quinta-feira, 26 de novembro de 2020
A MORTE DE CARLOS MARIGHELLA - EDUARDO BUENO
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
O maior roubo de arte da História | Nerdologia Criminosos
domingo, 22 de novembro de 2020
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
AS VERDADES E MENTIRAS DO BRASIL - EDUARDO BUENO
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
25 ANOS SEM ADOLPHO BLOCH
Morre Adolpho Bloch - Jornal da Manchete - 20/11/1995
terça-feira, 17 de novembro de 2020
Os reinos vikings nas ilhas britânicas | Nerdologia
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
KARDEC E NAPOLEÃO
KARDEC
E NAPOLEÃO
Logo após o Brumário (9 de Novembro de 1799), quando Napoleão se fizera o primeiro Cônsul da República Francesa, reuniu-se, na noite de 31 de Dezembro de 1799, no coração da latinidade, nas esferas Superiores, grande assembleia, de espíritos sábios e benevolentes, para marcarem a entrada significativa do novo século.
Antigas personalidades de Roma Imperial, pontífices e guerreiros das Gálias, figurasnotáveis da Espanha, ali se congregavam à espera do expressivo acontecimento.
Legiões dos Césares, com os seus estandartes, falanges de batalhadores do mundo gaulês e grupos de pioneiros da evolução hispânica, associados a múltiplos representantes das Américas, guardavam linhas simbólicas de posição de destaque.
Mas não somente os latinos se faziam representados no grande conclave. Gregos ilustres,lembrando as confabulações da Acrópole gloriosa, israelitas famosos, recordando o Templo de Jerusalém, deputações eslavas e germânicas, grandes vultos da Inglaterra, sábios chineses, filósofos hindus, teólogos budistas, sacrificadores das divindades olímpicas,renomados sacerdotes da Igreja Romana e continuadores de Maomet ali se mostravam,como em vasta convocação de forças da ciência e da cultura da Humanidade.
No concerto das brilhantes delegações que aí formavam, com toda a sua fulguraçãorepresentativa, surgiam Espíritos de velhos batalhadores do progresso que voltariam à liça carnal ou que a seguiriam, de perto, para o combate à ignorância e a miséria, na laboriosapreparação da nova era da fraternidade e da luz.
No deslumbrante espetáculo da Espiritualidade Superior, com a refulgência de suas almas,achavam-se Sócrates, Platão Aristóteles, Apolônio de Tiana, Orígenes, Hipócrates,
Agostinho, Fénelon, Giordano Bruno, Tomás de Aquino, S.Luis de França, Vicente de Paulo,Joana D’Arc, Tereza d’Avila, Catarina de Siena, Bossuet, Spinoza, Erasmo, Mílton, Cristóvão Colombo, Gutenberg, Galileu, Pascal, Swedenborg e Dante Alighieri para mencionar apenas alguns heróis e paladinos da renovação terrestre; e, em planos menos brilhantes,encontravam-se, no recinto maravilhoso, trabalhadores de ordem inferior, incluindo muitos dos ilustres guilhotinados da Revolução, quais Luís XVI, Maria Antonieta, Robespierre,Danton, Madame Roland, André Chenier, Bailly, Camile Desmoulins, e grandes vultos como Voltaire e Rousseau.
Depois da palavra rápida de alguns orientadores eminentes, invisíveis clarins soaram na direção do plano carnal e, em breves instantes, do seio da noite, que velava o corpo ciclópico do mundo europeu, emergiu, sob a custodia de esclarecidos mensageiros, reduzido cortejode sombras, que pareciam estranhas e vacilantes, confrontadas com as feéricas irradiaçõesdo palácio festivo.
Era um grupo de almas, ainda encarnadas, que, constrangidas pela Organização Celeste, remontavam à vida espiritual, para a reafirmação de compromissos.
À frente, vinha Napoleão, que centralizou o interesse de todos os circunstantes. Era bem o grande corso, com os seus trajes habituais e com o seu chapéu característico.
