"Carreata percorre locais da capital do RN por onde passaram Franklin Delano Roosevelt e Getúlio Vargas em 1943"
sábado, 30 de dezembro de 2017
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
De quem é Jerusalém? | Nerdologia 295
No Nerdologia de hoje você vai descobrir os conflitos que acontecem em Jerusalém quando se pergunta de quem é a cidade.
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
Origem do Papai Noel | Nerdologia
Conheça um pouco sobre a origem do Papai Noel no Nerdologia de História.
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
O Acre existe | Nerdologia
"No Nerdologia História de hoje você vai deixar de duvidar sobre a existência do Acre."
terça-feira, 28 de novembro de 2017
O fim do Egito antigo | Nerdologia
No Nerdologia História de hoje vamos aprender mais sobre o fim do Egito Antigo.
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
Fantástico - O Suicídio em Massa dos Membros da Seita de Jim Jones 28/11...
"Fantástico 28/11/1978 (Narração e Reportagem: Hélio Costa e Lucas Mendes)
Mais de 900 seguidores da seita Templo do Povo tomaram veneno, a mando do reverendo Jim Jones."
Mais de 900 seguidores da seita Templo do Povo tomaram veneno, a mando do reverendo Jim Jones."
quinta-feira, 16 de novembro de 2017
Linha Direta Justiça: O crime do Sacopã - 07/10/2004
O Crime ocorrido em 1952, mostrado em Linha Direta: Justiça em 2004.
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
Linha Direta Justiça: Febrônio, o filho da luz - 25/11/2004
Conheça a história do mais temido criminoso da história do Brasil. Febrônio Indio do Brasil(1895-1984).
terça-feira, 14 de novembro de 2017
100 anos das Revoluções Russas | Nerdologia
No Nerdologia História de hoje vamos conhecer um pouco mais sobre toda a revolução Russa.
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
LIVROS TECEDORES DE SONHOS AO LUAR E MEMÓRIAS PÓSTUMAS DO ESTÁDIO ASSASSINADO
Na semana passada fui prestigiar
dois lançamentos de livros curiosos de autores aqui do Rio Grande do Norte. O
primeiro que fui prestigiar foi Tecedores
de Sonhos ao Luar de autoria de três historiadores João Maria Fraga, Maria
da Conceição Fraga e Fábio Pereira Feitosa ocorrido na noite de quarta-feira,
08 de Novembro no Clube de Rádio Amador que já comecei a leitura e cheguei a
página 96. O trio de autores nos
apresenta um importante registro histórico da Ascenção e queda da economia
salineira do município de Macau/RN entre os anos 1950/60. Município que é o
berço de nascimento dos três autores. Vale muito a pena conhecer este fato
importante da história econômica e sociocultural do nosso
estado. Com um riquíssimo conteúdo
apresentando menções de fontes, fotos e trechos dos entrevistados pelos autores
ao longo de três anos de pesquisa, apresentando um texto numa linguagem bem acessível,
mesmo sendo um livro de cunho acadêmico, ele ainda assim apresenta uma
envolvente narrativa para qualquer leitor, em tom coloquial sem uso de muito
jargões acadêmicos que poderiam tornarem difícil a compreensão da leitura.
Outro lançamento que
prestigiei no dia seguinte, na noite de quinta-feira, 09 de Novembro na AABB(Associação
Atlética Banco do Brasil). Foi do livro Memórias
Póstumas do Estádio Assassinado do jornalista Rubens Lemos Filho. Ele por
ser amante do futebol, traça uma documentação muito vasta e em tom até de
saudosismo sobre as partidas que marcaram o antigo estádio do Machadão desde
sua inauguração em 1972. Estádio que foi demolido para gerar o Arena das Dunas
durante a Copa do Mundo, no qual inclusive eu moro próximo do estádio e sempre
que tem jogo a barulheira aqui é grande. Com um texto sensacional, escrito numa
narrativa muito envolvente, principalmente na parte onde descreve detalhadamente
as marcantes partidas ocorridas no estádio desde sua inauguração quando era
chamado primeiramente de Castelão até ser demolido para se adequar aos jogos da
Copa do Mundo de 2014 e virar Arena das Dunas. Os fanáticos por futebol vão com
certeza gostar e se deliciar bastante com o livro, especialmente pela familiaridade dele
descrever como ocorreu cada importante com os grandes times daqui do estado
como o América e o ABC colocando no texto os típicos jargões futebolísticos que
quem acompanha as partidas seja no rádio ou na televisão deve ouvir bastante
das bocas dos grandes locutores como Galvão Bueno, Silvio Luiz, se não desses
mas dos comentaristas ou nas matérias dos jornalistas esportivos. Mesmo quem
não curte futebol, como eu, vai com certeza se impressionar com a qualidade do
teor deste livro, que traz fotos incríveis, sensacionais das partidas que
marcaram a história do antigo Machadão. Ele vai além de tratar só do aspecto futebolístico, também apresenta em paralelo, os marcantes
acontecimentos no cenário sócio-político e também cultural do Rio Grande do
Norte passava nos anos de cada partida bem relatada e descritas
cronologicamente por cada ano a cada capitulo ao longo das 469 páginas contidas
