domingo, 10 de outubro de 2021

NOS 25 ANOS SEM RENATO RUSSO: RESENHA DO FILME FAROESTE CABOCLO(2013)

 

 

25 ANOS SEM RENATO RUSSO:

CRÍTICA AO FILME FAROESTE CABOCLO INSPIRADO NA SUA CANÇÃO.

 





       No dia 11 de Outubro de 1996, falecia precocemente aos 36 anos, perdendo a batalha para a AIDS,  Renato Russo, o mais célebre ícone da música brasileira com suas poéticas letras transgressoras que o simbolizou do mesmo modo como Cazuza(1958-1990) também simbolizou para a geração jovem dos anos 1980, que não por acaso também faleceu precocemente sendo que Cazuza estava  com 32 anos,  seis anos antes de Renato Russo, também  por causa da AIDS, como os porta-vozes do que a sua geração estava precisando num cenário sociocultural, político e econômico brasileiro  dos mais delicados e caóticos que estava passando, fim da Ditadura Militar, Alta Inflação e o desejo de poder votar eram um dos fatores que marcaram a história do Brasil nesse período. Aproveito essa data para compartilhar o meu  texto de resenha crítica ao filme Faroeste Caboclo  que foi inspirado na canção homônima de Renato Russo. Esse texto eu havia escrito para o meu outro blog de cinema  que postei em 2018 após conferir ao filme quando estava disponível na Netflix. No momento que estávamos  passando no cenário conturbado da eleição presidencial. Agora eu darei aqui  umas atualizadas  com uns incrementos no final. Confiram que vocês vão compreender.



 

 

Sempre que se menciona o nome da  Legião Urbana, a principal referência  que deve vim a cabeça de muita gente  é o fato dessa banda simbolizar um estilo musical de som pesado apresentar  umas letras de tom anárquico e transgressor,  cujo principal objetivo era  protestar com duras críticas pesadas à política brasileira. Especialmente no contexto dos anos 1980, onde estávamos passando por uma transição do fim  da Ditadura Militar para a entrada da  Nova República, este estilo de música com som pesado do rock e com letras provocativas representaram um importante legado para a nossa  cultura e são bem atemporais. Basta você ouvir “Que pais é esse” uma  canção  lançada há mais de  30 anos   e você vai observar  como a letra dela   ainda consegue refletir ao nosso tempo atual ainda mais nessa polarização causada pelo desgoverno do nosso atual presidente então nem se fala, um negacionista que deixou cometer o genocídio com esse coronavírus. E uma dessas canções em especial  que inspirou o filme que será abordado aqui em questão  é Faroeste Caboclo(Brasil, 2013).  




 

Com direção de René Sampaio, produção da Gávea Filmes e roteiro adaptado por Victor Atherino e Marcos Berstein.  O filme conseguiu bem traduzir através das cores e das  imagens o que a música composta pelo vocalista da banda  Renato Manfredini Júnior(1960-1996), mais conhecido artisticamente como Renato Russo, cuja origem do sobrenome artístico ele  escolheu como homenagem  a grandes intelectuais que admirava como o filosofo inglês Bertrand Russel(1872-1970), além desses, também admirava o filósofo suíço Jean Jacques Rosseau(1712-1778) e o pintor francês Henri Rosseau(1844-1910) também inspirações para o seu nome artístico. Carioca, nascido no berço de uma família  de classe média,  que se mudou para Brasília ainda adolescente,   quando seu pai um funcionário do Banco do Brasil foi transferido para lá. E foi na cidade símbolo do poder político, então recém-construída por Oscar Niemayer(1907-2012) ainda no Governo de Juscelino Kubitscheck(1902-1976) em 1960, mesmo ano que o cantor nasceu, para servir como residência e reduto de todos os mandos e desmandos que os nossos engravatados da política determinam como tudo vai funcionar  para nossa população. Também serviu como o reduto e o grande berço artístico para Renato Russo se lançar no meio musical.