Recebido por diversas figuras da Roma antiga, que se apressavam em ofercer-lhe apoio e auxilio, o vencedor de Rivoli ocupou radiosa poltrona que, de antemão, lhe fora preparada.
Entre aqueles que o seguiram, na singular excursão, encontravam-se respeitáveis autoridades reencarnadas no Planeta, como Beethoven, Ampère, Fúlton, Faraday, Goethe,
João Dálton, Pestalozzi, Pio VII, além de muitos outros campeões da prosperidade e da independência do mundo.
Acanhados no veículo espiritual que os prendia à carne terrestre, quase todos os recém-vindos banhavam-se em lágrimas de alegria e emoção.
O Primeiro-Cônsul da França, porém, trazia os olhos enxutos, não obstante a extrema palidez que lhe cobria a face. Recebendo o louvor de várias legiões, limitava-se a responder com acenos discretos, quando os clarins ressoaram, de modo diverso, como se pusessem a voar para os cimos, no rumo do imenso infinito...
Imediatamente uma estrada de luz, à maneira de ponte levadiça, projetou-se do Céu, ligando-se ao castelo prodigioso, dando passagem a inúmeras estrelas resplendentes.
Em alcançando o solo delicado, contudo, esses astros se transformavam sem seres humanos, nimbados de claridade celestial.
Dentre todos, no entanto, um deles avultava em superioridade e beleza. Tiara rutilante brilhava-lhe na cabeça, como que a aureolar-lhe de bênçãos o olhar magnânimo, cheio de atração e doçura. Na destra, guardava um cetro dourado, a recamar-se de sublimes cintilações...
Musicistas invisíveis, através dos zéfiros que passavam apressados, prorromperam num cântico de hosanas, sem palavras articuladas.
A multidão mostrou profunda reverência, ajoelhando-se muitos dos sábios e guerreiros, artistas e pensadores, enquanto todos os pendões dos vexilários arriavam, silenciosos, em sinal de respeito.
Foi então que o corso se pôs em lágrimas e, levantando-se, avançou com dificuldade, na direção do mensageiro que trazia o báculo de ouro, postando-se genuflexo, diante dele.
O celeste emissário, sorrindo com naturalidade, ergueu-o, de pronto, e procurava abraçá-lo, quando o Céu pareceu abrir-se diante de todos, e uma voz enérgica e doce, forte como a ventania e veludosa como a ignorada melodia da fonte, exclamou para o Napoleão, que parecia eletrizado de pavor e júbilo, ao mesmo tempo:
Irmão e amigo ouve a verdade, que te fala em meu espirito! Eis-te à frente do apóstolo da fé, que, sob a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento...
César
ontem, e hoje orientador, rende o culto de tua veneração, ante o pontífice da
luz!
Renova,
perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra renascente!...
Aqui se congregam conosco lidadores de todas as épocas. Patriotas de Roma e das Gálias, generais e soldados que te acompanham nos conflitos da Farsália, de Tapso e de Munda, remanescentes das batalhas de Gergóvia e de Alésia aqui te surpreendem com simpatia e expectação... Antigamente, no trono absoluto, pretendias-te descendente dos deuses para dominar a Terra e aniquilar os inimigos... Agora, porém, o Supremo Senhor concedeu-te por berço uma ilha perdida no mar, para que te não esqueças da pequenez humana e determinou voltasses ao coração do povo que outrora humilhaste e escarneceste, a fim de que lhe garantas a missão gigantesca, junto da Humanidade, no século que vamos iniciar.
Colocado pela Sabedoria Celeste na condição de timoneiro da ordem, no mar de sangue da Revolução, não olvides o mandato para o qual fostes escolhido.
