segunda-feira, 26 de maio de 2025

30 ANOS DO ACIDENTE EQUESTRE DO SUPERMAN

 

No dia 27 de Maio de 1995, o ator Christopher Reeve(1952-2004) o eterno astro dos filmes do Superman(1978-1987) estava montado num cavalo para participar de uma  Competição de hipismo em Culpeper, Virgínia, EUA. 




A paixão por montar cavalos e por esse esporte surgiu após ele representar o Conde Vronsk no filme para televisão Anna Karenina(EUA, 1985), inspirado no clássico romance russo de Liev Tolstói(1828-1910) onde precisou fazer aulas de hipismos para fazer cenas montando cavalos.

O que foi uma experiência desafiadora para ele, porque era alérgico a cavalos e precisou tomar anti-histamínicos para seu problema.




Em pouco tempo, ele passou a ficar hábil na montaria e a partir de 1989, passou a participar das competições de hipismos.

Ele estava montado em seu cavalo pessoal chamado Buck, quando, “preocupado com duas etapas de um circuito que acabaria por encarar, os obstáculos de número 16 e 17 pareciam um grande desafio, entretanto, ele e Buck conseguiram passar com maestria. O problema, no entanto, foi durante o obstáculo seguinte, uma cerca com pouco menos de um metro no formato de 'W'.

Já em direção a esse obstáculo, Buck fez uma brusca pausa, se recusando a pular sobre o obstáculo. Com isso, Christopher acabou sendo lançado com o impacto, passando por cima da cabeça do cavalo. Como se não pudesse piorar, a mão do ator ficou presa na guia, tirando a focinheira do animal.

No instante de um salto, o cavalo parou  causando uma queda que fraturou as duas primeiras vértebras cervicais e lesionou a medula espinhal.”

(Trecho retirado  da matéria do site Aventuras na História publicado em 24 de Setembro de 2020).

Essa queda resultou como sequela nele ficando tetraplégico, após o acidente, Reeve passou a usar uma cadeira de rodas e um ventilador para respirar, e se tornou um ativista pela causa das pessoas com deficiência.




O  tornando um ativista, um porta-voz exigindo a legalidade das pesquisas de células-tronco até vir a falecer em 10 de  outubro de 2004, com 52 anos em decorrência dede uma grave infecção devido ao seu estado de saúde, já comprometida depois do acidente.

Inclusive existe quem defende a teoria de que alguns defendem que  Christopher Reeve tenha sido vítima  da maldição do Superman, o que não passa é de uma  pura fantasia.

25 ANOS DO FILME GLADIADOR.

 


25 ANOS DO FILME GLADIADOR.

Há 25 anos, em Maio de 2000, estreava nos cinemas o filme Gladiador(Gladiator, EUA, Reino Unido, 2000).




Produção épica dirigida por Ridley Scott, marcava o retorno das produções monumentais de temáticas históricas que teve seu auge nos anos 1950, cujo ponto de partida ocorreu  com o lançamento de Quo Vadis(EUA, 1951), obra dirigida por Mervin LeRoy(1900-1987), com roteiro inspirado no romance do polonês Henryk Sienkiwicz(1846-1916) que marcou a padronização da fase clássica da técnica da colorização em Tecnhicolor.

Obra que abordava a perseguição dos cristãos pelo tirânico imperador romano Nero, vivido brilhantemente no filme pelo britânico Peter Ustinov(1921-2004).




Depois tivemos outro épico histórico monumental  marcante que foi a produção bíblica de Os Dez Mandamentos(The Ten Commandments, EUA, 1956) dirigida por Cecil B. DeMille(1881-1959), que contou de forma romanceada a passagem bíblica de Moisés de Faraó no Egito a líder do oprimido povo hebreu e quando recebeu a tábua com a escritura dos dez mandamentos.

Cujo elenco contou  com nomes como:  Charlton Heston(1923-2008) protagonizando Moisés e o dançarino russo Yul Bryner(1920-1985) como Ramsés.




Mas foi com  Ben-Hur(EUA, 1959) obra dirigida por William Wyler(1902-1981) com roteiro inspirado no romance Ben-Hur-Uma História nos Tempos de Cristo, publicado em 1880 pelo general Lew Wallace(1827-1905) e contou com Charlton Heston como protagonista e marcou a história do cinema  por ter sido o primeiro filme a ganhar 11 estatuetas na edição do Oscar de 1960 e que por muito tempo esse recorde ficou exclusivamente para o filme*.




Em 1960 foi lançado Spartacus(EUA,1960), produção dirigida por Stanley Kubrick(1928-1999), com roteiro de Dalton Trumbo(1905-1976)**, baseado em romance de Howard Fast(1914-2003) e estrelado por Kirk Douglas(1916-2020) que também foi responsável por assinar a produção-executiva. No Oscar de 1961, o filme ganhou  as 4 estatuetas das seis em que foi indicado.



Mas o  seu declínio veio  com a produção de  Cleópatra (EUA, 1963) que quase levou a Fox a falência.

Produção dirigida por Joseph L. Mankiewicz(1909-1993), que também assina  o roteiro em conjunto com Sidney Buchman(1902-1975) e Ranald MacDougall(1915-1973) cuja base foi por meio de relatos escritos por  historiadores contemporâneos romanos como Plutarco(46 d.C-120 d.C), Suetônio(69 d.C-141 d.C) e Apriano(95 d.C-165 d.C) e no romance Vida e Obra de Cleópatra do italiano Carlo Maria Franzero(1892-1986), que mesmo contando com um elenco estelar formado por: Elizabeth Taylor(1932-2011) como protagonista, Rex Harrison(1908-1990) como o imperador romano  Júlio César seu primeiro amante e Richard Burton(1925-1984) como Marco Antônio seu segundo amante, nem isso foi capaz de salvar o filme de virar um fiasco.

