A
pintura Torre de Babel, de Pieter Bruegel(1525-1569), o Velho, realizada por volta de
1563, é uma das representações mais emblemáticas do imaginário bíblico no
contexto do Renascimento flamengo.
Inspirada
no relato do Gênesis (11:1–9), a obra reflete não apenas a narrativa da
construção de uma torre que alcançaria os céus e provocaria a ira divina, mas
também serve como crítica à vaidade humana e aos projetos imperiais da época.
Segundo
historiadores da arte como Svetlana Alpers e Reindert Falkenburg, Bruegel
emprega a arquitetura monumental e inacabada da torre para simbolizar a
fragilidade das ambições humanas diante do divino e da natureza.
A
estrutura remete ao Coliseu romano, o que pode ser interpretado como uma
crítica velada à soberba dos impérios, especialmente o Sacro Império
Romano-Germânico.
Além
disso, a obra tem sido lida como uma alegoria da fragmentação linguística e
cultural da Europa pós-Reforma, refletindo as tensões religiosas e políticas do
século XVI.
Assim,
Bruegel mescla crítica social, técnica pictórica detalhada e reflexão teológica
em uma composição complexa e simbólica.
#historiadaarte
(PRESENTE
DE GREGO).
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