Não acredites que as vitórias das quais fostes investido para o Consulado devam ser atribuídas exclusivamente ao teu gênio militar e político. A Vontade do Senhor expressa-se nas circunstâncias da vida. Unge-te de coragem para governar sem ambição e reger sem ódio. Recorre à oração e à humildade para que te não arrojes aos precipícios da tirania e daviolência!...
Indicado para consolidar a paz e a segurança, necessárias ao êxito do abnegado apóstolo que descortinará a era nova, serás visitado pelas monstruosas tentações do poder.
Não te fascines pela vaidade que buscará coroar-te a fronte... Lembra-te de que o sofrimento do povo francês, perseguido pelos flagelos da guerra civil, é o preço da liberdade humana que deves defender, até o sacrifício. Não te macules com a escravidão dos povos fracos e oprimidos e nem enlameies os teus compromissos com o exclusivismo e com a vingança!...
Recorda que, obedecendo a injunções do pretérito, renasceste para garantir o ministério espiritual do discípulo de Jesus que regressa à experiência terrestre, e vale-te da oportunidade para santificar os excelsos princípios da bondade e do perdão, do serviço e da fraternidade do Cordeiro de Deus, que nos ouve em seu glorificado sólio de sabedoria e de amor!
Se honrares as tuas promessas, terminará a missão com o reconhecimento da posteridade e escalarás horizontes mais altos da vida, mas, se as tuas responsabilidades forem menosprezadas, sombrias aflições amontoar-se-ão sobre as tuas horas, que passarão a ser gemidos escuros em extenso deserto...
Dentro do novo século, começaremos a preparação do terceiro milênio do Cristianismo na Terra.
Novas concepções de liberdade surgirão para os homens, a Ciência erguer-se-á a indefiníveis culminâncias, as nações cultas abandonarão para sempre o cativeiro e o tráfico de criaturas livres e a religião desatará os grilhões do pensamento que, até hoje, encarceram as melhores aspirações da alma no inferno sem perdão!...
Confiamos, pois, ao teu espírito valoroso a governança política dos novos eventos e que o Senhor te abençoe!...
Cânticos de alegria e esperança anunciaram nos céus a chegada do século XIX e, enquanto o Espírito da Verdade, seguido por várias cortes resplandecentes, voltava para o Alto, a inolvidável assembleia se dissolvia...
O apóstolo que seria Allan Kardec, sustentando Napoleão nos braços, conchegou-o de encontro ao peito e acompanhou-o, bondosamente, até religá-lo ao corpo de carne, no próprio leito.
Em 3 de outubro de 1804, o mensageiro da renovação renascia num abençoado lar de Lião,mas o Primeiro-Cônsul da República Francesa, assim que se viu desembaraçado da influência benéfica e protetora do Espírito de Allan Kardec e de seus cooperadores, que retomavam, pouco a pouco, a integração com a carne, confiantes e otimistas, engalanou-se com a púrpura do mando e, embriagado de poder, proclamou-se Imperador, em 18 de maio de 1804, ordenando a Pio VII viesse coroá-lo em Paris.
Napoleão, contudo, convertendo celestes concessões em aventuras sanguinolentas, foi apressadamente situado, por determinação do Alto, na solidão curativa de Santa Helena, onde esperou a morte, enquanto Allan Kardec, apagando a própria grandeza, na humildade de um mestre-escola, muita vez atormentado e desiludido, como simples homem do povo,deu integral cumprimento à divina missão que trazia à Terra, inaugurando a era espírita-cristã, que, gradativamente, será considerada em todos os quadrantes do orbe como a sublime renascença da luz para o mundo inteiro.
[19:33,
21/07/2020] +55 84 9696-3689: A narrativa está em cartas e crônicas do Irmão X
( Humberto de Campos)
[19:34,
21/07/2020] +55 84 9696-3689: Psicografia de chico
terça-feira, 10 de novembro de 2020
A vida de Bruce Lee e seu impacto cultural | Nerdologia
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
O dia em que George W Bush fez Alexandre Pires chorar - Grandes Momentos...