Em 1979, foi lançado Calígula(Itália,EUA,1979), sendo essa é mais considerada uma produção erótica ítalo-americana do que um épico monumental com roteiro inspirado no romance de Gore Vidal(1925-2012) que também assina o roteiro, e contou com a direção de três cineastas: os italianos Tinto Brass, Giancarlo Lui e o americano Bob Guccione(1930-2010) e contou com Malcolm McDowell na pele do insano, depravado, genocida e tirânico Calígula.

Eis então que a gente pula para o ano 2000, e chegamos a Gladiador, produção épica histórica  que marcou o retorno de Hollywood a investir em produções monumentais nessa produção que girava em torno de Máximus(Russel Crowe) um ex-general hispano-romano que perde sua família e é obrigado a virar um escravo por Cômodus(Joaquin Phoenix) o tirânico imperador romano que se apossou do poder matar seu pai Marco Aurélio(Richard Harris) e durante toda a sua jornada vamos acompanhando Máximus enfrentar a opressão provocada por Cômodus na eterna luta do bem contra o mal.

Com roteiro assinado por: David Franzoni, John Logan e William Nicholson, que apesar da precisão histórica se utilizaram de licenças poéticas como o fato de mostrar que não foi  Marco Aurélio   não foi assassinado por seu filho Cômodo; ele morreu em Vindobona (atual Viena) em 180 d.C. de Peste Antonina.   

     A epidemia, que se acredita ter sido varíola   ou  sarampo, varreu o Império durante o reinado de Marco.

    Não há indício que Marco Aurélio desejava transformar o Império de volta numa república como forma de governo, como é mostrado no filme. Além disso, na época de sua morte, Marco já governava com Cômodo como co-imperadores havia três anos. Após a morte do pai, Cômodo viria a governar o império sozinho até 192 d.C..

       O filme mostra o imperador Marco Aurélio derrotando os bárbaros em batalha de forma decisiva nas Guerras Marcomanas. Na realidade, a guerra se estendeu por mais algum tempo; foi Cômodo que assegurou a paz ao assinar um tratado com duas tribos germânicas que haviam se aliado contra Roma, os Marcomanos  e os Quados.

     O personagem Maximus é ficcional, embora em alguns aspectos ele se pareça com as seguintes figuras históricas: Narciso  (o real assassino de Cômodo e um personagem que apareceu no primeiro esboço do roteiro); Espártaco (que liderou uma revolta de escravos significativa em 73–71 a.C.);  Cincinato (519–439 a.C.) (um fazendeiro que virou ditador, salvou Roma de uma invasão, e então renunciou ao cargo de líder após apenas 15 dias); e Marco Nônio Macrino (um confiável general, Cônsul  em 154 d.C. e amigo de Marco Aurélio).

      Embora Cômodo tenha realmente lutado no Coliseu, ele não foi morto na arena; ele foi estrangulado no seu banho pelo lutador Narciso. Cômodo governou Roma como imperador por doze anos, ao contrário do que é mostrado no filme que parece ser um período bem menor de tempo.

        No filme,  Lucila é mostrada como viúva de Lúcio Vero  e têm um filho dele, também chamado de Lúcio. Embora Lucila realmente fosse viúva dele e tivesse um filho de mesmo nome, a criança morreu jovem, antes do reinado de Cômodo, com Lucila se casando novamente com Cláudio Pompeiano  após a morte de Lúcio Vero. Ela estava casada com ele há 11 anos quando seu irmão se tornou imperador. O filme omite o fato de Lucila ter tido outros dois filhos de Lúcio, Lucila Pláucia e Aurélia Lucila.

    O personagem Maximus teve uma carreira similar (e traços de personalidade parecidos relatados pelo historiador Herodinao) a Tibério Cláudio Pompeiano  (um sírio ) que era casado com a filha de Marco Aurélio, Lucila.

 

        Acredita-se que o imperador Marco pode ter desejado que Pompeiano o sucedesse como César, em detrimento de Cômodo, mas foi recusado. Pompeiano não participou em nenhum dos vários complôs contra Cômodo. O seu personagem não aparece e nem é citado no filme.

       Lucila foi de fato implicada num complô para assassinar seu irmão, em 182 d.C, junto com seu enteado e vários outros. Ela foi primeiro exilada em Capri pelo irmão e então executada, sob ordens dele, mais tarde naquele ano.

     No filme o personagem Antônio Próximo afirma que Marco Aurélio é chamado de "o Sábio" e que ele teria banido os jogos de gladiadores   em Roma, o que teria forçado os lutadores a ir lutar nas arenas da Mauritânia.

 

       O Marco Aurélio de verdade realmente baniu as lutas, mas apenas em Antióquia como punição pelo apoio da cidade ao usurpador Caio Avídio Cássio. Os jogos de gladiadores nunca foram banidos em Roma. Contudo, quando o imperador começou a recrutar gladiadores para as legiões, isso resultou num esvaziamento das lanistae (escolas de gladiadores).

