quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
RETROSPECTIVA DO ANO 20 - EDUARDO BUENO
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
Noriega, o presidente traficante | Nerdologia Criminosos
domingo, 27 de dezembro de 2020
ADEUS, ANO DA PESTE - EDUARDO BUENO
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
NATAL NADA PACÍFICO - EDUARDO BUENO
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
A origem das tradições de Natal | Nerdologia
segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
40 ANOS SEM NELSON RODRIGUES(1912-1980)
QUATRO
DÉCADAS SEM O ESCRITOR MALDITO.
No dia 21 de Dezembro de 1980, falecia no Rio de Janeiro, o mais importante escritor, que já foi jornalista e dramaturgo brasileiro. Nelson Falcão Rodrigues, ou simplesmente Nelson Rodrigues como costumava assinar. Nascido em Recife, capital do estado de Pernambuco, em 23 de Agosto 1912.
Quinto filho de quatorze irmãos do jornalista, que também já fez carreira política, sendo eleito Deputado Federal, Mário Rodrigues(1885-1930), conhecido pelo rótulo de O Escritor Maldito, seja pela maneira como escrevia suas obras, descrevendo a face oculta de cada um de nós, com os caráter dúbios das pessoas, suas obsessões, seus transtornos, seus cinismos, suas hipocrisias, seus falsos moralismos, de uma maneira quase a brincar de psicólogo, e utilizando-se do erotismo para explorar sobre temas delicados como o adultério, ou mesmo sobre situações trágicas, inspirado nos textos policiais dos quais escreveu para o jornal A Manhã. Mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital federal do Brasil em 1916.
Foi lá que construiu sua carreira no jornalismo, e também na
dramaturgia. Começou trabalhando no jornal A Manhã, de propriedade de
seu pai. Sendo repórter policial durante longos anos, responsável por lhe
inspirar grandes peças de teatro com alto teor denso. Sua peça de estreia foi A
Mulher sem Pecado. Mas foi com Vestido de Noiva, que ele conseguiu
angariar um imenso sucesso de crítica, pela maneira como renovou a linguagem
teatral, que o transformou num grande representante da novo formato do teatro
brasileiro, apesar delas serem estigmatizada e tachadas de imorais e obscenas,
o que criou o rotulado de O Escritor Maldito. Com alto teores banais,
muito disso inspirado na fatídica vivência da tragédia familiar ocorrida em
1929 quando teve seu irmão que também trabalhava no jornal foi brutalmente
assassinado por uma mulher que o jornal publicou o desquite e pouco tempo
depois, seu pai morreu e o jornal foi fechado a mando do Governo de Getúlio Vargas(1882-1954). E somando
ao fato dele escrever em crônicas policiais, num ambiente cheio de energias
negativas então já dá para imaginar de onde ele se inspirou para criar estes
tipos mais incomuns e esquisitos. A partir de 1962, começa a escrever crônicas
esportivas, onde deixava transparecer sua paixão por futebol.
Muitas
de suas obras, já ganharam diferentes adaptações para cinema e televisão, como
por exemplo A Vida Como ela é... (Brasil, 1996)uma série de 40
episódios, inspirados numa série de crônicas que ele escreveu no jornal Última
Hora, entre os anos 1950 que ganhou uma adaptação televisiva produzida pela
Rede Globo em 1996, que foi o meu primeiro contato com a obra do autor. Além de
ter escrito para o jornal A Manhã, de propriedade da sua família, Nelson também escreveu para O Globo, e o Diários
Associados. Na sua vida pessoal Nelson foi casado três vezes, a primeira
com Elza Bretanha, sua colega de redação, com quem se casou em 1940, e que
duraria 30 anos, e quando separou de Elza, casou com Lúcia Lima Cruz, do fruto
dessa união tiveram Daniela, que nasceu com sérios problemas mentais, e depois
desta casou com Helena Maria. Nos últimos anos de sua vida, mesmo já sendo
consagrado como jornalista e dramaturgo, além de sua vida pessoal não ir às mil
maravilhas como essas séries de separações da qual passou, também viveu o drama
de ver seu filho Nelson Rodrigues Júnior, virar um guerrilheiro no combate ao
Regime Militar, do qual ele tinha uma posição favorável, e para piorar, o seu
estado de saúde não era dos melhores, vinha ficando bastante fragilizado em
decorrência de problemas gastroenterologicos e também cardíacos.
Que o levaria a falecer numa manhã de domingo,
21 de Dezembro de 1980, de complicações cardíacas e respiratórias, aos 68 anos
de idade, e deixando uma vastas obras que mesmo quem ame ou odeie, o aprecia e
respeita sua genialidade para escrever a realidade torturante e densa de cada
um de nós.
PARA
ENCERRAR UMA SELEÇÃO DE FRASES RODRIGUIANAS:
"O
Brasileiro é um feriado".
"O
Brasil é um elefante geográfico. Falta-lhe, porém, um rajá, isto é, um líder que
o monte".
"Sou
a maior velhice da América Latina. Já me confessei uma múmia, com todos os
achaques da múmia". "Toda oração é linda. Duas mãos postas são sempre
tocantes ainda que rezem pelo vampiro de Dusseldorf".
"O
grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do
idiota".
"Sou
o menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci
menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha
ótica de ficcionista. Sou(e sempre fui) um anjo pornográfico( desde
menino)".
"Na
vida, é importante fracassar".