no livro. É curioso observar as menções dos grandes nomes da política
norte-rio-grandense que também tem enormes vínculos nessa área futebolística no
Estado, especialmente quando estes no caso assumem cargos de alto escalão nas diligencias
esportivas dos grandes clubes. A parte da política ela já é tratada desde no capitulo
introdutório descrito por Moacyr Gomes da Costa, o arquiteto responsável pela
construção do estádio que ele denomina como o seu “Poema de Concreto”. Descrevendo passo a passo de como iniciou a
sua etapa de como surgiu a sua ideia para a criação do estádio, depois vai
descrevendo todas as barreiras que enfrentou no entra e sai de governantes nos
momentos mais conturbados do cenário político brasileiro vivia dos governos
populistas da década de 1950, passando pelo Golpe Militar de 1964 e nesses
primeiros anos de repressão e chumbo grosso após AI-5 em 1968 até finalmente inaugurarem sua obra-prima, ou
melhor dizendo, o seu “Poema de Concreto” em 1972. Depois dessa introdução é
que temos então o desenvolvimento da saga do estádio e suas memoráveis partidas
descritas com um cuidadoso e primoroso trabalho de pesquisa que o Rubens Lemos Filho fez para
o projeto do livro. Fora a parte do futebol, o livro também descreve em
paralelo os momentos, as situações curiosas a respeito do cenário sócio-político
que o Estado passava por exemplo, na primeira década de vida do estádio foi um
período que vivíamos o auge do Regime Militar, que perduraria ainda por um bom
tempo até 1985. Nesta época quem governava o Rio Grande do Norte era Cortez
Pereira(1924-2004) que era o primeiro a governar o Rio Grande do Norte por indicação do Regime Militar então
governado pelo General Emilio Garrastazu Medici(1905-1985). E assim foi com o
seu sucessor Lavoisier Maia até ir chegando ao processo da redemocratização no
primeiro mandato de José Agripino entre os anos de 1983-1986.
Fora isso, o livro também apresenta situações curiosas de como era o
cotidiano do povo norte-rio-grandense na época destas partidas, entre outras
curiosidades interessantes apresentadas no livro.
Um fato curioso que pude
observar é que estes livros tem em comum o fato de pertencerem ao mesmo selo,
que é da 8 Editora. Posso descrever que cada uma dessas leituras são
sensacionais, super indico.
domingo, 12 de novembro de 2017
A Revolução Russa , e suas Consequências
"Neste vídeo veremos como foi a Revolução Russa de 1917,além de algumas
de suas consequências como a Guerra Civil Russa , e um pouco do governo
de Stalin, espero que gostem!."
de suas consequências como a Guerra Civil Russa , e um pouco do governo
de Stalin, espero que gostem!."
CANAL DGP MUNDO.
terça-feira, 7 de novembro de 2017
Valquírias | Nerdologia
No Nerdologia História de hoje tem de super-heróis até ópera e nazismo.
E não se esqueça de mandar para sua amiga chamada Valquíria!
sábado, 28 de outubro de 2017
500 anos da Reforma Protestante | Nerdologia
Conheça um pouco sobre essa mudança religiosa, que revolucionou a história do cristianismo.
domingo, 15 de outubro de 2017
A política do incesto em Game of Thrones | Nerdologia 275
No Nerdologia História de hoje veremos qual tipo de casamento pode ajudar chegar no trono de ferro.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
sábado, 30 de setembro de 2017
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
terça-feira, 26 de setembro de 2017
sábado, 23 de setembro de 2017
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Presidencialismo, parlamentarismo e etc | Nerdologia
No Nerdologia História de hoje vamos fazer um resumo dos principais sistemas de governo.
domingo, 3 de setembro de 2017
OUTRAS FOTOS NO FERREIRO TORTO
CONFIRA OUTRAS TIRADAS NO CASARÃO DE FERREIRO TORTO EM MACAÍBA/RN NO DIA 01 DE SETEMBRO DE 2017.
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
terça-feira, 29 de agosto de 2017
A Guerra Fria de Atômica | Nerdologia
Um pouco sobre a Guerra Fria, assunto que vai ser explorado no filme Atômica.
sábado, 26 de agosto de 2017
terça-feira, 15 de agosto de 2017
Corrida espacial | Nerdologia
Um pouco sobre a história da Corrida Espacial no Nerdologia de História.
terça-feira, 8 de agosto de 2017
Guerra de Canudos | Nerdologia
UM POUCO SOBRE A GUERRA QUE TIROU DO MAPA ESTA CIDADE DO SERTÃO BAIANO.
domingo, 6 de agosto de 2017
EXCURSÃO A SÃO JOÃO DEL REI E TIRADENTES EM JULHO DE 2017
Confiram o registro da minha excursão aos municípios históricos de São João Del Rei e Tiradentes/MG. Ocorrido no dia 14 de Junho de 2017. Onde conheci as lindas arquiteturas monumentais das igrejas coloniais, das casas e do asfalto.
quarta-feira, 2 de agosto de 2017
terça-feira, 1 de agosto de 2017
A suposta passagem de Adolf Hitler pelo Brasil
Matéria do programa Domingo Espetacular da Rede Record, exibido em 28 de Agosto de 2016 mostrando "os detalhes da investigação sobre a suposta passagem de Adolf Hitler pelo Brasil".
