quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

A MESMA HISTÓRIA - EDUARDO BUENO

   

"Este episódio trata de uma história cheia de sangue, fúria e casos de família, à altura dos conflitos shakespearianos. Os personagens são plurais e variados, com objetivos e índoles diversas. É curioso, no entanto, que todos tenham uma mesma característica em comum: TODOS são corruptos! Conheça melhor os primórdios da cidade de Salvador, primeira e ímpia capital do Brasil, e torne-se íntimo do pior governante da nossa história: Dom Duarte da Costa! Para aprender de vez que povo que não conhece a sua história está condenado a… Você já sabe o resto!"

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Filosofias africanas e Pantera Negra | Nerdologia

  

"No Nerdologia de hoje, entenda o que é epistemicídio e como ele está relacionado com as diásporas africanas e os valores do continente que estão sendo cada vez mais debatidos e valorizados em produções culturais, como Pantera Negra. "

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

NAS COSTAS INDÍGENAS - EDUARDO BUENO

   

"Dizem por aí que o novo velho Brasil já surge com inovações: vai ser criado o Ministério dos Povos Originários. O canal Buenas Ideias apoia a iniciativa, mas alerta que há o risco de os Potiguar , os Caeté , os Tabajara, os os Tupinambá e os Tupiniquim fazerem no ministério o que sempre fizeram nas costas banhadas de sol do Brasil: comerem uns aos outros. É um perigo! Olho vivo! Que aliás, no caso, é melhor do que olho gordo, né?"

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

O Catar contemporâneo e economia | Nerdologia

  

"Com sua história cheia de conflitos, interesses por parte de potencias europeias, exploração de recursos naturais e a aplicação do conceito de Soft de Power, o Catar contemporâneo exerce influência internacional ao mesmo tempo que é cheio de polêmicas. Veja neste Nerdologia. "

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

O FIM DE UM DITADOR - EDUARDO BUENO

   

"Castelo Branco foi um dos primeiros militares golpistas, mas era da ala elegante do Exército — ou seja, passava longe da dita “linha dura”. Seria isso o suficiente para ele ser assassinado? Em mais um episódio investigativo do canal Buenas Ideias, Eduardo Bueno ataca de detetive e te leva diretamente à cena do suposto crime — em alto ar. Conheça agora o misterioso acidente aéreo que derrubou Castelo Branco em mais um episódio que jamais caíra no Enem."

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

NÃO FOI GOLPISTA - EDUARDO BUENO

   
"Tomé de Sousa era um fidalgo muitíssimo bem relacionado, e por isso subiu na vida. E como subiu! Exageradamente chamado de "o primeiro presidente do Brasil" por esse sempre hiperbólico canal, Tomé de Sousa obviamente não foi presidente, mas sim o primeiro governador geral da colônia e também o primeiro milico a mandar no Brasil. Mas não era golpista, e sim um militar "de siso e de tino". Sim, Tomé de Sousa era um cara sério, e foi enviado para o Brasil para colocar ordem na bagunça. Será que ele conseguiu realizar sua missão impossível? Tente descobrir esse e outros mistérios em mais um episódio que jamais cairá no Enem. Ganha um salgado quem (não) conseguir…."

terça-feira, 29 de novembro de 2022

O espetacular roubo de arte na Suécia | Nerdologia Criminosos

   

"Descubra que experts em pinturas também podem te prender ao ver este Nerdologia sobre o espetacular roubo de arte na Suécia."

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

A MUSA DO CINEMA QUE CONTRIBUIU PARA CRIAR O WI-FI

 CONHEÇA QUEM FOI HEDY LAMARR(1914-2000).

          "Hedy Lamarr é, na verdade, o nome artístico da cientista Hedwig Eva Marie Kiesler, responsável por diversas invenções e descobertas que revolucionaram a tecnologia de comunicação.
Lamarr era judia e nasceu em Viena em 1914, e desde pequena recebeu uma educação excepcional, pois para seus pais era algo essencial para a sobrevivência.
  Lamarr foi uma atriz muito famosa, principalmente por conta de seu papel polêmico (para a época) em “Êxtase”; seu marido, nesse período, até tentou destruir todas as cópias do filme.



        Em 1933, mesmo ano do lançamento do filme, Hedy se casou novamente com um homem controlador, que a mantinha em cativeiro e a levava para reuniões nazistas.
       Mas, felizmente, ela conseguiu fugir do país em 1937 vendendo suas jóias e naturalizando-se norte-americana em 1953.
      Porém, como foi dito anteriormente, Hedy Lamarr foi uma cientista e durante a Segunda Guerra Mundial ela inventou, em parceria com George Anthiel, um aparelho de interferência em rádio para despistar os radares nazistas, isto porque Hady, ao realizar um dueto com George, tocando piano, percebeu que se o emissor e o receptor mudassem constantemente de frequência, os dois poderiam se comunicar sem medo de serem interceptado.
      No entanto, sua invenção foi rejeitada pelo Conselho Nacional de Inventores por conta do machismo, o que levou ao fracasso dos torpedos americanos por conta de sua imprecisão.
Sua invenção só passou a ser utilizada oficialmente em 1962 na Crise dos Mísseis e ficou conhecida somente em 1997 quando a Electronic Frontier Foundation premiou a cientista por sua contribuição para a ciência.
       E, logo no ano seguinte, a Ottawwa Wireless Technology adquiriu parte de sua patente e a partir da ideia inicial de Hady diversas tecnologias de comunicação foram criadas, como as conexões Wi-fi e CDMA (Acesso Múltiplo por Divisão de Código)e é por esse motivo que a cientista é conhecida como a “mãe do telefone celular” ou “mãe do Wi-fi”.

   Contudo, a cientista não lucrou com suas invenções e recebeu pouca notoriedade da ciência."