"Daqui
a duzentos anos, os historiadores vão chamar este final de século de "a
mais cínica das épocas". O cinismo escorre por toda a parte, como a água
das paredes infiltradas".
"Sexo
é para operário".
"O dinheiro compra até amor
sincero".
"O
Socialismo ficará como um pesadelo humorístico da História".
"Todas
as vaias são boas, inclusive as más".
“Toda
unanimidade é burra.”
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
ASSIS CHATEAUBRIAND, O REI DE PAUS DO BRASIL - EDUARDO BUENO
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
História das bolsas de valores | Nerdologia
sábado, 12 de dezembro de 2020
90 ANOS DE SILVIO SANTOS.
RESENHA DE SUA BIOGRAFIA A FANTÁSTICA HISTÓRIA DE SILVIO SANTOS
Hoje,
12 de Dezembro de 2020, o maior
comunicador brasileiro está completando 90 anos de idade. O grande Sílvio
Santos. Portanto, como forma de homenagem ao seu aniversário compartilho aqui
este fascinante livro biográfico antigo dele A Fantástica História de Silvio Santos, que
foi publicado em 2000. De autoria do jornalista Arlindo Silva. Como já tem
vinte anos que foi publicado é uma obra considerada bastante desatualizada onde
seu respectivo autor falecido em 2011
que por anos foi assessor de imprensa apresenta aqui uma visão considerada
bastante tendenciosa sobre ele. E muitos dos fatos que ele descreve sobre
Sílvio Santos vão até o recente acontecimento da época com o Show do Milhão. Ou
seja, ficou datada. Porém, ainda é uma biografia que não deixa de ser
fascinante, envolvente em mostra outras facetas de Sílvio Santos além do
apresentador despojado que vemos na TV.
Reproduzo
aqui o que descrevi na resenha textual
que fiz dele em meu blog Breno Historiador em 2018 com algumas modificações:
Silvio
Santos, o maior comunicador que o Brasil
já conheceu desperta um verdadeiro fascínio em todos os brasileiros, não
tem quem não fique fascinado e magnetizado por ele. Especialmente por sua
versatilidade e sua irreverência. Do mesmo modo que ele tem muito talento para
comunicação e diversão ao público, também
mostra para empreender os seus mega empreendimento.
Mas fora isso também existe uma faceta do Silvio Santos pouco conhecida de muita gente que envolve detalhes curiosos de sua intimidade que talvez ninguém imagina que tipo, por trás daquela simpatia de pessoa mostrada nas câmeras esconde um cara tímido, que sempre foi muito reservado em sua vida pessoal. Que seu verdadeiro nome é Senor Abravanel. Cujo maneirismo característico de se comunicar nunca foi daquele jeito, e ele não nasceu em berço de ouro, conquistou todo o seu patrimônio suando a camisa. Todos estes detalhes íntimos do Silvio Santos, melhor dizendo do Senor Abravanel, o famoso homem do baú está bem documentado no livro biográfico A Fantástica História de Silvio Santos de autoria do jornalista Arlindo Silva. Publicado pela EB-Editora do Brasil no ano 2000. Recentemente tem saído novas publicações biográficas sobre o grande mito da televisão escritas por diferentes autores, trazendo algumas atualizações de fatos na vida de Silvio Santos, principalmente nos ocorridos entre as décadas de 2000 para cá. Entre estes exemplos de novas biografias sobre Silvio Santos que posso citar está o livro Topa Tudo por Dinheiro de autoria do crítico de TV, colunista do Jornal Folha de São Paulo e do site UOL Mauricio Stycer. Acredito que nada possa se comparar a maneira como Arlindo Silva que faleceu em 2011 imprimiu ao leitor a sua descrição sobre Silvio Santos e suas diferentes camadas, seja no respeitado homem público que diverte todo mundo na TV ou no milionário empreendedor e seja na vida intima como bom homem de família. Além de apresentar um vasto conteúdo citando fontes, arquivos com fotos, recortes de jornais e revistas, trechos que dão um enriquecimento absurdo ao livro. Ele também teve a preocupação de trabalhar uma boa qualidade da leitura, especialmente na estrutura narrativa com um texto bem trabalhado que tornasse a leitura compreensível, mais palatável e mais prazerosa ao leitor. Arlindo que trabalhou como assessor de imprensa para Silvio Santos por longos 24 anos, pode-se perceber pelo teor da narrativa um tom pessoal, descrevendo com muita propriedade sobre a vida e a pessoa de Silvio Santos. Ao longo das 277 páginas divididas em 25 capítulos do livro.
