segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

20 ANOS DO FILME TRÓIA

 

Nesse ano de 2024, se completou 20 anos que estreava nos cinemas o filme épico histórico Tróia(Troy,EUA, Reino Unido, Malta, 2004).




Produção caprichada da Warner inspirado livremente  na Ilíada de Homero para entrar no clima da edição dos Jogos Olímpicos ocorrido naquele ano em Atenas, capital grega e com passagens tirada do livro Posthomérica de Quinto de Esmirna.

O filme  contou com a direção do alemão Wolfgang Petersen(1941-2022) com roteiro adaptado por David Benioff.

O seu enredo girava em torno da mítica Guerra de Tróia, que ocorre depois que o príncipe Paris resolve raptar Helena.




Uma história já muito conhecida que ocasionou na Guerra de Tróia, ainda mais  que ela era esposa de Menelau, irmão de Agamemnon e a partir daí  temos  o começo da jornada que ocasionou no fim da mítica cidade, quando Odisseu criou o gigante cavalo de madeira para poder entrar e assim conseguir derrotar o exército troiano.

O cinema desde que surgiu no final do século 19, sempre teve um fascínio em reproduzir as histórias míticas  antigas, principalmente dessas façanhas heroicas dos mitos gregos que surgiram primeiramente por relatos orais que foram se espalhando até surgirem artistas como poetas, dramaturgos, que escreveram em pergaminhos, artesãos que começaram a criar gravuras e esculturas de deuses, semideuses, heróis como Hércules. Também surgiram escrivães que começaram a redigir poemas  em pergaminhos que séculos depois quando um inventor alemão Johanes Guthemberg(1400-1468) inventou a máquina da prensa no século 15, e deram  origem as publicações dos livros e os antigos textos em pergaminhos escritos no grego arcaico foram sendo traduzidos é que foram difundidos. É bom lembrar que na Grécia Antiga ainda não havia esse negócio de direitos autorais. Portanto, os mitos já eram de domínio público.





Bem antes de Tróia, já houve produções do famoso herói  Hércules, desses há dos mais diversos que se pode citar como: Hércules e a Rainha da Lídia(Ercole e la regina di Lidia, Itália, 1959)*, uma produção italiana estrelada pelo ex-fisiculturista americano Steve Reeves(1926-2000), que foi dirigida por Pietro Francisci(1906-1977), que também assinou o roteiro junto a Ennio de Concini(1923-2008) inspirado na obra de dois autores gregos da Antiguidade Clássica que foram  Sófocles(496-405 A.C) com Édipo em Colono e Ésquilo(524-455 A.C) com Sete contra Tebas.

Depois disso, veio o filme animado da Disney lançado em 1997.  E os telefilmes da série americana estreladas pelo Kevin Sorbo durante  a década de 1990.

Do mesmo modo que também foram surgindo outras produções com histórias de épicas de romances históricos monumentais inspirados nas lendas míticas gregas.





 

Além desse, também houve o exemplo a ser mencionado do épico de fantasia inspirado no mítico  herói Jasão  que foi Jasão e os Argonautas(Jason and the Argonauts,EUA,Reino Unido, 1963), uma produção estunidense-britânica que contou com a direção do britânico  Don Chaffey(1917-1990). Cujo roteiro foi inspirado no poema grego de As Argonáuticas  de Apolónio de Rodes(295 a.C-215 a.C).

Produção essa marcada pelos efeitos de animações em stop motion das criaturas que contou com a colaboração de um mestre nessa arte que foi o  americano  Ray Harryhause(1920-2013) e cuja trilha sonora foi assinada pelo também americano  Bernard Herman(1911-1975).

Cuja menção ao elenco vale mencionar a participação da britânica  Honor Blackman(1925-2020), que no filme fez um bom desempenho como a Deusa Hera que assume a função de ajudar Jasão que no filme foi muito bem  protagonizado pelo americano Todd Armstrong(1937-1992). Essa mesma que no ano seguinte faria a famosa bond girl Pussy Galore no filme 007 Contra Goldfinger(Goldfinger, Reino 1964) o terceiro estrelado por Sean Connery(1930-2020).

Quase vinte anos depois, foi produzida outra produção britânico-estadunidense inspirada no mito de Perseu que foi Fúria de Titãs(Clash of the Titans, EUA,Reino Unido, 1981).





Produção dirigida pelo britânico Desmond Davies(1926-2021), produção que contou novamente com um dedo de Ray Harryhause para produzir os efeitos animado em stop motion, nesse que foi seu último trabalho para cinema.

Contou em seu elenco com o americano Harry Hamlin como o protagonista  Perseu, com a britânica Maggie Smith(1934-2024), que para quem foi da geração infanto-juvenil que acompanhou a franquia do bruxinho Harry Potter(2001-2011) devem se lembrar dela como a Professora Minerva McGonaghall que em Fúria de Titãs representou a Ninfa Tétis, com a suíça Ursula Andress, famosa por fazer Honey Rider no primeiro filme da franquia 007 que foi 007 Contra o Satânico Dr. No(Dr. No, Reino Unido, 1962) que no filme representou o papel da Deusa Afrodite. Também há de mencionar os nomes de Laurence Olivier(1907-1989) que fez no filme o papel de Zeus e de Burgress Meredith(1907-1997) famoso pelo vilão Pinguim na série de TV do Batman nos anos 1960 e por viver o Mickey, o treinador de Rocky Balboa nos três primeiros filmes da franquia Rocky: Rocky:Um Lutador(1976), Rocky II(1979) e em Rocky III(1982) onde nesse último seu personagem morre, que em Fúria de Titãs representou o Ammom.




