sexta-feira, 10 de maio de 2013

A HISTÓRIA COMO ENTRENIMENTO


"OBRA-DE-FICÇÃO SEM NENHUM COMPROMISSO COM A REALIDADE".

 É isso o que muita gente ouve comentar sobre os meios de entretenimento como o cinema e a televisão, que por mais que muita gente diga que tipos como esse existem na realidade, principalmente em se tratando do mau-caráter, o bandido, ainda assim há pessoas que defendem esta teoria que eu acabei de comentar ai em cima. Uma coisa que eu não tiro a razão dessas pessoas, mesmo porque quando os autores retratam em suas obra-de-ficção, tanto os mocinhos, quanto os bandidos, ou mesmo os esquisitões, eles com certeza devem se inspirar nos tipos que ele conheceu na realidade.


Esse tema complexo que estou aqui tratando, dois dos meios de entretenimento que atrai muita gente, que usam dos mais diversos gêneros para agradar e vender.


E quando estes mesmos meios se utilizam de temas históricos importantes, a visão sobre como estes deois diferentes meios de entrenimento devem abordar a temárica histórica é vista como sobre diferentes olhares com uma certa desconfiança.


 Uma obra-prima  clássica que revolucionou o cinema,  e é assistido há muitas gerações: "E O VENTO LEVOU", considerada unanimidade por diversos críticos de cinemas como   a produção mais cara, inclusive existe uma controvérsia entre os críticos se o filme foi pioneiro ao usar a técnica da Tecnicolor, que dava uma coloração a película, algo que digamos assim em pleno final da década de 1930, isso foi visto como uma renovação , uma revolução. Muitos de nossos bisavôs que se lembram do filme descrevem passo a passo a conturbada história de amor entre a fútil e mimada Scarlet O´Hara(Vivien Leigh) com o mulherengo e galanteador Capitão Reth Butler(Clark Gable), mas o que com certeza eles talvez não tenham percebido é que o filme ele também indiretamente retrata um contexto histórico, ele se ambienta no período da Guerra Civil Americana, é curioso que um historiador poderia observar assim como eu particularmente observei é que a própria protagonista do filme, a controversa Scarlet O'Hara(Vivien Leigh), retrata bem uma visão desse contexto, ela era filha de um rico fazendeiro, que antes de estourar a Guerra, viviam uma vida próspera, figurando então como as elites, a Scarlet usava os vestidos mais caros do mundo frequentando todos os bailes,ou seja, vivia antes uma vida de glamour, até quando a Guerra estourou, ela viu sua fazenda decair, contrair dividas  e perder toda safra e para isso teve de lutar para conseguir repor tudo de novo.

O que  quero dizer com esse meu raciocínio é simplesmente a Scarlet representa imagem do típico camponês norte-americano rico desse período, que antes de ocorrer a Guerra, vivia prosperamente em ascensão com as riquezas que explorava da Terra, quando aconteceu a Guerra, a safra e a economia entraram emqueda, a prosperidade se foi e ela então teve de lutar de suas próprias mãos replantar o que lhe foi tirado para saldar suas dividas.














Importante obra-prima do cinema também pode ser analisada sob um ponto de vista histórico.






Um dos períodos da História que é pouco explorado pelo cinema é a Pré-História, o único que conseguiu ter a ousadia idéia de fazer foi "A GUERRA DO FOGO"(1981), uma obra do francês Jean-Jacques Annaud,esse mesmo que também produziu outro belo filme histórico sobre um outro período histórico importante, o inquisitorial em "O NOME DA ROSA"(1986).  Esse filme apesar de ser uma livre adaptação de uma obra-de-ficção, ou seja, inspirado no romance do italiano Umberto Eco, ele ainda sim consegue retratar fielmente, com algumas licenças poéticas, o cotidiano, a rotina dos monges desse período do século 13.Mostrando como era fervorosa sua fé e o pavor de se cometerem algum pequeno deslizes, poderiam serem condenados pela Fogueira da Santa Inquisição. 


