terça-feira, 20 de agosto de 2013

DIA DO FOLCLORE

O Dia 22 de Agosto, comemora o Dia Nacional do Folclore, essa data foi oficializada pelo Congresso Nacional, em 1965, surgindo assim uma forma de valorizar e preservar a cultura nacional. Uma maneira de sempre lembrarmos as nossas origens, porque um povo sem passado, sem cultura, é um povo sem identidade. Nessa data especial, as escolas comemoram promovendo as mais diferentes atividades culturais. A origem do termo Folclore surgiu a partir de uma carta endereçada a revista inglesa The Athenaeum, onde o arqueólogo Ambrose Merton(pseudônimo de William John Thoms) em 1846, fez uma junção das palavras Folk( substantivo de povo), e Lore(saber, conhecimento). Portanto, traduzindo ao pé da letra, a palavra folclores significa “Conhecimento do povo”.
O folclore tem realmente essa importância justamente para a gente entender ou mesmo buscar nossa identidade cultural, o folclore pode ser manifestado das mais diferentes maneiras, desde danças típicas, da culinária, e nas diferentes manifestações culturais, como por exemplo, as pinturas, e também o relatos orais e crendices populares em forma de mitos, uma forma de explicar o caráter simbólico de uma cultura através de meios ou fenômenos que se utilizem do conceito das divindades, como os deuses, semideuses, ou mesmo os heróis, ou também as criaturas sobrenaturais, e também por meio das lendas, uma forma de tradição oral fantasiosa, que relata como esses mitos surgiram ou mesmo como surgiu coisas de características bastante curiosas, como por exemplo, contar como acontece fenômenos que até mesmo as explicações cientificas mais concretas acham muito improváveis de acontecer, usando das explicações sobrenaturais. As lendas, assim como o mito nascem do imaginário popular, são também exemplos de folclore. No folclore brasileiro nós temos muitos exemplos de diversos seres sobrenaturais, das mais vastas regiões do grande território brasileiro.


 Aqui vão alguns exemplos:



 Boitatá: Representado por uma cobra de fogo, que tem como principal função proteger os animais e as matas, e perseguir aqueles que ousam fazer mal a natureza. Os primeiros registros da primeira aparição desse ser folclórico são nas cartas do missionário José de Anchieta datadas de 1560. 


 






 Boto: Figura típica da região amazônica, o Boto é representado pela figura de um homem jovem, bonito e charmoso, que se apresenta para uma bela dama numa noite festiva, e de repente quando ele a convida para acompanhá-lo na beira de um rio, ela de repente engravida dele, e depois some no meio da água virando um ser aquático rosa. 







 

 






 Curupira: Também protetor das matas e dos animais como o Boitatá, o Curupira é representado por um ser nanico com os pés virados para trás, e com os cabelos cumpridos. Costuma fazer muitas travessuras quando alguém aparece nas matas, com o intuito de protegê-la. 


      



Lobisomem: Este é muito antigo, aparece em muitas partes do mundo, relata-se que o surgimento do Lobisomem aconteceu num dia em que um homem foi atacado por uma loba numa noite de lua cheia, e por causa disso, esse sujeito passou carregar a sina de toda a noite de lua cheia se transformar numa criatura canina em forma humana, passando a atacar todos a sua volta, e gerando assim o maior pânico, a única coisa mortal capaz de atingi-lo é o tiro de uma bala dentro do seu coração.


   





Mula-Sem-Cabeça: É uma forma de assombração de uma mulher que teve um romance proibido por um padre, e como castigo por essa ousadia, toda noite de sexta-feira ela é transformada num animal quadrúpede, sem cabeça, que cospe fogo como se fosse um dragão.





    






Alamoa: Lenda típica do povoado que habita o arquipélago de Fernando de Noronha, representado na figura da alma de uma mulher branca, loura, nua, que costuma vagar pelas redondezas da ilha para atrair principalmente os pescadores, ou quando não são esses, é gente que tem sempre o hábito de caminhar por ali, principalmente quando se aproxima do Pico, que é a sua residência. E quem a acompanha nesse lugar, volta sem a carne, apenas ossos. Seu nome é uma corruptela (deformação de palavras, originadas na má compreensão auditiva de determinada palavra considerada de baixo calão.) da palavra Alemã, pelo fato dela carregar a típica descrição física dos povos germânicos, que para o folclorista Pereira da Costa(1851-1923), a Alamoa na sua definição é uma reminiscência (recordação ) dos tempos dos colonizadores holandeses, onde se acredita que a lenda tenha-se originado de um navio holandês que naufragou ali por perto, e tenha levado uma bela mulher sem nome junto dos tripulantes, e seu corpo nunca foi encontrado, dando origem a essa sua fantasiosa atmosfera sobrenatural de alma feminina e sedutora, em busca de homens para satisfazerem seus desejos libidinosos e tira-lhes a vida, e para outro importante folclorista Luis da Câmara Cascudo(1898-1986), defini a Alamoa, como “uma convergência de várias sereias e iaras estrangeiras”. De uma forma ou de outra, nas mais diversas culturas é comum se utilizar no imaginário popular a imagem de uma mulher sobrenatural para atrair homens com seu poder de sedução, e em comum todas não tem uma datação especifica.


   




Luís da Cãmara Cascudo(1898-1986): Grande referência para se estudar o folclore brasileiro.



   



Bom, como vocês estão vendo, se não fosse pelo folclore, com certeza não teriamos a nossa identidade cultural. Por isso mesmo, é preciso que a gente mantenha viva nossas tradições.








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