terça-feira, 25 de julho de 2017
A Batalha de Dunkirk | Nerdologia
NO NERDOLOGIA DE HOJE CONHEÇA UM POUCO SOBRE A BATALHA DE DUNKIRK QUE VAI SER TEMA DO NOVO FILME DE CHRISTOPHER NOLAN QUE ESTREIA DIA 27 DE JULHO.
sexta-feira, 21 de julho de 2017
Guerra da Argélia | Nerdologia
Conheça um pouco da história deste país africano que vive em conflito.
terça-feira, 11 de julho de 2017
terça-feira, 4 de julho de 2017
terça-feira, 27 de junho de 2017
quarta-feira, 21 de junho de 2017
MINHAS FOTOS DA MINHA EXCURSÃO UNIVERSITÁRIA PARA O MUNICIPIO DE ACARÍ...
Um pouco da minha seleção de fotos de minha excursão universitária ao
município de Acarí/RN. Ocorrido em Abril de 2007. Como o tempo voa. Já
se passaram 10 anos.
terça-feira, 20 de junho de 2017
sábado, 17 de junho de 2017
Como os BEATLES Mudaram a história da música - Nostalgia
A Trajetória da banda mais revolucionaria do mundo no canal Nostalgia.
quarta-feira, 14 de junho de 2017
LAMPIÃO NA TERRA DOS SANTOS VALENTES NOS 90 ANOS DA SUA INVASÃO A MOSSORÓ/RN.
Neste mês de Junho, período da festividade de São João, o município de Mossoró/RN costuma encenar fazer uma encenação teatral do episódio que foi quando o povo resistiu a Invasão do bando de Lampião ocorrido em 1927. O nome desse espetáculo é Chuva de Bala no País de Mossoró.
Este importante episódio da história norte-rio-grandense que em 2017 completa 90 anos. Que é também mostrada numa obra literária de quadrinho que se trata de nada mais, nada menos do que Lampião na Terra dos Santos Valentes.
De autoria de três quadrinistas potiguares, Marcos
Guerra, encarregado do roteiro, Marcos Garcia e Carlos
Alberto nas ilustrações.
Publicado em Junho de 2016, pelo selo da Sol Editora, editado num formato contendo 88 páginas, em formato 21 x 28 cm, de papel couché, modelo de capa brochura em papel tríplex,
com acabamento do traço de linha clara, na qual eles optaram por estarem
próximo a arte de Watson Portela, segundo o que Marcos Garcia me comentou ao
colher estas informações dizia respeito ao seguinte: “Já que a pretensão é
mostrar um trabalho mais artístico e atual, mesmo retratando uma HQ de cangaço.”
E para finalizar as informações técnicas explico também que ela tem a sua
lombada quadrada.
Nas primeiras folheadas,
temos três textos introdutórios de apresentação de pessoas muito importantes,
representantes da nata cultural e intelectual da capital potiguar, como do
Secretário Municipal de Cultura de Natal e Presidente da Funcarte Dácio Galvão. Em seguida, vem o texto de Iaperi Araújo,
representante da Academia Norte-Riograndense de Letras, do Instituto Histórico e
Geográfico e também Presidente do Conselho Estadual de Cultura e Diretor da
Fundação José Augusto. E por fim tem o texto do escritor, poeta e jornalista
Caio César Muniz. Onde inclusive ele até
faz umas indicações de livros de autores da terra que contam sobre este
episódio da invasão do bando de Lampião a Mossoró como Lampião em Mossoró do memorialista
Raimundo Nonato(1907-1993), Nas Garras de Lampião, obra organizada pelo
pesquisador Raimundo Soares de Brito(1920-2012) com base no diário do Coronel Antônio Gurgel(19?-1950),
sequestrado por Lampião, e A Marcha de Lampião de autoria de Raul Fernandes,
filho do Rodolfo Fernandes(1872-1927), então prefeito de Mossoró na época que houve
a invasão de Lampião e seu bando.
Também
finaliza indicando outra leitura em quadrinho sobre este episódio como O
Ataque de Lampião a Mossoró de Emanuel Amaral e Aucides Sales. Após esta apresentação com os três textos
introdutórios, é que começamos a leitura da obra cujas primeiras folheadas começam
só com a ilustração do bando de Lampião cavalgando sem nenhum dialogo, o que é
bom, porque esta cena provoca a sensação de você estar ouvindo mentalmente os
passos dos cavalos como nas sonoplastias do cinema de faroeste ou mesmo nos
épicos de fantasia hollywoodianos. É neste começo que há um mini texto de
esclarecimento dos autores escrito da seguinte forma. “Por respeito ás
expressões populares e ao rico cenário linguístico que a região Nordeste
apresenta, o presente trabalho faz uso do “dialeto cabloco”, foneticamente fiel
as fontes originais. A escolaridade e a formação dos personagens causarão
variações em seu falar, assim como sua relação com a fauna e a flora de nossa
parte, acreditamos que a língua portuguesa é uma herança inestimável e sua
manutenção implica encararmos com sensibilidade as suas transformações”.