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

O CURSO DA REVOLUÇÃO - EDUARDO BUENO

  

"Em um episódio objetivo, estimulante e imagético, Eduardo Bueno te conta como foi o golpe que, por algum motivo, quase um século depois, insistimos em chamar de "Revolução" de 30. Você vai se sentir como se estivesse lá, de corpo presente, naquele outubro fatídico no qual caudilhos sulistas tomaram o poder do Brasil de maneira bem gauche... Ops, à gaúcha! Venha seguir o curso dessa "revolução" em direção ao curso de Eduardo Bueno que vai mudar a sua história."

terça-feira, 22 de novembro de 2022

As inspirações mitológicas de Namor, o Príncipe Submarino

   


"Conheça mais sobre os mundos aquáticos neste Nerdologia sobre as inspirações mitológicas de Namor, o Príncipe Submarino".

terça-feira, 15 de novembro de 2022

História do Catar | Nerdologia História

     


"No Nerdologia História de hoje entenda a relação entre um caramujo e uma bandeira neste Nerdologia sobre a História do Catar!"

domingo, 13 de novembro de 2022

FORÇAS DESARMADAS - EDUARDO BUENO

   

"Mais vergonhoso do que ganhar roubando, só perder roubando, né? Em uma nova era, tanto da política quanto do canal Buenas Ideias, Eduardo Bueno aparece - de fato, sem ironia - calmo e centrado (sem falar que cortou a peruca!) para fazer um alerta: alguns golpes podem fracassar, e por isso desvelam seu lado patético, mas é preciso estar atento e forte porque os golpistas continuam soltos. Eles não passarão, mesmo que bloquear rodovias não seja do nosso feitio. Venha de alma desarmarda - e um excelente domingo pra você…"

sábado, 12 de novembro de 2022

Os Nove Reinos da mitologia nórdica | Nerdologia




"Tolkien com Senhor dos Anéis, Marvel com Thor e games famosos como God of War Ragnarök. Elementos da mitologia nórdica como esses aparecem frequentemente na cultura pop, cinema, literatura e tem origem milenar. Neste Nerdologia, conheça os Nove Reinos da mitologia nórdica."

sábado, 5 de novembro de 2022

UM CAPITÃO DE VERDADE - EDUARDO BUENO

   


"Embalado pela euforia de dizer "adeus acima de tudo" ao mais incompetente e nefasto capitão da história do Brasil, Eduardo Bueno decide fechar sua série sobre capitães com chave de ouro: contando a história do MELHOR capitão que esse país já conheceu! Não, não é o Lamarca: é Duarte Coelho, que foi donatário do Pernambuco e fê-la ser a única capitania que deu certo, apesar dos desmandos e da incompetência do rei. Conheça toda a trajetória desse capitão admirável, embora isso vá lhe deixar com a triste certeza de que esse país não o mereceu. Só que agora é hora de alegria e festa por termos no livrado do capitão do mato e do mau…."

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Adão Negro e a mitologia egípcia | Nerdologia

  

"Neste Nerdologia descubra quais são as fontes do poder do personagem da DC Comics, Adão Negro e como estão ligadas diretamente a mitologia egípcia."

sábado, 29 de outubro de 2022

CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO - EDUARDO BUENO

   

"Eduardo Bueno está quase ficando vesgo, já que mantém um olho no passado e o outro tão atento ao nosso triste presente; assim. Assim, é com essa quase onisciência que ele atesta: o problema tanto de outrora como de agora é a CONCENTRAÇÃO... Antigamente, o problema eram os campos de concentração -- hoje, é só a falta de concentração mesmo. Não se distraia com piadas fracas e aprenda conosco a história de um dos mais terríveis campos de concentração da história do Brasil, onde quase todo prisioneiro que entrava não saía. É até "bom" lembrar que esse país já foi pior do que é hoje, embora naquele tempo a polícia não dissesse para criminoso: “o que o senhor precisar, a gente vai fazer”."

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Os crimes da Baronesa de Grajaú | Nerdologia Criminosos

   


"No Nerdologia Criminosos deste mês, conheça os crimes da Baronesa de Grajaú, uma das influentes personalidades que viveu durante o segundo reinado. "

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

DEUS NÃO VOTA - EDUARDO BUENO

   


"Lembra do tempo em que "crente não se mete em política" era um lema sagrado para os evangélicos? Éramos felizes e não sabíamos... Agora falando sério: o assunto é delicado mas, graças ao bom Deus, Eduardo Bueno está calmo e parece um anjo, pronto para te contar como foi a chegada e ascensão de evangélicos no Brasil, e quando e por quê eles decidiram enveredar pelos profanos caminhos da política. Benza-se e embarque nessa cruzada no canal Buenas Ideias. Amém!"

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Marcha sobre Roma e o fascismo italiano | Nerdologia

    



"No Nerdologia de hoje, entenda como o fascismo se estabeleceu na Itália e como a Marcha sobre Roma foi importante para a consolidação de Mussolini no poder. "

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

60 ANOS DE 007: MOMENTOS POLITICAMENTE INCORRETOS.

 

Momentos politicamente incorretos do elegante espião com licença para matar.

 

Nesse ano de 2022, a franquia de filmes 007, completa seus 60 anos do lançamento do seu primeiro filme 007 Contra o Satânico Dr. No(1962).

Para lembrar seus 60 anos, listo aqui alguns fatores de situações politicamente incorretas que ocorreram ao longo da história da franquia em cada um dos filmes que se pode descrever que ficaram datados a ponto de envelhecerem mal. Não digo  no sentido dos efeitos especiais, mas nas representatividades de grupos sociais.  Vamos lá.




