quinta-feira, 3 de abril de 2025

25 ANOS DA ESTREIA DO PROGRAMA DO JÔ

 

No dia 3 de Abril de 2000, o saudoso apresentador Jô Soares(1938-2022) retornava a Globo após 13 anos de sua conturbada saída para comandar o late-night talk show Programa do Jô(2000-2016).




Desde o final dos anos 1980, que Jô estava desejando trazer esse formato para o Brasil que já estava consolidado nos Estados Unidos que é o programa de entrevistas inspirado no que apresentadores como: Steve Allen(1921-2000), Johnny Carson(1925-2005),  Larry King(1933-2021) e David Letterman  faziam e eram  bastante populares e queria trazer isso  para o Brasil desde a época  em que ainda estava na Globo estrelando o humorístico Viva o Gordo(1981-1987).

Jô chegou a apresentar essa proposta para José Bonifácio de Oliveira Sobrinho(Boni) o então  poderoso chefão executivo da emissora, mas foi recusada por achar arriscada demais, o que deixou Jô indignado. 




Isso terminou resultando na sua saída conturbada da emissora no final de 1987, o que resultou de Silvio Santos(1930-2024) pioneiro da TV Brasileira e naquela ocasião dono  do Sistema Brasileiro de Televisão(SBT) fundado em 1981 ao observar seu desgosto com a Globo por não querer realizar o seu sonho de trazer o talk show para a  tv brasileira  veio com a proposta de justamente trazer isso para  convencê-lo  a ser contratado para compor o seu elenco estelar.




Com essa proposta irrecusável,  Jô então decidiu aceitar e brigado com a Globo se transferiu  para o SBT,  para comandar o Jô Soares Onze e Meia que estreou no dia 17 de Agosto de 1988, cujo título bem deixava evidente ser um programa noturno da madrugada que as vezes não começava pontualmente as 11:30 da noite, mas já de meia-noite.



     Sua permanecia no SBT durou longos onze anos, chegando ao fim em 30 de dezembro de 1999, cuja justificativa que Jô deu numa entrevista para o periódico O Globo de Junho de 1999 foi de que:

          "Quando fui para o SBT, a programação tinha Boris Casoy, Lillian Witte Fibe, dramaturgia e investimento em jornalismo. Hoje, isso mudou. Os rumos da programação são outros".

Jô levou consigo para a Globo, a mesma equipe  de  redatores que trabalhava no Jô Soares Onze e Meia do SBT, gente que já trabalhava para ele em humorísticos  que foram: Hilton Marques e Max Nunes(1922-2014), que contou também  com a direção e redação de Dilea Frate e a direção de Willem Van Weerelt.




Jô também levou para a Globo, o garçom Alex que sempre aparecia para lhe servir um chá durante sua entrevista. Que não o acompanhou no início, quem  assumia essa função era o primo de Alex, Felipe quando este veio a óbito em 1991 ele foi quem passou a assumir a função de garçom.

E também levou consigo a banda de apoio do Sexteto do Jô  cuja formação era: Dérico Sciotti no saxofone e flauta, Chiquinho Oliveira no trompete, Miltinho na percussão e bateria, Carlos Tomati  na guitarra, Osmar Barutti no piano e Ubirajara Penacho dos Reis vulgo Bira(1934-2019) no baixo.




Ele também imprimiu no programa, além do seu brilhante talento para o humor, o traquejo que ele desenvolveu nos 11 anos a frente  do  Jô Onze e Meia no SBT  para apresentar e conduzir as entrevistas com os convidados que se sentavam em seu sofá, procurando sempre extrair algo de interessante deles, principalmente quando ele pressentia  que este convidado  estava desinteressante.

Algo que outros que replicaram o formato, dificilmente conseguiriam demonstrar ter essa mesma habilidade que Jô tinha.




Na estreia, a primeira pessoa a quem Jô entrevistou foi o fundador da Globo Roberto Marinho(1904-2003).

Ele também foi concedendo outras entrevistas com gente importante ao longo  dos 16 anos que o programa durou nas madrugadas da Globo.

Uma dessas mais pitorescas  foi a entrevista ocorrida no dia 7 de Abril de 2000 que contou com a presença das três artistas que foram as pioneiras da televisão brasileiras e eram amigas inseparáveis que no caso estou me referindo a: Nair Bello(1931-2007), Hebe Camargo(1929-2012) e Lolita Rodrigues(1929-2023).

Onde esta chegou a cantar o hino dedicado a inauguração da TV Tupi, dizendo que é horrível.