Após isso, vemos na página seguinte, a cena de um cangaceiro ajoelhado na Igreja, provavelmente caindo após receber um tiro de um policial de um jagunço que estão em direção a ele ou talvez tenha se rendido. É então que a medida que fomos vendo a história se desenvolvendo página por página com mais fluidez. Apresentando algumas camadas de personagens presentes na obra que reconstituem o estilo bem provinciano de Mossoró no final da década de 1920, mais precisamente nos idos de 1927, nos dias, nas horas que antecedem ao acontecimento mostrando bem como era a vida rotineira da população mossoroense daquela época da invasão, até o momento em que eles conseguiram expulsar Lampião e seu bando da cidade.
A maneira como a narrativa do enredo criado pelo Marcos Guerra nos transmitiu este fato meio esquecido da história oficial a nível nacional é sensacional, muito show, mesmo com base nas profundas pesquisas que fez para transpor uma realidade mais condizente, verossímil e realista sobre este fato, ainda mais envolvendo uma figura como Lampião que de tão lendário, mitificado, santificado e glorificado que se tornou no imaginário cultural nordestino a sua participação como líder do movimento, ainda mais pelas prosas poéticas na literatura de cordel, exaltando suas façanhas e principalmente a sua história de amor pela Maria Bonita e pela maneira como a vida dele chegou ao fim o tornando um mártir, que fica até difícil principalmente para os historiadores, tentar distinguir a face dele como o mito exaltado do herói do povo nordestino oprimido pelos coronéis, e em contraponto também há a sua face realista como o bandido ameaçador, sanguinário, estuprador, torturador, cruel entre outras definições negativas. Por estes fatores que ainda assim pude perceber que ele teve a preocupação de utilizar do recurso narrativo das licenças poéticas, para proporcionar a obra um tom bem característico de escapismo bucólico. Onde ele teve o cuidado de apresentar uma visão de Lampião mais próxima da realidade pelo que pude interpretar, sem parecer ser muito tendencioso, aqui ele é representado de uma forma mais humana, no sentido de mostrar ele agindo com raiva em situações em que ocorrem falhas do seu bando, se irritando como cada um de nós que estivesse no lugar dele, assim como também ele não representa a figura do Rodolfo Fernandes, prefeito da cidade na época da invasão como um mítico herói do povo mossoroense, aqui ele é representando como qualquer ser humano agindo com temor e receio como boa parte da população, da mesma forma como cada um de nós sentiríamos no lugar dele. Com um ótimo texto recheados de diálogos reproduzindo bem as expressões locais dos mossoroenses que eram comuns da época, onde inclusive há uma página complementar que explica o significado de cada uma dessas palavras. E os desenhos de Marcos Garcia e Carlos Alberto também é um show a parte, muito foda, de outro mundo. O traço de linha clara, sem cores, e com um aspecto bem artesanal criou uma boa identidade visual a obra deixando-a com um tom seco que combina com a paisagem de aridez do cenário rural da obra, fazendo bem parecer uma típica ilustração de cordel. Assim como a ótima representação panorâmica de Mossoró, em cada detalhe reproduzindo bem a época datada em que ocorreu aquele inusitado e indigesto evento, tanto na arquitetura das casas, como nos costumes do povo, nos meio de transportes, nos meios de comunicação e também no modo de vestir que a população costumava trajar na época, assim como as ilustres figuras da época, está bem aqui reproduzida nos desenhos de Marcos Garcia e Carlos Alberto.
Como já havia descrito
acima, sobre a real figura que Lampião representou para o movimento do cangaço,
isto é um assunto muito controverso que gera muitos conflitos dentro do mundo
acadêmico, digo isso porque como me graduei no curso de História na UNP. E
lembro que durante uma aula da disciplina de História do Brasil do Professor
Durval Alves, ele nos descreveu sobre
a dificuldade que um historiador tem para estudar o que foi o
movimento do cangaço aqui no Nordeste.
Ainda mais quando a gente se depara com a grande exaltação que fazem sobre Lampião como líder do movimento e principalmente pela influencia do seu endeusamento nos versos poéticos das literaturas de cordel, como Rei do Cangaço, onde fica-se com a impressão de que este movimento surgiu com ele e morreu com ele.
Na verdade, o movimento do
cangaço já existia bem antes de Lampião nascer, os primeiros registros da
prática do cangaço são do século 18, surgiram como bandos armados contra a
opressão da miséria em consequência da seca, e da violência do autoritarismo
dos coronéis, eles passaram a se denominarem de cangaceiros em referencias a
canga, “peça de madeira colocada sobre o pescoço dos bois de carga. Assim como
o gado, os bandoleiros carregavam os pertences nos ombros.”