007 MACHISTA





Posso bem começar pelo mais evidente que é a representação machista de quando ele que foi concebido justamente para criar aquela engessada figura do ideal da masculinidade de quem muitos  homens gostam  de se espelhar, principalmente para conquistar a mulherada depois de enfrentar uma longa e dolorosa batalha, e a mulherada o via como figura típica  de macho viril. Como símbolo sexual da elegância e do charme, um verdadeiro galanteador. Pois bem o que não significa que ele sempre foi um homem lá muito sensível com as mulheres, em especial as que ele entrava em confronto com uma mulher que fosse seu alvo e estava do lado do mal,  o sujeito soltava os sopapos sem pudor, como ocorreu com a Pussy Galore no filme 007 Contra Goldfinger(1964), mostrando  um exemplo de sujeito agressivo que ele podia ser, ou mesmo também virava um assediador sexual como ocorreu com a enfermeira Patrícia Fearing(Molly Peters) no filme 007 Contra a Chantagem Atômica(1965) numa cena onde Bond estava internado num spa em Shrubland  se tratando dos ferimentos ao mesmo tempo que estava alguém da SPECTRE também frequentando aquele ambiente e tentando matar Bond. Ela foi responsável por encenar um dos momentos de nudes considerados  mais memoráveis da franquia que foi no momento que ocorreu depois que ela colocou Bond da máquina de tração que ela havia ligado para exercitar o seu corpo e que uma mão misteriosa a havia manipulado que modificado velocidade o colocando entre a vida e a morte. E ela temendo pela sua reputação e da clínica, ela que antes se mostrava durona ao ceder aos assédios de Bond termina cedendo e ele ao  levar em direção ao banho na sauna e a despe, fazendo bem aquele nude de tom erótico mostrando toda a sua silhueta das costas, momento que a fez entrar para o anais da história como a primeira bond girl a tirar a roupa em cena.  Uma cena que também ilustra como esta representação de ideal da masculinidade de James Bond também ficou antiquado, principalmente na maneira em que ele já era bastante agressivo em alguns momentos para seduzir mulheres, aqui o negócio fica mais polêmico se a gente for analisar que aqui ele foi bastante aproveitador da situação para ficar chantageando e assediando sexualmente  a enfermeira no seu local de trabalho é um cúmulo do absurdo, tudo bem que o autor Ian Fleming(1908-1964) quando colocou essa personagem  em sua série de livros ainda era comum a   representação da enfermeira sempre simbolizando  na mentalidade masculina como uma fantasia sexual e aposto como todo  marmanjo deve ter babado por essa cena na época que foi lançado. O que nos tempos de hoje, isso seria completamente inadmissível, o estereotipo sexista da profissão, ainda mais depois desse  momento tão complicado da atualidade  em que o mundo todo viveu o pânico de um inimigo invisível como o Coronavírus  que tem contaminado e tirado muitas vidas, e as profissionais da saúde são as que mais tem se dedicado ao combate direto, então posso descrever esse tipo de representação de 60 anos representou da profissional, mostra um nível do quão antiquado e politicamente incorreto James Bond se tornou para a nossa realidade do século 21 de tão datado que ficou. Isso tirando as silhuetas de corpos femininos com nudes não tão explícitos assim que apareciam nas aberturas.

 

 

 

007 RACISTA






Quando o personagem 007 foi concebido por Ian Fleming em 1953 na literatura. O Reino Unido contava com a recém-falecida Rainha Elizabeth II(1926-2022), assumindo o trono jovem e já casada com o Príncipe  Philipe que faleceu em 2021 aos 99 anos e já como  mãe de quatro filhos pequenos e ainda mantinha apossado   algumas colônias em países africanos, asiáticos e também nas ilhas caribenhas.







O que de certa forma nós podemos notar bem o conceito da mentalidade racista, de superioridade branca europeia na maneira, principalmente como o agente James Bond ao fazer suas operações em alguns países subdesenvolvidos criava aquela imagem preconceituosa em relação a cultura dos povos dos países subdesenvolvidos com algumas representações de estereótipos racistas. Podemos notar isso logo no  primeiro filme da série  007 Contra o Satânico Dr.No (1962) que se passa no arquipélago da  Jamaica, que fazia pouco tempo tinha deixado de ser colonização britânica e a gente ainda sente  uma sensação de servilismo entre a população jamaicana, de  maioria preta de descendência dos escravos africanos.  O racismo pode ser sentido quando somos apresentado ao grande vilão da história que dá título à obra que é o Dr. No, um chinês representado pelo canadense  Joseph Wiserman(1918-2009) um ocidental  branco que representou um asiático usando uma prática de yellow face. Ao longo dos filmes seguintes, tivemos outras práticas racistas como a de Oddjob(Harold Sakata) o capanga de Auric Goldfinger em 007 Contra Goldfinger(1964) numa representação racista do asiático com cara de mal encarado, aqui no caso do coreano, algo parecido também já ocorreu com o Gobinda(Kabir Bedi) o capanga de Kamal Kahn(Louis Jordan) em 007 Contra Octopussy(1983) que criavam os estereótipos racistas do indiano e do afegão   também como  figuras   mal encaradas.  Quando James Bond se faz passar por japonês se disfarçando  em Com 007 Só se vive duas vezes(1967) foi o maior exemplo de yellow face, a banalização  do vodu praticado pela comunidade africana de Nova Orleans em Com 007 Viva e deixe morrer(1973),  quando ele visita o nosso Brasil em 007 Contra o Foguete da Morte(1979), também notamos uma visão racista dele por mostrar só a exaltação alegre do carnaval que é o que chama a atenção dos gringos, assim como foi com os russos na época da Guerra Fria com aqueles toques muitos excêntricos e peculiar de dominar o mundo como podemos perceber  nas figuras do General Orlov(Steven Benkoff) em 007 Contra Octopussy ou mesmo do General Koskov(Jeroen Krabbé) em 007 Marcado para a Morte(1987)  e junte isso ao tanto de mulher de cada lugar que ele visitou em missão que ele deu seus peguinhas que criavam a visão do  racista estereótipo sexualizado como exemplo a Rose Carver(Glória Hendry) em Com 007 Viva e Deixe Morrer representando o estereotipo   racista da preta sensual ou mesmo da Manuela(Emilly Bolton) criando um estereotipo sexual da exótica morena brasileira, da Major Anya Amasova(Barbara Bach) no filme 007-O Espião que me amava(1977), onde a agente russa simboliza aquele estereótipo sexual  das russas usarem do charme e da beleza para atrair seus alvos,  que é também o exemplo da também agente Pola Ivanova(Fiona Fullerton) em 007 Na Mira dos Assassinos(1985). Dentre outros exemplos que simbolizam a mentalidade racista que acompanhamos ao longo dos filme da série 007.