      Na vida real, a morte de Cômodo não resultou em paz para Roma, ou na restauração da República. Pelo contrário, acabou dando início a um período caótico e sangrento numa luta pelo poder que culminou no chamado Ano dos Cinco Imperadores  em 193 d.C.. De acordo com Herodiano, o povo de Roma ficou muito feliz ao saber da morte de Cômodo, embora temessem que os pretorianos  não aceitassem o novo imperador Pertinax.

(Fonte: Wikipédia).

 

 

A produção “faturou US$ 187,7 milhões de dólares nos Estados Unidos e US$ 269,9 milhões pelo mundo, totalizando cerca de US$ 457,6 milhões de bilheteria global, em cima de um orçamento de US$ 103 milhões.”

(Fonte: Wikipédia).

 

Esse filme cujas filmagens foram rodadas em Malta e no Marrocos,  marcou o último trabalho de Oliver Reed(1928-1999) que representou no filme o comerciante Próximo, ele  faleceu quando estava em Malta, local das filmagens e durante um intervalo foi para um pub e lá  se  excedeu ao consumo excesso  bebidas do qual ele nutria uma fraqueza, quando passou mal e veio a óbito no dia 2 de Maio de 1999.  O que ocasionou para que suas  cenas que faltavam filmar  fossem feitas na pós-produção  inseridas em computação gráfica. Foi seu trabalho póstumo.

O elenco  que também contou com  o australiano Russel Crowe no papel do protagonista Máximus, que com esse papel foi um marco importante em sua carreira como um divisor de águas, visto que desde o começo da década de 1990 ele já tinha uma longa filmografia, mas foi com esse papel que ele recebeu até hoje a única estatueta de melhor no Oscar de 2001. Muito disso se deve ao brilhante desempenho como ele transmite em cena, a figura heroica de um sujeito que perdeu a família que virou o símbolo da luta contra a opressão do Império Romano.  

Também mencionar a participação do Joaquin Phoenix que mostra um desempenho brilhante como o sádico Cômodo, foi com esse papel que também marcou um ponto de virada em sua carreira, porque ele já tinha uma longa filmografia, cujo primeiro filme que participou foi como ator-mirim assinando como Leaf Phoenix, junto de seu irmão River Phoenix(1970-1993). Mas foi com esse papel que ele ganhou reconhecimento da crítica e mostrou sua versatilidade como ator.

Também mencionar a participação da dinamarquesa Connie Nielsen na pele de  Lucila, a irmã do Cômodo que nutre uma paixão platônica por Máximo, aqui desempenhando o papel da mulher submissa.

E por fim, vale a menção a participação do irlandês Richard Harris(1930-2002) na pele do Imperador Marco Aurélio, que mostra realmente ser uma atuação brilhante de um fera, um veterano no oficio, com certeza quem acompanhou a franquia Harry Potter(2001-2011) deve se lembrar dele como o professor Alvo Dumbledore***.

Posso descrever num balanço geral que a produção de Gladiador envelheceu bem, mostrando o nível de importância como obra de arte, e que merece ser reassistindo sempre.

*Depois de Ben-Hur, os únicos filmes a levarem 11 estatuetas na história do Oscar foram: Titanic(1997), obra catástrofe do diretor James Cameron que foi premiado na edição do Oscar de 1998 e O Senhor dos Anéis-O Retorno do Rei(2003), o último da trilogia do diretor  Peter Jackson que levou as 11 estatuetas em 2004.

**A participação de Dalton Trumbo como roteirista em Spartacus(1960) marcou um importante ponto de virada na sua carreira. Isso porque até então Trumbo havia vivido uma fase infernal durante a década de 1950 com a política de caça às bruxas adotada pelo macarthismo de perseguir prováveis comunistas em solo americano  naquele momento do começo do clima de Guerra Fria. E muitos roteiristas estavam sendo alvo  de investigação do governo americano por supostos envolvimentos comunistas. Por conta disso, ele ficou com o nome manchado na indústria. Chegou a entregar roteiros assinados com pseudônimos para tentar burlar os agentes. Com o sucesso de Spartacus, onde ele finalmente voltou a ganhar prestigio em Hollywood sendo creditado, visto que a fase da politica do macarthismo havia deixado de existir. Toda essa fase turbulenta da carreira de Dalton Trumbo foi retratada na sua cinebiografia Trumbo: Lista Negra(2015), onde ele foi representado por Bryan Cranston.

***Richard Harris representou o professor Alvo Dumbledore, diretor da instituição de Hogwarts nos filmes Harry Potter e a Pedra Filosofal(2001) e Harry Potter e a Cãmara Secreta(2002) dirigidas por Chris Columbus, inspiradas nas séries de livros da britânica J.K.Rowling. Sua participação em Cãmara Secreta marcou seu trabalho póstumo, isso porque Harris havia falecido em 25 de Outubro de 2002 em consequência de um câncer linfático faltando duas semanas para o lançamento do filme. Com sua morte, quem passou a assumir o papel de Alvo Dumbledore a partir de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban(2004) foi o saudoso Michael Gambon(1940-2023) dirigido por Alfonso Cuarón que os representou nos filmes seguinte da franquia que foram: Harry Potter e o Cálice de Fogo(2005) dirigido por Mike Newell, Harry Potter e a Ordem da Fênix(2007), Harry Potter e o Enigma do Principe(2009), Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1(2010) e Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2(2011) dirigido por David Yates. Harris também deixou postumamente sua participação na minissérie Júlio Cesar(2002) e na animação Kaena-A Profecia(2003). 

