Nesse
ano de 2024, se completou 20 anos que estreava nos cinemas o filme épico
histórico Tróia(Troy,EUA, Reino Unido, Malta, 2004).
Produção
caprichada da Warner inspirado livremente na Ilíada de Homero para entrar no
clima da edição dos Jogos Olímpicos ocorrido naquele ano em Atenas, capital
grega e com passagens tirada do livro Posthomérica de Quinto de Esmirna.
O
filme contou com a direção do alemão
Wolfgang Petersen(1941-2022) com roteiro adaptado por David Benioff.
O
seu enredo girava em torno da mítica Guerra de Tróia, que ocorre depois que o
príncipe Paris resolve raptar Helena.
Uma
história já muito conhecida que ocasionou na Guerra de Tróia, ainda mais que ela era esposa de Menelau, irmão de Agamemnon
e a partir daí temos o começo da jornada que ocasionou no fim da
mítica cidade, quando Odisseu criou o gigante cavalo de madeira para poder
entrar e assim conseguir derrotar o exército troiano.
O
cinema desde que surgiu no final do século 19, sempre teve um fascínio em
reproduzir as histórias míticas antigas,
principalmente dessas façanhas heroicas dos mitos gregos que surgiram
primeiramente por relatos orais que foram se espalhando até surgirem artistas
como poetas, dramaturgos, que escreveram em pergaminhos, artesãos que começaram
a criar gravuras e esculturas de deuses, semideuses, heróis como Hércules.
Também surgiram escrivães que começaram a redigir poemas em
pergaminhos que séculos depois quando um inventor alemão Johanes
Guthemberg(1400-1468) inventou a máquina da prensa no século 15, e
deram origem as publicações dos livros e os antigos textos em
pergaminhos escritos no grego arcaico foram sendo traduzidos é que foram difundidos.
É bom lembrar que na Grécia Antiga ainda não havia esse negócio de direitos
autorais. Portanto, os mitos já eram de domínio público.
Bem
antes de Tróia, já houve produções do famoso herói Hércules, desses há dos mais diversos que se
pode citar como: Hércules e a Rainha da Lídia(Ercole e la regina di Lidia,
Itália, 1959)*, uma produção italiana estrelada pelo ex-fisiculturista
americano Steve Reeves(1926-2000), que foi dirigida por Pietro
Francisci(1906-1977), que também assinou o roteiro junto a Ennio de
Concini(1923-2008) inspirado na obra de dois autores gregos da Antiguidade
Clássica que foram Sófocles(496-405 A.C)
com Édipo em Colono e Ésquilo(524-455 A.C) com Sete contra Tebas.
Depois
disso, veio o filme animado da Disney lançado em 1997. E os telefilmes da série americana estreladas
pelo Kevin Sorbo durante a década de
1990.
Do
mesmo modo que também foram surgindo outras produções com histórias de épicas
de romances históricos monumentais inspirados nas lendas míticas gregas.
Além
desse, também houve o exemplo a ser mencionado do épico de fantasia inspirado
no mítico herói Jasão que foi Jasão e os Argonautas(Jason and
the Argonauts,EUA,Reino Unido, 1963), uma produção estunidense-britânica que
contou com a direção do britânico Don
Chaffey(1917-1990). Cujo roteiro foi inspirado no poema grego de As
Argonáuticas de Apolónio de
Rodes(295 a.C-215 a.C).
Produção
essa marcada pelos efeitos de animações em stop motion das criaturas que contou
com a colaboração de um mestre nessa arte que foi o americano Ray Harryhause(1920-2013) e cuja trilha sonora
foi assinada pelo também americano Bernard Herman(1911-1975).
Cuja
menção ao elenco vale mencionar a participação da britânica Honor Blackman(1925-2020), que no filme fez
um bom desempenho como a Deusa Hera que assume a função de ajudar Jasão que no
filme foi muito bem protagonizado pelo
americano Todd Armstrong(1937-1992). Essa mesma que no ano seguinte faria a
famosa bond girl Pussy Galore no filme 007 Contra Goldfinger(Goldfinger,
Reino 1964) o terceiro estrelado por Sean Connery(1930-2020).
Quase
vinte anos depois, foi produzida outra produção britânico-estadunidense inspirada
no mito de Perseu que foi Fúria de Titãs(Clash of the Titans, EUA,Reino
Unido, 1981).
Produção
dirigida pelo britânico Desmond Davies(1926-2021), produção que contou
novamente com um dedo de Ray Harryhause para produzir os efeitos animado em
stop motion, nesse que foi seu último trabalho para cinema.
Contou
em seu elenco com o americano Harry Hamlin como o protagonista Perseu, com a britânica Maggie
Smith(1934-2024), que para quem foi da geração infanto-juvenil que acompanhou a
franquia do bruxinho Harry Potter(2001-2011) devem se lembrar dela como
a Professora Minerva McGonaghall que em Fúria de Titãs representou a
Ninfa Tétis, com a suíça Ursula Andress, famosa por fazer Honey Rider no
primeiro filme da franquia 007 que foi 007 Contra o Satânico Dr. No(Dr.
