quinta-feira, 8 de maio de 2025

OS FILMES DOS ANOS 2000 QUE ENVELHECERAM MAL

 

Em 2025, se  completa 25 anos que a humanidade testemunhava a transição do final do século 20 para o começo do século 21. E é nesse distanciamento de tempo que selecionei umas 10  produções que foram lançadas ao longo de todo o ciclo dos anos 2000 fossem aclamadas ou esquecidas que olhando hoje em dia envelheceram mal fossem por quais motivos.  

Ela não é hankeada é baseada na minha opinião a respeito de quando os vi pela primeira  vez fosse quando foram lançados nas telonas, e depois na transição das  fitas VHS para as mídias digitais dos DVDs e assistindo passando nos canais a cabo.

 

 

Então vamos a lista:

 

 

TODO MUNDO EM PÂNICO(2000)




A sátira cômica da franquia de terror Pânico(Scream, EUA,1996), que foi concebida pelo trio dos Irmãos Wayans, onde um deles Keenen Ivory Wayans é quem assina como diretor e os outros dois Marlon e Shaw assinam a produção e estrelam o filme, que apresenta uma estética cômica paródica com os filmes de terror do momento e com outras produções.

Isso já mostra como o filme ficou datado, junte ao seu tipo de humor besteirol com usos de recursos escatológicos e piadas de cunho ofensivo. É por esse motivo que Todo Mundo em Pânico figura na minha lista dos filmes dos anos 2000 que envelheceram super mal.



AMERICAN PIE 2-A SEGUNDA VEZ É AINDA MELHOR(2001)



O segundo filme da franquia cômica American Pie-A Primeira Vez é Inesquecível(American Pie, EUA, 1999), esse segundo filme da franquia figura na minha lista como um dos filmes dos anos 2000 que envelheceram mal, em especial porque sua estética cômica teen sexy já teve seu auge nos anos 1980 com Porky´s(EUA, 1981) se mostrava um tanto antiquada para a geração dos anos 2000 mostrava ser um tanto antiquada ainda pela forma como eles abordaram a relação homoafetiva, mais especificamente lésbico quando eles se deparam com duas mulheres num acampamento de férias.

Um tipo de  piada que seria impensável de ser replicada pelo tom machista e lesbitofóbico.



007-UM NOVO DIA PARA MORRER(2002)




Lançado no ano em que a longeva franquia 007 completava 40 anos, inspirado na série literária do britânico Ian Fleming(1908-1964). Que já não contava mais com o comando da  dupla de executivos da Eon Productions formada por Albert R. Brocolli(1909-1996) e Harry  Saltzman(1915-1994)  que foram os responsáveis por transforma 007 numa marca.

O primeiro 007 do século 21, marcou o último filme da franquia  a contar com Pierce Brosnan no papel de James Bond que ele passou a representar a partir de 007 Contra Goldeneye(Goldeneye, Reino Unido, EUA, 1995), foi um filme cuja história foi muito mal desenvolvida e a qualidade dos efeitos especiais chega a soar brega vendo hoje em dia. Justamente por isso é que esse filme figura como um dos filmes dos anos 2000 que envelheceu mal.



HULK(2003)




Bem antes do Hulk que conhecemos no Universo Cinematográfico Marvel.  O Gigante Esmeralda  já havia ganhado uma adaptação para cinema com os telefilmes do Hulk lançado nos anos 1980.  Onde ele era alternado entre o saudoso ator Bill Bixby(1934-1993) fazendo David Banner  e o ex-fisiculturista Lou Ferrigno na versão gigante transformado em Hulk que faziam na série dos anos 1970.

Nessa produção de 2003, que foi dirigido pelo taiwanês Ang Lee, cineasta renomado internacionalmente pelo filme  O Tigre e o Dragão(Wòhǔ Cánglóng, China, Hong Kong, Taiwan, Estados Unidos, 2000) apresenta um enredo  que se desenrola muito vagarosamente e o efeito especial com  o CGI melhor que se tinha para a época, mostra o maior exemplo  de como esse filme ficou datado.



O EXPRESSO POLAR(2004)




Esse filme natalino  estrelado por Tom Hanks, dirigido e roteirizado  por Robert Zemekis que dividiu a função com William Broyles Jr., baseado num livro de Chris Van Allsburg que também esteve envolvido como um dos produtores executivos.

A principal razão para esse filme figurar na minha lista dos filmes dos anos 2000 que envelheceram mal se deve ao fato da produção utilizar da técnica do mocap. Que é a captura de movimentação digital dos atores.

