quinta-feira, 29 de agosto de 2024

DIÁRIO DE BORDO DA MINHA VISITA A PARIS: PRIMEIRO DIA

 

PRIMEIRO DIA EM PARIS.

17 DE JUNHO DE 2023.

VISITANDO A CATEDRAL DE SAINTE CHAPELLE E PASSENADO PELO PALÁCIO DE LUXEMBURGO.

O

 primeiro local que visitei acompanhado de minha irmã Bibiana assim que cheguei em Paris na noite de Sábado, 16 de Junho foi brevemente a Torre Eiffel, o mais importante monumento assim de longe, não cheguei a subir no elevador para ver o panorama da famosa cidade-luz.




Eu estava meio cansado, quando ficamos hospedados no Campanile Hotel  só para dormir e no dia seguinte iriamos nos hospedar no Airbnb. Vizinho a este hotel, havia uma curiosa loja que vendia itens geeks.     

No dia seguinte,  manhã de domingo, 17 de Junho, antes de nos mudarmos para o Airbnb,  localizado no endereço da 17 avenue* de Paris 94300 Vincennes, fomos  visitar a Sainte Chapelle, uma capela de construção gótica, situada na Ile de la Cité, construída no século XIII, durante o reinado de Luís IX(1214-1270), que governou a França de 1226 até a sua morte em 1270.  Um local grande, com os corredores cheios de  esculturas de santos e apresentando  os desenhos de vitrais,  um local de comercio, onde comprei como lembrancinha um boneco de cavaleiro cruzado.

 Um lugar magnifico, se teve um momento um tanto desagradável foi que a maioria do povo visitante estava fazendo tanto barulho com muitas conversas com volumes altos e um tanto desrespeitoso, que foi preciso que o funcionário chamasse a atenção do povo  para pedir silêncio repetida vezes. Para você vê como falta de respeito existe em todo lugar, não importa o idioma.

Também foi nesse dia, que visitamos o Jardim de Luxemburgo  que é um parque público muito frequentado pelos parisienses durante essa alta estação do verão europeu, fica localizado no 6º Arrondissement** de Paris.  

“Criado no século XVII a pedido da rainha Maria de Médici, o Jardim de Luxemburgo ocupa uma área de 23 hectares em meio às regiões do Quartier Latin e Saint-Germain-des-Prés, pertinho de atrações como o Panteão e a Universidade Sorbonne. É a pedida perfeita para um passeio sem pressa em um dia de sol na capital francesa.”

(Texto extraído do site Guia de Destinos).

Todo mundo que passeia por  lá faz de tudo para passar o tempo, tem gente que faz piqueniques, tem gente que  aproveita o sol para se deitar na grama como se estivesse numa praia, tem gente que se exercita, tem gente que anda de bicicleta, tem gente  que anda de patinete eletrônico, uma coisa que se repara demais em todos os parisienses,  jogam bola, tem gente que se senta para ler um bom livro, tem artista tocando sanfona, tem pintor desenhando quadros, tem uma fonte jorrando água, tem bebedouros com água reutilizada e bem gelada para se hidratar, tem locais vendendo sorvetes para se refrescar, tem o famoso Palácio de Luxemburgo construído a mando de Maria de Medicis, tem um museu com exposições de quadros, ou seja, em cada lugar que você ande  por Paris, você transpira arte.

Isso é o que posso definir de como foi o meu primeiro dia de estadia pela Cidade-Luz.

 

*Avenida.

**Bairro

domingo, 25 de agosto de 2024

70 ANOS DO LIVRO SEDUCTION OF THE INNOCENT.


 

Em 1954 era publicado o polêmico livro do psiquiatra germano-americano Fredric Wertham(1895-1981) que passou a perseguir a indústria dos quadrinhos.

Nesse ano de 2024, o livro em questão: Seduction of the Innocent  completou 70 anos de sua publicação.




 A origem para ele  escrever  esta controversa  obra condenatória aos quadrinhos foi  baseado nos seus  estudos investigativos que vinham analisando para tentar compreender o por quê do alto índice de delinquência juvenil  entre a população americana da década de 1950.

Wertham que era alemão, nascido em Munique em 1895  e era residente nos Estados Unidos desde 1922 onde consolidou sua carreira na psquiatria.

Já vinha desconfiando desta ligação das revistas dos super-heróis ao aumento da criminalidade entre os jovens americanos.