O Programa do Jô chegou ao fim em 16 de Dezembro de 2016, diversos foram os fatores que levaram ao seu encerramento após longas 16 temporadas concedendo 14.426 entrevistas com as mais diferentes personalidades.

Primeiro: No final de 2013 a Globo começou a enxugar os salários dos seus contratados adotando uma politica de contrato por obra, não mais o  modelo tradicional de contratos fixos de receber salários exorbitantes. O que foi acarretando numa diminuição nos custos de sua produção nos últimos dois anos que ele permaneceu na emissora.

Segundo: Em 2014 Jô precisou se ausentar durante uns meses para tratamento médico fazendo uma cirurgia bariátrica, foi nesse período que sua equipe sofreu o desfalque com o falecimento do redator Max Nunes em 11 de Junho de 2014 aos 92 anos, após ter sofrido uma queda e fraturado a tíbia. Um velho parceiro de Jô desde os primórdios da televisão brasileira.

Terceiro:  Foi durante sua ausência que o programa The Noite, que estreou no SBT em 10 de Março de 2014, comandado pelo recém-egresso da Band Danilo Gentili foi ganhando mais audiência e foi crescendo e se consolidando com seu formato diferenciado.

 Quarto:  Quando Jô retornou ao trabalho após a cirurgia  ele sem seu importante parceiro ficou muito sem rumo e não conseguiu mostrar mais tanto vigor para concorrer com o formato do The Noite. Isso foi afetando a audiência, como se não bastasse tudo isso, Jô enfrentou a perda de seu único filho Rafael Soares, no dia 31 de Outubro de 2014, com 50 anos, ele tinha autismo e sofreu com um câncer no cérebro, ele foi fruto de sua união com a ex-atriz Teresa Austregésilo(1933-2021).

Quinto: Nos últimos dois anos de programa no ar, com a equipe reduzida por conta dos cortes de produção, o que ocasionou na saída em 2015  dos músicos Chiquinho e Tomati, fazendo com que no final o Sexteto do Jô, virasse só o Quarteto do Jô. Restando só  Bira, Dérico, Miltinho e Osmar que acompanharam o programa até o fim.   Foi nisso que no  começo de 2016, Jô Soares anunciar que aquela foi a última temporada do Programa do Jô. E dito e feito.

Após o fim do Programa do Jô, Jô Soares viveu nos últimos anos uma vida discreta longe dos holofotes, em 2017 publicou o Volume 1 de O Livro de Jô-Uma Autobiografia Desautorizada e em 2018 publicou o Volume 2 de O Livro de Jô-Uma Autobiografia Desautorizada dividindo a autoria com Matinas Suzuki Júnior. Foi durante a cobertura da Copa do Mundo de  2018 que participou como comentarista no programa Debate Final do Fox Sports.

Jô Soares morreu “no dia 5 de agosto de 2022, aos 84 anos, no Hospital Sírio-Libanês, na cidade de São Paulo, onde estava internado desde o dia 28 de julho para tratar uma pneumonia. A notícia de sua morte foi divulgada pela ex-esposa, Flavia Pedras, em uma publicação em sua página pessoal no Instagram, também confirmada pela assessoria de imprensa do apresentador. O hospital não informou qual foi a causa da morte, atendendo a um pedido do próprio ator à família. Anne Porlan, amiga pessoal de Jô, afirmou que ele faleceu de causas naturais.  Em 22 de dezembro de 2022, foi divulgado que o apresentador falecera de  insuficiência renal e cardíaca, estenose aórtica, e fibrilação auricular.  

Sua morte teve grande comoção e repercussão no Brasil e no mundo. Várias pessoas famosas e autoridades prestaram-lhe homenagens. As emissoras de televisão como a TV Globo, SBT, TV Cultura,  Rede Bandeirantes e Viva   alteraram suas respectivas grades de programação previstas para os dias 5 e 6 de agosto, reexibindo alguns dos trabalhos e entrevistas onde o humorista participou.

A herança de Jô Soares foi dividida entre seis pessoas: sua ex-mulher, uma amiga e quatro funcionários. Flávia, que foi sua mulher entre 1987 e 1998, ficou com 80% da fortuna. A amiga de Jô Soares, Claudia Colossi, herdou 10% dos bens. Quatro funcionários que trabalhavam na residência do apresentador dividiram os 10% restantes. O patrimônio do apresentador foi estimado em aproximadamente R$ 50 milhões.

O apresentador foi cremado e teve parte de suas cinzas transformadas em biodiamante por Flávia Pedras.

Em 2024, o Globoplay  produziu uma minissérie documental sobre a vida e carreira de Jô, Um Beijo do Gordo.” (Fonte: Wikipédia).

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