A canção Faroeste Caboclo  compõe o terceiro álbum de estúdio da Legião Urbana pelo selo da gravadora EMI intitulado Que Pais é  esse, que foi lançado no final de  1987. Renato havia começado  a compor esta canção em 1979, bem antes de formar a Legião com inspiração numa canção de Bob Dylan, chamada Hurricane dedicado ao boxeador Rubin Carter(1937-2014). A canção tinha como característica o fato de ter uma longa duração, com nove minutos, contendo 159 versos sem intervalos dos refrãos, foi uma das canções contidas no álbum que foram  proibidas pela censura  de tocarem nas rádios brasileiras. A canção descrevia  um enredo que contava  a trajetória  de João de Santo Cristo(Fabricio Bolivera), um pobre coitado retirante da seca do sertão nordestino. Que após a morte do pai por motivo de briga de terras, ele movido pelo sentimento vingativo resolve virar um temido criminoso do sertão  e depois foi mandado para reformatório.  Após sair do lugar foi com a ajuda de um boiadeiro que encontrou na estrada e  disse que estava indo para Brasília, onde ele então resolve ir para ver como oportunidade de recomeçar sua vida. Deslumbrado pela incrível metrópole habitada pelos políticos, especialmente pelas luzes de natal como bem descreve a canção. É nesta cidade que temos contada a jornada dele  para sobreviver, é através de seu primo peruano chamado Pablo(Cesar Trancoso) que ele entra num caminho fácil de se enriquecer e bastante perigoso que é por meio do tráfico de drogas. É neste interim que ele conhece e fica apaixonado por Maria Lúcia(Ísis Valverde), uma jovem de classe média, que desperta também  o interesse de seu rival do tráfico de drogas  Jeremias(Felipe Adid), um playboy de família abastada cujo poder de influência consegue comprar todo mundo, até mesmo os agentes da lei. Tudo isso  vai ser motivo para um último capítulo super trágico.




Toda a essência do mote da canção foi muito bem transportado nas formas e  nas cores através do filme, tirando algumas passagens de trechos que tiveram de serem cortadas para caber no espaço de tempo e não atrapalhar tanto o andamento do ritmo da narrativa e até com algumas liberdades criativas tomadas pela direção para tornar a obra mais palatável ao público em geral poder imergir dentro do contexto daquela história a tornando bem mais verossímil. Não só a direção de René Sampaio conseguiu manter esta característica, como também o texto bem adaptado por sua equipe de roteirista nos proporcionou uma história bastante  impecável com toda uma atmosfera barra pesada do início ao fim, que se mostrou muito bem casado com a direção de arte que criou uma boa reconstrução de época do panorama  da Brasília  dos anos 1980, bem descrita na música, isto pode ser notado nos figurinos, nas arquiteturas e nas presenças dos carros. Com uma excelente fotografia com paletas de cores em tom seco e sujo, especialmente nas cenas que se passam na Ceilândia criando uma sensação de desconforto escaldante.





 Um lugar com aspecto rural dentro da nossa capital federal onde reside o nosso Presidente da República e onde trabalham os nossos deputados. Uma terra sem lei, ignorada pelos nossos políticos. Ou seja, o filme traduziu bem a visão crítica da  canção da Legião descrevendo esta outra faceta da nossa  capital federal que é desconhecida da maior parte dos brasileiros, que apenas conhecemos pelos noticiários da TV mostrando a Brasília que mostra as atuações  dos nossos políticos engravatados não fazendo nada para o bem da  nossa população, ostentando carros de luxo frutos de roubo  e se dirigindo  as gigantescas e suntuosas arquiteturas dos  palácios dos planaltos e dos ministérios.  Eu já tive uma oportunidade de visitar Brasília no final de 2014, quando peguei um voo de escala  retornando de São Paulo. Como o meu voo de retorno a Natal  demoraria, resolvi chamar um amigo que mora há muitos anos lá  em Brasília que  fez a boa vontade de fazer um city tour comigo pela cidade. 