 


quinta-feira, 22 de maio de 2025

10 ANOS SEM JOHN NASH

 

No dia 24 de Maio de 2015, a ciência perdeu um brilhante intelectual como o matemático John Nash que morreu de forma tragicamente acidental quando estava de carona em um táxi na Costa Leste dos EUA acompanhado de sua esposa que também não sobreviveu.



      Em 1994, John Nash ganhou o Prêmio Nobel de Economia por sua grande contribuição acadêmica com a Teoria dos Jogos.



     No entanto, um fator que mais despertou o interesse mundial sobre o matemático, muito mais do que ele ter ganhado um Nobel como um grande benfeitor da humanidade foi o seu drama pessoal em lidar com a esquizofrenia.




      Um mal que o atingiu por décadas até ele ir aos poucos conseguindo encontrar maneiras de como lidar com  este problema, o tornando um exemplo de superação.  Este seu drama pessoal ficou bem exposto mundialmente principalmente depois que em 2001 foi lançado o filme Uma Mente Brilhante( The Beatifull Mind, EUA, 2001).

     Nesse drama biográfico do matemático, dirigido por Ron Howard que contou como base em seu roteiro no livro homônimo da jornalista Sylvia Nasar, publicado em 1998 que ficou a cargo do roteirista, produtor e diretor Akiva Goldsman a função de adaptar os relatos apresentado no livro para o enredo do filme.

 

 


O drama biográfico sobre o gênio da matemática contou no elenco com Russel Crowe como protagonista, que na época já era mundialmente famoso por estrelar o épico Gladiador (Gladiator, EUA, Reino Unido, 2000) que lhe rendeu seu único Oscar na carreira.    Também contou com Jennifer Connelly no papel de Alicia, esposa do John Nash e Ed Harris e Paul Betany representando a figura das pessoas imaginárias da cabeça do matemático.

 Na edição do Oscar de 2002, o filme ganhou quatro das oito categorias em que foi indicado entre eles de melhor filme, melhor roteiro adaptado, melhor diretor para Ron Howard e melhor atriz coadjuvante para Jennifer Connelly. 



 E contou com a parceria da Universal Pictures com a DreamWorks na distribuição,  irônico pensar que um grande estúdio de animação que muitos leitores podem até associar  a Shrek(EUA, 2001), lançada então na mesma época tenha ficado responsável por produzir e  distribuir  este excelente filme de arte.

 

 


O filme apresenta  a vida de Nash, já o estabelecendo como  jovem aluno universitário, onde neste momento é apresentado  um pouco de sua maneira bem excêntrica de como elaborava cada cálculo matemático e também de tão envolvido que estava onde até nos momentos de lazer como estando num bar reunido com seus amigos universitários até mesmo na hora  de tentar paquerar falava demais em probabilidades teóricas matemáticas.

Nesta primeira etapa que o filme apresenta da vida de Nash como aluno universitário, é apresentado ainda que de uma forma bem amenizada e sem precisar ser tão didático o gênio da matemática já vai apresentando os seus primeiros sinais de que estava ficando esquizofrênico quando um dia aparece em seu alojamento um suposto novo colega companheiro de quarto que se apresenta como Charles(Paul Bettany).  Ao mesmo tempo em que também vai apresentando as suas primeiras formulas que serviram de base para ele seguir carreira acadêmica na mesma universidade.





O filme vai se desenvolvendo ao apresentar a etapa dele já estabelecido em sua carreira docente, com a mesma excentricidade de antes é neste momento que os sinais de sua esquizofrenia vão cada vez ficando mais evidente por viver obsessivo numa ideia de conspiração russa contra os Estados Unidos, ainda mais por apresentar o seu forte vínculo com o Pentágono, isto fica claro quando lhe aparece de um suposto agente secreto do Governo Americano William Parcher(Ed Harris)   que o manda prestar serviço sigiloso para a agencia dele, sem fazer a menor ideia de que ele é outra das figuras  imaginárias da cabeça dele. 

E como se já não bastasse imaginar duas pessoas imaginarias, aparece então uma terceira pessoa, uma menina acompanhada de Charles que ele a apresenta como sua sobrinha.





Também é nesta passagem do filme que é apresentado Alicia(Jennifer Connelly), sua futura esposa, que inicialmente ela é mostrada  como sua aluna em um momento muito inusitado do filme quando ele entra na sala de aula, e todo excentricamente desajeitado se dirigi a única janela aberta e fecha por causa do barulho de uma reforma do lado de fora. Onde ela aparece chamando a atenção dele abrindo a janela e pedindo carinhosamente aos operários para diminuírem o barulho para eles poderes assistir a aula do Professor Nash.

 

 

 

Sendo neste momento o começo para os primeiros flertes amorosos entre Nash com sua então aluna Alicia que vai se desenvolvendo no começo da paixão dele até virar de fato um casamento.

Daí por diante o filme vai mostrando que os sinais da esquizofrenia estavam ficando mais evidente junto aos discursos que Nash falava sobre conspiração comunista começam então a preocuparem todos ao seu redor. 

Ele só vai chegando a esta conclusão depois que durante uma apresentação sua aparecem uns homens que ele pensa serem espiões mandados por Parcher para lhe prenderem quando na verdade eram homens da clínica de psiquiatria do Dr. Rosen(Christopher Plummer) que o mandam para a internação neste lugar.

É a partir daí então que o filme entra no foco de apresentar o drama de como ele lidava com a esquizofrenia.  Drama este que o atormentava bastante, quase chegou a comprometer sua carreira docente assim como quase comprometeu sua vida afetiva. Entre umas recaídas e outras o filme vai mostrando ele sabendo como lidar com o seu próprio mal psicológico, consegue volta a exercer a sua função docente até ser concluído com o ganho do Nobel.