 



007 CAPACITISTA




Capacitista é o nome dado ao método discriminatório dado a toda e qualquer pessoa com deficiência, onde são tratadas como incapazes. A primeira vez que ouvi essa palavra foi no ano passado quando uma atriz anã do Brasil, reclamou publicamente nas redes sociais da representação dessa forma num filme da Netflix onde Leandro Hassum protagonizou uma anão de maneira digital.




 Isso me remeteu a um dos exemplos de representação banal das pessoas com deficiência que foi com o anão Nick Nack, personagem representado pelo francês Hervé Villenchaize(1943-1993) que foi o capanga de Scaramanga(Christopher Lee)  em 007 Contra o homem com a pistola de ouro(1974), também criou outras representações  capacitistas como do gigante Jaws representado por Richard Kiel(1939-2014) com suas dentaduras de aço que eliminava comendo os pescoços das pessoas que dava um aspecto amedrontador além da cara de mal encarado, aparecendo em dois filmes da franquia, sendo  foi o capanga de Stromberg(Curd Jügens) em 007- O espião que me amava e Hugo Drax(Michael Lonsdale) em 007 Contra o foguete da morte, o trio de cegos que na verdade estavam fingindo para cometer assassinatos logo no começo de 007 contra o satânico Dr. No(1962), Te He Johnson(Julius Harris), capanga de Kananga(Yaphet Kotto) em Com 007 Viva e deixe morrer,  um sujeito com braço amputado por um crocodilo, e colocaram braço mecânico com uma garra de aço na ponta, algo sinistro ou mesmo quando Blofeld aparece de cadeira de rodas sem mostrar a cara  nas primeiras cenas de 007 Somente para seus olhos(1981). Uma das razões para essa representação banal das pessoas com deficiências pode estar no fato de que mais ou menos até o começo do século XX, as pessoas com deficiência simbolizavam uma visão de aberração,  de vergonha, uma desonra, um castigo divino e chegaram a transformar as pessoas com deficiências em espetáculo de circo dos horrores e justamente nesse aspecto os filmes antigos da franquia transformaram as pessoas com deficiências  em circo dos horrores.

 

 

 

 

 

007 HOMOFÓBICO




Seria impensável imaginar um 007, idealizado como símbolo sexual feminino beijando outro homem. Até porque quando Ian Fleming concebeu 007 na literatura nos anos 1950, a visão social sobre a comunidade LGBQIAP+  era muito  mais banal do que agora em relação aos movimentos intolerantes que tem surgido em diferentes países  nos ideais conservadores torpes baseados nos valores de  família perfeita como comercial de margarina. No Reino Unido nessa época especialmente, a homoafetividade era considerado um crime e caso de doença e isso a gente pode perceber na figura da dupla assassina Mr. Wint(Bruce Glover) e Mr. Kidd(Putter Smith) no filme 007-Os Diamantes São Eternos(1971), os capangas da SPECTRE na história. Que representam essa visão deturpada  do casal gay  associado a psicopatia como sujeitos cruéis, frios e insensíveis. Ainda que muitos não achem que eles sejam um casal gay, pela forma muito enrustida como agem, diferem da visão caricatamente divertida e de como gostam de coisas femininas. Ainda que o Mr. Wint(Bruce Glover) é o que da dupla  mais deixa transparecer um perfil homoafetivo, principalmente na cena do avião em que estão de olho na bond girl Tifanny Case(Jill St. John),   quando Wint  faz uma cara de desaprovação ao ouvir da boca do Mr. Kidd(Putter Smith) fazendo elogios a beleza da Tifanny, o que bem demonstra o  recalque do sentimento de ciúme.

 

 

007 GORDOFÓBICO




Conseguem  imaginar um 007 fora de forma  encarando  cada manobra arriscada e conseguir sair ileso daria certo? Claro que não. Do jeito que ele foi concebido como um exemplo de herói imbatível, e símbolo de macho alfa para a mulherada,  teria que se mostrar em boa forma física atlética  para encarar todo e qualquer tipo de perigo.




Em compensação ele criou uma representação  gordofóbica, banalizada típica da figura de que a feiura simboliza  o mau caráter tendo como exemplo  em Auric Goldfinger(Gert Fröbe) o grande vilão  de 007 Contra Goldfinger(1964). Que simbolizava bem a figura do sujeito  cujo nível da ambição é tão sem limites para um cara que já era rico, e resolve querer muito mais ao roubar do Banco Fort Knox  cuja segurança é bastante  reforçada e cuja crueldade para quem se atreve  a ser uma pedra no seu sapato, que ele não tem pena de eliminar,  como ocorreu com a Jill Materson(Shirley Eaton) sua capanga  que foi estrangulada por Oddjob(Harold Sakata) que a pintou de ouro, como bem reflete o primeiro trecho da letra da canção-tema do filme interpretado pela Shirley Bassey sobre o Auric Goldfinger: “É o homem, o homem com o toque de Midas”. Uma clara referência ao Rei Midas das lendas da Grécia Antiga, cujas mãos quando  tocava em qualquer transformava tudo em  ouro, que chegou a transformar até mesmo as próximas a ele, o deixando amargurado.

Outra também representação gordofóbica foi com o Sandor(Milton Reid), o capanga de Stromberg(Curd Jügens) em 007- O Espião que me amava(1977), que mesmo aparecendo pouco, mas ainda assim criou uma representação banal das pessoas obesas com aquela cara de mal encarado, de pessoa cruel e insensível.


quarta-feira, 12 de outubro de 2022

TODOS OS TIROS DOS PRESIDENTES - EDUARDO BUENO

   


"Todo mundo gosta de teorias da conspiração, mas o canal Buenas Ideias é sobre fatos concretos. Conheça agora todos os fatos concretos, discretos e incertos por trás da morte de "cinco" presidentes "assassinados" -- e as conspirações por trás das teorias da conspiração dessas mortes. Só esperamos que o Eduardo Bueno não seja alvo de uma queima de arquivo depois deste vídeo bombástico..."