Os períodos históricos que são mais explorados pelo cinema são sobre o Império Romano como por exemplo "BEN-HUR"(1959), "SPARTACUS"(1960), "QUO VADIS"(1951) e "GLADIADOR"(2000).
Alguns poucos  abordam sobre a Grécia, como "TRÓIA"(2004), por exemplo, boa parte é mais sobre alguns personagens mitológicos como por exemplo "HERCULES UNCHAINED"(1959), vivido pelo fortão Steve Reeves(1926-2000), já sobre o Egito existem poucos, mas dois que eu destaco que são as obras-primas "OS DEZ MANDAMENTOS(1956)" , baseado na passagem bíblica de Moisés e "CLEOPATRA(1963)", vivida pela bela Elizabeth Taylor(1932-2011) vivendo a grande rainha que a história já conheceu. A Segunda Guerra Mundial é o tema mais recorrente mais em produções cinematográficas, quando não é a Segunda Guerra Mundial é sobre a Guerra do Vietnâ, como no filme "APOCALYPSE NOW"(1979), por exemplo é a grande obra-prima que deu origem a uma série de filmes explorando o tema da Guerra do Vietnã, que gerou heróis que vivaram referências como os maiores ícones da década de 1980, como Rambo e Bradocck.














Este recurso é alvo de muitos professores de História do Ensino Fundamental e Médio, usarem como aparelho didático para poder debater com os seus alunos, muitas vezes por mais que tenha filmes que retratem uma realidade histórica fielmente pincelada, o roteirista assim como o historiador tenta se ater a mostrar apenas um período ou mesmo coloca alguns personagens ficcionais, utilizando os recursos das licenças poéticas já que não houve permissão para ser usado o nome das pessoas reais, tem filmes que procuram mostrar só um lado da moeda (ou seja uma visão tendenciosa) , todos os filmes Hollywoodianos que abordam a Segunda Guerra, mostram os americanos como os heróis, o salvadores do mundo, os bonzinhos, os Capitães Américas, já os alemães, são sempre retratados como os inimigos, os mauzinhos, os Caveiras Vermelhas e quando não são os alemães, são os japoneses como no filme "PEARL  HARBOR"(2001), onde eles são retratados como se fossem vilões de animes.



























Ou mesmo  no controverso "A QUEDA-AS ÚLTIMAS HORAS DE HITLER"(2004), que mostra uma imagem muito humanizada do tirano Adolf Hitler(1889-1945), em sua rotina  dentro dos bunkers, vivendo uma rotina como se fosse de  qualquer pessoa, do tipo eu, do tipo você, que estivesse passando por um sentimento de agonia, angustia, vendo seu pais ser totalmente arrasado e devastado, e tratando os seus subordinados como se fosse de uma forma a tratá-los como filhos.










 Em se tratando de fazer filmes biográficos sobre a importãncia de pessoas públicas já mortas, a visão tendenciosa e controversa pode gerar muitas polêmicas.

"LINCOLN", um filme recente dirigido por Steven Spielberg  fez um ótimo apanhado histórico sobre os bastidores de como Abraham Lincoln como Presidente dos Estados Unidos da América tomou uma importante decisão


Na televisão, como nas novelas ou minisséries globais, por exemplo, o trabalho para se construir e desenvolver uma trama época. Que além do trabalhão de reconstruir a cenográfia, os figurinos  que retratavam os hábitos e costumes da  época assim como o cinema também é trabalhoso, com o diferencial de o formato da televisão como a novela é uma obra aberta e que por depender do fator audiência a visão da crítica a este respeito é mais cobrada.