No primeiro capítulo, ele descreve como ele o conheceu pela primeira vez pessoalmente quando trabalhava para a revista O Cruzeiro em 1970, onde inclusive ele descreve as matérias e as reportagens sobre ele para a revista em 1971, inclusive descreve uma série de reportagens que fez dedicados ao dono do baú na mesma revista em 1972. Que foram reproduzidas na integra. No livro também mostra todos os detalhes íntimos da vida de Silvio Santos, antes dele virar o célebre comunicador dono do SBT, e o influente empresário que o Brasil já conheceu. De sua vida comum na Travessa da Lapa de onde nasceu em 12 de Dezembro de 1930, no Rio de Janeiro, numa família simples, onde ele sendo filho primogênito de pai grego e mãe turca constituída também de cinco irmãos trabalhou muito duro para dar uma vida digna a eles. Nesta passagem, ele minuciosamente descreve como foi o começo da sua vida profissional de um simples ambulante, passando pela carreira militar e de como ele deu os primeiros passos no show business. Do rádio para a TV, entre os anos 1950 e 1960, temos muitas descrições minuciosamente detalhadas dos bastidores dos primórdios da TV. Ele também descreve na biografia, mencionando nomes de gente importante com quem ele firmou grandes parcerias, como Manoel de Nóbrega(1913-1976), o pai do comediante Carlos Alberto de Nóbrega que com quem o ajudou a criar o Baú da Felicidade em 1958, aliás no último capítulo está exposto na integra uma entrevista de Arlindo a Manoel de Nóbrega em 1974, onde ele descreve outros detalhes íntimos do Silvio Santos. Também menciona os nomes do animador Roque e do locutor Lombardi(1940-2009), seus inseparáveis companheiros dos programas de auditório de antes dele criar o SBT. Aliás, o livro também apresenta como foram suas passagens em outras emissoras de antes assumir o SBT. Descreve detalhadamente como ocorreu os bastidores políticos da sua negociação ocorrida em 1976, na época do então Governo Militar do General Ernesto Geisel(1908-1996) para obter a concessão de criar uma emissora de denominada de TVS, na fase pré-SBT.
A política também é pautada na biografia, especialmente nas suas
controversas e um tanto duvidosas tentativas de encarar quatros campanhas
eleitorais. Primeiro para Prefeito de São Paulo em 1988, em seguida para Presidente
da República em 1989, na primeira eleição para presidente no Brasil, em 1990
tentou disputar para Governador de São Paulo e a última tentativa foi para
Prefeito de São Paulo em 1992. Onde em todas elas ele acabou desistindo de
disputar, naquele período do final dos anos 1980 e começo dos anos 1990 em que
o cenário político e econômico brasileiro se encontrava bastante crítico,
extremamente caótico com a inflação nas alturas, e o primeiro governante eleito
diretamente pelo povo que foi Fernando Collor
de Mello fez uma administração tão decepcionante ao confiscar as poupanças de
todos os brasileiros que terminou resultando no seu Impeachment em 1992 após
seu irmão Pedro Collor denunciar tudo a público na capa da revista VEJA. Foram
nestes momentos que na biografia também é descrito os bastidores das
articulações dele com os importantes figurões dos mais diferentes partidos,
seja da direita, da esquerda, centro-direita, centro-esquerda enfim, temos
menções dos nomes de Leonel Brizola, José Agripino dentre outros. Também
comenta dos bastidores do surgimento do SBT, que ocorreu logo após a Rede Tupi,
a pioneira fechar de vez as portas em 1980, onde ali temos um capitulo que
descreve detalhadamente este episódio triste da morte da pioneira. E muita descrição
bem detalhada de como ele articulou, arquitetou, esquematizou e executou todos
os bastidores das atrações para a emissora, dos investimentos em marketing
enfim, vários trâmites. Envolvendo principalmente as exportações mexicanas da
Televisa como Chaves e algumas novelas.
Nesse
ano inclusive que o SBT teve de parar de
exibir Chaves, por causa da briga jurídica nos tribunais
mexicanos entre a emissora Televisa com o Grupo Chespirito, representado pelos
herdeiros do interprete e criador do Chaves Roberto Gómez Bolaños(1929-2014),
por questões de copyright que afetou a continuidade das exibições da série a nível
mundial. Há um trecho de capitulo do livro onde Arlindo Silva descreve qual foi sua
impressão do programa e que nos bastidores ninguém levava da direção executiva
da emissora botava fé que ele fosse um sucesso no Brasil:
“Quando
tudo ficou pronto, Silvio me perguntou o que eu estava achando do seriado.
Respondi que se tratava de um produto barato, sem qualidades em termos de
televisão atual, que pecava pela iluminação, pecava nas cores, sempre muito
fortes; enfim, percebia-se que o cenário simples da vila era de papelão. Mas
comentei que preferia ver minha filha de quatro anos assistindo a esse humor
puro, de circo, como o que eu assistia no Piolim, ao humor que víamos nos
Trapalhões, impregnado de erotismo desnecessário. Contei a Silvio que enviara
cópias de alguns capítulos aos diretores
de programas do SBT para opinarem, e todos tinham considerado o seriado uma
droga, uma porcaria. Foi ai que Silvio determinou que se preparasse cinco
capítulo para colocar no ar como experiência. Isso aconteceu em 1984.
Na
verdade, ninguém acreditava que Chaves pudesse emplacar. Todos achavam aquilo
um seriado brega, mal feito, uma coisa sem graça. A realidade, porém, é que ao
longo de 16 anos, Chaves continua um sucesso de audiência, em qualquer horário
em que seja exibido. Além disso, o seriado foi motivo de teses sobre a
televisão para a infância em universidades”.