Se para a época essa inovação foi vista como inovadora, olhando hoje em dia gera uma forte estranheza a qualidade um tanto fotorealista que essa técnica imprimiu.

Vê Tom Hanks em traço muito cartunizado se revezando em diferentes papeis gera uma sensação um tanto desconfortável. Do mesmo modo posso colocar com relação as crianças que a gente acompanha nessa jornada pelo expresso até o Papai Noel que foram representados por adultos.

A qualidade desse mocap faz parecer como o filme ficou brega, me faltando outras palavras para definir.



    O GALINHO CHINKEN LITTLE(2005)




Essa esquecida animação da Disney, lançada naquele período  que a empresa vivia a sua Era da Experimentação, cujo ponto de partida  ocorreu com o  lançamento de  Dinossauro(Dinosaur, EUA 2000) tentando trazer uma proposta diferente.

Usando pela primeira vez do CGI fotorealista em 3D e  também marcado pelo lançamento de A Nova Onda do Imperador(2000), que usava uma técnica tradicional do 2D, mas que dividiu as opiniões por sua história um tanto medíocre.

Junte a isso ao fato de que, ao longo dos primeiros anos desse  século 21, a Disney encarou uma forte concorrência com a DreamWorks que lançou a animação Shrek(2001) que usava de uma envolvente história cômica ao universo dos contos de fadas que ela construiu ao longo de décadas e usando o CGI, que se tornou o padrão  das animações daquele período e a Disney estava sofrendo um declínio com as produções de animações tradicionais em 2D que lançou até 2004, que a fez a Disney entrar em sua Segunda Era Sombria, a primeira foi durante os anos de 1970 a 1988, que teve início depois da morte de seu fundador Walt Disney em 1966, foi nessa época que a Disney adotou o modo mais simplificado de animação em xerografia para diminuir os custos, o que afetou a qualidade das histórias que teve o fim com o lançamento de A Pequena Sereia em 1989 que deu inicio a sua Era da Renascença que durou até 1999 com o lançamento do filme de Tarzan.

Pois bem, foi justamente nesse contexto especifico que a  Disney  estava passando  na primeira metade dos anos 2000, onde alguns dos  títulos lançados no modelo tradicional 2D, estavam virando uma série de fracassos que a Disney passou a partir de O Galinho Chicken Little a produzir no padrão 3D que outros estúdios estavam adotando na época.

Nessa animação que contou com a direção de Mark Dindall e com roteiro assinado por Steve Bencich, Ron J. Friedman e Ron Anderson, baseado na fábula de Henry Penny que a Disney já havia adaptado como animação, mas, no formato de curta-animado lançado em 1943, ou seja, durante a Segunda Guerra Mundial.

 “O filme também é o último filme de animação da Disney feita antes de John Lasseter ser nomeado chefe de criação da Disney Animation, e o último filme da Disney lançado sob a égide "Walt Disney Feature Animation"”(Fonte: Wikipédia).

Ele também foi um fracasso de bilheteria e ao revisitar hoje o que eu constatei como o fato dele ter envelhecido mal está na forma como foi concebida o traço 3D, em especial nas texturas dos cabelos dos personagens que mostra-se como não foi feito nenhum cuidado. Fora a história que é muito medíocre para se dizer o mínimo. Por conta disso, é que essa animação  caiu  no esquecimento com o passar dos anos.

 

 

DEU A LOUCA NA CHAPEUZINHO(2006)





Essa animação produzida de forma independente  pelas produtoras Blue Yonder Films e  Kanbar Entertainment, inspirado na famosa personagem dos contos literários infantis que surgiu como uma lenda oral e teve sua história publicada pela primeira vez pelo francês Charles Perrault(1628-1703) e ficou mais popularmente  conhecida pela versão publicada pela dupla de escritores alemães formada pelos irmãos Jacob(1785-1863) e Wilhelm Grimm(1786-1859).

Que por ser de domínio público, já contou com diferentes adaptações, uma dessas  foi o curta-animado A Folgosa Chapeuzinho Vermelho(Red Hot Ridding Hood, EUA, 1943), produzido pela MGM e contou com a direção do mestre da animação Tex Avery(1908-1980).

 Nessa  adaptação que contou com a direção e roteiro dos irmãos Todd e Cory Edwards e de Tonny Leech.

O filme procurou tentar seguir bem a estética do que Shrek havia começado essa tendência de fazer filmes paródicos ao universo dos contos de fadas da Disney com a técnica do 3D.

Procurando subverter em trabalhar num mote policial investigativo, que assim no papel até que se mostra genial, mas na execução peca bastante.

