No dia 25 de Junho de 2000, partia para o plano espiritual o cantor e compositor Wilson Simonal. O mais talentoso ícone da música brasileira que teve sua brilhante carreira prejudicada por causa de um mal entendido envolvendo sua suposta relação com o Regime Militar que o fez por muito tempo figurar como o dedo-duro entre os artistas de esquerdas. O que terminou resultando dele passar as décadas seguintes no completo ostracismo e morrer bastante empobrecido. Figurando a partir dai como a persona non grata na indústria fonográfica brasileira.
E para lembrarmos essa data, nada melhor do que comentar sobre sua cinebiografia Simonal(Brasil, 2019) .
Simonal além de um talentoso artista musical, também mostrou que tinha talento e muito colhão para empreender. E isto, o filme bem exemplificou ao retratar após conquistar o tão sonhado sucesso e receber bilhões em dinheiro e construir uma grande fortuna de patrimônio. E foi também responsável por agenciar grandes carreiras.
Eu pessoalmente não tive muito o privilégio de acompanhar a carreira do Simonal, porque eu nasci em 1985, a carreira dele estava há anos apagada do showbusiness brasileiro em consequência desse embaraço que arruinou sua carreira.
Eu lembro que só vim a tomar conhecimento dele como artista na época em que lá pelos idos do ano 2000 eu estando com 15 anos ouvia muitas noticias dele já estando bastante adoentado e internado e veio a falecer vitimado por uma cirrose hepática aos 62 anos de idade. Época em que eu acompanhei o surgimento de seus dois filhos Max de Castro e Simoninha seguirem os passos do pai virando cantores.
Eu pessoalmente não tive muito o privilégio de acompanhar a carreira do Simonal, porque eu nasci em 1985, a carreira dele estava há anos apagada do showbusiness brasileiro em consequência desse embaraço que arruinou sua carreira.
Eu lembro que só vim a tomar conhecimento dele como artista na época em que lá pelos idos do ano 2000 eu estando com 15 anos ouvia muitas noticias dele já estando bastante adoentado e internado e veio a falecer vitimado por uma cirrose hepática aos 62 anos de idade. Época em que eu acompanhei o surgimento de seus dois filhos Max de Castro e Simoninha seguirem os passos do pai virando cantores.
O enredo começa do fim, mostrando Simonal se preparando para se apresentar num show, até ocorrer as vaias. É dai que a trama vai fluindo em contar sua trajetória musical de quando começou tocando numa banda bem humilde chamada Dry Boys até chegar ao apoteótico sucesso ao conhecer Carlos Imperial(Leandro Hassum), o homem mais influente no mundo do showbusiness brasileiro que foi responsável pelo inicio de sua carreira chegando ao estrelato.
É por meio dele, que Simonal conhece sua futura esposa Tereza(Isis Valverde). E esta sua apoteótica carreira vai crescendo com muitas músicas de sucesso onde ele imprimiu o seu estilo próprio de cantar mesclando samba com bossa nova, com elementos afro-americano de soul, r&b, jazz, criando assim uma nova sonoridade e com uma estética musical própria. E sua criatividade nas letras, nas melodias e na maneira como contagiava a plateia.
Todo esse sucesso conquistado o levou a apresentar um programa na TV, e a ele mesmo empreender sua própria carreira criando um selo musical. Tudo ficaria as mil maravilhas na vida do Simonal até ocorrer dois acontecimento, que vão gerar as reviravoltas na sua vida que ocasionaram na ruina de sua carreira a ponto dele ficar para sempre estigmatizado como o dedo-duro, traíra, que delatou artistas da esquerda para os militares, que vai ter inicio no momento em que ele conhece Santana (Caco Ciocler) o agente do DOPS(Departamento de Ordem Politica e Social), o temido órgão repressor do regime militar, quando ele é chamado depor sobre uma canção que ele gravou que tinha uma mensagem subversiva. Nisso ocorre dele cometer o maior erro que o arruinaria para sempre. Que foi quando ele aceita o contato do cara. Nisso acontece dele receber uma ligação do Banco cobrando sobre os desfalques de sua empresa, a Simonal Produções Artísticas e quando ele descobre que o responsável por este desfalque era seu contador Taviani(Bruce Gomlevsky) que o demite e faz a grande burrada, e porque não dizer cagada de denunciá-lo justamente para quem o Santana do DOPS. Foi a partir daí que teve começo o inferno de sua vida que perdurou pelas décadas seguintes em que amargurou longos anos de ostracismo até sua morte.
