No
dia 9 de outubro de 2000, estreava o programa infantil chamado de Bambuluá(2000-2001),
um esquecido programa que talvez as pessoas não saibam o seu nível de importância, principalmente por
marcar uma transição na carreira da apresentadora Angélica Ksyvickis.
Para poder explicar melhor do que se trata esse programa e do porquê que ele é
tão pouco lembrado vou primeiramente
contextualizar os meses que o antecederam.
Começo
como ponto de partida no dia 30 de Junho
de 2000, foi nesse dia, uma sexta-feira com base no que já pude pesquisar pelas
antigas grades de programação nos arquivos do Google e nos textos de sites mais
confiáveis que o programa de auditório matinal
que Angélica então apresentava que era o Angel Mix chegava ao
fim.
A
principal razão era porque, envolveu o fato de que a apresentadora “Angélica
sofria muito para vencer o Bom Dia & Cia (1993-2022), do SBT, e
o Eliana & Alegria (1998-2002), da Record. O programa da TV de
Silvio Santos tinha os desenhos de Warner e Disney em um contrato milionário.
Já a Record tinha justamente Pokémon no auge da "pokemania””.(Trecho
tirado de matéria do site Notícias da TV, de 10 de Setembro de 2022).
Ou
seja, analisando o contexto da época, esses dois matinais infantis
comandados por apresentadoras loiras como: Jackeline Petkovic no SBT e Eliana
Michaelichen Bezerra na Record também chamadas pela mídia de babás
eletrônicas davam trabalho para a também loira Angélica
Ksysivics na Globo conseguir reagir nessa disputa entre o público
infantil, especialmente quando a gente lembra a fase louca do vale tudo na
guerra de audiência que a tv brasileira vivia no recente fim
da década de 1990 e começo dos anos 2000.
Tanto
que o Angel Mix que Angélica comandava durante o
primeiro semestre do ano 2000, estava enfrentando uma série de derrotas
consecutivas na audiência foi como consequência pela febre de Pokémon.
Justamente
por isso que a Globo naquele momento adquiriu Digimon, que teve a
árdua tarefa ingrata de salvar a audiência da Globo
para enfrentar uma concorrência forte com Pokémon que
gerou muitas rivalidades.
Foi
então que numa segunda-feira, dia 3 de
Julho de 2000, o anime de Digimon Adventure(Japão, 1999-2000)
estreava na Rede Globo com essa difícil missão de salvar a emissora nesse
horário. O anime estreou não na Tv Globinho, mas, no programa Férias
Animadas, que foi um tapa buraco do fim do Angel Mix até a estreia
do novo programa comandado por Angélica chamado de Bambuluá.
Foi
nesse programa dos Férias Animadas que surgiu a Tv
Globinho como uma maneira de preparar o
território para introduzir Bambuluá que mostravam
uns repórteres-mirins de nomes pitorescos como: Xereta(Élida Muniz),
Prego(Guilherme Vieira), Escova(Charles Emanuel), Jujuba(Vivian Weilly),
Matraca(Edmundo Albrecht), Minhoca(Flávia Aloy) e Pipoca (Tayna Silva) que nos
introduziam ao programa, quando Bambuluá estreou a Tv
Globinho* foi mantida como esquete. Visto que o programa estava para
previsto estrear em Agosto, mas devidos a atrasos na produção e como já não
tinham mais material pré-gravados tiveram que criar esse malabarismo.
Em
Bambuluá acompanhamos a jornada de Angélica sendo representada pela
mesma, chegando a um local bem pitoresco de nome Bambuluá, “Angélica chega a
Bambuluá para cantar no show de inauguração da Lona Musical Passarim.
Porém, o que ela não sabe – ou não se lembra – é que está predestinada a ser
uma peça-chave na luta de Bambuluá contra o mal. Há muito tempo, quando era
ainda uma criança, Angélica foi escolhida por Tchilim por sua coragem,
generosidade e bondade para derrotar o Senhor Dumal.”(Tirado da sinopse do
site Teledramaturgia do jornalista Nilson Xavier).
Bambuluá
é a cidade onde todas as crianças do mundo, e de outros mundos, gostariam de
morar, quem nasce nessa Cidade dos Sonho é chamado de Sonhonhoca.
Essa
cidade vive sob a ameaça constante da
vizinha Magush, Cidade das Sombras, onde quem nasce lá é chamado de sombrio e é
governado de maneira autoritária pelo Senhor Dumal.
É
nisso que o Mago Tchilim, é ele que protege a Cidade dos Sonhos com o Cristal de Bambuluá recruta sete crianças sonhonhocas para serem
os guardiões contra as forças das tropas sombrias.
Essas crianças são formadas por: Deco, Cacau,
Renatinha, Gabi, Rafael, Tatá e Rodrigo. Eles transformam-se nos sete
Cavaleiros do Futuro com os uniformes simbolizando as sete cores do arco-íris pelos poderes mágicos do Cristal de Bambuluá e
têm como missão proteger a Cidade dos Sonhos do Senhor Dumal e de seu ajudante
Bruck(Pedro Vasconcelos).