Bem antes de publicar este polêmico livro que daria origem ao grande prejuízo  mercadológicos das comics  a partir daquele momento, ele já tinha uma postura contrária as publicações das revistas de super-heróis porque, em 1948 Wertham começou a  escrever  artigos  em numerosas revistas profissionais ou para o grande  público suas acusações aos gibis.




 

A partir da publicação deste livro, surgiu então a organização da Comics Code Authorithy, que passou então a ser o regulador das Hqs, originando a figura do inimigo real dos super-heróis.




Como nesta época também coincidiu do cenário político americano dos anos 1950 viverem muito turbulento. A Segunda Guerra Mundial tinha acabado ainda recente, e boa parte da geração jovem que participou do conflito tinham voltado para casa mentalmente perturbados, e muitas crianças dessa época eram órfãs de alguns combatentes que voltariam para casa sem vida. 




Era também o começo da Guerra Fria, o conflito de interesses político e ideológicos entre os Estados Unidos com a União Soviética. 

Dentro do território americano foi adotado a política macarthista de caça aos comunistas. Que ocasionou em um período apavorante para os cidadãos americanos comuns que eram alvos de constantes vigília do governo e eram presos sem justificativa, sofriam abusos e torturas.




 E nesta época boa parte das famílias procuravam prezar pelo conservadorismo puritano. O mesmo Wertham que escreveu Seduction of the Innocents, também foi autor da teoria de Batman ter um relacionamento gay com Robin.





E Batman por representar a essência de um vigilante urbano noturno que vivia acima do bem e do mal com a simbologia de um animal, que vive no escuro no caso o morcego, foi um dos fatores que os fiscalizadores da Comics Code Authority ficassem constantemente de olho nas suas publicações.

Isso ocasionou na maior dor de cabeça para a DC a ponto de muitos dos seus criadores de super-heróis penarem para conseguir se adequarem aos critérios e regulações desta organização, que só eram liberados com o seu selo.

 

Não só Batman, criado por Bob Kane(1915-1998) e Bill Finger (1914-1974) na revista  Dectetive Comics em 1939 foi alvo de constantes das críticas de Wertham por ter conotações homossexuais, como também o Superman, criado por Jerry Siegel(1914-1996) e Joe Shuster(1914-1992) na revista  Action Comics em 1938 ele via com algumas características nazistas.

 Ele também via a figura da Mulher-Maravilha que forma junto a este a trindade dos super-heróis da DC Comics, criada na All Star Comic #8 em dezembro de 1941 por William Moulton Martson(1893-1947) como  uma figura com inclinações lésbicas.




 

Tudo isso ocasionou num período bem complicado que a DC Comics teve de lidar.

Esse código de ética dos quadrinhos estabelecia muitas normas e  imposições rígidas  no  conteúdo das publicações que implicaram  em infinitas revisões  tanto no roteiro  quanto no traço da ilustrações,  dos quais  muitos dos profissionais envolvidos tanto diretamente quanto indiretamente tinham de encarar exaustivamente a duras penas, para  evitarem  de caírem no prejuízo que esta prática de censura  da Comics Code Authority  estabelecia. 

Dentre estas regras estabelecidas por este órgão de censura dos quadrinhos estava entre algumas cito:

 

1)As histórias em quadrinhos devem ser um instrumento de educação, formação moral, propaganda dos bons sentimentos e exaltação das virtudes sociais e individuais.

 

2) Não devendo sobrecarregar a mente das crianças como se fossem um prolongamento do currículo escolar, elas devem, ao contrário, contribuir para a higiene mental e o divertimento dos leitores juvenis e infantis.

 

3) É necessário o maior cuidado para evitar que as histórias em quadrinhos, descumprindo sua missão, influenciem perniciosamente a juventude ou deem motivo a exageros da imaginação da infância e da juventude.

 

4) As histórias em quadrinhos devem exaltar, sempre que possível, o papel dos pais e dos professores, jamais permitindo qualquer apresentação ridícula ou desprimorosa de uns ou de outro.

 

5)Não é permissível o ataque ou a falta de respeito a qualquer religião ou raça.

 

6) Os princípios democráticos e as autoridades constituídas devem ser prestigiadas, jamais sendo apresentados de maneira simpática ou lisonjeira os tiranos e inimigos do regime e da liberdade.

 

7) A família não deve ser exposta a qualquer tratamento desrespeitoso, nem o divórcio apresentado como sendo uma solução para as dificuldades conjugais.