Para entrar no clima do final da eleição americana que deu vitória a Joe Biden. Os apresentadores do Canal O Brasil Que Deu Certo, Ciro Hamen e Matheus lembram do curioso episódio de quando o celebre pagodeiro Alexandre Pires cantou para George W. Bush em 2003 na Casa Branca.
" Em 2003, Alexandre Pires vivia um dos melhores momentos de sua carreira e foi convidado para cantar na Casa Branca para o presidente dos Estados Unidos, George W Bush. O vocalista do Só Pra Contraria se emocionou e chorou no colo do então presidente. Você conhece toda essa história?"
sábado, 7 de novembro de 2020
ADEUS LOURO JOSÉ- O BONECO DO PROGRAMA DE CULINÁRIA MATINAL
UM BONECO
FAZENDO SUCESSO NUM PROGRAMA DE
CULINÁRIA.
Na
tarde do domingo da véspera de finados,
1º de Novembro, partia para o plano espiritual Tom Veiga(1973-2020). O homem
responsável por manipular e fazer a voz do famoso papagaio Louro José, fantoche que divertia o Brasil diariamente nas manhãs
do programa Mais Você na Rede Globo. Ele tinha 47 anos e sofreu
de um AVC hemorrágico em sua residência na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro.
Essa
notícia deixou o Brasil inteiro abalado e inconsolado, gerando muitas
repercussões nas redes sociais de gente famosa de um cara que nunca costumava dar as caras em
público quando não estava no programa matinal manipulando e dando voz ao famoso fantoche. Aliás ele nunca dava as
caras em público, nem mesmo para dar entrevistas em outros programas de TV. Só
mesmo quando postava suas fotos em rede sociais.
O
fato curioso sobre este fantoche é que a ideia do personagem não partiu dele que o representava, mas sim da
apresentadora Ana Maria Braga lá pela segunda metade da década de 1990, na
época que ela apresentava um programa de culinária chamado Note e Anote
na Rede Record TV entre os anos de 1993-1999.
Ela
teve essa ideia quando estava num engarrafamento acompanhado do seu então
marido e empresário Carlos Madrulha, e de lá começou a conversar sobre a ideia de levar ao programa um fantoche para
o seu programa para ela se interagir como forma principalmente de atrair a criançada,
já que como o programa começava lá para meio-dia, uma hora da tarde, hora
posterior as atrações dos programas infantis Bill Body e Agente
G, nesta época onde ainda
reinavam no horário matutino das grandes emissoras abertas os programas infantis com
seus faturamentos de anúncios publicitários e nessa hora ainda passava
programas infantis passando desenhos em outros canais, ela usou desse artificio
como forma de atrair as crianças acompanhadas das mãe donas de casa para
segurar sua audiência.
Inicialmente
antes dela definir e começar a rascunhar o boneco
como papagaio ela pensou nele em ser um cachorro, um gato e outros
animais, até definir como papagaio que ficaria mais verossímil já que a ave tem
a habilidade de reproduzir a fala humana, como ela já tinha um papagaio de
estimação que batizou de Louro José sendo o José em homenagem a seu pai, fez o
mesmo com o fantoche, que foi confeccionado todo em espuma com a movimentação
dos olhos e das asas em animatronico por
uma empresa da própria Ana Maria Braga,
já para dar voz ao boneco, ela pensou em ser alguém da própria produção mesmo,
não queria que fosse um manipulador habilidoso, competente e profissional,
porque queria algo mais verdadeiro, autentico. E é ai que ele entra na
história, isto porque Neilton Veiga Junior, vulgo Tom já trabalhava antes com ela desde 1995 atrás
das câmeras como seu assistente de
palco. Função essa da qual ele entrou por mero acaso, já que ele nunca tinha
trabalhado em TV. Já tinha sido
office-boy e motorista de ambulância até que quando ele estava
trabalhando como feirante em artesanato, foi lá que Ana Maria apareceu e o convidou para assumir a
função de assistente de palco, em seu programa então na Record, já que além de
culinária o programa também se focava no artesanato e ficou encarregado dele
dar este suporte.