Na recente trama das seis, Lado a Lado que antecedeu a atual Flor do Caribe, por exemplo. A trama no decorrrer dos seus 154 capítulos retratou de uma maneira magnifica a a vida rotineira do Brasil do começo do século XX. Tentando se readptar a um novo tipo de realidade que agradava aos de mentes mais abertas e desagradava aos mais conservadores.  E o mais curioso foi como a trama contava com dois casais de protagonistas que representavam os constrastes sociais típico do Brasil desse período. De um lado tinha Laura(Marjorie Estiano) e Edgar(Thiago Fragoso) que simbolizavam a típica figura  do casal branco que simbolizavam as grandes elites  brasileiras decadentes, cuja união conjungal ocorre por causa do acordo de dote  entre suas famílias. Laura, por exemplo, representava o típico exemplo da jovem nascida no berço de uma família aristocrática falida depois que a escravisão foi abolida em 1888 e no ano seguinte foi declarada a Proclamação da República. Enquanto de outro lado tinha o casal Zé Maria(Lázaro Ramos) e Isabel(Camila Pitanga) que simbolizavam a típica imagem do casal negro marginalizado pela sociedade depois de quase vinte anos do fim  da abolição.Essa novela roteirizada por uma dupla de autores titulares iniciantes, formada por Claúdia Lage e João Ximenes Braga souberam como conduzir bem uma trama ambientada no principio do século passado, mostrando personagens ficcionais interagindo com importantes episódios que os antigos livros didáticos ocultam. De todo jeito, a maneira como a trama foi conduzida, construida e desenvolvida conseguiu passar para milhões de telespectadores espalhados do Oiapoque ao Chuí um retrato social rotineiro sobre diferentes pontos de vistas. A estética que esses autores colocaram na trama, pincelou de maneria magistral  o cenário brasileiro das primeiras décadas do século XX seguindo o comum esquema das tramas contemporãneas escritas por autores do calibre de Manoel Carlos, Gilberto Braga, Agnaldo Silva ou mesmo Silvio de Abreu que sempre procuram encontrar situações recorrentes no tempo presente para torná-las mais próximas da realidade. Lado a Lado não é o primeiro e nem será o último exemplo de novela global não ambientada no momento presente. Sinhá Moça, tanto nas duas versões, a primeira em 1986 e a segunda em 2006 pincelaram bem a vida rotineira dos escravos nos engenhos numa época que precedia a abolição. Terra Nostra(1999) que contava a saga da primeira leva de imigrantes italianos se instalando no Brasil no final do século XIX e principio do XX.  Assim como alguns exemplos de  minisséries como Anos Rebeldes(1992) pincelou bem o típico da vida juventude seiscentista em pleno auge da Ditadura Militar instaurada no Brasil em 1964. Assim como  A Muralha(2000) que fez também uma boa modelagem da vida rotineira dos bandeirantes em pleno Brasil-Colônia ou mesmo JK(2006), que além de contar toda a trajetória politica e também intima  do mais importante politico que o Brasil, Juscelino Kubitschek(1902-1976), retratou cada momento importante da História que teve sua colaboração, como a construção de Brasília. Ou mesmo, na novela da onze Gabriela(2012), que além de ser uma livre inspiração do famoso romance de Jorge Amado(1912-2001), além de ser marcado por exalatar a beleza e sensualidade da personagem também pincelou um interessante retrato histórico do Brasil em meados dos 1920. Numa Bahia em pleno auge da era de ouro da econômia cacaueira. Enquanto que tinha coronéis que se esbamjavam na riqueza, também a população mais empobrecida que tinha de se retirar da seca e a protagonista-titulo no caso, além de representar a visão amadiana da baiana sensual, também ilustratava o típico retrato de critica social da seca, o contraste das riquezas geradas pelo cacau. Entre outras infinidades de exemplos de tramas assim.




De todo jeito sempre que a gente for apreciar estes tipos de obras-de-ficção que usem de elementos temas que foram importantes para a história a gente precisa tomar o cuidado de saber o olhar um pouco mais crítico.



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