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Chiquinha Gonzaga e a música popular brasileira | Nerdologia

   

"Musicista, ativista à frente de seu tempo. No Nerdologia de hoje, conheça a história e as contribuições de Chiquinha Gonzaga, um dos principais nomes da música popular brasileira."

sábado, 8 de outubro de 2022

A REPÚBLICA MILICIANA - EDUARDO BUENO

   


"Apesar de "milícia" ser uma palavra bem antiga que vem do latim, em sua nova encarnação o termo se tornou 100% brasileiro -- ou, mais especificamente, carioca. Conheça agora as origens dos grupos paramilitares que comandam boa parte da periferia do Rio de Janeiro, matando, torturando e aterrorizando a população em troca de serviços superfaturados, ocupando os vazios onde o Estado não chega. Se bem que, atualmente, com tanto miliciano no poder, talvez o Estado esteja lá em seu estado mais puro e a gente ainda nem percebeu."

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Fernão de Magalhães e a viagem ao redor do mundo | Nerdologia

  


"No Nerdologia História de hoje, acompanhe uma das famosas jornadas durante o período das grandes navegações europeias, liderada por Fernão de Magalhães em seu trajeto até as ilhas do oriente. "

sábado, 1 de outubro de 2022

10 ANOS SEM ERIC HOBSBAWM

 

Há exatos 10 anos,  no dia 01 de Outubro de 2012, morria no Hospital Royal Free, de Londres, em decorrência de uma pneumonia, o historiador britânico Eric Hobsbawm.






Hobsbawm ao longo de 95 anos de vida acadêmica, publicou diversas obras, de cunho social, político, econômico e cultural.

A morte de Hobsbawm representou uma perda irreparável para nossa área. Muitos o consideram como o maior historiador do século XX. Durante os quatro anos de minha graduação no curso de História, li muito de suas importantes obra-prima, de cunho marxistas. Entre as que posso destacar estão: A Era das Revoluções, A Era do Capital,  A Era dos Impérios, A Era dos Extremos, estas foram as que tive oportunidade de ler durante minha graduação universitária além de entre outras diversas de cunho também social como Trabalhadores, Bandidos e História Social do Jazz. A sua genialidade para descrever os diversos momentos que marcaram bastante a história, o tornando bastante admirado, respeitado e até idolatrado dentro do mundo acadêmico, o tornando como já bem havia descrito como o maior historiador do século XX. Por trás desse seu incrível talento e competência para descrever grandes eventos do passado de uma maneira peculiar, que o tornava uma figura bastante idolatrada pelos meus colegas de graduação e em especial pelo meu Professor Durval Alves da Silva, que se focava demais em trabalhar as obras deles e fazia uma aula brilhante e cativante.




Atributos esses que o tornavam brilhante, em contraste a sua vida pessoal, que assim como reles mortais comuns, estava longe da perfeição.

Nascido em Alexandria, famosa cidade histórica do Egito, sob dominação britânica, no dia 9 de Junho de 1917. Eric John Ernest Hobsbawm era filho de pai britânico, vindo de uma família de artesãos poloneses e russos, e sua mãe vinha de uma família média austríaca. Ambos carregavam descendência judaica. Passou parte de sua infância e juventude vivendo entre a Áustria e Alemanha.




Foi no começo da sua juventude que Hobsbawm vivenciou uma situação trágica da perda dos pais, primeiro perdeu o pai aos 12 anos, morto em 1929, e pouco tempo depois perderia a mãe em 1931, então com 14 anos. Com a morte desses, Hobsbawm passou a ser criado sob a tutela de seu tio paterno Sidney.

 Ao mesmo tempo que resolveu  aderir ao Partido Comunista. Em 1933, no caótico cenário político da Alemanha Hitlerista, Hobsbawm resolve se mudar para a Inglaterra.





 Foi lá que passou por dois diferentes casamentos, primeiro foi com Muriel Seamen em 1943, com quem se divorciou em 1951. Mas foi com Marelene Schwarz sua companheira pelo resto de sua longa vida por quem teve dois filhos Júlia e Andy.

Os seus primeiros passos no mundo acadêmico foi em 1947, quando estudou no King´s College de Cambridge, de onde depois de formado se tornou reitor. Chegando a lecionar em conceituadas universidades americanas, como em Stanford, Massachussetts e Comel. Seu primeiro livro publicado foi Rebeldes Primitivos em 1959.

Em 2011, publicou sua última obra intitulada Como mudar o mundo, e segundo algumas informações de jornais britânicos, vinha se dedicando a trabalhar na revisão de mais um livro programado para ser lançado em 2013.




Reproduzo o texto que postei  para o blog Breno Historiador em 2017, ano  de seu centenário com  uma análise que fiz do seu livro Bandidos, que eu comprei  e fiz uma leitura  na época para aproveitar a data.




Publicado originalmente na Inglaterra em 1969, Bandidos como bem consta no texto do prefácio escrito pelo próprio autor em Junho de 1999, para uma nova publicação inglesa do livro  lançada em 2000  e nesta edição da Editora Paz & Terra, Rio de Janeiro/São Paulo,2015.

Esta obra  apresenta uma forte abordagem de forma sucinta e objetiva para o leitor o enfoque no fenômeno social de seres marginalizados pela alta classe elitista, foras da lei, delinquentes despertarem tanta paixão pelos seus supostos atos de bravura contra a opressão dos poderosos burgueses  que os tornam nem tão malvados, nem tão bonzinhos, ao mesmo tempo sendo temidos pela maneira brutal como saqueavam e matavam pessoas inocentes.

Mas tipos, heróis, ou melhor, dizendo anti-heróis acima do bem e do mal. Uma análise de estudo bem profunda sobre este assunto.    Principalmente quando suas proezas se tornam exaltadas pela arte com os versos poéticos, e as representações artísticas que fazem se tornarem celebridades cultuadas como se fossem artistas de cinema. No livro é mencionado exemplos de diversos nomes de líderes de bandos em diferentes países das mais diferentes épocas que praticavam os delitos contra os ricos em favor do povo oprimido que a partir daí, deu a origem a denominação da corrente acadêmica do banditismo social.