Tom
havia relutado muito em aceitar o convite para manipular o boneco, Ana Maria insistiu
já que ela como não queria que fosse um manipulador profissional, pois via que
não ficaria muito natural, ela então fez
muitos testes com membros de sua própria produção, quando num dia ao observá-lo
brincando com o boneco nos bastidores o convenceu a ficar na função.
E
foi daí então que por esta insistência dela, ele acabou aceitando a função,
ainda não muito a vontade de fazer a voz do boneco na frente das câmeras, e com
perdão do trocadilho, ainda não tinha conseguido encontrar o tom certo para ele
e foi se encontrando e aprimorando com o
passar do tempo. Que nesta época carregava um aspecto feio, era todo mambembe, parecia feito
de forma amadora, e depois que Ana Maria Braga saiu da Record em 1999 por
divergências salariais com a direção executiva e foi contratada pela Rede Globo para comandar
o Mais Você que está no ar até hoje, e levou junto com ela o fantoche e a partir daí
foi que ele mudou a aparência, ficando mais
bonita e começou uma longa e duradora parceria de mais de 20 anos.
Eu
lembro vagamente da primeira vez que vi
este fantoche aparecendo no programa Note e Anote, naquela época,
segunda metade dos anos 1990, eu era bem
garotinho e estava assistindo numa
antena parabólica que tinha sido
recém-instalada lá na outra casa que eu morava que era na Rua dos Potiguares. Nesta
época o sinal da Record ainda não pegava aqui em Natal-RN.
Confesso
que assistia aquilo e minha irmã via junto
por acharmos divertido e
engraçado, principalmente a interação deles com as batalhas de pegadinhas,
ainda que ficasse estranho ver uma
apresentadora de programa de culinária, cujo nicho de público é o feminino,
interagindo com um fantoche, um objeto, um ser inanimado que atraia mais as
crianças num programa daquele nível, que além do foco ser culinária também
trazia abordagens sobre comportamento, moda, saúde, entretenimento, etc...
Tudo
isso voltado ao público feminino, num formato jornalístico que bem se encaixa
na categoria dos meios de comunicação como uma imprensa rosa.
Depois
de ler muitas matérias de sites
divulgando a sua morte, com
artigos até de opinião, me fez aqui chegar à seguinte conclusão de que se não fosse pela boa sintonia, a química,
o entrosamento e a conexão que Ana Maria mostrava ao se interagir com
o fantoche na frente das câmeras por
tanto tempo. Aquela sua ideia ousada poderia ter tudo para dar errado e fracassar.
Imagino como a grande mídia impressa da época, dos jornais e revistas. Numa
época em que a internet não era tão massificada quanto agora com as redes
sociais. Pensava dessa maneira, que podia não ser duradouro a ponto de parecer
muito ridículo uma apresentadora de um programa de temática feminina trazer um
fantoche para se comunicar como uma
pessoa qualquer poderia parecer não
muito natural, poderia ficar bastante teatralizado ou mesmo muito caricato.
E
eles conseguiam convencer a naturalidade da interação, principalmente pela
forma como Tom Veiga foi conseguindo moldar, imprimir uma personalidade mais humanizada, a
medida que foi se encontrando nele. Principalmente na maneira como ele ao
incorporar e dar vida ao fantoche
desenvolvendo uma técnica de voz de
falsete, ajustando num timbre agudo personificava no papagaio um perfil um tanto infantil, malandro,
encrenqueiro, xavequeiro, intempestivo,
grosseiro, mal-educado de fala gritada, e muito tagarela, que enfim,
tornava o personagem divertido, que
criava um ótimo contraponto com a Ana Maria, principalmente pelas rápidas tiradas
que Tom colocava com o Louro José para causar uma quebra de clima, com ótimas
sacadas de timming bem colocadas no improviso, com uns toques de duplo sentido
e um tanto boca suja que lhe dava um
aspecto bem anárquico e transgressor. Tipo enquanto que ela mantinha
uma postura séria no programa, principalmente quando tinha alguns convidados ou
cometia umas gafes na hora cozinhar, ele aproveitava para soltar uma tirada cômica
que ajudava a segura-la muitas de muitas situações constrangedoras que ela passava no ar. Uma cumplicidade que também era
fora do programa, pois, segundo a própria nunca lhe ocorreu deles viverem
tretando nos bastidores.