O filme contou com a direção de Leonardo Domingues, também responsável por assinar o roteiro. Onde ele aqui procurou apresentar ao público todas as facetas desse artistas que ficou esquecido dos anais da história da música brasileira por causa de uma indigesta situação muito mal explicada dele envolvido com o DOPS que ocasionou dele ser visto até morrer como uma persona non grata da indústria fonográfica brasileira que perdurou pelas décadas seguintes.
Mesmo contando com a consultoria dos filhos de Simonal, o diretor tomou a liberdade no roteiro de se utilizar de licenças poéticas para poder trazer um tom mais cinematograficamente palatável a obra, para poder gerar mais carga dramática. Alterou alguns nomes de personagens como o nome real da esposa de Simonal era Sandra Cerqueira e no filme virou Tereza, o contador Taviani da empresa Simonal Produções Artísticas virou uma referência ao contador real Rafael Viviani que desviava da empresa dele. E a figura do agente Santana do DOPS, foi puramente ficcional para criar uma carga narrativa mais dramática a obra para representar o DOPS no arco narrativo. Fora também algumas passagens mostradas no filme que ocorreram de fato mas que foram alteradas para ficarem mais narrativamente atraentes. Mas, no fim criaram uma boa construção dramática.
A obra representou bem toda a sua meteórica ascensão virando até empreendedor, e em seguida toda decadência que Simonal passou após esse incidente e que não conseguiu se recuperar depois e que mesmo após passados vinte anos de sua morte, esta mancha em sua biografia ainda o assombra.
Num trabalho muito primoroso e cuidadoso do design de produção que recriou muitos elementos modistas do final dos anos 1960 e começo dos anos 1970, estes toques retrô que deram uma ótima estética vintage a obra. Em conjunto aos ótimos planos de câmera, a edição e montagem colocando imagens de arquivo do Simonal real em show e um brilhante plano sequência numa cena mostrando Simonal saindo de uma apresentação para fazer lanche num barzinho e depois retornando sem nenhum corte.
Contando com um ótimo elenco estelar. Os destaques vão para Fabricio Bolivera como o protagonista dá um show de interpretação, representou brilhantemente todas as nuances e as camadas do Simonal como artista, como o empreendedor e como pessoa imperfeita que era. Ou seja, as diferentes facetas por trás do Simonal. Sem tentar glorificar, nem muito menos demoniza-lo. Outros destaque do elenco vão para Ísis Valverde representando a Tereza, esposa do Simonal em referência a real esposa dele Sandra Cerqueira. Esteve incrível, a representou perfeitamente bem o quanto que ela foi um importante porto seguro para ele, principalmente na situação que o mundo inteiro se virava contra ele e não conseguiu se recuperar após o episódio do seu suposto envolvimento com o regime militar que desgraçou sua carreira pelo resto da vida. Além de novamente mostrar uma excelente química com Fabricio Bolivera, protagonista da obra com quem ela já fez um par romântico em Faroeste Caboclo(Brasil, 2013).