 

8) Relações sexuais, cenas de amor excessivamente realistas, anormalidades sexuais, sedução e violência carnal não podem ser apresentadas nem sequer sugeridas.

 

9) São proibidas pragas, obscenidades, pornografias, vulgaridades ou palavras e símbolos que adquiram sentido dúbio e inconfessável.

 

10) A gíria e as frases de uso popular devem ser usadas com moderação, preferindo-se sempre que possível a boa linguagem.

 

11) São inaceitáveis as ilustrações provocantes, entendendo-se como tais as que apresentam a nudez, as que exibem indecente ou desnecessariamente as partes íntimas ou as que retratam poses provocantes.

 

Além de conter mais 7 normas que formam ao todo 18 regras exigidas para que a publicação pudesse  ser liberado a venda com o selo do código que simbolizava que estava tudo ok.

Um dado curioso a respeito da norma que proibia que os gibis tivessem ilustrações provocantes, é que em algumas edições para poderem se adequar  eles tiveram que apagar alguns personagens, e a famosa vilã do Batman, a Mulher-Gato, foi o exemplo disso.

Durante a década de 1950 ela precisou ser apagada das edições das revistas, pelo fato de provocar a sensualidade e ainda despertando o desejo sexual do herói também não ajudava muito, o vigilante do crime se apaixonar por uma criminosa.

 Só depois, na década de 1960, quando a personagem ganhou enorme popularidade ao aparecer na série de TV é que ela pode retornar a páginas das revistas.

Foi também a partir desse momento que o código começaria a perder a força quando a recém-nascida Marvel Comics, grande concorrente da DC Comics, resolveu não aderir a estas normas e colocar o selo do órgão nas publicações, isto porque o Governo Americano começava a ver as publicações das revistas dos heróis, como um bom instrumento de campanha para passar mensagens de campanhas por isso mesmo aos pouco foi podendo colocar uma dose, ainda que amenizada de violência. Mas mesmo assim as atividades da Comics Code  Authority ainda perdurariam por décadas.

Foi apenas em 2011 é que esta organização  foi completamente extinta depois que a DC Comics se recusou a colocar o selo do código em suas publicações.

Foi também muito posteriormente que uma professora universitária chamada Carol L. Tyler publicou um artigo contestando esta teoria de Wertham muitos anos após ele morrer, descobriu ao revisitar os originais quanto esta sua base teórica era bem picareta, porque ele tinha manipulado muitos dos dados  que causaram todo este rebuliço no mercado dos comics. Um bom exemplo de que isto jamais se repita.

 

 

Um dos episódios mais tenebrosos da história da indústria dos quadrinhos.




Em 2021, a editora brasileira Pipoca & Nanquim publicou a HQ biográfica de Wertham intitulada Fredric, William e a Amazona: Perseguição e Censura aos Quadrinhos de autoria da dupla francesa Jean-Marc Lainé e Thierry Olivier que conta um pouco de como foram os bastidores desse momento tão infame na história da indústria dos quadrinhos.

sábado, 17 de agosto de 2024

EM MEMÓRIA A SILVIO SANTOS(1930-2024).

 

Nesta manhã de sábado,  17 de Agosto de 2024,  o Brasil acordou com a triste notícia do falecimento do  maior comunicador brasileiro  Silvio Santos aos 93  anos de idade. Após enfrentar  longos dias de internação por causa do H1N1.








Portanto, como forma de homenagem a sua partida  compartilho aqui a descrição que fiz a  este fascinante livro biográfico antigo dele  A Fantástica História de Silvio Santos, que foi publicado em 2000. De autoria do jornalista Arlindo Silva(1923-2011).

 Como já tem mais de vinte anos que foi publicado é uma obra considerada bastante desatualizada onde seu respectivo autor falecido  em 2011 que por anos foi assessor de imprensa apresenta aqui uma visão considerada bastante tendenciosa sobre ele o exaltando demais como patrão a ponto de parecer chapa branca.

E muitos dos fatos que ele descreve sobre Sílvio Santos vão até o recente acontecimento da época com o Show do Milhão. Ou seja, ficou datada.  

Porém, ainda é uma biografia que não deixa de ser fascinante, envolvente em mostra outras facetas de Sílvio Santos além do apresentador despojado que vemos na TV.