Tom
sempre optou pelo anonimato, mesmo com o fantoche que ele manipulava sendo um grande fenômeno e sucesso no Brasil inteiro. Uma sábia decisão, pois caso ocorresse dele aparecer demais ocorreria
uma grande quebra, a ponto de parecer que ele estava se autopromovendo, e se a
fama começasse a subir na sua cabeça e
ele caísse nas armadilhas que vem junto,
quero nem pensar nas consequências negativas que poderia ocorrer.
Inclusive
num dos poucos registros que tem dele mostrando a cara limpa em público, é dando um depoimento no vídeo do webdoc do projeto Memória Globo, onde ele ali explica a
insegurança e timidez inicial que sentia
ao manipular o fantoche na frente das câmeras e do porque do medo que sentia daquilo o tornar uma figura
pública. O jeito como ele naturalmente fala, nem parece que é o mesmo cara que dava voz ao papagaio.
De
fato, dá para entender o motivo pelo qual a perda da pessoa que fazia a voz do
famoso papagaio das manhãs do Mais
Você comoveu o Brasil inteiro. Mesmo ele não sendo um manipulador profissional,
tinha umas boas sacadas muito rápidas para extrair o humor sem o roteiro, e por
não ser roteirizado não transparecia ficar muito teatralizado. O que se fosse
seguir dessa forma, poderia parecer ridículo e um tanto kitsch.
Essa
formula deu tão certo que depois, outros programas não voltados para crianças,
voltados para adultos com temáticas pesadas passaram a adotar a figura dos
fantoches para promover diversão, alguns vingaram, outros não.
Um
do melhores exemplos de fantoches que vingou além do Louro José, foi o
Xaropinho, o rato boca suja, manipulado
por Eduardo Mascarenhas que também surgiu contemporâneo do papagaio nascido também na Record no programa Ratinho Livre
(1997-1998). Programa noturno exibido diariamente no horário nobre, comando por Carlos Massa, mais
popularmente conhecido pela alcunha de Ratinho, num
formato bem caracteristicamente popularesco nada apropriado para crianças assistirem que
apelava sem a mínima cerimônia para a
baixaria, vulgaridade, com toques de mundo cão, com situações bizarras, e
esquisitas de tão farsescos que pareciam. Muito disso trazido do estilo policialesco
com cassetete e agindo bem irascível, bronco, e sem educação que foi herdado
dos tempos em que Ratinho trabalhou apresentando o programa 190 Urgente na TV Transamérica
entre 1996-1997 com inspiração no estilo intempestivo e explosivo de Luiz
Carlos Alborghetti(1945-2009), um dos nomes
mais importantes, ao mesmo tempo polêmico e controverso que já existiram no jornalismo policial brasileiro
no qual Ratinho começou seu trabalho na TV com este apresentador no começo da
década de 1990 quando apresentou o programa Cadeia na TV OM( Atual CNT).
Assim
como a exemplo de Ana Maria Braga, quando Ratinho se mudou para o SBT em 1998,
para comandar o seu Programa do Ratinho, ele também levou junto o
Xaropinho e este também permaneceu fazendo sucesso até os dias hoje.
Enfim,
só o que posso concluir é que dificilmente existirá outro bom manipulador do fantoche
Louro José que conseguirá substituir Tom
Veiga para chegar no mesmo patamar de perspicácia e de sagacidade com que Tom
conseguia ao imprimir na personalidade
do papagaio usando de uns toques de
malandragem e transgressão para deixa-lo mais humanizado sem parecer ridículo que
convencia que ele tinha vida mesmo.
Em
pensar que antes do baque dessa trágica perda
irreparável do cara que manipulava o fantoche com quem ela mantinha uma relação maternal nos bastidores, que era como se fosse um
terceiro filho postiço dela. Ela quase sofreu a perda do fantoche em alguns
episódios que envolveram batalhas judiciais. Como o processo movido pela Disney
que a acusou de plágio por achar o fantoche do Louro José muito parecido com Zé
Carioca. Pior mesmo foi o processo movido por dois artistas que trabalharam na
confecção do boneco exigindo os direitos de registro e da imagem. Batalha esta
que durou anos.
Enfim,
de uma coisa pode-se garantir, com a morte de Tom e sem o Louro José, Ana Maria
Braga terá o percurso difícil desafio de
comandar as manhãs do Mais Você sem a presença dele e a sensação
não será mais a mesma para o público vai ficar um grande vazio.
quarta-feira, 4 de novembro de 2020
terça-feira, 3 de novembro de 2020
QUADRINHO JAPONÊS COM FRASE DE BOLSONARO.
A FRASE DO PRESIDENTE BRASILEIRO
NUM QUADRINHO JAPONÊS.
Eu
nunca tinha lido uma obra impressa do desenhista
japonês Osamu Tezuka(1928-1989), grande autor de mangás, quadrinhos japoneses,
o mangaká que é considerado pelos otakus como o “Pai do Mangá Moderno”
ou mesmo na divinização de “Deus do Mangá”, que pessoalmente
acho um exagero de glorificação se me
desculpem a franqueza, não querendo parecer um blasfemador. Mas enfim, as
referências vagas que eu já conhecia
sobre as obras do Tezuka foi vagamente vendo a série animada de Kimba-O Leão Branco.
Recentemente,
uma obra dele que ganhou uma republicação no Brasil pela Editora Pipoca &
Nanquim, e me despertou o interesse de leitura, esta obra em questão trata-se
de Recado a Adolf (Adolf Ni Tsugu), minissérie que já
havia sido publicada antes no Brasil pela Editora Conrad dividida em cinco
volumes com o título apenas de Adolf entre o período de Abril de
2006 a Janeiro de 2007.
Essa
obra que originalmente foi publicada no Japão pela Editora Kodansha entre os
anos de 1983-1985, onde desta vez, na edição do Pipoca & Nanquim foi compilado
em dois volumes bem grossos e num trabalho caprichado de capa.
Uma
das razões que me despertaram o interesse pela leitura dessa obra, envolve,
principalmente por se tratar de uma temática muito delicada que é sobre o contexto histórico do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, onde
o próprio autor traz essa abordagem com uma grande propriedade e de forma
bastante intimista, já que vivenciou aquele período do Japão estava aliado aos
nazistas e teve seu território arrasado pelas bombas atômicas em Hiroshima e
Nagasaki em 1945. Além desse fator, outro
real motivo mesmo que me despertou o interesse pelo mangá de Recado
a Adolf, é que nessa nova
publicação brasileira, o Conselho Editorial do Pipoca & Nanquim teve a grande ousadia de incluir no balão do
diálogo da cena de um ex-oficial nazista
em pleno leito de morte a frase do fascista, execrável, nojento, vil, bronco, energúmeno,
ignorante e intolerante do nosso atual Presidente da República Bozo, falada
publicamente durante o começo da
pandemia do coronavírus, que não existia na primeira versão brasileira traduzida pela Conrad nos anos 2000, e que nem
o próprio Tezuka já falecido havia
incluído quando a publicou originalmente no Japão na década de 1980.
Nessa
obra que trata-se de uma ficção
histórica com toques de espionagem e policial, conta a história “da vida de três Adolfs. O primeiro deles
é filho de um oficial nazista do consulado da Alemanha no Japão. O outro é um
japonês filho de imigrantes judeus. E o terceiro é... Adolf Hitler. Três
pessoas completamente distintas, com apenas o nome em comum, cujos destinos
estão entrelaçados com o de um repórter japonês chamado Souhei Touge, detentor
de um valioso documento que guarda um grave segredo sobre Hitler. Um segredo
que, se revelado, colocará fim à marcha dos nazistas e destruirá o pior Adolf
que o mundo já conheceu”*. O
jornalista japonês Shouhei Touge é apresentado fazendo cobertura dos Jogos Olímpicos de
Berlim em 1936, em pleno período da ditadura totalitarista do Governo Hitlerista. E será o narrador da
obra. Depois de um tragédia ocorre na sua família enquanto ele estava
trabalhando na Alemanha.
A
repercussão da colocação dessa frase do nosso presidente num personagem com
ideias nazistas gerou uma polêmica das grandes nas redes sociais,
principalmente da parte de apoiadores bolsonaristas gerando um forte desagrado.
O que tem me deixado bastante indignado.
É impressionante como tem gente que não abre o olho para as ideias
autoritárias desse canalha do Bozo.
Mas ninguém
quer abrir os olhos para as posturas autoritárias e intolerantes que este
sujeito prega é ainda mais revoltante e pior o ovacionam como mito. Um povo que
sofreu mesmo uma lavagem cerebral desse negacionista e terraplanista. De um
sujeito cuja trajetória política sempre foi bastante obscura, aposto como boa
parte dos que votaram nele sequer conheciam o trabalho que ele desenvolvia,
visto que nos longos 20 anos de atuação parlamentar dele, nunca desenvolveu,
nem sequer aprovou projetos e emendas relevantes nos longos mandatos que já
teve e fora as legendas que ele já disputou
que eram pífias. A popularidade pública dele só começou a mostrar proporção que tomou quando ele virou o porta-voz
de grupos da direita conservadora, ligados a ala evangélica que eram contra a
união LGBT+ e passou a perseguir o sistema o pedagógico de ensino acusando de assédio
ideológico, material pornográfico entre outras coisas.
Ele já
vem adotando umas posturas de censura, como tentou proibir a veiculação de uma charge do Aroeira
que mostrava ele ao lado da suástica nazista ou mesmo tentar calar de uma atleta
do vôlei contra ele. No tempo que eu ainda estudava na antiga oitava série do
ensino fundamental no Colégio Objetivo, isto lá em 2002, numa aula de história
sobre a ditadura militar no Brasil, meu professor Edilberto durante a
explicação de como ele foi bastante repressor e não permitia a liberdade de
expressão dos meio de comunicação para exemplificar melhor, usou o exemplo do
humor da trupe do Casseta & Planeta
que ainda se apresentava na televisão naquela época, nas noites
de terça-feira na Rede Globo de Televisão. Com aquele estilo de humor sarcástico, ácido, debochado,
transgressor onde eles faziam paródias tirando sarro da politica não perdoando
ninguém, seguindo a cartilha desde a época que eles começavam a fazer humor
impresso em forma de fanzines da Casseta
Popular e no Planeta Diário do
Humorismo Verdade, Jornalismo Mentira.
Hoje em
dia com este governo fascista desse Bozo então, aquela forma de humor que eles
faziam na TV seria impossível de ser feito.
Enfim, talvez
se não fosse por esta repercussão, provavelmente eu não me interessaria pela
leitura do mangá de Recado a Adolf.
Depois que
ler vou tirar minhas próprias conclusões.
*Texto
extraído da resenha do mangá do site da
Amazon.
https://www.amazon.com.br/Recado-Adolf-Vol-1-2/dp/6586672228