Um dos precursores deste
movimento nesta ocasião foi José Gomes, o malvado Cabeleira, cruel e
sanguinário apavorou todas as terras pernambucanas por volta de 1775. Depois deste
veio o potiguar Jesuíno Alves de Melo Calado, mais conhecido pelo codinome de Jesuíno
Brilhante(1844-1879), este pode-se assim dizer foi o responsável por originar a
famosa lenda do cangaço ser um movimento de banditismo social, já que ele
distribuía aos pobres os alimentos saqueados dos comboios do governo. Depois
deste teve o pernambucano Antônio Silvino(1875-1944), mais conhecido pelo
codinome de Rifle de Ouro, o primeiro a ser denominado de Rei do Cangaço, antes
de Lampião. Este teve como uma de suas façanhas, arrancar os trilhos, perseguir
engenheiros e sequestrar funcionários da Great Western. Empresa inglesa
responsável pela construção da ferrovia no interior da Paraíba. Já o Lampião
mesmo, melhor dizendo Virgulino Ferreira da Silva seu nome real de batismo só
entraria neste movimento a partir de 1920. Sobre como era o modo de vida deste
antes de entrar no cangaço, e virar o idolatrado Lampião sabe-se pouco. Das escassas
informações que tem tudo é cheio de muitas controvérsias, a começar pelo fato
da sua certidão de nascimento. Nascido em Vila Bela, atual Serra Talhada,
interior de Pernambuco. Virgulino era o terceiro dos nove filhos de José Ferreira
e Maria Lopes. O registro da sua data de batismo é bem controverso, já que na
literatura de cordel é citado que ele nasceu no dia 07 de Julho de 1898, como o
registro só foi dado em papel no dia 12 de Fevereiro de 1900, dai origina-se a grande
confusão, porque isto fez muitos historiadores acreditarem ser sua data de nascimento,
o que faz muitos acadêmicos terem dificuldades para saber aproximadamente que idade ele estava quando começou sua
carreira no cangaço ou mesmo quando passou a assumir a liderança e surgir assim
sua lenda como Rei do Cangaço.
Além da confusão de sua
certidão de nascimento, também sabe-se pouco a respeito de sua família. Desse
pouco que se sabe da família de Virgulino, é que segundo nas palavras que o
próprio sempre afirmou que foi consequentemente a tragédia familiar ocorrida depois que o pai dele José Ferreira,
um condutor de animais e pequeno fazendeiro foi morto em 1920, a mando de José
Lucena, após uma série de longos anos conflituosos da Família Ferreira com o
vizinho José Saturnino. Este abalo familiar foi o que mudaria a vida de
Virgulino para sempre. Pois foi a partir dai que movido pelo sentimento de ódio,
de vingança, inclusive no sertão daquele tempo era comum numa situação dessas
eles lavarem as honras fazendo justiça com as próprias mãos, mandando bala. Nos versos do
poeta cearense Jáder de Carvalho(1901-1985), em seu poema Terra Bárbara descreve bem o que isso significava:
“Na minha terra,/o cangaceiro
é leal e valente:/ jura que vai matar e mata”.
Foi nesta mesma época que
Virgulino decide entrar para o cangaço, pertencendo ao grupo então comandado
por Sebastião Pereira e Silva, o Sinhô Pereira(1896-1979). Ao entrar no bando
de Pereira, Virgulino foi batizado com o famoso codinome de Lampião. As versões
do porque dele ser batizado com esta alcunha também são bem controversos, há os
que digam que o fato dele manejar o rifle com tanta rapidez e destreza que os
tiros sucessivos iluminavam a noite. Já em outra versão atribui-se a Sinhô
Pereira, que o batizou com este nome ao observar Virgulino usando o clarão de
um disparo para encontrar um cigarro que um colega havia deixado cair no chão. Pouco tempo depois, em 1922 ele assumi o
comando no lugar de Sinhô Pereira que decidiu abandonar o cangaço. Foi a partir
dai que nasceria sua romanceada e cultuada lenda como o Rei do Cangaço. A sua
primeira façanha no posto de novo líder do cangaço foi assaltar a casa da
Baronesa Joana Vieira de Siqueira Torres, em Alagoas. Foi neste posto que deu
inicio ao seu reinado, passando a aterrorizar o sertão nordestino inteiro,
invadindo cidades, saqueando fazendas de ricos coronéis e encarando uma série
de confrontos a bala com a policia. E foi num desses
confrontos que ele acabou ficando cego do olho direito e passou a usar óculos para
disfarçar o problema. Foi já tendo se tornado um célebre líder do bando que ele
chegou a visitar o Padre Cícero(1844-1934) quando estava no Ceará em 1926. Até
chegar ao importante evento de invadir Mossoró como retratado aqui na HQ Lampião na Terra dos Santos Valentes.
O seu reinado no cangaço perdurou até o final da década de 1930. Foi já
como célebre Rei do Cangaço, que ele conheceria sua cara-metade Maria Gomes de
Oliveira, a popular Maria Bonita. Nascida
no povoado de Malhada de Caiçara localizado no município de Paulo Afonso/BA, no
dia 08 de Março de 1911. Inclusive nesta
HQ em questão ela não aparece, nem tem o nome mencionado, porque na ocasião em
que Lampião invadiu a cidade e o povo o botou para fora, ele ainda não a
conhecia. Só a conheceria posteriormente, o primeiro encontro que teve com ela
foi em 1929, quando Lampião e seu bando estavam instalados na fazenda do pai
dela que era seu coiteiro*.