Reproduzo aqui o que descrevi na  resenha textual que fiz dele em meu blog Breno Historiador em 2018 com algumas modificações atualizadas:

 

 

Silvio Santos, o maior comunicador que o Brasil  já conheceu desperta um verdadeiro fascínio em todos os brasileiros, não tem quem não fique fascinado e magnetizado por ele. Especialmente por sua versatilidade e sua irreverência. Do mesmo modo que ele tem muito talento para comunicação e diversão ao público, também  mostra para empreender os seus mega empreendimento. 

Mas fora isso também existe uma faceta do Silvio Santos pouco conhecida de muita gente que envolve detalhes curiosos de sua intimidade que talvez ninguém imagina que tipo, por trás daquela simpatia de pessoa mostrada nas câmeras esconde um cara tímido, que sempre foi muito reservado em sua vida pessoal. 

Que seu verdadeiro nome é Senor Abravanel.  Cujo maneirismo característico de se comunicar nunca foi daquele jeito, e ele não nasceu em berço de ouro, conquistou todo o seu patrimônio suando a camisa.





Todos estes detalhes íntimos do Silvio Santos, melhor dizendo do Senor Abravanel, o famoso homem do baú está bem documentado no livro biográfico A Fantástica História de Silvio Santos de autoria do jornalista Arlindo Silva.

 Publicado pela EB-Editora do Brasil no ano 2000. Recentemente tem saído novas publicações biográficas sobre o grande mito da televisão escritas por diferentes autores, trazendo algumas atualizações de fatos  na vida de Silvio Santos, principalmente nos ocorridos entre as décadas de 2000 para cá e com seu falecimento deverão vir outras.




Entre estes exemplos de novas biografias sobre Silvio Santos que posso citar está o livro Topa Tudo por Dinheiro de autoria do crítico de TV, colunista do Jornal Folha de São Paulo e do site UOL Mauricio Stycer.




Acredito que nada possa se comparar a maneira como Arlindo Silva que faleceu em 2011 imprimiu ao leitor a sua descrição sobre   Silvio Santos e suas diferentes camadas, seja no respeitado homem público que diverte todo mundo na TV  ou no  milionário empreendedor e seja na vida intima como bom homem de família.

Vai além  de apresentar um vasto conteúdo citando fontes, arquivos com fotos, recortes de jornais e revistas, trechos que dão um enriquecimento absurdo ao livro e apresentado a árvore genealógica da família Abravanel, o tornando  interessante.

     Ele também teve a preocupação de trabalhar uma boa qualidade da leitura, especialmente na estrutura narrativa com um texto bem  trabalhado que tornasse a leitura compreensível, mais palatável e mais prazerosa ao leitor.




          Arlindo que  trabalhou como assessor de imprensa para Silvio Santos por longos 24 anos, pode-se perceber  pelo teor  da narrativa um tom pessoal, descrevendo com muita propriedade sobre a vida e a pessoa de Silvio Santos.

          Ao longo das 277 páginas divididas em 25 capítulos do livro.  No primeiro capítulo, ele descreve como ele o conheceu pela primeira vez pessoalmente quando trabalhava para a revista O Cruzeiro em 1970, onde inclusive ele descreve as matérias e as reportagens sobre ele para a revista em 1971, inclusive descreve uma série de reportagens que fez dedicados ao dono do  baú na mesma revista em 1972. Que foram reproduzidas na integra.

       No livro também mostra todos os detalhes íntimos da vida de Silvio Santos, antes dele virar o célebre comunicador dono do SBT, e o influente empresário que o Brasil já conheceu.

        De sua vida comum na Travessa da Lapa de onde nasceu em 12 de Dezembro de  1930, no Rio de Janeiro, numa família simples, onde ele sendo filho primogênito de uma família judia de  pai grego e mãe turca  constituída também de  cinco irmãos trabalhou muito duro para dar uma vida digna a eles. 

     Nesta passagem, ele minuciosamente descreve como foi o começo da sua vida profissional de um simples ambulante, passando pela carreira militar e de como ele deu os primeiros passos no show business.   Do rádio para a TV,  entre os anos 1950 e 1960, temos muitas descrições minuciosamente detalhadas dos bastidores dos primórdios da TV.

       Ele também descreve na biografia, mencionando nomes de gente  importante com quem ele firmou grandes parcerias, como Manoel  de Nóbrega(1913-1976), o pai do comediante Carlos Alberto de Nóbrega que com quem o ajudou a criar o Baú da Felicidade em 1958, aliás no último capítulo está exposto na integra uma entrevista de Arlindo a Manoel de Nóbrega em 1974, onde ele descreve outros detalhes íntimos do Silvio Santos.

     Também menciona os nomes do animador Gonçalo Roque e do locutor Luiz Lombardi Netto(1940-2009), seus inseparáveis companheiros dos programas de auditório de antes dele criar o SBT.

        Aliás, o livro também apresenta como foram suas passagens em outras emissoras de antes  assumir o SBT.

       Descreve detalhadamente como ocorreu os bastidores políticos da sua negociação ocorrida em 1976, na época do então Governo Militar do General Ernesto Geisel(1908-1996) para obter a concessão de criar uma emissora de denominada de TVS, na fase pré-SBT.

        A política também é pautada na biografia, especialmente nas suas controversas e um tanto duvidosas tentativas de encarar quatros campanhas eleitorais.

        Primeiro para Prefeito de São Paulo em 1988, em seguida para Presidente da República em 1989, na primeira eleição para presidente no Brasil, em 1990 tentou disputar para Governador de São Paulo e a última tentativa foi para Prefeito de São Paulo em 1992.

       Onde em todas elas ele acabou desistindo de disputar, naquele período do final dos anos 1980 e começo dos anos 1990 em que o cenário político e econômico brasileiro se encontrava bastante crítico, extremamente caótico com a inflação nas alturas, e o primeiro governante eleito diretamente pelo povo  que foi Fernando Collor de Mello fez uma administração tão decepcionante ao confiscar as poupanças de todos os brasileiros que terminou resultando no seu Impeachment em 1992 após seu irmão Pedro Collor(1952-1994) denunciar tudo a público na capa da revista VEJA.

       Foram nestes momentos que na biografia também é descrito os bastidores das articulações dele com os importantes figurões dos mais diferentes partidos, seja da direita, da esquerda, centro-direita, centro-esquerda enfim, temos menções dos nomes de Leonel Brizola(1922-2004), José Agripino Maia  dentre outros.

        Também comenta dos bastidores do surgimento do SBT, que ocorreu logo após a Rede Tupi, a pioneira fechar de vez as portas em 1980, onde ali temos um capitulo que descreve detalhadamente este episódio triste da morte da pioneira.

        E muita descrição bem detalhada de como ele articulou, arquitetou, esquematizou e executou todos os bastidores das atrações para a emissora, dos investimentos em marketing enfim, vários trâmites. Envolvendo principalmente as exportações mexicanas da Televisa como Chaves e algumas novelas.

 Chaves que sempre foi visto como um coringa para o SBT até que em 2020 a emissora  teve de parar de exibir Chaves, por causa da briga jurídica nos tribunais mexicanos entre a emissora Televisa com o Grupo Chespirito, representado pelos herdeiros do interprete e criador do Chaves Roberto Gómez Bolaños(1929-2014), por questões de copyright que afetou a continuidade das exibições da série a nível mundial.




Há um trecho de capitulo do livro  onde Arlindo Silva descreve qual foi sua impressão do programa e que nos bastidores ninguém levava da direção executiva da emissora botava fé que ele fosse um sucesso no Brasil:

Quando tudo ficou pronto, Silvio me perguntou o que eu estava achando do seriado. Respondi que se tratava de um produto barato, sem qualidades em termos de televisão atual, que pecava pela iluminação, pecava nas cores, sempre muito fortes; enfim, percebia-se que o cenário simples da vila era de papelão.

 Mas comentei que preferia ver minha filha de quatro anos assistindo a esse humor puro, de circo, como o que eu assistia no Piolim, ao humor que víamos nos Trapalhões, impregnado de erotismo desnecessário. Contei a Silvio que enviara cópias  de alguns capítulos aos diretores de programas do SBT para opinarem, e todos tinham considerado o seriado uma droga, uma porcaria. Foi ai que Silvio determinou que se preparasse cinco capítulo para colocar no ar como experiência. Isso aconteceu em 1984.

Na verdade, ninguém acreditava que Chaves pudesse emplacar. Todos achavam aquilo um seriado brega, mal feito, uma coisa sem graça. A realidade, porém, é que ao longo de 16 anos, Chaves continua um sucesso de audiência, em qualquer horário em que seja exibido. Além disso, o seriado foi motivo de teses sobre a televisão para a infância em universidades”.

 

Enfim, há muita coisa para conhecer das facetas de Silvio Santos, inclusive sobre a vida intima reservada dele em família.