Enfim, há muita coisa para conhecer das facetas de Silvio Santos, inclusive sobre a vida intima reservada dele em família. No livro há a descrição do quanto ele ficou abalado pela morte de sua primeira esposa Maria Aparecida Vieira Abravanel(Cidinha) em 1977. Mãe de duas das seis filhas do apresentador originado do fruto dessa união nasceram Cintia e Silvia(Silvinha) Abravanel. E logo depois conheceu Íris Pássaro Abravanel, sua companheira longeva até hoje com que teve mais quatro filhas, Daniela, Patrícia, Rebecca e Renata. Assim como apresenta outros fatos curiosos envolvendo as diferentes camadas ao redor do grande dono do baú relatando até a época do Show do Milhão. A respeito da edição desse livro, eu acredito que ele possa estar disponível em algum sebo ou mesmo no site da Estante Virtual ou provavelmente em algum sebo físico, como já é uma edição que tem duas décadas de publicação não deve estar disponível em catálogo a não ser que tenham feito novas reimpressões. Inclusive em 2002 ao ser republicado Arlindo incluiu os acontecimentos na vida dele em 2001 como o Carnaval onde foi samba-enredo de uma Escola de Samba, o sequestro de sua filha Patrícia e a Casa dos Artista. O curioso de como eu adquiri esta edição original foi um tanto que por acaso, ocorreu quando eu fui a Fortaleza/CE passar o feriado do Carnaval de 2018 com minha família, onde fiquei hospedado na antiga casa que foi dos falecidos pais da minha amiga Arlete. No momento que me sentei no sofá, reparei que tinha um cômodo com uma prateleira de alguns livros e dentre livros estava esta edição de A Fantástica História de Silvio Santos.
No
que peguei aquela edição, fui começando a ler e fiquei fascinado com a maneira
como autor nos surpreende ao descrever outras facetas de Silvio Santos neste
livro que contém um riquíssimo conteúdo que inclui a árvore genealógica da Família
Abravanel, com a excelente qualidade do texto, bem compreensível e numa
estrutura narrativa muito agradável e prazerosa e inclusive Arlete até me
presenteou com ele para concluir minha leitura. Acredito que por essas
outras que as novas biografias que
surgirem sobre Silvio Santos escrita por outros autores dificilmente irão se igualar a maneira como Arlindo Silva
criou na biografia A Fantástica História de Silvio Santos.
Silvio
Santos que atualmente está comemorando o seu aniversário de forma bem discreta,
já que desde começou o clima da pandemia do coronavírus, ele não tem sido muito
visto em público, ainda mais por ser avesso as badalações e as redes sociais, tem ficado completamente isolado em sua casa, por já ser idoso com 90
anos o que o qualifica como grupo de risco, acompanhando de longe os rumos de sua emissora
que tem passado por um momento muito crítico
neste ano de 2020, enfrentando muitas demissões, fora que com o Coronavírus a
emissora precisou adotar alguns protocolos de segurança que afetou sua
programação, assim como aconteceu com outros canais abertos.
No
ano que entra, 2021, o seu grande filhote SBT vai completar quarenta anos chegando na crise
meia da idade nessa atual cenário doloroso causado por esta desgraça de vírus.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2020
A RAIZ DA PUNIÇÃO - EDUARDO BUENO
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Os deuses da Grécia Antiga | Nerdologia
segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
Retrospectiva Nostálgica - 1982
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
WALT DISNEY NO BRASIL E A CRIAÇÃO DO ZÉ CARIOCA - EDUARDO BUENO
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
A maior derrota sofrida pelo Império Romano | Nerdologia
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
A MORTE DE CARLOS MARIGHELLA - EDUARDO BUENO
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
O maior roubo de arte da História | Nerdologia Criminosos
domingo, 22 de novembro de 2020
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
AS VERDADES E MENTIRAS DO BRASIL - EDUARDO BUENO
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
25 ANOS SEM ADOLPHO BLOCH
Morre Adolpho Bloch - Jornal da Manchete - 20/11/1995
terça-feira, 17 de novembro de 2020
Os reinos vikings nas ilhas britânicas | Nerdologia
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
KARDEC E NAPOLEÃO
KARDEC
E NAPOLEÃO
Logo após o Brumário (9 de Novembro de 1799), quando Napoleão se fizera o primeiro Cônsul da República Francesa, reuniu-se, na noite de 31 de Dezembro de 1799, no coração da latinidade, nas esferas Superiores, grande assembleia, de espíritos sábios e benevolentes, para marcarem a entrada significativa do novo século.
Antigas personalidades de Roma Imperial, pontífices e guerreiros das Gálias, figurasnotáveis da Espanha, ali se congregavam à espera do expressivo acontecimento.
Legiões dos Césares, com os seus estandartes, falanges de batalhadores do mundo gaulês e grupos de pioneiros da evolução hispânica, associados a múltiplos representantes das Américas, guardavam linhas simbólicas de posição de destaque.
Mas não somente os latinos se faziam representados no grande conclave. Gregos ilustres,lembrando as confabulações da Acrópole gloriosa, israelitas famosos, recordando o Templo de Jerusalém, deputações eslavas e germânicas, grandes vultos da Inglaterra, sábios chineses, filósofos hindus, teólogos budistas, sacrificadores das divindades olímpicas,renomados sacerdotes da Igreja Romana e continuadores de Maomet ali se mostravam,como em vasta convocação de forças da ciência e da cultura da Humanidade.
No concerto das brilhantes delegações que aí formavam, com toda a sua fulguraçãorepresentativa, surgiam Espíritos de velhos batalhadores do progresso que voltariam à liça carnal ou que a seguiriam, de perto, para o combate à ignorância e a miséria, na laboriosapreparação da nova era da fraternidade e da luz.