No livro são  exemplificados  desde o famoso e lendário Robin Hood, mítico arqueiro da Inglaterra Medieval, o brasileiro Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião(1898-1938), ilustre figura folclórica do cangaço, um movimento originado no Nordeste muito antes dele nascer, os primeiros registros datam  do século 18, surgidos como bandos armados contra a opressão da miséria em consequência da seca, e da violência do autoritarismo dos coronéis, eles passaram a se denominarem de cangaceiros em referências a canga, “peça de madeira colocada sobre o pescoço dos bois de carga. Assim como o gado, os bandoleiros carregavam os pertences nos ombros.” Um dos precursores deste movimento nesta ocasião foi José Gomes, o malvado Cabeleira, cruel e sanguinário apavorou todas as terras pernambucanas por volta de 1775. Depois deste veio o potiguar Jesuíno Alves de Melo Calado, mais conhecido pelo codinome de Jesuíno Brilhante(1844-1879), este pode-se assim dizer foi o responsável por originar a famosa lenda do cangaço ser um movimento de banditismo social, já que ele distribuía aos pobres os alimentos saqueados dos comboios do governo. Depois deste teve o pernambucano Antônio Silvino(1875-1944), mais conhecido pelo codinome de Rifle de Ouro, o primeiro a ser denominado de Rei do Cangaço, antes de Lampião. Este teve como uma de suas façanhas, arrancar os trilhos, perseguir engenheiros e sequestrar funcionários da Great Western. Empresa inglesa responsável pela construção da ferrovia no interior da Paraíba. Já o Lampião mesmo, melhor dizendo Virgulino Ferreira da Silva seu nome real de batismo só entraria neste movimento a partir de 1920. Sobre como era o modo de vida deste antes de entrar no cangaço, e virar o idolatrado Lampião sabe-se pouco. Além dele, também é mencionado o mexicano Pancho Villa(1878-1923) um general que comandou a Revolução Mexicana. É também mencionado os haiduks, bandoleiros que assaltavam as regiões dos países balcânicos. Louis-Dominique Cartouche(1693-1721) o mais famoso bandoleiro da França no século 18, Johannes Büclker(1778-1803) bandoleiro da Alemanha, Romanetti(1884-1926) da Itália do começo do século 20, o romantizado bandoleiro inglês John Haynes Williams(1836-1908), Wu Sung e Chien Chen da China do século XII, Kamo(1882-1922) da Rússia entre outros exemplos mencionados, como o cowboy fora da lei do Velho Oeste americano Jesse James entre outros exemplos. Bandidos trata-se de um excelente livro com cunho de estudo de importante análise social desse fenômeno de seres marginais inspirarem tanta admiração por seres vistos como revolucionários contra a opressão, que roubavam em nome do social ao mesmo tempo temidos pela crueldade.

 Que fique muito claro, no livro, o autor não teve a intenção de  ao descrever sobre as ações dos bandoleiros, é querer santificá-los como heróis, nem muito menos demonizá-los  mas  sim apenas analisar o contexto em que  cada um surgiu, quais motivações eles tiveram para atuarem no mundo criminoso, o porquê deles serem idolatrados como heróis na cultura popular , o porquê deles inspirarem medos por suas atitudes cruéis entre outros fatores que é preciso ler o livro com a cabeça aberta sem nenhum mal julgamento.

Bandidos trata-se de um excelente  livro de Hobsbawm  para compreendermos o fenômeno social-cultural e antropológico  de como o ser humano dependendo do lar em que convive pode entrar no caminho perigoso da criminalidade. Um ótimo livro  que recomendo para historiadores, sociólogos, antropólogos, psiquiatras, advogados entre outros estudiosos fazerem suas leituras e tirarem suas próprias conclusões.

Para encerrar coloco aqui as seleções  das frases de Hobsbawn:

" A História pode ser de vencedores a curto prazo, mas os ganhos históricos vem dos vencidos."

"Como todas as outras pessoas historiadores são mais perceptivos depois que as coisas acontecem".

“A principal tarefa do historiador não é julgar, mas compreender, mesmo o que temos mais dificuldade para compreender. O que dificulta a compreensão, no entanto, não são apenas nossas convicções apaixonadas, mas também a experiência histórica que as formou.¨ ¨A única generalização cem por cento segura sobre a história é aquela que diz que enquanto houver raça humana haverá história.”

"A doença ocupacional das grandes potências é a megalomania."

"Como todas as outras pessoas, historiadores são mais perceptivos depois que as coisas acontecem."

"Seria muito difícil explicar para um marciano o que foi o século 20, porque ele é incrível até mesmo para os habitantes deste planeta."

Eric Hobsbawm

(1917-2012).

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

80 ANOS DE TIM MAIA

 

 

No dia 29 de setembro de 1942, nascia no Rio de Janeiro, no dia de São Sebastião, Sebastião Rodrigues Maia, mais conhecido como Tim Maia. Para lembrar a data em que ele completaria 80 anos, comentarei sua cinebiografia.




No filme Tim Maia (Brasil, 2014), somos apresentados às diferentes fases da vida do Tim (Robson Nunes jovem e Babu Santana na maturidade) da sua infância na Tijuca, ajudando sua grande família a entregar marmita. Tim Maia era penúltimo da numerosa prole dos 20 filhos de Altino Maia e Maria Imaculada Maia. Era chamado de Tião Marmita, apelido que detestava.





 Nessa passagem inicial do filme é mostrado como ele desde criança já tinha adquirido o aspecto físico bem rechonchudo, ainda mais quando era mandado a ajudar a família entregando marmitas, e por assumir essa função terminava aproveitando para comer às escondidas a comida dos clientes. Também ganha destaque sua formação escolar em um colégio católico.