Fora que o traço da animação é tão vagabundo que o torna bastante esquecível, por essas e outras é que ele figura na minha lista dos filmes dos anos 2000 que envelheceram muito mal.

 

 

 

A LENDA DE BEOWULF(2007)




Esse filme que usou da técnica do mocap, prova bem como envelheceu mal.

Dirigido por Robert Zemekis e com inspiração  na lendária mitologia do guerreiro viking, que após a criatura Grendell, se torna o rei e ainda enfrenta a ira de sua mãe e de um dragão.

O uso do mocap deixa os personagens com um aspecto estranho, artificial, onde ao mesmo tempo que você vê os atores em cena, não parece que eles naturalmente.

É uma prova do vale da estranheza.

 



HOMEM DE FERRO(2008)





Esse primeiro filme do Vingador Dourador que deu início a fase do Universo Cinematográfico Marvel de filmes conectados. Nesse primeiro somos apresentados a  um Tony Stark egocêntrico e muito inconsequente, vivendo sua vida de playboy. Nesse filme que contou com a direção do Jon Favreau, que também participa como ator representando o segurança Happy Hogan, apresenta os diferentes fatores que envelheceu mal, um dele é o fato de mostrar Tony Stark dando um pega numa jornalista que o entrevista, o que bem mostra o crime de assédio sexual principalmente ao leva-la para cama. E o fato de mostrar ele concebendo sua primeira numa armadura numa caverna no Afeganistão, que foi bem naquele em que o pais ainda estava sob domínio das tropas americanas que durou até 2021 e onde mostra ele agindo como o salvador branco dos afegãos, tudo isso prova como esse filme envelheceu mal. 



X-MEN-ORIGENS: WOLVERINE(2009)




Quem viu Wolverine retornando ao cinema no terceiro filme solo do Deadpool em 2024 e ficou bastante empolgado, sequer se lembra que quando o Deadpool apareceu em X-Men-Origens: Wolverine, sua participação é até hoje execrável.

Uma das razões está na maneira como ele foi completamente descaracterizado.

Isso de fato, está longe de ser o único problema dessa produção que contou com a direção de Gavin Hood, cujo roteiro foi escrito por David Benioff que tiveram o duro desafio de estruturar o mote da história de fazer um filme solo de um personagem derivado da franquia dos X-Men contando toda a sua vida pregressa, que novamente contou  com Hugh Jackman repetindo o papel. Isso é algo que no papel se mostrou genial, mas que na execução digamos,  falhou miseravelmente.

A parte que se mostra o maior calcanhar de Aquiles do  filme é no momento que aparece a Kayla(Lynn Collins), o par romântico do herói. Porque, no primeiro momento que ela aparece não demonstra ser uma mutante e ela termina sendo assassinada pelo Dente-de-Sabre(Lieve Schreiber) o que motiva o Wolverine por vingança aceitar fazer parte do projeto Arma X. Com ele adquirindo o adamantium em seu corpo e dá inicio a todo um clima de investigação, até ele descobrir que a morte da Kayla foi forjada pelo William Striker(Danny Huston), mostrando ser um plot twist muito decepcionante ainda mais que ela usava o poder mutante sem ele perceber de controle mental e tinha sido enviada pelo próprio Striker para ficar vigiando. Fora que a atriz coitada, é muito desperdiçada pelo texto horrível.

Dentre outros problemas, como por exemplo, o desempenho medíocre  de Will I Am na pele do Espectro, que foi companheiro de Wolverine no começo da história no grupo de mercenários liderados por Striker,  ele como ator mostra que tem mais talento mesmo como cantor. Porque ele não demonstra função alguma e mais desperdiçado é a participação de Taylor Kitsch na pele do Gambit, que coitado era para sua função mostrar  um bom ponto de virada na história, mas também é prejudicado pela maneira como o roteiro foi estruturado onde apresenta alguns furos, que se a gente for incluir em toda linha temporal da franquia dos X-Men acaba ficando mais complicado de entender, a ponto de deixar mais lacunas.

Para dar um exemplo mais especifico, nesse filme aparece a Emma Frost, a mutante que se transforma em cristal como uma das prisioneiras na ilha de Striker, e ela é apresentada como a irmã da Kayla, ela aparece com um aspecto mais jovial, porém anos depois quando ela apareceu em X-Men: Primeira Classe compondo o Clube do Inferno ela não menciona isso no seu passado e nem sobre sua família.

Essas coisas bestas, servem bem para explicar a falta de coesão narrativa que envolveu essa franquia.

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