Também vale mencionar A Odisseia(The Odyssey, Alemanha, Estados Unidos, Grécia, Itália, Reino Unido, 1997) que foi uma produção em forma de minissérie, dirigida pelo russo  Andrey Konchalovsky, adaptado do livro de Homero, contava a jornada do retorno de Odisseu para o reino de Ítaca.





E sem esquecer também de mencionar o uso de elementos da mitologia grega no anime de Cavaleiros do Zodíaco(Saint Seyia, Japão, 1986-1989) criado pelo mangaká Masami Kurumada.

 

Nesse filme em questão, a história se mostrou impecável, com locações em Malta, locações no México e na Grã-Bretanha.

Onde foram bem trabalhadas as construções das cenografias dos monumentos da  Grécia Antiga, o trabalho de pesquisa para reproduzir os modelos de figurinos dos soldados mirmidões, espartanos, troianos e do povo de Troia.




Fora a menção ao grande elenco presente nesse filme, cujas primeiras menções vai para os principais:  Com Brad Pitt mostrando um  desempenho excelente  do Áquiles, o guerreiro que apesar de trabalhar para o exército  de Agamemnon está mais preocupado com sua gloria pessoal.

Outro galã a ser mencionado no filme é Eric Bana que no filme fez um excelente desempenho na pele do  príncipe troiano Heitor com seu perfil mais metódico e estrategista de batalha.




Também mencionar   Orlando Bloom na época já famoso por viver o Legolas na trilogia de O Senhor dos Anéis(2001-2003) na pele do príncipe troiano  Paris, o irmão de Heitor, representando bem o papel de um cara inconsequente ainda mais quando em nome do amor por Helena a rapta que dá origem ao conflito.

Helena de Tróia que no filme foi muito bem defendida pela ex-modelo alemã Diane Kruger que empresta bem  a sua atraente beleza para representar a importante mulher que causou a discórdia dessa guerra e mostra uma boa química em cena  com Orlando Bloom principalmente na picante cena de amor que eles fazem.

Outras feras presentes no filme a serem mencionados são:  Sean Bean que faz uma excelente representação  do Odisseu que é aliado de Agamemnon  e é o cabeça por idealizar o famoso Cavalo de Tróia.

Brian Cox representando o Agamemnon está um espetáculo a parte ao torna-lo um figura desprezível pelo seu caráter megalomaníaco e calculista. Brendan Gleeson que para quem acompanhou a franquia do bruxinho Harry Potter (2001-2011) deve lembrar-se dele como o Alastor “Olho Tonto” Moody e no filme faz uma representação extraordinária do Menelau, o irmão de Agamemnon, que movido pelo ódio de ver sua amada Helena o trocar   por Páris, mostra bem sua personalidade irascível.  

Assim como mencionar a presença do  veterano Peter O' Toole(1932-2013) que no filme dá um show de atuação ao representar o rei troiano Priamo.

E por fim mencionar a participação especial  de Julie Christie, musa do cinema nos anos 1960, que no filme faz uma representação excelente da Tétis, mãe do Aquiles em uma cena de diálogo que é emocionante.

Tróia é bem um exemplo que reflete um pouco uma retomada de Hollywood durante a primeira metade dos anos 2000  em produzir filmes de temáticas históricas épicas monumentais cujo ponto de partida se deu com Gladiador(Gladiator, EUA, 2000).

Esses tipos de produção já teve os seus auges nas décadas anteriores, principalmente nas décadas de 1950 que houveram produções históricas monumentais de temáticas bíblicas, dos impérios romanos, dos gregos, dos vikings e até sobre o mongol.

Mas que foram rareando devido ao custo alto de produção, aqui e ali vinha algumas produções desse calibre como os filmes de guerras sobre as lendas arturianas, sobre Robin Hood, sobre algum herói grego.

Enfim, e Tróia também não escapa de refletir bem esse momento que o cinema hollywoodiano  do começo do século 21 estava seguindo essa tendência.

É uma obra que ao revisitar constatei como ela envelheceu bem. Merece ser reassistida.  


*Num DVD  que eu tive desse filme estrelado por Steve Reeves que foi  lançado nos anos 2000 pela distribuidora Classicline com áudio original em inglês, sem dublagem e com legenda em português o título internacional era Hercules Unchained. Que numa tradução seria Hércules Livre.  Também pela Classicline tive um DVD de outra produção de Hércules intitulada Hércules na Conquista de Atlântida(1961), uma produção franco-italiana dirigida por Vittorio Cottafavi(1914-1998) e estrelada pelo britânico Reg Park(1928-2007) também outro ex-fisiculturista.

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