Foi lá então que os dois
tiveram uma paixão a primeira vista, a ponto de no ano seguinte ela resolver
entrar para o seu bando, deixando para trás sua zona de conforto que tinha e um
casamento fracassado com um sapateiro. Maria Bonita tornou-se a primeira mulher
a compor o bando. Um relacionamento que perdurou até os dois morrerem numa
emboscada policial ocorrida em Angicos/SE, no dia 27 de Julho de 1938. Ambos
tiveram a cabeça degolada. O relacionamento dos dois chega a ser comparado a
Bonnie e Clyde, do sertão nordestino. O que não é para menos, pois na mesma
época que houve a entrada de Maria Bonita no Cangaço e os dois formaram a inseparável
dupla de comando, também coincidiu de surgir
nos EUA, o temido
casal criminoso Bonnie Parker e Clyde
Barrow que formavam a temida dupla de
assaltantes e comandavam uma quadrilha, responsável por aterrorizar as regiões centrais americanas com uma onda de constantes
assaltos, até eles serem mortos numa
emboscada montada pela policia numa estrada deserta da Louisiana no dia 23 de
Maio de 1934.
A influencia de Maria
Bonita, também fortaleceu ainda mais a
grande idolatração dele como o herói do oprimido povo nordestino, o que gera um
monte de opiniões controversas entre historiadores sobre a importância que
Lampião simbolizou e representou neste cenário brasileiro das primeiras décadas
do século 20. O celebre historiador britânico Eric Hobsbawn(1917-2012) já o
comparou a figura de Robin Hood, o famoso arqueiro da Inglaterra Medieval que
era um bandido que roubava todo o dinheiro dos reis corruptos para dar aos
pobres. Se bem que Robin Hood é só uma lenda surgida dentro contexto das lendas
arturianas. A ponto deste figura-lo como um bandido social como bem o fez em seu livro Bandidos, publicado em 1969**.
Posso encerrar descrevendo
que independente de qualquer interpretação dada sobre Lampião e seu reinado no
cangaço. De uma coisa pode se ter certeza, é nunca negar, de que o motivo dele
ter virado o grande ícone desse movimento tem muito haver de que ele adorava autopromover
sua imagem, fazia um grande marketing pessoal, a ponto de se deixar fotografar
e filmar ele com seu bando. Ainda mais que foi ele o influenciador da dança do
xaxado, compôs a música “Mulher Rendeira”. Entre outros fatores que o tornaram
tão referencia na cultura popular, a ponto de criar uma visão muito romantizada
dele.
Também não se pode negar sua
outra faceta, que era homem cruel, onde no todo pode se assim dizer, é preciso
estudar o que Lampião representou para o Nordeste no contexto em que ele
iniciou suas atividades no cangaço.
Abaixo reproduzo as
declarações de acadêmicos que estudam a
importância social do cangaço
descreveram sobre Lampião na matéria de capa da revista Aventuras na
História da Editora Abril, com reportagem de Lira Neto publicada na edição 60,
em Julho de 2008.
“Lampião não era um demônio,
nem um herói. Era um cangaceiro. Muitas das crueldades imputadas a eles foram
praticadas por indivíduos de outros bandos. Entrevistei vários ex-cangaceiros e
nenhum me confirmou histórias a respeito de estupros e castrações executadas
pessoalmente por Lampião”.
Amaury Corrêa de Araújo,
autor de sete livros sobre o cangaço.
“Acho que está justamente
ai, nessa multiplicidade de olhares e versões, a grande força do personagem que
ele foi. É isso que ajuda inclusive a entender sua dimensão como mito”.
Élise Grunspan-Jasmin,
historiadora francesa, autora do livro Lampião: Senhor do Sertão.
“Lampião não era um
revolucionário. Sua vontade não era agir sobre o mundo para lhe impor mais
justiça, mas usar o mundo em seu proveito”.
Também de Élise
Grunspan-Jasmin.
Agora confiram um poema
sobre Lampião extraído do blog
Pensamentos e Reflexões, da autoria de Luiz Felipe, publicado em 2013.
“Começo a história de um
cabra valentão
Muitos o temiam
Mas com ele não tinha
“boquinha” não
Virgulino, cabra valente,
era mesmo o rei do sertão.
Rico metido a sabidão
Padre metido a enrrolão
Coronel explorando o povão
Era bala na certa pelo seu
bando, num só vão.
Desbravava o nordeste para
as pestes exterminar
O povo tinha medo
Do que ele iria falar
Mas, devoto de Padre Ciço
Muitos terços ele rezava por
lá.
Foi ao Ceará, para a mulher
mais macho arrumar
Maria Bonita, cheirosa e
atrevida
Lampião achou seu certo par.
E hoje muito lembrado
Pela valentia e pelo reinado
Lampião o rei do cangaço
É eternamente imortalizado.
Para finalizar deixo meu
recado
No século XX não houve outro
cabra macho
A não ser Lampião, o rei do
cangaço!”
Para encerrar, posso então
descrever em um balanço geral que a HQ Lampião na Terra dos Santos Valentes,
merece sim ser lida e apreciada. Eu indico e recomendo a leitura.
"Mais
que uma versão de um fato histórico, Lampião na Terra dos Santos
Valentes, adiciona espinhos sangrentos e flores fúnebres ao célebre
evento do ataque ao municipio de Mossoró. Uma aventura, um faroeste, uma
obra de arte visceral".
Léa Barbados, Professora e Escritora em texto da contracapa.
Fontes:
FERNANDES,Raul. A Marcha de
Lampião, Coleção Mossoroense, Fundação José Augusto, Sexta Edição. Série “C”,
Volume 1488. Mossoró, 2005.
https://tokdehistoria.com.br/2014/12/06/o-ataque-de-lampiao-a-mossoro-a-historia-do-motorista-gatinho/ :Texto
de Rostand Medeiros.