Também merecem menções, as participações de Caco Ciocler como o agente Santana do temido DOPS, representando a controversa participação do artista como suposto delator do Regime Militar. Ele esteve incrível em cena representando todo o ar autoritário, violento e irascível ao personagem e responsável por sequestrar e torturar Taviani quando este recebeu a denuncia do Simonal. Bruce Gomlevsky como o Taviani, o contador corrupto da Simonal Produções Artísticas representou bem o papel de um sujeito aproveitador, malandro, desprezível, agindo como um rato, que quis tentar sair dessa vitimado e acabou arruinando a carreira do Simonal. Outras participações importantes são de Silvio Guidane como o músico Marcos Moran, que foi companheiro de Simonal na banda Dry Boys antes dele estourar nacionalmente. Mariana Lima representou bem o papel da socialite Laura Figueiredo que foi a única pessoa no meio do showbuness brasileiro a se solidarizar com Simonal e tentou muitas vezes em vão reerguer a sua carreira depois do fatídico episódio do envolvimento dele com o DOPS, enquanto o restante lhe fechou as portas. E a rápida aparição da atual estrela do humor brasileiro Leandro Hassum que esteve sensacional, dando um show de interpretação em representar Carlos Imperial(1935-1992), o personagem mais polêmico e controverso produtor artístico que o showbusiness brasileiro já conheceu. Que no filme tem uma função importante, por ter sido o responsável por agenciar o começo da carreira de Simonal e o convidava constantemente para se apresentar em seu programa de auditório na TV. Ou seja, o responsável por lançá-lo ao estrelato.
Nestes tempos atuais e obscuros que vivemos atualmente, vendo nossa cultura ser esmagada por um governo totalitarista nojento e com apoio de alguns membros da classe artística e cheio de compartilhamento de informações fakes. Assistir a esta obra biográfica sobre um artista que ficou com a carreira prejudicada por causa de uma grande mentira serve bem para a gente se autoconhecer um pouco mais, mostrando-se assim bastante necessário.
É por meio dele, que Simonal conhece sua futura esposa Tereza(Isis Valverde). E esta sua apoteótica carreira vai crescendo com muitas músicas de sucesso onde ele imprimiu o seu estilo próprio de cantar mesclando samba com bossa nova, com elementos afro-americano de soul, r&b, jazz, criando assim uma nova sonoridade e com uma estética musical própria. E sua criatividade nas letras, nas melodias e na maneira como contagiava a plateia.
Todo esse sucesso conquistado o levou a apresentar um programa na TV, e a ele mesmo empreender sua própria carreira criando um selo musical. Tudo ficaria as mil maravilhas na vida do Simonal até ocorrer dois acontecimento, que vão gerar as reviravoltas na sua vida que ocasionaram na ruina de sua carreira a ponto dele ficar para sempre estigmatizado como o dedo-duro, traíra, que delatou artistas da esquerda para os militares, que vai ter inicio no momento em que ele conhece Santana (Caco Ciocler) o agente do DOPS(Departamento de Ordem Politica e Social), o temido órgão repressor do regime militar, quando ele é chamado depor sobre uma canção que ele gravou que tinha uma mensagem subversiva. Nisso ocorre dele cometer o maior erro que o arruinaria para sempre. Que foi quando ele aceita o contato do cara. Nisso acontece dele receber uma ligação do Banco cobrando sobre os desfalques de sua empresa, a Simonal Produções Artísticas e quando ele descobre que o responsável por este desfalque era seu contador Taviani(Bruce Gomlevsky) que o demite e faz a grande burrada, e porque não dizer cagada de denunciá-lo justamente para quem o Santana do DOPS. Foi a partir daí que teve começo o inferno de sua vida que perdurou pelas décadas seguintes em que amargurou longos anos de ostracismo até sua morte.
O filme contou com a direção de Leonardo Domingues, também responsável por assinar o roteiro. Onde ele aqui procurou apresentar ao público todas as facetas desse artistas que ficou esquecido dos anais da história da música brasileira por causa de uma indigesta situação muito mal explicada dele envolvido com o DOPS que ocasionou dele ser visto até morrer como uma persona non grata da indústria fonográfica brasileira que perdurou pelas décadas seguintes.
Mesmo contando com a consultoria dos filhos de Simonal, o diretor tomou a liberdade no roteiro de se utilizar de licenças poéticas para poder trazer um tom mais cinematograficamente palatável a obra, para poder gerar mais carga dramática. Alterou alguns nomes de personagens como o nome real da esposa de Simonal era Sandra Cerqueira e no filme virou Tereza, o contador Taviani da empresa Simonal Produções Artísticas virou uma referência ao contador real Rafael Viviani que desviava da empresa dele. E a figura do agente Santana do DOPS, foi puramente ficcional para criar uma carga narrativa mais dramática a obra para representar o DOPS no arco narrativo. Fora também algumas passagens mostradas no filme que ocorreram de fato mas que foram alteradas para ficarem mais narrativamente atraentes. Mas, no fim criaram uma boa construção dramática.