No deslumbrante espetáculo da Espiritualidade Superior, com a refulgência de suas almas,achavam-se Sócrates, Platão Aristóteles, Apolônio de Tiana, Orígenes, Hipócrates,
Agostinho, Fénelon, Giordano Bruno, Tomás de Aquino, S.Luis de França, Vicente de Paulo,Joana D’Arc, Tereza d’Avila, Catarina de Siena, Bossuet, Spinoza, Erasmo, Mílton, Cristóvão Colombo, Gutenberg, Galileu, Pascal, Swedenborg e Dante Alighieri para mencionar apenas alguns heróis e paladinos da renovação terrestre; e, em planos menos brilhantes,encontravam-se, no recinto maravilhoso, trabalhadores de ordem inferior, incluindo muitos dos ilustres guilhotinados da Revolução, quais Luís XVI, Maria Antonieta, Robespierre,Danton, Madame Roland, André Chenier, Bailly, Camile Desmoulins, e grandes vultos como Voltaire e Rousseau.
Depois da palavra rápida de alguns orientadores eminentes, invisíveis clarins soaram na direção do plano carnal e, em breves instantes, do seio da noite, que velava o corpo ciclópico do mundo europeu, emergiu, sob a custodia de esclarecidos mensageiros, reduzido cortejode sombras, que pareciam estranhas e vacilantes, confrontadas com as feéricas irradiaçõesdo palácio festivo.
Era um grupo de almas, ainda encarnadas, que, constrangidas pela Organização Celeste, remontavam à vida espiritual, para a reafirmação de compromissos.
À frente, vinha Napoleão, que centralizou o interesse de todos os circunstantes. Era bem o grande corso, com os seus trajes habituais e com o seu chapéu característico.
Recebido por diversas figuras da Roma antiga, que se apressavam em ofercer-lhe apoio e auxilio, o vencedor de Rivoli ocupou radiosa poltrona que, de antemão, lhe fora preparada.
Entre aqueles que o seguiram, na singular excursão, encontravam-se respeitáveis autoridades reencarnadas no Planeta, como Beethoven, Ampère, Fúlton, Faraday, Goethe,
João Dálton, Pestalozzi, Pio VII, além de muitos outros campeões da prosperidade e da independência do mundo.
Acanhados no veículo espiritual que os prendia à carne terrestre, quase todos os recém-vindos banhavam-se em lágrimas de alegria e emoção.
O Primeiro-Cônsul da França, porém, trazia os olhos enxutos, não obstante a extrema palidez que lhe cobria a face. Recebendo o louvor de várias legiões, limitava-se a responder com acenos discretos, quando os clarins ressoaram, de modo diverso, como se pusessem a voar para os cimos, no rumo do imenso infinito...
Imediatamente uma estrada de luz, à maneira de ponte levadiça, projetou-se do Céu, ligando-se ao castelo prodigioso, dando passagem a inúmeras estrelas resplendentes.
Em alcançando o solo delicado, contudo, esses astros se transformavam sem seres humanos, nimbados de claridade celestial.
Dentre todos, no entanto, um deles avultava em superioridade e beleza. Tiara rutilante brilhava-lhe na cabeça, como que a aureolar-lhe de bênçãos o olhar magnânimo, cheio de atração e doçura. Na destra, guardava um cetro dourado, a recamar-se de sublimes cintilações...
Musicistas invisíveis, através dos zéfiros que passavam apressados, prorromperam num cântico de hosanas, sem palavras articuladas.
A multidão mostrou profunda reverência, ajoelhando-se muitos dos sábios e guerreiros, artistas e pensadores, enquanto todos os pendões dos vexilários arriavam, silenciosos, em sinal de respeito.
Foi então que o corso se pôs em lágrimas e, levantando-se, avançou com dificuldade, na direção do mensageiro que trazia o báculo de ouro, postando-se genuflexo, diante dele.
O celeste emissário, sorrindo com naturalidade, ergueu-o, de pronto, e procurava abraçá-lo, quando o Céu pareceu abrir-se diante de todos, e uma voz enérgica e doce, forte como a ventania e veludosa como a ignorada melodia da fonte, exclamou para o Napoleão, que parecia eletrizado de pavor e júbilo, ao mesmo tempo:
Irmão e amigo ouve a verdade, que te fala em meu espirito! Eis-te à frente do apóstolo da fé, que, sob a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento...
César
ontem, e hoje orientador, rende o culto de tua veneração, ante o pontífice da
luz!
Renova,
perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra renascente!...
Aqui se congregam conosco lidadores de todas as épocas. Patriotas de Roma e das Gálias, generais e soldados que te acompanham nos conflitos da Farsália, de Tapso e de Munda, remanescentes das batalhas de Gergóvia e de Alésia aqui te surpreendem com simpatia e expectação... Antigamente, no trono absoluto, pretendias-te descendente dos deuses para dominar a Terra e aniquilar os inimigos... Agora, porém, o Supremo Senhor concedeu-te por berço uma ilha perdida no mar, para que te não esqueças da pequenez humana e determinou voltasses ao coração do povo que outrora humilhaste e escarneceste, a fim de que lhe garantas a missão gigantesca, junto da Humanidade, no século que vamos iniciar.
Colocado pela Sabedoria Celeste na condição de timoneiro da ordem, no mar de sangue da Revolução, não olvides o mandato para o qual fostes escolhido.
Não acredites que as vitórias das quais fostes investido para o Consulado devam ser atribuídas exclusivamente ao teu gênio militar e político. A Vontade do Senhor expressa-se nas circunstâncias da vida. Unge-te de coragem para governar sem ambição e reger sem ódio. Recorre à oração e à humildade para que te não arrojes aos precipícios da tirania e daviolência!...
Indicado para consolidar a paz e a segurança, necessárias ao êxito do abnegado apóstolo que descortinará a era nova, serás visitado pelas monstruosas tentações do poder.