        Bom o que até  aqui descrevi não chega a ser um spoiler, mesmo porque o filme já foi lançado faz muito tempo então basicamente quem já assistiu dezenas de vezes deve saber que o filme  tem um final excelente, passando uma excelente mensagem de como cada um de nós podemos encontrar caminhos para nos superar.

Fazendo uma análise crítica de hoje sobre o filme no aspecto técnico principalmente das oito  categorias em que concorreu  do Oscar de 2002, ele bem merecia ter ganho  em todas, Russel Crowe no papel principal bem merecia ter ganho na categoria de melhor ator, já que da maneira como ele se entrega  ao personagem de uma forma muito minuciosa em cada detalhe e em cada movimento corporal bem fez merecer ter ganho nesta categoria, o que acabou  não ocorrendo.

Também concorreu a categoria de melhor edição, mas não ganhou, mas bem merecia pelo excelente e meticuloso trabalho da fotografia e da direção de arte.      Assim como também concorreu a melhor trilha sonora original e não ganhou, mas bem merecia, pois cada música instrumental do filme orquestrada pelo saudosos  maestro James Horner(1953-2015) combina bem para os diferentes climas apresentado em cada cena.

 Para finalizar sobre as categorias do Oscar em que concorreu, mas não ganhou, está de melhor maquiagem.  Bem merecia ter ganhado nesta categoria em que concorreu principalmente pela maneira como a direção de arte deste filme criou uma excelente composição da caracterização do John Nash envelhecendo onde fez Russell Crowe ficar bem convincente na pele do Nash aparentando nas cenas clímax onde recebe o Nobel ter uns 60 anos de idade, ainda mais ele que na época que tinha se tornado famoso mundialmente após Gladiador era ainda bem novo na faixa dos 30 anos, assim como Jennifer Connelly também ficou bem  com a caracterização da Alicia mais velha, mesmo sendo ainda nova na época, mas já com um longo currículo de cinema, e  na época estando numa idade em que estava bem no auge da beleza  conseguiu transpor um tom de veracidade a personagem com esta idade não correspondente a sua idade real graças a maquiagem.

 O filme pode não ter dado a Crowe, o Oscar de melhor ator, em compensação por este mesmo papel foi premiado na mesma categoria com o Globo de Ouro, o Screen Actors Guild e o BAFTA. 

Com relação as quatro categorias do Oscar que ganhou, foi também por um grande merecimento.   Ron Howard mereceu ganhar na categoria de melhor diretor por ter sabido agir de uma maneira muito meticulosa ao apresentar para o público vasto que pouco conhecia  sobre a importância de   Nash como genial intelectual que era mais por este lado mais dramático fazendo com que cada um procurasse refletir sobre os labirintos que a vida nos impõe e como devemos encontrar caminhos alternativos para conseguir superar sem precisar ficar se lamentando. Akiva Goldsman o responsável pela adaptação do roteiro, também mereceu ganhar na categoria de melhor roteiro adaptado, o que com certeza imagino que não deve ter sido uma das tarefas  mais fáceis.

 

Como nunca havia lido o livro, seria meio hipócrita de minha parte fazer umas comparações um tanto quanto desnecessárias para provar por A+B que o livro é muito melhor que o filme.

Eu posso colocar o seguinte raciocínio: se para um cineasta que pensa em transformar um excelente livro de ficção, principalmente se a narrativa for de um romance que é uma clássica obra-prima de um autor célebre ou mesmo um livro que poucos conhecem numa obra-prima do cinema, se já é difícil ao adaptar para as telas as descrições de cada página, de cada capitulo, precisando em alguns momentos agir com frieza para  descartar passagens perfeitamente descritas no livro, mas que na tela poderiam resultar de forma incompreensível ao público, ou mesmo pensando no tempo de duração do filme, cortar personagens dos livros e criar alguns  especificamente para o filme,  e usar um pouco da liberdade poética que tem para criar situações que não tem nos livros mas colocam nos filmes ou mesmo modificar alguns personagens com essências exageradas, principalmente se for por alguma pressão do produtor exigir  que eles tem de serem amenizados,  entre outros fatores, isto também não fica diferente com relação a Uma Mente Brilhante. 

Ainda mais se pensarmos que o livro cuja   base  serviu para a ideia  do roteiro do  filme trata-se de narrar a história verídica de uma pessoa real como o matemático John Nash.  Então o trabalho deve ter sido mais penoso ainda, com certeza imagino que no livro da Sylvia Nasar há descrições de situações muito controversas que por diversos motivos foi preciso ser não ser incluído no filme, segundo as descrições das fontes que pesquisei para escrever este texto, o filme não apresenta que no momento em que Nash estava em estado bem comprometedor com a esquizofrenia, a sua esposa Alicia e ele entraram com o processo de divórcio em 1963, mas mesmo assim ela continuou o ajudando e acompanhando em seu tratamento.       Passagem esta que nem sequer é mencionado no filme, deve com certeza conter no livro onde curiosamente até a época em que esta sua biografia foi publicado John e Alicia Nash ainda estavam legalmente divorciados, só muito posteriormente ao lançamento do livro que depois viraria filme, é que ele ao garantir para ela que havia conseguido se controlar da doença é que resolveram reatar a união casando-se novamente.

