sábado, 6 de setembro de 2014

CRÍTICA DO LIVRO AZINCOURT DE BERNARD CORWELL
























Há mais ou mesmo uns dois meses fiz a conclusão da leitura do livro Azincourt de autoria do romancista britânico Bernard Cornwell.  Um especialista e apaixonado por armas medievais, paixão essa que foi bastante influenciada pelo ambiente familiar onde foi criado que tinha muito envolvimento no meio militar, seu pai foi um aviador canadense e sua mãe foi auxiliar da Força Área Britânica. Antes de tentar carreira de escritor, Cornwell trabalhou por 10 anos na famosa rede de televisão britânica BBC, onde exerceu os seus primeiros dotes de pesquisa para seus romances em um programa chamado Nationwide até concluir sua estadia por lá assumindo o cargo de Chefe de Assuntos Televisivos Atuais. Autor de diferentes romances sobre importantes temas que marcaram a história britânica, como os títulos dos catálogos das séries Crônicas Saxônicas, a Trilogia do Rei Artur, A Busca do Graal e As Aventuras de Sharpe, entre outros sem  um catalogo especifico. Com este romance em questão carregado de uma envolvente e cativante narrativa que reconstitui passo a passo A Batalha de Azincourt.  Episódio ocorrida no dia 25 de Outubro de 1415, data da celebração de São Crispim eternizada na peça teatral Henrique V, do célebre dramaturgo William Shakespeare, recontando a brava vitória inesperada dos ingleses. Com uma impressionante narrativa novelesca de cavalaria, utilizando-se inclusive dos recursos de licenças poéticas que nos faz remeter aos gloriosos tempos das narrativas medievais, utilizando-se também em uma linguagem de didatismo para mostrar o quanto que teve uma primorosa pesquisa para dar mais credibilidade a obra ficcional. Com a sua narrativa contada a partir do ponto de vista do arqueiro Nicholas Hook, que por ter uma grande habilidade neste instrumento de guerra termina sendo designado pelo seu senhor feudal a Londres com a missão de enfrentar os lolardos, que foi um movimento político e religioso que na Inglaterra dos séculos XIV e XV foram responsáveis por grandes conflitos envolvendo reformas religiosas na Igreja Católica do país. A narrativa do romance de Cornwell contém relatos surpreendentes de como era a vida rotineira na Inglaterra naqueles tempos conflituosos onde tudo era muito escasso e precário, como por exemplo, a comida, a higiene, num ambiente onde escorria direto e os cenários de carnificina. A promiscuidade nas orgias sexuais em algumas tabernas.  A infestação de doenças que foram responsáveis por matarem inúmeros soldados, mas do que nos confrontos.  Tudo muito bem milimetricamente contado de uma forma prazerosa, para puramente entreter um público amplo bem diferente da maioria dos artigos que já li escrito por grandes historiadores que se utilizam de um linguajar mais culto que apenas quem é da área consegue entender. 







No final do livro tem até uma importante nota explicando ao leitor esclarecimentos sobre esta batalha que teria passado despercebida se não fosse pela obra Henrique V de William Shakespeare a eternizá-la para sempre, já que foi o então da Inglaterra um dos responsáveis por comandar esta improvável vitória inglesa. Nesta nota é inclusive citado um trecho retirado  de um livro do historiador britânico Sir John Keegan(1934-2012), intitulado “The Face of Battle”, publicado em 1976, onde cita a respeito de Azincourt o seguinte: “ Os acontecimentos da campanha de Azincourt são, para o historiador militar, de uma objetividade gratificante....há menos do que a louca incerteza usual com relação aos números envolvidos de cada lado.”



Esta nota também contém já no final da página, uma linda estrofe poética escrita por um ex-militar francês que participou deste combate real e depois passaria 25 anos prisioneiro. Esta estrofe faz a seguinte descrição sobre o que foi aquele conflito na sua visão particular:



“A paz é um tesouro que nunca é demasiado louvar.



Odeio a guerra. Ela jamais deveria ser louvada;



Por muito tempo me impediu, certa ou erradamente,



De ver a França que meu coração deve amar.”



Ótimo livro cuja leitura eu recomendo.















 FONTE:



http://pt.wikipedia.org/wiki/Lollardismo



http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Keegan



http://pt.wikipedia.org/wiki/Azincourt_%28livro%29



http://www.bernardcornwell.net/



http://pt.wikipedia.org/wiki/Bernard_Cornwell



http://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_V_de_Inglaterra



http://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_V_%28teatro%29







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