Não te fascines pela vaidade que buscará coroar-te a fronte... Lembra-te de que o sofrimento do povo francês, perseguido pelos flagelos da guerra civil, é o preço da liberdade humana que deves defender, até o sacrifício. Não te macules com a escravidão dos povos fracos e oprimidos e nem enlameies os teus compromissos com o exclusivismo e com a vingança!...
Recorda que, obedecendo a injunções do pretérito, renasceste para garantir o ministério espiritual do discípulo de Jesus que regressa à experiência terrestre, e vale-te da oportunidade para santificar os excelsos princípios da bondade e do perdão, do serviço e da fraternidade do Cordeiro de Deus, que nos ouve em seu glorificado sólio de sabedoria e de amor!
Se honrares as tuas promessas, terminará a missão com o reconhecimento da posteridade e escalarás horizontes mais altos da vida, mas, se as tuas responsabilidades forem menosprezadas, sombrias aflições amontoar-se-ão sobre as tuas horas, que passarão a ser gemidos escuros em extenso deserto...
Dentro do novo século, começaremos a preparação do terceiro milênio do Cristianismo na Terra.
Novas concepções de liberdade surgirão para os homens, a Ciência erguer-se-á a indefiníveis culminâncias, as nações cultas abandonarão para sempre o cativeiro e o tráfico de criaturas livres e a religião desatará os grilhões do pensamento que, até hoje, encarceram as melhores aspirações da alma no inferno sem perdão!...
Confiamos, pois, ao teu espírito valoroso a governança política dos novos eventos e que o Senhor te abençoe!...
Cânticos de alegria e esperança anunciaram nos céus a chegada do século XIX e, enquanto o Espírito da Verdade, seguido por várias cortes resplandecentes, voltava para o Alto, a inolvidável assembleia se dissolvia...
O apóstolo que seria Allan Kardec, sustentando Napoleão nos braços, conchegou-o de encontro ao peito e acompanhou-o, bondosamente, até religá-lo ao corpo de carne, no próprio leito.
Em 3 de outubro de 1804, o mensageiro da renovação renascia num abençoado lar de Lião,mas o Primeiro-Cônsul da República Francesa, assim que se viu desembaraçado da influência benéfica e protetora do Espírito de Allan Kardec e de seus cooperadores, que retomavam, pouco a pouco, a integração com a carne, confiantes e otimistas, engalanou-se com a púrpura do mando e, embriagado de poder, proclamou-se Imperador, em 18 de maio de 1804, ordenando a Pio VII viesse coroá-lo em Paris.
Napoleão, contudo, convertendo celestes concessões em aventuras sanguinolentas, foi apressadamente situado, por determinação do Alto, na solidão curativa de Santa Helena, onde esperou a morte, enquanto Allan Kardec, apagando a própria grandeza, na humildade de um mestre-escola, muita vez atormentado e desiludido, como simples homem do povo,deu integral cumprimento à divina missão que trazia à Terra, inaugurando a era espírita-cristã, que, gradativamente, será considerada em todos os quadrantes do orbe como a sublime renascença da luz para o mundo inteiro.
[19:33,
21/07/2020] +55 84 9696-3689: A narrativa está em cartas e crônicas do Irmão X
( Humberto de Campos)
[19:34,
21/07/2020] +55 84 9696-3689: Psicografia de chico
terça-feira, 10 de novembro de 2020
A vida de Bruce Lee e seu impacto cultural | Nerdologia
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
O dia em que George W Bush fez Alexandre Pires chorar - Grandes Momentos...
Para entrar no clima do final da eleição americana que deu vitória a Joe Biden. Os apresentadores do Canal O Brasil Que Deu Certo, Ciro Hamen e Matheus lembram do curioso episódio de quando o celebre pagodeiro Alexandre Pires cantou para George W. Bush em 2003 na Casa Branca.
" Em 2003, Alexandre Pires vivia um dos melhores momentos de sua carreira e foi convidado para cantar na Casa Branca para o presidente dos Estados Unidos, George W Bush. O vocalista do Só Pra Contraria se emocionou e chorou no colo do então presidente. Você conhece toda essa história?"
sábado, 7 de novembro de 2020
ADEUS LOURO JOSÉ- O BONECO DO PROGRAMA DE CULINÁRIA MATINAL
UM BONECO
FAZENDO SUCESSO NUM PROGRAMA DE
CULINÁRIA.
Na
tarde do domingo da véspera de finados,
1º de Novembro, partia para o plano espiritual Tom Veiga(1973-2020). O homem
responsável por manipular e fazer a voz do famoso papagaio Louro José, fantoche que divertia o Brasil diariamente nas manhãs
do programa Mais Você na Rede Globo. Ele tinha 47 anos e sofreu
de um AVC hemorrágico em sua residência na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro.
Essa
notícia deixou o Brasil inteiro abalado e inconsolado, gerando muitas
repercussões nas redes sociais de gente famosa de um cara que nunca costumava dar as caras em
público quando não estava no programa matinal manipulando e dando voz ao famoso fantoche. Aliás ele nunca dava as
caras em público, nem mesmo para dar entrevistas em outros programas de TV. Só
mesmo quando postava suas fotos em rede sociais.
O
fato curioso sobre este fantoche é que a ideia do personagem não partiu dele que o representava, mas sim da
apresentadora Ana Maria Braga lá pela segunda metade da década de 1990, na
época que ela apresentava um programa de culinária chamado Note e Anote
na Rede Record TV entre os anos de 1993-1999.