 Também imagino que no livro continha umas descrições com teor muito pesado do momento em que estava em total estado delirante, principalmente com algumas palavras pesadas a respeito de pessoas do seu vínculo de convivência, que necessariamente por questão de bom senso ou mesmo para não criar muita confusão para não deixar a trama do filme tão pesada, foi também necessário ficar de fora para assim poder o filme ficar mais suavizado. 

Outro detalhe curioso que descobri nas fontes que pesquisei  para este texto,  que no filme também não é mencionado, mas talvez possa aparecer  descrito no livro, é que antes de nascer o único filho da união de John fruto de sua união  com Alicia,  inclusive  no filme é mostrado  que ela ainda estava grávida quando Nash foi para a internação,  ele  já tivera antes um filho fora do casamento que foi fruto do seu  relacionamento com uma enfermeira.   Provavelmente este detalhe tenha ficado de fora do filme, talvez para não ficar tão chocante a ponto de distorcidamente a crítica e o público pensarem que ele foi um sacana, um cafajeste com a companheira  que tanto o amava e tanto lhe deu apoio, principalmente para ele enfrentar a  esquizofrenia, o mal que o deixava totalmente fora da realidade.

 

De todo jeito Akiva Goldsman conseguiu elaborar  um bom roteiro, e que por isso mesmo mereceu levar o Oscar de melhor roteiro adaptado, assim como a Jennifer Connelly mereceu ser premiada no Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante.   Ela mostra um brilhante desempenho como a Alicia Nash, a companheira de toda a vida de Nash, até mesmo na morte.  Ela bem apresentou a personagem ao público desde o primeiro momento em que se encontra na sala de aula onde ele está lecionando e ela é apresentada primeiro como sua aluna para depois virar sua esposa.

 

É principalmente no momento do filme mais dramático do filme onde ela grávida descobre na clínica psiquiátrica onde Nash foi internado ao saber por meio do Dr. Ronsen que ele sofria do mal, que ai ele entrega de verdade a situação dramática de tentar segurar o rojão cuidando de uma criança para nascer com um marido mentalmente perturbado onde ela precisa ficar lembrando constantemente das doses diárias dos medicamentos dele para ter controle.

Os medicamentos que ao conseguirem fazer efeito esperado, também lhe causam como grande efeito colateral uma abstinência sexual, por exemplo, e lhe tirarem a capacidade produtiva.

 Situação que fez Alicia chegar a pontos de também se enlouquecer, como na cena em que de tão raivosa que fica grita e quebra o espelho do banheiro. Ela também conseguiu neste filme estar em sintonia ao contracenar com Crowe, mostrando terem  ambos uma excelente química em cena, onde inclusive muitos anos depois ela voltaria a contracenar com ele no épico bíblico Noé(2014), onde fez o papel da esposa do personagem-título vivido pelo Crowe. 

E na parte da maquiagem onde ela ficou perfeita aparentando ficar mais velha, mesmo sendo ainda nova e estando no auge da beleza ela fica bem convincente com a caracterização perfeita da Alicia já idosa, foi bem merecido ela ter levado o Oscar e de melhor filme não tenho como do que descrever a obra primorosa que foi mostrada com uma qualidade e apuro técnico incrível. 

Tudo o transformou num filme que merece ser sempre assistido infinitas vezes, por se tratar de uma obra de arte impecável.  Em outros aspectos que posso elogiar bastante que não destaquei outros parágrafos e vou descrever aqui é na  fotografia do filme perfeitamente incrível, principalmente nos efeitos especiais  dos enquadramentos da visão da sua leitura em forma de códigos,  onde podíamos nos proporcionar um brilho tanto nas leituras alfabéticas quanto nas leituras em numerais. 

 

Destaquei aqui do elenco, o brilhante desempenho do Russell Crowe no papel principal e da Jennifer Connelly como a Alicia que de todo o elenco foi a única premiada no Oscar,  também dou destaque ao brilhante desempenho mostrado por Paul Betany como o Charles, o amigo invisível de John Nash. Ele trabalhou bem a personalidade de um cara que só existe na cabeça de alguém, e que quando Nash o ignora fica completamente irritado, de uma forma bem convincente.

 Este papel renderia futuramente bons louros em Hollywood.  Ele posteriormente voltaria a trabalhar com duas pessoas importantes do filme. Voltaria a trabalhar junto com Russell Crowe em Mestre dos Mares-O Lado Mais Distante do Mundo(2003) e  com o diretor do filme Ron Howard o escalaria posteriormente para o papel do Monge Silas em O Código DaVinci(2006).

Também destaco o brilhante desempenho do veterano Ed Harris no papel do William Parcher, o imaginário agente secreto do Governo Americano, que vive enchendo a cabeça dele de paranoia.  Além de mostrar um desempenho brilhante desse ser imaginário, ele também aparece impecavelmente bem vestido com direito a um charmoso chapéu que cria no personagem bem um tom de gangster de filme noir. 

E para  o também veterano Christopher Plummer(1929-2021)  esteve ótimo no papel do Dr. Rosen, aproveitando bem o tempo de presença do personagem  que cumpriu aquela função mais didática de como especialista na psiquiatria explicar para o público o que é a esquizofrenia,  ele neste papel convenceu bem como um profissional que domina o assunto.

 Para encerrar, destaco aqui os ótimos detalhes datados de cada cenário apresentado no filme vai indo de acordo com o que vai desenvolvendo ao apresentar as diferentes etapas da vida de Nash, os figurinos também são outro detalhe a parte somados a tudo mais e um pouco do que foi trabalhado neste filme.