Lembro de ter ficado maravilhado em ver de perto toda as arquiteturas dos ministérios ali ao vivo e as cores, coisas que só costumo ver nos noticiários da TV. Inclusive observei o ritual dos desfiles de mudanças de guardas dos dragões  do ministério, todos os prédios modernos, inclusive visitamos a primeira igreja e a praça se preparando para a cerimônia de posse de Dilma Rousseff para presidente. E me mostrou outras coisas curiosas  da cidade que não são muito mostrado nos noticiários nacionais, como os  bairros residenciais onde vivem as pessoas comuns e mostrou um zoológico. As pessoas comuns que habitam a nossa capital federal estão bem representadas no filme com um elenco estelar formados por famosos astros de novelas da Rede Globo e  bastantes afiados nos respectivos  papeis com personagens não-muito unidimensionais. 





Fabricio Bolivera como o protagonista João de Santo Cristo desempenhou brilhantemente em todas as camadas que envolviam o personagem que seguia um caminho tortuoso e sem volta. Você compreende as motivações dele, mesmo que não sejam as mais politicamente corretas, mas mesmo assim torce por ele depois de tudo o que ele sofreu ao longo do filme, principalmente nas mãos de Jeremias. Ísis Valverde como Maria Lúcia também mostrou um bom desempenho no papel, ao representa-la na figura de uma típica jovem  universitária de classe média vivendo uma vida confortável e com bom caráter, tinha tudo para ter um futuro brilhante, mas,  por causa  da sua vida mundana, ainda mais tendo um pai ausente, omisso e  negligente,  desperdiçou tudo ao se enveredar por um caminho perigoso por causa das farras nas baladas com uns grupos de amigos, se  drogando, especialmente após se apaixonar por João. Um verdadeiro caso de amor bandido. Apesar disso tudo, você também consegue compreender as motivações dela, e se importar com o drama da Maria Lúcia, ainda que este não seja o rumo certo  que ela tomou na vida. 






Também mencionar a participação de Juliana Lohmman que representou muito bem o papel da Cris, a amiga porra louca da Maria Lúcia que a apresentou para o perigoso mundo da drogas, a levando para farrear nas boates, sendo  o pior    exemplo de péssima influência do que ela representou  para Maria Lúcia. 






 Felipe Adib na pele do  antagonista Jeremias mostrou uma atuação brilhante e  impecável ao entregar muitas características e camadas ao personagem,   especialmente na maneira como ele ficou bem representado como um típico playboy perigoso, nascido no berço de ouro de uma família abastada com posse de galã de TV pela sua externa  beleza jovial, mas por dentro contava   com  um caráter podre. Que não media esforços, e nem mesmo conhecia limites para conquistar  os seus objetivos gananciosos com toques de puro sadismo e pura crueldade. Endinheirado com as drogas, um pouco nos moldes de Pablo Escobar(1949-1993), o maior chefão do narcotráfico na Colômbia, este ai é capaz de comprar todo mundo até mesmo o delegado Marco Aurélio(Antônio Calloni). Um tipo bastante  canalha, odiável, desprezível, abominável, deplorável  e haja adjetivos negativos para descrever o Jeremias. Antônio Calloni na pele do Marco Aurélio, o delegado corrupto também desempenhou o papel de uma forma brilhante, ele mostrou uma total entrega ao personagem  que por trás da máscara de agente da lei, também se mostrava  um sujeito de  caráter tão podre e tão  canalha, desprezível,  abominável e cruel  quanto o Jeremias, a ponto de ser um dos mais odiados da história. Além de agir como um pau mandado do Jeremias, Marco Aurélio também  praticava toda a crueldade com agressões e abusos  físicos e verbais de racismo especialmente quando mantém João preso em sua delegacia.  