A obra representou bem toda a sua meteórica ascensão virando até empreendedor, e em seguida toda decadência que Simonal passou após esse incidente e que não conseguiu se recuperar depois e que mesmo após passados vinte anos de sua morte, esta mancha em sua biografia ainda o assombra.
Num trabalho muito primoroso e cuidadoso do design de produção que recriou muitos elementos modistas do final dos anos 1960 e começo dos anos 1970, estes toques retrô que deram uma ótima estética vintage a obra. Em conjunto aos ótimos planos de câmera, a edição e montagem colocando imagens de arquivo do Simonal real em show e um brilhante plano sequência numa cena mostrando Simonal saindo de uma apresentação para fazer lanche num barzinho e depois retornando sem nenhum corte.
Contando com um ótimo elenco estelar. Os destaques vão para Fabricio Bolivera como o protagonista dá um show de interpretação, representou brilhantemente todas as nuances e as camadas do Simonal como artista, como o empreendedor e como pessoa imperfeita que era. Ou seja, as diferentes facetas por trás do Simonal. Sem tentar glorificar, nem muito menos demoniza-lo. Outros destaque do elenco vão para Ísis Valverde representando a Tereza, esposa do Simonal em referência a real esposa dele Sandra Cerqueira. Esteve incrível, a representou perfeitamente bem o quanto que ela foi um importante porto seguro para ele, principalmente na situação que o mundo inteiro se virava contra ele e não conseguiu se recuperar após o episódio do seu suposto envolvimento com o regime militar que desgraçou sua carreira pelo resto da vida. Além de novamente mostrar uma excelente química com Fabricio Bolivera, protagonista da obra com quem ela já fez um par romântico em Faroeste Caboclo(Brasil, 2013).
Também merecem menções, as participações de Caco Ciocler como o agente Santana do temido DOPS, representando a controversa participação do artista como suposto delator do Regime Militar. Ele esteve incrível em cena representando todo o ar autoritário, violento e irascível ao personagem e responsável por sequestrar e torturar Taviani quando este recebeu a denuncia do Simonal. Bruce Gomlevsky como o Taviani, o contador corrupto da Simonal Produções Artísticas representou bem o papel de um sujeito aproveitador, malandro, desprezível, agindo como um rato, que quis tentar sair dessa vitimado e acabou arruinando a carreira do Simonal. Outras participações importantes são de Silvio Guidane como o músico Marcos Moran, que foi companheiro de Simonal na banda Dry Boys antes dele estourar nacionalmente. Mariana Lima representou bem o papel da socialite Laura Figueiredo que foi a única pessoa no meio do showbuness brasileiro a se solidarizar com Simonal e tentou muitas vezes em vão reerguer a sua carreira depois do fatídico episódio do envolvimento dele com o DOPS, enquanto o restante lhe fechou as portas. E a rápida aparição da atual estrela do humor brasileiro Leandro Hassum que esteve sensacional, dando um show de interpretação em representar Carlos Imperial(1935-1992), o personagem mais polêmico e controverso produtor artístico que o showbusiness brasileiro já conheceu. Que no filme tem uma função importante, por ter sido o responsável por agenciar o começo da carreira de Simonal e o convidava constantemente para se apresentar em seu programa de auditório na TV. Ou seja, o responsável por lançá-lo ao estrelato.
Nestes tempos atuais e obscuros que vivemos atualmente, vendo nossa cultura ser esmagada por um governo totalitarista nojento e com apoio de alguns membros da classe artística e cheio de compartilhamento de informações fakes. Assistir a esta obra biográfica sobre um artista que ficou com a carreira prejudicada por causa de uma grande mentira serve bem para a gente se autoconhecer um pouco mais, mostrando-se assim bastante necessário.
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