LAMPIÃO-A MORTE DO HERÓI, Matéria de capa da Revista
Aventuras na História, Edição 60, Julho de 2008. Editora Abril, São Paulo/SP.
*Indivíduo que dá asilo, favorece ou protege os
malfeitores.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bonnie_Parker
**Corrigindo
uma informação equivocada desse texto, quando eu mencionei a data da
publicação de Bandidos de Eric Hobsbawm que é o ano de 1975, foi
baseado na informação da matéria de capa da Revista Aventuras na
História publicada em Junho de 2008, não sabia que aquela informação
estava errada. Só muito recentemente após adquirir e fazer a leitura do
livro de Hobsbawm, em uma publicação da editora Paz & Terra, São
Paulo/Rio de Janeiro, 2015. É que eu descobri lendo pelo texto das
orelhas e pelo prefácio nas primeiras páginas escrita pelo próprio autor
em Junho de 1999, para uma nova edição na Inglaterra. Que Bandidos
originalmente foi publicado na terra natal do autor em 1969. É também
informado no texto das orelhas que no Brasil ele só seria publicado e
traduzido em 1973. Que este equivoco sirva de lição para quem estiver
produzindo algum texto acadêmico procurem tomar muito cuidado com as
fontes de pesquisa.
terça-feira, 13 de junho de 2017
sexta-feira, 9 de junho de 2017
RESENHA DO LIVRO BANDIDOS NOS 100 ANOS DE ERIC HOBSBAWN(1917-2017)
No dia 09 de Junho de 2017,
o ilustre e celebre historiador britânico Eric John Ernest Hobsbawm, ou
simplesmente Eric Hobsbawm considerado uma unanimidade acadêmica como o mais
importante historiador do século XX estaria completando 100 anos. Também aproveito
para fazer minha análise critica sobre a recente leitura que fiz de uma de suas
obras literárias Bandidos.
Nascido em Alexandria,
famosa cidade histórica do Egito, que naquela época de 1917 ainda sob dominação
britânica. Hobsbawn era filho de pai britânico Leopold Percy Hobsbaum cujo
sobrenome era escrito originalmente com u no final, mas por causa de um erro na
escrituração ao ser registrado no cartório
acabou adquirido um w no lugar do u com mãe austríaca sendo ambos em
comum de descendência judaica. Passou parte de sua infância e juventude vivendo
entre a Áustria e Alemanha. Foi no começo da sua juventude que Hobsbawnn
vivenciou uma situação familiar trágica, primeiro perde o pai aos 12 anos,
morto em 1929, e pouco tempo depois perderia a mãe em 1931, então com 14 anos.
Com a morte desses Hobsbawn passou a ser criado sob a tutela de seu tio paterno
Sidney. Ao mesmo tempo em que resolveu aderir ao Partido Comunista que
influenciaria no seu segmento acadêmico como intelectual marxista. Em 1933, no
caótico cenário politico da Alemanha Hitlerista, Hobsbawn resolve se mudar para
a Inglaterra. Foi lá que passou por dois diferentes casamentos, primeiro foi
com Muriel Seamen em 1943, com quem se divorciou em 1951. Mas foi com Marelene
Schwarz sua companheira pelo resto da vida por quem teve dois filhos Júlia e Andy. O seu primeiro passo no
mundo acadêmico aconteceram em 1947, quando estudou no King´s College de
Cambridge, de onde depois de formado se tornou reitor. Chegando a lecionar em conceituadas
universidades americanas, como em Stanford, Massachussetts e Comel. Seu
primeiro livro publicado foi "Rebeldes Primitivos" em 1959. Depois
publicou umas infinidades de obras dentre estas obra há quatro com “Era” no
titulo: A Era das Revoluções com
enforque na Revolução Francesa ocorrida em 1789 até Revolução Industrial na
Inglaterra do século 19, A Era do Capital
com enfoque na Primavera dos Povos ocorrido em 1848 até a Grande Depressão em
1875 não confundir com a Grande Depressão ocorrida após a Queda da Bolsa de
Nova York em 1929, A Era dos Impérios
com enfoque nas grandes potencias colonialistas europeias entre os anos de 1875-1914 e por fim A Era dos Extremo-o Breve Século XX, com enfoque na Primeira Guerra
Mundial que teve inicio em 1914 até
chegar a ruptura do império comunista na
União Soviética em 1991. Falecido em 2012, aos 95 anos, vitima de uma
pneumonia. Hobsbawm, publicou além dessas citadas, outras obras de cunho acadêmico histórico que foram:
Sobre História, Globalização, Democracia e Terrorismo, Da
Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo, História
Social do Jazz, Pessoas
Extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz, Nações e Nacionalismo desde 1780,Tempos
Interessantes(autobiografia),Os Trabalhadores: Estudos Sobre a História do
Operariado, Mundos do Trabalho: Novos Estudos Sobre a História Operária, Revolucionários:
Ensaios Contemporâneos, Estratégias para uma Esquerda Racional, Ecos da Marselhesa : dois séculos revêem
a Revolução Francesa, As Origens
da Revolução Industrial e Bandidos, obra da qual vou fazer
aqui minha análise.