No decorrer da passagem do tempo, o filme vai mostrando um Tim Maia mais crescido e com o aspecto físico mais roliço no final da década de 1950, sonhando alto com sua carreira musical.  Foi graças a um padre da escola onde estudava que ele conseguiu adquirir seu primeiro instrumento. Também é nessa fase da vida dele que realiza suas primeiras tentativas de conseguir viver sua tão sonhada carreira musical, formando duas diferentes bandas.




Nessa época também é mostrado como foi o relacionamento dele com duas importantes figuras da música brasileira, Roberto Carlos (George Saruma) e Erasmo Carlos (Tito Navile), e o pioneirismo da Jovem Guarda, um importante movimento musical surgido nessa época influenciado pelo rock americano. Também o mostra formando junto com esses dois amigos a banda The Sputniks. O cenário da época certamente deve trazer um pouco de nostalgia aos que tem mais de 50 anos. Esse é também o momento em que Tim Maia vivencia sua primeira tentativa de se lançar como cantor no programa de auditório do famoso apresentador de TV Carlos Imperial (Luís Lobianco), que, naqueles primórdios da televisão, com a extinta TV Tupi (1950-1980), poderia ser comparado a comunicadores como Faustão e outros do gênero.





É também nessa fase de sua juventude Tim Maia apresenta os primeiros traços de sua personalidade intempestiva, que se tornaria a grande responsável por, em diferentes momentos da sua vida, queimar sua carreira na música.

Com o desenrolar da história, é mostrado o Tim Maia se aventurando nos EUA, graças a um contato do colégio de padres, consegue uma hospedagem numa família. Em contato com o povo marginalizado das ruas do Brooklin, conheceu a influência musical do Soul, ritmo que adotaria quando retornasse ao Brasil. Antes disso, vai mostrando a sua experiência de malandragem em terras americanas, ao se envolver numa treta com alguns marginais que faziam furtos e cometiam outros tipos de desobediência à lei. Essa sua grande mancada na terra do Tio Sam seria responsável por sua prisão e deportação para o Brasil.





No momento em que retorna ao Brasil, descobre como a carreira musical de seus antigos parceiros dos Sputniks, Roberto Carlos e Erasmo Carlos, eles estavam se tornando grandes mercadorias lucrativas para muitas gravadoras brasileiras, no auge da Jovem Guarda. Nessa época, Tim Maia precisou penar para conseguir virar o cantor que se tornaria futuramente. Mais para frente, o filme mostra o cantor já bem estabelecido mercadologicamente, havendo inclusive uma forte sacralização em torno dele.

É no cenário da fase dourada que foi nos anos 1970 que o filme mostra detalhes curiosos dos bastidores das canções que ele gravou. Além disso, mostra um pouco da sua relação amorosa com Janaína (Alinne Moraes). Interessante perceber nessa época, como, na mesma medida e proporção, ele conseguiu grandes sucessos, como também grandes fracassos, sua vida bem porra-louca nas festas onde bebia e se drogava excessivamente e envolvido nos episódios controversos. Um desses momento foi quando inventou de aderir à seita religiosa dos Racionais, comandada por Manuel Jacinto Coelho (Nando Cunha), onde terminou tentando doutrinar seus fãs gravando um álbum que lhe custou sua carreira. Isso sem falar no seu perfil irascível, que o fez entrar em sérios conflitos com gravadoras, somados ao afastamento de alguns de seus amigos, de sua amada. Sua genialidade musical contrastava demais com sua personalidade difícil que o levava a viver um estilo de vida um tanto controverso.







O filme contou com a direção de Mauro Lima, também encarregado de escrever o roteiro em conjunto com Antônia Pellegrino, cuja base foi a biografia Vale Tudo: o som e a fúria de Tim Maia, publicado em 2007, escrito pelo jornalista e produtor musical Nelson Motta.  Pelo que pude constatar do filme sobre a vida do cantor Tim Maia, ele procura esmiuçar ao máximo possível todos os diferentes momentos da sua carreira: da ascensão e queda, passando por fases bem controversas, também mostrando seu talento musical, contrastando com o ser humano cheio de muitos defeitos como qualquer pessoa comum. Ou seja, são as várias faces de um mesmo Tim Maia, ainda que com algumas licenças poéticas, para poder seguir algumas convenções narrativas para fins dramatúrgicos.







Assim, houve alguns momentos que acabaram ficando de fora do filme, logicamente para o filme não ficar muito cansativo. Inclusive, senti falta de alguns detalhes de sua vida íntima na representação da figura paterna com os filhos Leo e Carmelo Maia.  Assim como também não chegaram explorar suas outras amizades e parcerias musicais com cantores como Jorge Ben Jor, Gal Costa, Sandra de Sá ou mesmo outros episódios bem controversos de algumas malandragens que lhes custaram muitas dívidas.

Enfim, o que posso definir do filme biográfico sobre Tim Maia, é que ele é excelente para se conhecer um pouco melhor do nosso contexto musical, sobretudo pra gente valorizar mais a cultura brasileira. O filme apresenta um excelente trabalho no design de produção com uma estética retrô com a fotografia, cenografias e belíssimos figurinos que reconstituem bem cada momento histórico do cenário musical vivenciado pelo Tim. Tudo impecável.




Passando pela sua infância e começo da juventude, durante os anos 1950, adentrando pelos anos 1960, após sua passagem em solo americano, e retornando deportado ao Brasil, após estourar com a Soul music, nos anos 1970, e cair no fundo do poço; e após retomar ao sucesso até chegar ao final dos anos 1990, já muito debilitado pelos excessos da vida que o levaram a passar mal no seu último show, em 08 de março de 1998, e falecer dias depois. Tudo isso criando todo um clima de nostalgia para quem conheceu muitas das suas diferentes fases tão bem reconstituídas no filme.

O elenco do filme é incrível, com destaque para Robson Nunes e Babu Santana, que estão perfeitos encarnando o papel do cantor em diferentes momentos da vida.





Robson Nunes está excelente apresentando um Tim Maia mais jovem sonhando alto com sua carreira artística e tendo uma forte ligação com o Roberto Carlos e já mostrando os primeiros sinais da sua personalidade explosiva. Babu Santana está perfeito no papel do Tim Maia mais maduro e com a carreira musical estabelecida. Sua perfeita empostação de voz o deixa quase idêntico ao cantor.

É curioso imaginar que os dois artistas que encarnam com perfeição no filme um Tim Maia com idades tão diferentes, o primeiro bem adolescente e o segundo um homem com mais de 30 anos; na vida real, têm uma diferença de idade de apenas três anos. Destaco ainda a excelente interpretação de outros atores que são rostos bem conhecidos do grande público, o galã global Cauã Reymond é um deles, que está brilhante no papel do cantor Fábio. Aliás, é esse personagem quem assume a função de ser o fio condutor da história ao fazer a narrativa em off na segunda pessoa. Alinne Moraes está ótima no papel da Janaína, que parece representar o papel de mulheres interesseiras que gostam de dar em cima de algum famoso para tentar se dar bem. Ela aqui foi condensada na figura de outras mulheres com quem Tim se relacionou ao longo da vida.





 O filme ainda conta com ótimas participações de rostos conhecidos de novelas globais que sabem como aproveitar os tempos de presença de cada um na trama. Destaque para George Saruma representando Roberto, com uma interpretação dos seus maneirismos que às vezes beira ao caricato, parecendo representar o cantor para um quadro de humor. Uma cena marcante é quando o personagem destrata Tim Maia no seu camarim. Luís Lobianco faz uma representação excelente do Carlos Imperial (1935-1992), importante comunicador dos primórdios da TV com aquele seu perfil malandro. Também vale mencionar as participações de Laila Zaid como Susi, amiga porra-louca da Janaina; Nando Cunha, no papel de Manuel Jacinto Coelho (1903-1991), imponente líder espiritual da seita dos Racionais na qual Tim Maia, cometendo a maior escorregada da sua vida; Edson Cardoso, o ex-dançarino do conjunto musical de axé É o Tchan!, popularmente conhecido como Jacaré, representa um segurança que barra Tim Maia em um show de Roberto Carlos. Também merecem destaque as participações internacionais de atores americanos que aparecem na passagem de Tim pelos EUA, dentre outros.

Quando Tim Maia faleceu, eu tenho de confessar nessa época conhecia pouco ou mesmo quase nada a respeito do seu nível de sua importância para a música brasileira; eu era só um garotinho de apenas 12 anos. No entanto, lembro da cobertura que a imprensa fez de sua última internação e da comoção causada por sua morte.






Na época do seu falecimento, ele já não figurava mais tanto como o artista mais lucrativo, como acontecera décadas antes; já não tinha mais suas músicas ocupando as paradas de sucesso das rádios brasileiras nem era visto se apresentando com frequência nos populares programas de auditório da TV. Um dos motivos envolvia o fato de que naturalmente, para a geração jovem do final dos anos 1990, ele já figurava como um artista sinônimo de “brega”, ou, no dizer da gíria jovem atual, cringe.

Naquele contexto do final do século 20 em que sequer sonhávamos em ouvir música facilmente pelas mídias digitais como Youtube e Sportfy, essa era uma quase realidade distante de ficção cientifica. Nós ainda ouvíamos pelas mídias físicas, o pequeno Compact Disc (CD), foi quem passou a substituir o grande Long Play (LP), também chamado por vinil ou popularmente aqui no Brasil de bolacha, que foi extinto do mercado na época. Ainda existiam as pequenas fitas K7, mais acessível às camadas populares.







Os estilos musicais que simbolizavam o modismo para essa geração do final dos anos 1990 eram: a axé music, o sertanejo e o pagode, gêneros que atraíam o gosto popular, cujos artistas de cada um desses gêneros figuravam segundo o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) como os  mais lucrativos para o mercado fonográfico brasileiro na época. Do mesmo modo que também havia os jovens que se aventuravam a curtir  mais o estilo underground dos sons experimentais da onda pop/rock do Skank, Jota Quest, Raimundos, Pato Fu, Charlie Brown Jr., que conquistaram seu espaço no mercado fonográfico brasileiro  graças à influência da MTV Brasil, que simbolizava muito a cara jovem.

Como se vê, a concorrência na época era grande e fez Tim Maia perder seu espaço, tanto que os últimos álbuns que ele lançou de forma independente, com sua própria gravadora, a Vitória Regia, figuraram entre os que mais tiveram vendas baixas. Como se isso não fosse o bastante, em consequência da sua personalidade explosiva, já era apresentado naquele momento como uma persona non grata no showbusiness nacional.  Ele já se encontrava com a sua reputação manchada por ter brigado com Deus e o mundo, como ele mesmo descreve numa cena do filme. Criou desafetos com as gravadoras, com os empresários que já o haviam agenciado e estes se sentiam lesados pelo não cumprimento dos compromissos, moveram uma onda processos na justiça contra ele. Também criou desafetos com músicos que perderam a paciência com ele sempre pedindo para parar de executar uma canção, por viver reclamando do som ou mesmo  da falta de retorno no áudio ao acompanhá-lo nos seus shows e ensaios. E, para piorar sua situação, ele ainda enfrentou problemas com a Receita Federal por não ter declarado seus impostos. Isso tudo o levou à falência. Tanto que ele chegou ao fundo do poço; meses antes dessa sua última apresentação, durante as festividades do Réveillon de 1997, recebeu da justiça uma ordem de confisco do seu imóvel e dos seus bens, em consequência das dívidas acumuladas até aquele momento.






Isso sem falar que a própria saúde dele também já se encontrava bastante  fragilizada, em consequência do seu estilo desregrado de viver. Com 55 anos e pesando 142 Kg, Tim Maia estava sentindo os efeitos da cobrança que os excessos alimentares, misturado com as bebidas e com drogas nas noitadas que costumava promover em sua casa, representaram para ele naquele momento um fim melancólico da sua potente voz.

Como diz o velho ditado: “Morre o artista, mas sua obra fica”. E as canções de Tim Maia serão lembradas para sempre.