Posso resumir que este filme apresenta uma abordagem de compreendermos a importância da saúde mental que é tão negligenciada pelos nossos governantes.

 

Para encerrar uma bonita frase de John Nash:

“É somente nas misteriosas equações do amor que qualquer lógica ou razão pode ser encontrada. Você é a razão de eu estar aqui hoje, você é a razão de eu existir, você é todas as minhas razões.”

JOHN FORBES NASH JR.

(1928-2015).

terça-feira, 20 de maio de 2025

EM MEMÓRIA DE DIVALDO FRANCO

 

No dia 13 de Maio de 2025, o Brasil perdia o importante médium e filantropo  Divaldo Franco, aos 98 anos após enfrentar uma luta contra um câncer na bexiga.




Aproveito o momento para compartilhar a experiência que tive em estar cara a cara com ele quando em Março de 2020, eu participei de excussão para Salvador-BA onde visitei a Mansão do Caminho que ele construiu para atender a população carente.

A visita ocorreu nas semanas que antecederam ao anuncio da quarentena mundial por conta da pandemia de Covid-19.

Em sua memória compartilho aqui  como foi meu diário em visitar o lugar e minhas impressões e um pouco também do turismo que fiz em outros lugares de Salvador.

Aqui vai então meu relato dessa experiência.

No primeiro dia que chegamos na capital, que foi na quinta-feira, 05 de Março, fomos  a noite visitar a Mansão para assistir a palestra do médium Divaldo Franco.

Eu tive o privilégio de me aproximar dele antes de fazer a palestra e pedir conselhos para mim superar  os meus transtornos que eu sinto em relação as minha lembranças com o bullying na escola que ainda hoje me atormentam,  e  aproveitei para tirar  uma foto com ele.



 

Para falar com ele,  enfrentei uma longa fila para conseguir conversar com ele e pedir justamente esses conselhos e registrei aquilo em foto. Eu por incrível que pareça me ajoelhei para poder falar com ele, mas foi também por respeito a sua condição de saúde, ele naquele momento com a idade já avançada e havia enfrentado uma cirurgia nas costelas precisava de mais cuidados. Mas mesmo assim, ele com sua voz mansa conseguiu me dar uns bons conselhos para mim consegui superar esse meu carma.

Foi uma experiência indescritível, e depois ficamos para vê sua palestra.  Senti uma energia revigorada.

 

No dia seguinte, na sexta-feira fomos fazer o passeio para conhecer a Mansão como estava programado no roteiro,  embaixo de chuva e com muita trovoada.

Um lugar grande, com muito espaço  de assistência médica,  educacional, destinada  para a população carente.  E com um espaço de memorial. Que mostrava os registros de diferentes lugares que ele já visitou e com personalidades que ele conheceu.

O mais curioso aconteceu quando a gente estava passando pelos berçários com as crianças tomando banho, o guia nos orientou a não  nos aproximarmos para abraça-las para evitar uma distração delas, mas quando ela nos abraçou foi difícil a gente se segurar.

Naquele mesmo dia, pela tarde após almoçarmos,   fomos fazer o restante do passeio para conhecer o Pelourinho e subir o Elevador Lacerda.

Visitamos a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, apreciamos por dentro a arquitetura barroca banhada a ouro, um verdadeiro deleite para os nosso olhos, foi assim com as visitas as outras igrejas.

Os antigos paralelepípedos tombados, as casa em construções coloniais, o lugar que serviu de locação para o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos(Brasil, 1976) inspirado no romance de Jorge Amado(1912-2001) e para o videoclipe da canção They Don´t Care About Us do  astro pop americano Michael Jackson(1958-2009) junto com o Olodum.

O local da sede do Olodum e a Casa de Jorge Amado. 

No mesmo dia visitamos também o Santuário de Irmã Dulce, a freira nascida Maria Rita de Sousa Brito Lopes, que quando abraçou o sacerdócio adotou o nome de Irmã Dulce(1914-1992), em homenagem a sua mãe Dulce Maria de Sousa Brito. 

Ficamos impressionados do quão grande  e espaçoso  era ali, o lugar tinha uma réplica em tamanho real dela de quando foi feita para a cerimônia de sua despedida desse plano físico.

Depois passamos pelo Mercadão, onde comprei a escultura de uma baiana toda brilhosa.

Após isso, fizemos nosso passeio no sábado, nosso penúltimo dia, onde só  eu e meu pai fomos prestigiar o Projeto Tamar, com outra empresa de turismo, a Tartaruga Azul. Onde alguém foi responsável por levar eu e meu pai do hotel para a van que estava nos esperando numa orla marítima da praia que se não me falhe a memória de Jardim de Alá. Nessa van conhecemos  umas sete  pessoas que nos acompanharam pelo passeio ao Tamar, era um casal paulista, um casal uruguaio, um casal chileno e uma bela jovem ruiva chamada Nicole.

Durante o trajeto na van aos nos dirigirmos ao Tamar, ela parou em frente a orla marítima de Itapuã para apreciamos a mansão em frente a mansão para o guia nos explicar que aquele lugar era muito especial, porque já foi residência de um dos maiores nomes da música brasileira Vinicius de Moraes(1913-1980),  que apesar de não ser autenticamente baiano como Gil e Caetano, morou neste lindo lugar da Bahia onde eternizou em versos na canção Tarde em Itapuã que teve fundo tocado dentro da van.

