O Dia 22 de Agosto, comemora o Dia Nacional do Folclore, essa data foi
oficializada pelo Congresso Nacional, em 1965, surgindo assim uma forma
de valorizar e preservar a cultura nacional. Uma maneira de sempre
lembrarmos as nossas origens, porque um povo sem passado, sem cultura, é
um povo sem identidade. Nessa data especial, as escolas comemoram
promovendo as mais diferentes atividades culturais. A origem do termo
Folclore surgiu a partir de uma carta endereçada a revista inglesa The
Athenaeum, onde o arqueólogo Ambrose Merton(pseudônimo de William John
Thoms) em 1846, fez uma junção das palavras Folk( substantivo de povo),
e Lore(saber, conhecimento). Portanto, traduzindo ao pé da letra, a
palavra folclores significa “Conhecimento do povo”.
O folclore tem realmente essa importância justamente para a gente
entender ou mesmo buscar nossa identidade cultural, o folclore pode ser
manifestado das mais diferentes maneiras, desde danças típicas, da
culinária, e nas diferentes manifestações culturais, como por exemplo,
as pinturas, e também o relatos orais e crendices populares em forma de
mitos, uma forma de explicar o caráter simbólico de uma cultura através
de meios ou fenômenos que se utilizem do conceito das divindades, como
os deuses, semideuses, ou mesmo os heróis, ou também as criaturas
sobrenaturais, e também por meio das lendas, uma forma de tradição oral
fantasiosa, que relata como esses mitos surgiram ou mesmo como surgiu
coisas de características bastante curiosas, como por exemplo, contar
como acontece fenômenos que até mesmo as explicações cientificas mais
concretas acham muito improváveis de acontecer, usando das explicações
sobrenaturais. As lendas, assim como o mito nascem do imaginário
popular, são também exemplos de folclore. No folclore brasileiro nós
temos muitos exemplos de diversos seres sobrenaturais, das mais vastas
regiões do grande território brasileiro.
Aqui vão alguns exemplos:
Boitatá:
Representado por uma cobra de fogo, que tem como principal função
proteger os animais e as matas, e perseguir aqueles que ousam fazer mal a
natureza. Os primeiros registros da primeira aparição desse ser
folclórico são nas cartas do missionário José de Anchieta datadas de
1560.
Boto:
Figura típica da região amazônica, o Boto é representado pela figura de
um homem jovem, bonito e charmoso, que se apresenta para uma bela dama
numa noite festiva, e de repente quando ele a convida para acompanhá-lo
na beira de um rio, ela de repente engravida dele, e depois some no meio
da água virando um ser aquático rosa.
Curupira:
Também protetor das matas e dos animais como o Boitatá, o Curupira é
representado por um ser nanico com os pés virados para trás, e com os
cabelos cumpridos. Costuma fazer muitas travessuras quando alguém
aparece nas matas, com o intuito de protegê-la.
Lobisomem:
Este é muito antigo, aparece em muitas partes do mundo, relata-se que o
surgimento do Lobisomem aconteceu num dia em que um homem foi atacado
por uma loba numa noite de lua cheia, e por causa disso, esse sujeito
passou carregar a sina de toda a noite de lua cheia se transformar numa
criatura canina em forma humana, passando a atacar todos a sua volta, e
gerando assim o maior pânico, a única coisa mortal capaz de atingi-lo é o
tiro de uma bala dentro do seu coração.
Mula-Sem-Cabeça:
É uma forma de assombração de uma mulher que teve um romance proibido
por um padre, e como castigo por essa ousadia, toda noite de sexta-feira
ela é transformada num animal quadrúpede, sem cabeça, que cospe fogo
como se fosse um dragão.
Alamoa:
Lenda típica do povoado que habita o arquipélago de Fernando de Noronha,
representado na figura da alma de uma mulher branca, loura, nua, que
costuma vagar pelas redondezas da ilha para atrair principalmente os
pescadores, ou quando não são esses, é gente que tem sempre o hábito de
caminhar por ali, principalmente quando se aproxima do Pico, que é a sua
residência. E quem a acompanha nesse lugar, volta sem a carne, apenas
ossos. Seu nome é uma corruptela (deformação de palavras, originadas na
má compreensão auditiva de determinada palavra considerada de baixo
calão.) da palavra Alemã, pelo fato dela carregar a típica descrição
física dos povos germânicos, que para o folclorista Pereira da
Costa(1851-1923), a Alamoa na sua definição é uma reminiscência
(recordação ) dos tempos dos colonizadores holandeses, onde se acredita
que a lenda tenha-se originado de um navio holandês que naufragou ali
por perto, e tenha levado uma bela mulher sem nome junto dos
tripulantes, e seu corpo nunca foi encontrado, dando origem a essa sua
fantasiosa atmosfera sobrenatural de alma feminina e sedutora, em busca
de homens para satisfazerem seus desejos libidinosos e tira-lhes a vida,
e para outro importante folclorista Luis da Câmara
Cascudo(1898-1986), defini a Alamoa, como “uma convergência de várias
sereias e iaras estrangeiras”. De uma forma ou de outra, nas mais
diversas culturas é comum se utilizar no imaginário popular a imagem de
uma mulher sobrenatural para atrair homens com seu poder de sedução, e
em comum todas não tem uma datação especifica.
Luís da Cãmara Cascudo(1898-1986): Grande referência para se estudar o folclore brasileiro.
Bom, como vocês estão vendo, se não fosse pelo folclore, com certeza não
teriamos a nossa identidade cultural. Por isso mesmo, é preciso que a
gente mantenha viva nossas tradições.
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