No momento da grande virada da história, em que João resolve mantê-lo como refém para soltá-lo e depois resolve mata-lo com um tiro, pode se dizer que mesmo que esta não seja a maneira mais correta de resolver fazendo justiça com as próprias mãos, ainda assim  você consegue entender as suas motivações e pode-se dizer que dá para vibrar pelo fim que ele deu ao nojento e  desprezível delegado. Também mencionar a presença gringa do  uruguaio Cesar Troncoso na pele do Pablo, o primo peruano de João também mostrou um excelente  desempenho em todo o arco dele na história ao apresentar o submundo da criminalidade a João como forma de enriquecer mais fácil, mas muito perigoso na venda das drogas que ele planta na região da Ceilândia, um verdadeiro caminho sem volta. Para encerrar a parte do elenco, não podia deixar passar a  menção a participação de Marcos Paulo na pele do Ney, pai da protagonista Maria Lúcia, desempenhando perfeitamente o personagem neste que foi seu trabalho póstumo, ele faleceu em 2012 vítima de uma embolia, em decorrência da sua batalha contra um  câncer de esôfago. Um engravatado deputado, magistrado ou mesmo executivo não fica claro  qual a sua  profissão. Mas que de todo jeito mostrou um boa representação dele como, além de  um pai omisso, negligente  e ausente na vida da Maria Lúcia, mas também um sujeito canalha, desprezível,  preconceituoso  e racista,  isto ele desempenhou  brilhantemente  mostrando uma ótima entrega ao papel na cena quando flagra Maria Lúcia no quarto com João e este ficando completamente enraivecido resolve    expulsar sua própria filha  de casa. Nesta que foi sua última cena no longa. Uma despedida primorosa.

 




Outra coisa legal a se destacar está na magistral trilha musical onde podemos ouvir muitos revivals de canções contagiantes que foram sucesso  nos anos 1980, especialmente nas cenas que se passam nas boates. Uma dessas bem interessantes que mais me chamou a atenção que é tocada entre uma cena e outra é a contagiante  These Boots Are Made for Walkin´, sucesso da Nancy Sinatra nos anos 1960.




 

No balanço geral, Faroeste Caboclo é um bom filme dramático, com toques de romances e suspenses, inspirado numa canção emblemática da Legião Urbana, cujo texto  traz bem um tom  reflexo-critico  muito atemporal sobre a nossa juventude brasileira regrada a uma vida promiscua sem uma convivência afetiva familiar como é o caso dos protagonistas e que tendem a cair facilmente no perigoso mundo mundano e sem volta da criminalidade.  Outro fator importante que o filme também apresenta é que preservou muito a essência da canção é uma curiosa alegoria crítica, que é justamente ao fato do filme representar uma Brasília que não é mostrado a população brasileira  nos noticiários da TV com os jornalistas descrevendo a rotina de trabalho dos nossos políticos, seja do Presidente da República, dos Deputados e Senadores  aprovando emendas, comissões, leis  ou mesmo  montando CPIs (Comissões Parlamentares de Inquéritos), ou mesmo na atuação do judiciário. A Brasília que é descrita na canção é isto que o filme conseguiu preservar muito bem é de um lugar onde reside as pessoas comuns cuja existência é ignorada pelos nossos políticos, a prova disso é a existência da Ceilândia, um lugar pobre, sem saneamento básico que é facilmente  imperado pelo crime organizado  e sendo como nos filmes dos faroestes americanos, uma Terra Sem Lei, onde cada um pode fazer a justiça com as próprias mãos já que até mesmo profissionais que deviam fazer a lei como a polícia também se corrompem, o que justifica o título da canção. Para este momento atual em que vivemos um clima tenso em nossa atual política brasileira com este desgoverno ignorando a atual crise com a saúde pública nesse momento em que ainda vivemos o temor da pandemia de Covid-19,  e a grande polarização que tem sido ocasionada como consequência disso, a abordagem dessa obra  serve bem como uma reflexão bastante atemporal sobre o nosso Brasil.  




Ele também é uma ótima porta de entrada para a geração que como eu, que sou um milenial e  nunca chegou a conhecer uma canção de Renato Russo  ou mesmo  nunca tinha ouvido falar da Legião Urbana.