“Passar uma tarde em Itapuã,

Ao sol que arde em Itapuã,

Ouvindo o mar em Itapuã,

Falar de amor em Itapuã

Conhecer o lugar de preservação da vida marinha, foi incrível e ao redor dele também. Super gratificante.

       Assim que chegamos a Praia do Forte onde fica localizado o Tamar, nos deparamos com um lugar cheio de comércio a céu aberto, uma minicidade com bancos, lanchonetes, restaurantes, a Sorveteria da Ribeira e tantas diversas variedades de lojas dos mais diferentes produtos.

        Onde em qualquer distração sua, você pode se perder no meio daquele labirinto. Aquilo parecia a CCAB(Centro Comercial Aluísio Bezerra) Norte e Sul que tem aqui em Natal-RN, mas muito maior. Nem se compara.

                No Tamar fiquei impressionado em observar o quanto o lugar era enorme e cheio das mais variadas espécies marinhas. De peixes a tartarugas-marinhas, tubarões, arraias dentre os mais diferentes tipos de espécies.

                  O mais legal mesmo foi observar eles sendo alimentados pelos biólogos marinhos. Quando eles jogavam qualquer pedacinho de carne para eles comerem, a disputa ali era enorme.

                    Cada espécie ficava num tanque, era coisa mais maravilhosa que já vi nesse mundo. Um projeto de preservação a vida marinha com espécies que sofriam a ameaça de extinção.

                      Havia uma sala apresentando uma linda sessão de cinema que mostrava um documentário sobre o trabalho desenvolvido pelo Tamar.

                          Depois disso, demos uma volta pelas redondezas do comércio dali, paramos numa unidade da Sorveteria da Ribeira, onde pedi uma casca para me refrescar naquele sol escaldante e caminhando por aquele labirinto se você ficar distraído.

              Após essa etapa do passeio, fomos a Praia do Forte, onde lá eu e meu pai fomos fazer nossa boquinha num barzinho. Comemos um espetinho de peixe, já que não estávamos com muita fome.

              Havia algumas pessoas que aproveitaram para levar trajes de banho para curtir o mar e o sol. Como eu não levei, fiquei apenas observando, até porque há tempo que eu havia perdido completamente o interesse por banho de mar. Quando criança amava,  mas depois de adulto fui perdendo o interesse.

                Ali ao redor havia muitas casas de veraneio de luxo, só de grã-finos com uma linda paisagem cheia de árvores e coqueiros.

                  Uma linda paisagem é o ingrediente perfeito para uma inspiração romântica, ou mesmo poética. Principalmente quando você se depara com uma bela gatona de biquini.

                    Foi assim mais ou menos a sensação quando fiquei observando Nicole, a bela moça paulista que fazia parte do grupo de passeio naquela e ensolarada tarde de sábado na Praia do Forte.

                      Fiquei observando ela todo hipnotizado e sentado, trajando um biquini, pousando como uma sereia recém-saída do mar de meia hora.

                        Nicole,

                         Uma mademoiselle dos cabelos de fogo.

                        Sua pele branca leitosa a fazia parece um manequim.

                          O desfile dela de biquini verde deitada na areia da praia a deixava parecendo uma linda mera ou quem sabe uma qualquer vinda do mar, como a Iemanjá.  Vê-la de biquini na praia me fez ouvir dentro da minha cabeça uma canção do Asa de Águia que bem pode descrever a sensação que eu tive ao contemplar sua divina beleza:

“Menina do mar

Menina do mar eh!

Menina do mar

Menina do mar eh!

Tô louco de dengo pra te ver

Eu só quero um pouquinho te amar

Mas se a vida me leva no calor

Faço tudo se você me der amor”

                               Só sei, que além de ficar contemplando a beleza da praia,  fiquei conversando com o casal uruguaio que estava sentado no lugar que eu estava contemplando a linda paisagem da Praia do Forte. Também fui conversando um pouco com a própria Nicole, principalmente para saber como curiosidade se o cabelo vermelho dela era mesmo natural? E ela foi me respondendo que sim, e dessa forma a nossa conversa foi fluindo.

              Eu lembro bem que quando entrei na van ao retornar ao Hotel,  eu não parava de olhar um momento para a Nicole. Naquele mesmo dia, a noite eu tinha visto um filme brasileiro na TV, passando  num canal pago e quando vi uma cena que tocava a canção Uma Noite e Meia  da Marina Lima. Eu não conseguia tirá-la da minha cabeça. Fazendo mil devaneios  a visão pitoresca de imaginar como  seria eu um Shrek namorar uma Fiona como ela? Como teria sido se ela tivesse me chamado para fazer companhia com ela na beira da praia, e aproveitarmos aquela linda paisagem panorâmica edênica, que inspira poesia, para nos beijarmos e fazermos amor. Seria cômico demais. No devaneio tudo é possível.

             Lembro de ler no noticiário local, os primeiro registros de coronavírus aqui no Brasil, cujas primeiras vítimas eram de brasileiros voltando do exterior. De países como a China e a Itália onde tiveram os primeiros registros.

             Graças a Deus que esta viagem ocorreu antes de começar este período de quarentena. Por causa dessa que anda causando pânico no mundo inteiro.  

           

                No balanço final, foi uma ótima experiência, participar dessa excussão a Mansão do Caminho, eu já tinha visitado Salvador-BA outras vezes, mas nunca havia conhecido esse lugar e ser tão bem recepcionado pelo pessoal foi único. E poder nessa oportunidade pedir um conselho espiritual a Divaldo Franco. Foi inesquecível.

Im Memoriam,

Divaldo Franco,

(1927-2025).