos do saco dar nó

Sabão crú-crú

Sabão crú-crú

Não deixe os cabelos do saco

Pera aí

Respira bem fundo

O final tem que ser legal, assim

Enrolar com os do cu

CHOPIS CENTIS

A canção Chopis Centis  que representa bem uma crítica a representação de um cara da periferia   passeando  pelo shopping acompanhado da namorada e adora ostentar ser cliente das Casas Bahia e de quando fica impressionado com as quantidades de gente da classe média andando por lá e da estranheza com a comida sofisticada que experimentou num restaurante fino temperada de gergelim  que comeu e dando preferência a uma   comida simples como o aipim. Tem uma letra que ficou datada demais, principalmente pela forma como ele na parte do cinema menciona os nomes dos astros Arnold Schwarzenegger e Jean-Claude Van Damme, que na época ok, eram os que mais reinavam com seus filmes de ação no ambiente mainstream da época, mas já faz muito tempo que eles tinham perdido seus espaços para outros gêneros e outros astros também. Atualmente o que tem reinado são os filmes de super-heróis da Marvel. Um jovem de hoje com referência nos heróis da Marvel, jamais entenderia que essa citação que eles fazendo na música desses astros que hoje figuram no ostracismo. Como a letra bem demonstra:

Eu di um beijo nela

E chamei pra passear

A gente fomos no shopping

Pra mó di a gente lanchar

Comi uns bicho estranho

Com um tal de gergelim

Até que tava gotchoso

Mas eu prefiro aipim

Quantcha gente

E quantcha alegria

As minha felicidade

É um crediário nas Casas Bahia

Quantcha gente (Oba!)

Quantcha alegria

As minha felicidade

É um crediário nas Casas Bahia

Pra arriba!

Joinha, joinha, chupetão, vamo lá!

Chuchuzinho, vamo lá

Onde é que entra, ein?

Esse tal Chopi Centis

É muithco legalzinho

Pra levar as namorada (Vem cá, vem!)

E dar uns rolezinho

Quando eu estou no trabalho

Não vejo a hora de descer dos andaime

Pra pegar um cinema, ver Schwarzeneger

Tombém o Van Diaime

Quantcha gente (Sai daí!)

Quantcha alegria

A minha felicidade

É um crediário nas Casas Bahia (Bem forte)

Quanta gente

Quantcha alegria (Oba!)

A minha felicidade

É um crediário nas Casas Bahia.”

 

CABEÇA DE BAGRE II.

Cabeça de Bagre II, foi a que posso encerrar como a canção que compõe esse único álbum em CD  dos Mamonas Assassinas que  mais ficou datada, por se tratar de uma música onde Dinho também imprimiu um caráter bem intimista ao retratar como ele em sua fase de estudante de ensino fundamental de escola pública, foi um aluno problemático com  notas sofríveis e deploráveis  quando  ficou em repetência da quinta série. Confesso que essa foi uma das músicas que eu mais me identificava quando menino e  ouvia constantemente  este CD no antigo aparelho de som do quarto dos meus pais. Já que na época eu também estava passando pela fase de repetência na escola. Ela até que carrega uma atemporalidade, por se tratar de uma canção que crítica bastante como funciona o sistema engessado do  método de ensino público brasileiro e suas políticas públicas, um problema que não mudou.  Nesse aspecto, que até que a canção envelheceu bem. Porém existem, umas parte que ficaram bastante datadas, que talvez um jovem que não era nascido na época dessa época talvez não pegue a referência.  Como o fato dele mencionar quando repetiu a Quinta Série do antigo Ensino Fundamental brasileiro, que ainda era adotado dessa forma, mas que agora passou a equivaler ao Sexto Ano do Ensino Fundamental. E fazendo alusão a recente conquista do tetra  da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo de 1994 nos EUA com uma modificação da grafia para “Tretacampeão”, que longo que a seleção levou o Penta na Copa de 2002 poderia soar estranho.  Como vocês podem conferir na letra abaixo:

Loucura, insensatez, estado inevitável

Embalagem de iogurte inviolável

Fome, miséria, incompreensão

O Brasil é "tretacampeão"