 Possa compreender a importância que eles tiveram para a história da música brasileira, principalmente para a sua geração jovem dos anos 1980. Em boa parte da minha vida, a referência que eu cresci,  conhecendo  de Renato Russo, foi toda uma espécie de aura de glorificação, de santificação, de endeusamento por parte dos diferentes experts em música faziam a respeito do talento perfeito que ele demonstrava para produzir uma música de qualidade, tanto nas letras, trabalhando as estruturas estéticas dos versos, das rimas, das estrofes, quanto a melodia e a sonoridade. Mas não cheguei a ter o privilégio de acompanhar sua carreira no auge do sucesso, já que tipo quando eu nasci em 1985, ele já estava estourando e bombando  com o  sucesso do álbum de estreia da Legião Urbana homônimo cuja faixa de  maior hit desse álbum  foi a canção Será. E quando ele faleceu, eu era apenas um  garoto de 11 anos. 






Que não carregava muita recordação ou mesmo referência  de ter ouvido música da Legião Urbana, o que eu carregava até então de recordação de minha memória  afetiva eram as músicas tocadas por apresentadoras como Xuxa, ou mesmo de conjuntos musicais formados por crianças como Balão Mágico e  Trem da Alegria, por exemplo. E até aquele momento as outras referências musicais que eu tinha conhecido  e figuravam entre as que mais reinavam no mercado fonográfico brasileiro eram as de apelo popular como Sertanejo, representado por duplas como Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, e quando não era  esse segmento,  era o Pagode na pegada mais romântica de bandas como Raça Negra, Só Pra Contrariar e o divertido e dançante ritmo  baiano da Axé Music, que popularizou as micaretas e as músicas de apelo bastante  sexualizado como a banda É O Tchan, por exemplo.




Ao mesmo tempo que durante a primeira metade da década de 1990, Renato Russo com  a Legião Urbana entrava em declínio, em virtude de justamente o mercado fonográfico brasileiro já não estava mais despertando o interesse de comercializar as suas músicas de tom muito intelectualizado com essas mensagens panfletárias, juntando a isso as brigas internas dele que levaram a banda a se separar de vez a partir de 1994. Na época que Renato faleceu ele estava começando um novo ciclo  na carreira solo.




Diante de tudo o que expliquei, posso concluir que dá para entender o porquê de Renato Russo ser tão endeusado mesmo depois de passados 25 anos de sua morte. Que ele realmente foi um perfeito poeta da música, porta-voz da sua geração, disso não se pode duvidar, ao mesmo tempo que também não se pode negar que ele em sua vida intima estava longe de figurar como um santinho, principalmente no que diz respeito ao estilo de vida louca e desregrada que ele gostava de levar pelas aventuras nas  esbornias e nas orgias da vida, onde adorava curtir umas   bebedeiras, tragava muito cigarro e muita maconha que o levou a contrair Aids. Fora ele também  ter  sido um  sujeito de personalidade e de gênio  difícil de lidar, vivia constantemente brigando nos bastidores  com seus companheiros de banda  formado por ele como vocalista,  pelo guitarrista  Dado Villa-Lobos, o baterista  Marcelo Bonfá e   o baixista Renato Rocha(1961-2015), o último a compor a banda depois da gravação do álbum de estreia e foi o primeiro a deixar a banda em 1989 durante a preparação para a  gravação do álbum As Quatro Estações, devido as constantes brigas internas dentre eles. O que o  levava muitas vezes a viver uma vida solitária e depressiva.




Renato Russo nunca foi casado, mas deixou um único filho Giuliano Manfredini, fruto de um rolo que ele teve com uma mulher  que ele jamais voltou a ter  contato depois. Renato Russo era bissexual. Giuliano  era muito criança quando ele faleceu. Atualmente ele é quem cuida do espólio deixado pelo pai. Que tem resultado em disputas judiciais entre ele com  Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, os ex-companheiros de Renato Russo na Legião Urbana, principalmente no que envolve a questão do copyright  com o  uso do nome Legião Urbana.

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