Publicado originalmente na
Inglaterra em 1969, Bandidos, como
bem consta no texto do prefácio escrito pelo próprio autor em Junho de 1999, para
uma nova publicação inglesa do livro
lançada em 2000 nesta edição da
Editora Paz & Terra, Rio de Janeiro/São Paulo,2015. Esta obra apresenta uma forte abordagem de forma sucinta
e objetiva para o leitor o enfoque no fenômeno social de seres marginalizados
pela alta classe elitista, foras da lei, delinquentes despertarem tanta paixão pelos
seus supostos atos de bravura contra a opressão dos poderosos burgueses que os tornam nem tão malvados, nem tão
bonzinhos, ao mesmo tendo sendo temidos pela maneira brutal como saqueavam e
matavam pessoas inocentes. Mas tipos, heróis, ou melhor, dizendo anti-heróis
acima do bem e do mal. Uma análise de estudo bem profunda sobre este assunto. Principalmente
quando suas proezas se tornam exaltadas pela arte com os versos poéticos, e as
representações artísticas que fazem se tornarem celebridades cultuadas como se
fossem artistas de cinema. No livro é mencionado exemplos diversos nomes de
lideres de bandos em diferentes países das mais diferentes épocas que praticavam
o delitos contra os ricos em favor do povo oprimido que a partir dai deu a
origem a denominação da corrente acadêmica do banditismo social. No livro
são exemplificados desde o famoso e lendário Robin Hood, mítico
arqueiro da Inglaterra Medieval, o brasileiro Virgulino Ferreira da Silva,
vulgo Lampião(1898-1938), ilustre figura folclórica do cangaço, um movimento originado
no Nordeste muito antes dele nascer, os primeiros registros datam do século 18, surgidos como bandos armados
contra a opressão da miséria em consequência da seca, e da violência do
autoritarismo dos coronéis, eles passaram a se denominarem de cangaceiros em
referencias a canga, “peça de madeira colocada sobre o pescoço dos bois de
carga. Assim como o gado, os bandoleiros carregavam os pertences nos ombros.”
Um
dos precursores deste movimento nesta ocasião foi José Gomes, o malvado
Cabeleira, cruel e sanguinário apavorou todas as terras pernambucanas por volta
de 1775. Depois deste veio o potiguar Jesuíno Alves de Melo Calado, mais
conhecido pelo codinome de Jesuíno Brilhante(1844-1879), este pode-se assim
dizer foi o responsável por originar a famosa lenda do cangaço ser um movimento
de banditismo social, já que ele distribuía aos pobres os alimentos saqueados
dos comboios do governo. Depois deste teve o pernambucano Antônio
Silvino(1875-1944), mais conhecido pelo codinome de Rifle de Ouro, o primeiro a
ser denominado de Rei do Cangaço, antes de Lampião. Este teve como uma de suas
façanhas, arrancar os trilhos, perseguir engenheiros e sequestrar funcionários
da Great Western. Empresa inglesa responsável pela construção da ferrovia no
interior da Paraíba. Já o Lampião mesmo, melhor dizendo Virgulino Ferreira da
Silva seu nome real de batismo só entraria neste movimento a partir de 1920.
Sobre como era o modo de vida deste antes de entrar no cangaço, e virar o
idolatrado Lampião sabe-se pouco. Além dele, também é mencionado o mexicano
Pancho Villa(1878-1923) um general que comandou a Revolução Mexicana. É também
mencionado os haiduks, bandoleiros que assaltavam as regiões dos países
balcânicos. Louis-Dominique Cartouche(1693-1721) o mais famoso bandoleiro da
França no século 18, Johannes Büclker(1778-1803) bandoleiro da Alemanha,
Romanetti(1884-1926) da Itália do começo do século 20, o romantizado bandoleiro
inglês John Haynes Williams(1836-1908), Wu Sung e Chien Chen da China do século
XII, Kamo”(1882-1922) da Rússia entre outros exemplos mencionados, como o
cowboy fora da lei do Velho Oeste americano Jesse James entre outros exemplos. Bandidos trata-se de um excelente livro
com cunho de estudo de importante análise social desse fenômeno de serem
marginais inspirarem tanta admiração por serem vistos como revolucionários
contra a opressão, que roubavam em nome do social ao mesmo temidos pela
crueldade. Que fique muito claro, no livro, o autor não teve a intenção de ao descrever sobre as ações dos bandoleiros,
é querer santificá-los como heróis, nem muito menos demonizá-los mas sim
apenas analisar o contexto em cada um surgiu, quais motivações eles tiveram
para atuarem no mundo criminoso, o porque deles serem idolatrados como heróis
na cultura popular , o porque deles inspirarem medos por suas atitudes cruéis entre
outros fatores que é preciso ler o livro com a cabeça sem nenhum mal
julgamento.
Bandidos trata-se de um
excelente livro de Hobsbawm para compreendermos o fenômeno
social-cultural e antropológico de como
o ser humano dependendo do lar em que convive pode entrar no caminho perigoso
da criminalidade. Um ótimo livro que
recomendo para historiadores, sociólogos, antropólogos, psiquiatras, advogados
entre outros estudiosos fazerem suas leituras e tirarem suas próprias
conclusões.
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