Na
última terça-feira, 16 de fevereiro de 2022, o Brasil amanheceu de luto com a
noticia do falecimento de Arnaldo Jabor, cineasta, jornalista e cronista, aos
81 anos, vítima de um AVC.
Para mim que pertenço a geração millenials
que conheceu, acompanhou e teve seu primeiro contato com Arnaldo Jabor(1940-2022), atuando na sua
faceta de jornalista. Isso por volta de meados da década de 1990, apresentando diariamente no Jornal Nacional da Rede Globo, como
comentarista onde lá tecia suas duras
críticas e não tinha papas na língua aos assuntos debatidos no cotidiano em
forma de crônica eletrônica no que era pautado sobre os fatos noticiados a
respeito da política brasileira,
internacional, economia e comportamento social.
Também
foi dessa maneira sendo introduzido a
sua faceta como escritor cronista com
seu livro Amor é Prosa, Sexo é Poesia (2004). Que tive o privilégio de ler quando ganhei
muitos anos atrás de um amigo no meu aniversário. E tem uma estética textual incrível quando ele
descreve momentos marcantes da vida dele, de sua infância, sua juventude com
seu primeiro amor e de fatos curiosos do cotidiano, como por exemplo, no livro
há um texto dedicado a atriz Juliana
Paes em evidência na TV e posando para o ensaio da antiga revista masculina
Playboy na edição de Maio de 2004.
Já quanto ao seu legado para o cinema brasileiro
é uma coisa um tanto quanto complicada de se compreender, ainda mais não só
para minha geração, mas para grande parcela da população brasileira que tomou mais contato com a faceta jornalística
de Arnaldo Jabor. Mas não conhecem sua
formação de cineasta.
De todos os trabalhos da filmografia de
Arnaldo Jabor, o único que eu tive o privilégio de conhecer e conferir foi Toda
Nudez será castigada( Brasil, 1973). Baseada na obra de Nelson
Rodrigues(1912-1980).
Um
filme bastante denso, onde ele ousou abordar a hipocrisia do falso moralismo e do conservadorismo
de uma sociedade puritana de família tradicional brasileira, numa época em que
o Brasil em pleno auge dos Anos de Chumbo da Ditadura,
vivia o temor da censura.
O
filme ganhou reconhecimento internacional ao ganhar o Urso de Prata no Festival
de Cinema de Berlim.
Quando Jabor se enveredou pelo jornalismo a
partir da década de 1990, ele ficou um longo tempo sem produzir filmes, visto o fato de que com o
fechamento da Embrafilmes durante o Governo Collor(1990-1992), ocasionando num prejuízo para a produção do cinema nacional e nem mesmo quando
houve a Retomada por volta de 1995, ele voltou a dirigir um filme.
O seu retorno ao cinema só ocorreu anos depois quando lançou A
Suprema Felicidade(Brasil, 2010).
Jabor
com sua partida, a cultura brasileira se empobreceu.
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