Ela
teve essa ideia quando estava num engarrafamento acompanhado do seu então
marido e empresário Carlos Madrulha, e de lá começou a conversar sobre a ideia de levar ao programa um fantoche para
o seu programa para ela se interagir como forma principalmente de atrair a criançada,
já que como o programa começava lá para meio-dia, uma hora da tarde, hora
posterior as atrações dos programas infantis Bill Body e Agente
G, nesta época onde ainda
reinavam no horário matutino das grandes emissoras abertas os programas infantis com
seus faturamentos de anúncios publicitários e nessa hora ainda passava
programas infantis passando desenhos em outros canais, ela usou desse artificio
como forma de atrair as crianças acompanhadas das mãe donas de casa para
segurar sua audiência.
Inicialmente
antes dela definir e começar a rascunhar o boneco
como papagaio ela pensou nele em ser um cachorro, um gato e outros
animais, até definir como papagaio que ficaria mais verossímil já que a ave tem
a habilidade de reproduzir a fala humana, como ela já tinha um papagaio de
estimação que batizou de Louro José sendo o José em homenagem a seu pai, fez o
mesmo com o fantoche, que foi confeccionado todo em espuma com a movimentação
dos olhos e das asas em animatronico por
uma empresa da própria Ana Maria Braga,
já para dar voz ao boneco, ela pensou em ser alguém da própria produção mesmo,
não queria que fosse um manipulador habilidoso, competente e profissional,
porque queria algo mais verdadeiro, autentico. E é ai que ele entra na
história, isto porque Neilton Veiga Junior, vulgo Tom já trabalhava antes com ela desde 1995 atrás
das câmeras como seu assistente de
palco. Função essa da qual ele entrou por mero acaso, já que ele nunca tinha
trabalhado em TV. Já tinha sido
office-boy e motorista de ambulância até que quando ele estava
trabalhando como feirante em artesanato, foi lá que Ana Maria apareceu e o convidou para assumir a
função de assistente de palco, em seu programa então na Record, já que além de
culinária o programa também se focava no artesanato e ficou encarregado dele
dar este suporte.
Tom
havia relutado muito em aceitar o convite para manipular o boneco, Ana Maria insistiu
já que ela como não queria que fosse um manipulador profissional, pois via que
não ficaria muito natural, ela então fez
muitos testes com membros de sua própria produção, quando num dia ao observá-lo
brincando com o boneco nos bastidores o convenceu a ficar na função.
E
foi daí então que por esta insistência dela, ele acabou aceitando a função,
ainda não muito a vontade de fazer a voz do boneco na frente das câmeras, e com
perdão do trocadilho, ainda não tinha conseguido encontrar o tom certo para ele
e foi se encontrando e aprimorando com o
passar do tempo. Que nesta época carregava um aspecto feio, era todo mambembe, parecia feito
de forma amadora, e depois que Ana Maria Braga saiu da Record em 1999 por
divergências salariais com a direção executiva e foi contratada pela Rede Globo para comandar
o Mais Você que está no ar até hoje, e levou junto com ela o fantoche e a partir daí
foi que ele mudou a aparência, ficando mais
bonita e começou uma longa e duradora parceria de mais de 20 anos.
Eu
lembro vagamente da primeira vez que vi
este fantoche aparecendo no programa Note e Anote, naquela época,
segunda metade dos anos 1990, eu era bem
garotinho e estava assistindo numa
antena parabólica que tinha sido
recém-instalada lá na outra casa que eu morava que era na Rua dos Potiguares. Nesta
época o sinal da Record ainda não pegava aqui em Natal-RN.
Confesso
que assistia aquilo e minha irmã via junto
por acharmos divertido e
engraçado, principalmente a interação deles com as batalhas de pegadinhas,
ainda que ficasse estranho ver uma
apresentadora de programa de culinária, cujo nicho de público é o feminino,
interagindo com um fantoche, um objeto, um ser inanimado que atraia mais as
crianças num programa daquele nível, que além do foco ser culinária também
trazia abordagens sobre comportamento, moda, saúde, entretenimento, etc...
Tudo
isso voltado ao público feminino, num formato jornalístico que bem se encaixa
na categoria dos meios de comunicação como uma imprensa rosa.
Depois
de ler muitas matérias de sites
divulgando a sua morte, com
artigos até de opinião, me fez aqui chegar à seguinte conclusão de que se não fosse pela boa sintonia, a química,
o entrosamento e a conexão que Ana Maria mostrava ao se interagir com
o fantoche na frente das câmeras por
tanto tempo. Aquela sua ideia ousada poderia ter tudo para dar errado e fracassar.
Imagino como a grande mídia impressa da época, dos jornais e revistas. Numa
época em que a internet não era tão massificada quanto agora com as redes
sociais. Pensava dessa maneira, que podia não ser duradouro a ponto de parecer
muito ridículo uma apresentadora de um programa de temática feminina trazer um
fantoche para se comunicar como uma
pessoa qualquer poderia parecer não
muito natural, poderia ficar bastante teatralizado ou mesmo muito caricato.