Quando eu repeti a quinta série, êh

Tirava E, D, de vez em quando um C

Mais de dez minutos se passaram-se

Cê, cê, cê-cererê-cê-cê

A polícia é a justiça de um mundo cão

Mês de agosto sempre tem vacinação

Na política o futuro de um país

Cala a boca e tira o dedo do nariz

Quando eu repeti a quinta série, êh

Tirava E, D, de vez em quando um C

Mais de dez mil anos se passaram-se

Cê, cê, cê-cererê-cê-cê

Quando eu repeti a quinta série, êh

Mais de dez mil anos se passaram-se

É Mamona-na-nas

Mamona-na-nas, Mamona-na-nas

Mamona-na-nas, Mamona-na-nas

Mamona-na-nas Assassina-na-nas

Quando eu repeti a quinta série, êh

Tirava E, D, de vez em quando um C

Mais de dez mil anos se passaram-se

Cê, cê, cê-cererê-cê-cê

A estética da letra traz muita referência a canção Cabeça Dinossauro dos Titãs.

De fato, muito desse sucesso entre os jovens e as crianças  pode se explicar o porque dos Mamonas Assassinas tenham sido o grande fenômeno para a sua geração. Muito disso se deve ao fato deles simbolizarem um pouco do que o jovem queria dizer num ambiente chato e de falsa moralidade. Uma crítica a caretice  da hipocrisia do mundo de então.

Pena que tenha durado muito pouco, e acabou de forma trágica no acidente aéreo quando estavam dentro de um voo particular na Serra da Cantareira para se preparem para uma turnê internacional. Boa parte já estava esgotada das agendas de shows e queria descansar para o próximo trabalho que infelizmente não viu a luz do dia.

Boa parte dos cinco integrantes do conjunto quando faleceram  eram todos  muitos precoces, boa parte estavam na faixa de idade dos 20 anos, e mal tiveram tempo de além de aproveitarem do sucesso,  poderem constituírem  família. O vocalista Dinho estava com 24 anos,  que se destacava pela característica de fazer imitações e ele imprimia bem isso também nas canções quando modificava algum timbre dependendo do refrão. Ele estava  namorando com Valéria Zorpello, com quem planejava casar. Já  Júlio Rasec, o tecladista, que era o mais velho dos integrantes, na época que morreu no acidente estava com 28 anos, se destacava por sempre se apresentar com o cabelo pintado de vermelho. Foi o único que dividiu com Dinho a autoria de algumas composições e a fazer um dueto na faixa de Vira-Vira, onde representava a Maria fazendo um tom de falsete. Muito se atribuiu a ele o tom profético do acidente, já que na mesma época que era noticiado a morte do grupo, era veiculado o registro do vídeo horas antes dele  se preparar para a última apresentação da banda em Brasília/DF, e partirem para a turnê internacional em Portugal,    quando ele estava saindo de seu cabelereiro, que filmou a confissão de um sonho que ele teve na noite anterior do acidente no avião sentindo uma premonição do acidente. Pelo que se sabe, ele morreu solteiro, já que não havia aparecido nenhuma mulher em público que se apresentou como sua namorada. Já Sérgio Reoli, o baterista que deu origem a formação da banda estava com 26 anos quando foi morto no fatídico acidente de avião. Ele também pelo que se sabe estava namorando na época. Já Bento Hinoto, o guitarrista que conheceu Sérgio por intermédio de seu irmão, que era colega dele numa empresa estava com 25 anos quando houve o acidente e estava namorando e já tendo planos futuros, havia  comprado um  apartamento em construção e viver junto de sua companheira, que foi interrompido pelo fatídico acidente aéreo. E por fim, Samuel Reoli, o baixista do grupo e irmão  baterista  Sérgio, era o caçulinha da banda, tinha só 22 anos e pelo que parece, assim como Júlio Rasec, ele também morreu solteiro. O que é muito triste.

 

¹Tirado do site Letras.Mus.

https://www.letras.mus.br/blog/1406-analise-mamonas-assassinas/

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