 No livro há a descrição do quanto ele ficou abalado pela morte de sua primeira esposa Maria Aparecida Vieira Abravanel(Cidinha) em 1977.

 Mãe de duas das seis filhas do apresentador originado  do  fruto dessa união nasceram  Cintia e Silvia(Silvinha)  Abravanel.

E logo depois conheceu Íris Pássaro Abravanel, sua companheira longeva  até a a morte  com que teve mais quatro filhas: Daniela, Patrícia, Rebecca e Renata.

 Assim como apresenta outros fatos curiosos envolvendo as diferentes camadas ao redor do grande dono do baú relatando até a época do Show do Milhão.

A respeito da edição desse livro, eu acredito que ele possa estar disponível em algum sebo ou mesmo no site da Estante Virtual ou provavelmente em algum sebo físico, como  já é uma edição que tem duas décadas de publicação não deve estar disponível em catálogo a não ser que tenham feito novas reimpressões.


Inclusive em 2002 ao ser republicado Arlindo incluiu os acontecimentos na vida dele em 2001 como o Carnaval onde foi samba-enredo de uma Escola de Samba, o sequestro de sua filha Patrícia e a Casa dos Artista.

O curioso de como eu adquiri esta edição original foi um tanto que  por acaso, ocorreu quando eu fui a Fortaleza/CE passar o feriado do Carnaval de 2018 com minha família, onde fiquei hospedado na antiga casa que foi dos falecidos pais da minha amiga Arlete.

No momento que me sentei no sofá, reparei que tinha um cômodo com uma prateleira de alguns livros e dentre livros estava esta edição de A Fantástica História de Silvio Santos.  No que peguei aquela edição, fui começando a ler e fiquei fascinado com a maneira como autor nos surpreende ao descrever outras facetas de Silvio Santos neste livro que contém um riquíssimo conteúdo que inclui a árvore genealógica da Família Abravanel, com a excelente qualidade do texto, bem compreensível e numa estrutura narrativa muito agradável e prazerosa e inclusive Arlete até me presenteou com ele para concluir minha leitura.

Acredito que por essas outras  que as novas biografias que surgirem sobre Silvio Santos escrita por outros autores dificilmente  irão se igualar a maneira como Arlindo Silva criou na biografia A Fantástica História de Silvio Santos.

Aqui fica então registrado a homenagem ao Dono do Baú.

Descanse em paz,

Sílvio Santos,

(1930-2024).

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

A HISTÓRIA DAS TERMAS ROMANAS.

 "BANHOS ROMANOS


As termas romanas eram recintos públicos destinados a banhos típicos da civilização romana.
Nas antigas vilas romanas, os banhos eram chamados de balnea ou balneum.





Eram banhos públicos com salas reservadas para atividades ginásticas e recreativas.
Eles também eram considerados locais de encontro e eram frequentados por pessoas que não tinham condições de ter um em sua casa, como plebeus ou escravos.
Às vezes, os imperadores ou os patrícios concediam banhos gratuitos para o resto da população.

As termas romanas eram complexos sanitários, recreativos e desportivos que representam uma das mais surpreendentes e admiráveis ​​construções da civilização romana.

Esta classe de estabelecimentos foi inaugurada por Agripa, amigo e colaborador do imperador Augusto, no último quartel do século I a.C.,com a construção da primeira construção termal no Campo de Marte.

A partir daí se multiplicaram pelos interesses do Império.
De alguma forma, isso fez com que não apenas as classes altas pudessem desfrutar do prazer do banho que antes era reservado exclusivamente aos proprietários de grandes vilas.

A cultura romana adorava o corpo e, portanto, sua higiene.
As termas ou banhos públicos tornaram-se pontos de encontro de pessoas de todas as classes, e seu uso foi incentivado pelas autoridades, que às vezes cobriam suas despesas tornando o acesso gratuito à população.

Embora homens e mulheres às vezes compartilhassem os mesmos espaços, os horários de banho eram diferentes para ambos: as mulheres iam pela manhã enquanto os homens o faziam ao entardecer.

Naquelas que tinham seções separadas para homens e mulheres, a área designada para eles recebia o nome de "balnea".

Os banhos tinham vários tipos de banhos, água morna (tepidarium), água quente (caldarium) e água fria (frigidarium), além de saunas, pátios e lojas.

Alguns dos imperadores da Roma antiga ordenaram a construção de grandes Termas, das quais ainda se conservam algumas ruínas."
Fonte: Página Presente de Grego do Facebook.