E
eles conseguiam convencer a naturalidade da interação, principalmente pela
forma como Tom Veiga foi conseguindo moldar, imprimir uma personalidade mais humanizada, a
medida que foi se encontrando nele. Principalmente na maneira como ele ao
incorporar e dar vida ao fantoche
desenvolvendo uma técnica de voz de
falsete, ajustando num timbre agudo personificava no papagaio um perfil um tanto infantil, malandro,
encrenqueiro, xavequeiro, intempestivo,
grosseiro, mal-educado de fala gritada, e muito tagarela, que enfim,
tornava o personagem divertido, que
criava um ótimo contraponto com a Ana Maria, principalmente pelas rápidas tiradas
que Tom colocava com o Louro José para causar uma quebra de clima, com ótimas
sacadas de timming bem colocadas no improviso, com uns toques de duplo sentido
e um tanto boca suja que lhe dava um
aspecto bem anárquico e transgressor. Tipo enquanto que ela mantinha
uma postura séria no programa, principalmente quando tinha alguns convidados ou
cometia umas gafes na hora cozinhar, ele aproveitava para soltar uma tirada cômica
que ajudava a segura-la muitas de muitas situações constrangedoras que ela passava no ar. Uma cumplicidade que também era
fora do programa, pois, segundo a própria nunca lhe ocorreu deles viverem
tretando nos bastidores.
Tom
sempre optou pelo anonimato, mesmo com o fantoche que ele manipulava sendo um grande fenômeno e sucesso no Brasil inteiro. Uma sábia decisão, pois caso ocorresse dele aparecer demais ocorreria
uma grande quebra, a ponto de parecer que ele estava se autopromovendo, e se a
fama começasse a subir na sua cabeça e
ele caísse nas armadilhas que vem junto,
quero nem pensar nas consequências negativas que poderia ocorrer.
Inclusive
num dos poucos registros que tem dele mostrando a cara limpa em público, é dando um depoimento no vídeo do webdoc do projeto Memória Globo, onde ele ali explica a
insegurança e timidez inicial que sentia
ao manipular o fantoche na frente das câmeras e do porque do medo que sentia daquilo o tornar uma figura
pública. O jeito como ele naturalmente fala, nem parece que é o mesmo cara que dava voz ao papagaio.
De
fato, dá para entender o motivo pelo qual a perda da pessoa que fazia a voz do
famoso papagaio das manhãs do Mais
Você comoveu o Brasil inteiro. Mesmo ele não sendo um manipulador profissional,
tinha umas boas sacadas muito rápidas para extrair o humor sem o roteiro, e por
não ser roteirizado não transparecia ficar muito teatralizado. O que se fosse
seguir dessa forma, poderia parecer ridículo e um tanto kitsch.
Essa
formula deu tão certo que depois, outros programas não voltados para crianças,
voltados para adultos com temáticas pesadas passaram a adotar a figura dos
fantoches para promover diversão, alguns vingaram, outros não.
Um
do melhores exemplos de fantoches que vingou além do Louro José, foi o
Xaropinho, o rato boca suja, manipulado
por Eduardo Mascarenhas que também surgiu contemporâneo do papagaio nascido também na Record no programa Ratinho Livre
(1997-1998). Programa noturno exibido diariamente no horário nobre, comando por Carlos Massa, mais
popularmente conhecido pela alcunha de Ratinho, num
formato bem caracteristicamente popularesco nada apropriado para crianças assistirem que
apelava sem a mínima cerimônia para a
baixaria, vulgaridade, com toques de mundo cão, com situações bizarras, e
esquisitas de tão farsescos que pareciam. Muito disso trazido do estilo policialesco
com cassetete e agindo bem irascível, bronco, e sem educação que foi herdado
dos tempos em que Ratinho trabalhou apresentando o programa 190 Urgente na TV Transamérica
entre 1996-1997 com inspiração no estilo intempestivo e explosivo de Luiz
Carlos Alborghetti(1945-2009), um dos nomes
mais importantes, ao mesmo tempo polêmico e controverso que já existiram no jornalismo policial brasileiro
no qual Ratinho começou seu trabalho na TV com este apresentador no começo da
década de 1990 quando apresentou o programa Cadeia na TV OM( Atual CNT).
Assim
como a exemplo de Ana Maria Braga, quando Ratinho se mudou para o SBT em 1998,
para comandar o seu Programa do Ratinho, ele também levou junto o
Xaropinho e este também permaneceu fazendo sucesso até os dias hoje.
Enfim,
só o que posso concluir é que dificilmente existirá outro bom manipulador do fantoche
Louro José que conseguirá substituir Tom
Veiga para chegar no mesmo patamar de perspicácia e de sagacidade com que Tom
conseguia ao imprimir na personalidade
do papagaio usando de uns toques de
malandragem e transgressão para deixa-lo mais humanizado sem parecer ridículo que
convencia que ele tinha vida mesmo.
Em
pensar que antes do baque dessa trágica perda
irreparável do cara que manipulava o fantoche com quem ela mantinha uma relação maternal nos bastidores, que era como se fosse um
terceiro filho postiço dela. Ela quase sofreu a perda do fantoche em alguns
episódios que envolveram batalhas judiciais. Como o processo movido pela Disney
que a acusou de plágio por achar o fantoche do Louro José muito parecido com Zé
Carioca. Pior mesmo foi o processo movido por dois artistas que trabalharam na
confecção do boneco exigindo os direitos de registro e da imagem. Batalha esta
que durou anos.
Enfim,
de uma coisa pode-se garantir, com a morte de Tom e sem o Louro José, Ana Maria
Braga terá o percurso difícil desafio de
comandar as manhãs do Mais Você sem a presença dele e a sensação
não será mais a mesma para o público vai ficar um grande vazio.