No, Reino Unido, 1962) que no filme representou o papel da Deusa Afrodite. Também
há de mencionar os nomes de Laurence Olivier(1907-1989) que fez no filme o
papel de Zeus e de Burgress Meredith(1907-1997) famoso pelo vilão Pinguim na
série de TV do Batman nos anos 1960 e por viver o Mickey, o treinador de
Rocky Balboa nos três primeiros filmes da franquia Rocky: Rocky:Um Lutador(1976),
Rocky II(1979) e em Rocky III(1982) onde nesse último seu
personagem morre, que em Fúria de Titãs representou o Ammom.
Também
vale mencionar A Odisseia(The Odyssey, Alemanha, Estados Unidos, Grécia,
Itália, Reino Unido, 1997) que foi uma produção em forma de minissérie,
dirigida pelo russo Andrey Konchalovsky,
adaptado do livro de Homero, contava a jornada do retorno de Odisseu para o
reino de Ítaca.
E
sem esquecer também de mencionar o uso de elementos da mitologia grega no anime
de Cavaleiros do Zodíaco(Saint Seyia, Japão, 1986-1989) criado pelo
mangaká Masami Kurumada.
Nesse
filme em questão, a história se mostrou impecável, com locações em Malta,
locações no México e na Grã-Bretanha.
Onde
foram bem trabalhadas as construções das cenografias dos monumentos da Grécia Antiga, o trabalho de pesquisa para
reproduzir os modelos de figurinos dos soldados mirmidões, espartanos, troianos
e do povo de Troia.
Fora
a menção ao grande elenco presente nesse filme, cujas primeiras menções vai
para os principais: Com Brad Pitt
mostrando um desempenho excelente do Áquiles, o guerreiro que apesar de
trabalhar para o exército de Agamemnon
está mais preocupado com sua gloria pessoal.
Outro
galã a ser mencionado no filme é Eric Bana que no filme fez um excelente
desempenho na pele do príncipe troiano Heitor
com seu perfil mais metódico e estrategista de batalha.
Também
mencionar Orlando Bloom na época já
famoso por viver o Legolas na trilogia de O Senhor dos Anéis(2001-2003)
na pele do príncipe troiano Paris, o
irmão de Heitor, representando bem o papel de um cara inconsequente ainda mais
quando em nome do amor por Helena a rapta que dá origem ao conflito.
Helena
de Tróia que no filme foi muito bem defendida pela ex-modelo alemã Diane Kruger
que empresta bem a sua atraente beleza
para representar a importante mulher que causou a discórdia dessa guerra e
mostra uma boa química em cena com
Orlando Bloom principalmente na picante cena de amor que eles fazem.
Outras
feras presentes no filme a serem mencionados são: Sean Bean que faz uma excelente representação do Odisseu que é aliado de Agamemnon e é o cabeça por idealizar o famoso Cavalo de
Tróia.
Brian
Cox representando o Agamemnon está um espetáculo a parte ao torna-lo um figura desprezível
pelo seu caráter megalomaníaco e calculista. Brendan Gleeson que para quem acompanhou
a franquia do bruxinho Harry Potter (2001-2011) deve lembrar-se dele
como o Alastor “Olho Tonto” Moody e no filme faz uma representação extraordinária
do Menelau, o irmão de Agamemnon, que movido pelo ódio de ver sua amada Helena
o trocar por Páris, mostra bem sua personalidade irascível.
Assim
como mencionar a presença do veterano
Peter O' Toole(1932-2013) que no filme dá um show de atuação ao representar o
rei troiano Priamo.
E
por fim mencionar a participação especial de Julie Christie, musa do cinema nos anos
1960, que no filme faz uma representação excelente da Tétis, mãe do Aquiles em
uma cena de diálogo que é emocionante.
Tróia é bem
um exemplo que reflete um pouco uma retomada de Hollywood durante a primeira
metade dos anos 2000 em produzir filmes
de temáticas históricas épicas monumentais cujo ponto de partida se deu com Gladiador(Gladiator,
EUA, 2000).
Esses
tipos de produção já teve os seus auges nas décadas anteriores, principalmente
nas décadas de 1950 que houveram produções históricas monumentais de temáticas bíblicas,
dos impérios romanos, dos gregos, dos vikings e até sobre o mongol.
Mas
que foram rareando devido ao custo alto de produção, aqui e ali vinha algumas
produções desse calibre como os filmes de guerras sobre as lendas arturianas,
sobre Robin Hood, sobre algum herói grego.
Enfim,
e Tróia também não escapa de refletir bem esse momento que o cinema hollywoodiano
do começo do século 21 estava seguindo
essa tendência.
É
uma obra que ao revisitar constatei como ela envelheceu bem. Merece ser
reassistida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário