sábado, 19 de fevereiro de 2022

AS VÁRIAS FACES DE ARNALDO JABOR

 

Na última terça-feira, 16 de fevereiro de 2022, o Brasil amanheceu de luto com a noticia do falecimento de Arnaldo Jabor, cineasta, jornalista e cronista, aos 81 anos, vítima de um AVC.




       Para mim que pertenço a geração millenials    que conheceu,  acompanhou e teve seu primeiro contato com  Arnaldo Jabor(1940-2022), atuando na sua faceta de jornalista. Isso por volta de meados da década de 1990,  apresentando diariamente no  Jornal Nacional da Rede Globo, como comentarista onde lá  tecia suas duras críticas e não tinha papas na língua aos assuntos debatidos no cotidiano em forma de crônica eletrônica no que era pautado sobre os fatos noticiados a respeito  da política brasileira, internacional, economia e comportamento social.




           Também foi dessa maneira sendo introduzido  a sua faceta  como escritor cronista com seu livro Amor é Prosa, Sexo é Poesia (2004).   Que tive o privilégio de ler quando ganhei muitos anos atrás de um amigo no meu aniversário.  E tem uma estética textual incrível quando ele descreve momentos marcantes da vida dele, de sua infância, sua juventude com seu primeiro amor e de fatos curiosos do cotidiano, como por exemplo, no livro há um texto dedicado a atriz   Juliana Paes em evidência na TV e posando para o ensaio da antiga revista masculina Playboy na edição de Maio de 2004.  




         Já quanto ao seu legado para o cinema brasileiro é uma coisa um tanto quanto complicada de se compreender, ainda mais não só para minha geração, mas para grande parcela da população brasileira  que tomou mais contato com a faceta jornalística de Arnaldo Jabor.  Mas não conhecem sua formação de cineasta.

      De todos os trabalhos da filmografia de Arnaldo Jabor, o único que eu tive o privilégio de conhecer e conferir  foi  Toda Nudez será castigada( Brasil, 1973). Baseada na obra de Nelson Rodrigues(1912-1980).





Um filme bastante denso, onde ele ousou abordar  a hipocrisia do falso moralismo e do conservadorismo de uma sociedade puritana de família tradicional brasileira, numa época em que o Brasil em pleno auge dos Anos de Chumbo da   Ditadura, vivia o temor da censura.

O filme ganhou reconhecimento internacional ao ganhar o Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim. 




 Quando Jabor se enveredou pelo jornalismo a partir da década de 1990, ele ficou um longo tempo  sem produzir filmes, visto o fato de que com o fechamento da Embrafilmes durante o Governo Collor(1990-1992), ocasionando num  prejuízo para  a produção do cinema nacional e nem mesmo quando houve a Retomada por volta de 1995, ele voltou a dirigir um filme.

   O seu retorno ao cinema  só ocorreu anos depois quando lançou A Suprema Felicidade(Brasil, 2010).

Jabor com sua partida, a cultura brasileira se empobreceu.




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