Cidade
onde habitam também o cachorro Mascote e
o bebê chamado apenas de Neném que na verdade são dois alienígenas que se
dialogam por meio da telepatia sem que ninguém desconfie.
Onde
também é protegido das pessoas más, que não
podem entrar em Bambuluá devido à energia positiva irradiada pelo Cristal de
Bambuluá, que durante muito tempo foi guardado por Tchilim, o Mago das Mil
Faces, sábio e mentor dos sete Cavaleiros do Futuro, que agora são convocados
para proteger o artefato dos Sombrios, os habitantes do lado de Magush, que é governada pelo Senhor
Dumal, um vilão virtual que se rebelou contra Tchilim e que provavelmente
colocou o nome de sua cidade de Magush para debochar do Mago das Mil Faces.
“Comandado
pela apresentadora Angélica, a atração, com três horas e meia de duração,
concentrava toda a programação infantil da Rede Globo, reunindo séries, quadros
e os desenhos animados da TV Globinho. 'Bambuluá' trazia Angélica
protagonizando uma novelinha infantil diária, exibida em capítulos curtos. O
elenco reunia mais de 30 atores, além de bonecos virtuais comandados por
Cláudio Galvan.”(Tirado do site Memória Globo)
“A
primeira temporada ficou no ar entre 9 de outubro de 2000 e 9 de maio de 2001 –
quando os Cavaleiros do Futuro passam de crianças para adolescentes – e a
segunda temporada entrou no ar no dia seguinte, em 10 de maio, permanecendo até
31 de dezembro de 2001.”(Tirado do site Infatv)
O
programa foi idealizado por Roberto
Talma(1949-2015), diretor de longa carreira na Globo há mais de 25 anos, àquela altura já acumulava
em seu currículo trabalhos em novelas, minisséries, humorísticos, linhas de
show, programas de auditórios dentre outros, cujo fato
curioso a respeito do nome Bambuluá é que ele foi inspirado no título de
um livro de contos, trata-se de A Princesa de Bambuluá de autoria de Luís
da Câmara Cascudo(1898-1986), uma grande referência no meio intelectual
brasileiro como historiador, antropólogo e principalmente folclorista, ainda mais sendo ele nascido na minha terra em Natal-RN. Onde
na verdade, eles apenas colocaram só o título, pois no livro mesmo a sua narrativa é diferente, a trama do conto gira em torno de João, um rapaz que, ao
encontrar uma princesa encantada numa gruta, aceita o desafio de a desencantar,
passando por diversas provas de coragem e persistência.
Ainda
assim saber dessa informação é
interessante, porquê posso descrever que
muito do mote do enredo de Bambuluá que foi livremente inspirado na obra
de Cascudo, trazia muitos elementos que traziam características mais
folclóricas com toques mais fabulares e porque não dizer até escapistas e
fantasiosos. Como, por exemplo, o fato
deles criarem uma cidade mágica, colorida, cheia de sonho e a população é
chamada de sonhonhocas onde um mago protege com o Cristal Mágicos das forças
malignas da cidade vizinha de Magush,
cuja escolha do nome foi originado de um
antigo termo persa para mago, onde o
Senhor Dumal comanda com tirania e
surgem sete heróis com as cores do arco-íris que são os Cavaleiros do Futuro,
que se trata de nada mais, nada menos do que uma inspiração de Power Rangers,
que adapta a famosa franquia japonesa de Super Sentai. Onde Deco era o
cavaleiro vermelho, Renatinha era a cavaleira lilás, Cacau era o cavaleiro
azul, Gabi era a cavaleira violeta, Rodrigo era o cavaleiro verde, Tatá era a
cavaleira amarela e Rafael era o cavaleiro laranja.
Ao
longo da história vão aparecendo criaturas como a Serpente Caolha, O Misterioso
Dragão Adormecido, A Mulher Presa no
Espelho Mágico, o Cavaleiro Negro dentre outros que tornam a trama muito rica
por assim dizer nessa característica
mais fantasiosa, cumprindo bem essa função.
Juntando
as referências de ficção cientifica como o Bruck, por exemplo, que é um vassalo
do Senhor Dumal ser uma máquina cuja vestimenta escura e óculos escuros com jeito de mal encarado
faziam bem referência ao malvado T-800 vivido por Arnold Schwarzenegger do
filme O Exterminador do Futuro(1984).
E a presença dos alienígenas representados pelo Mascote e o Neném. Enriquecia
bastante o toque escapista da proposta estética do programa.
Para
produzir a Cidade dos Sonhos que é Bambuluá, “a Globo não economizou e o
programa começou a ser rodado numa mega cidade cenográfica de três mil metros
quadrados nos Estúdios Globo. A área foi usada até para erguer o shopping da
novela Torre de Babel (1998).”
(Trecho
retirado da matéria do site NaTelinha, publicado em 9 de Outubro de 2020 em
comemoração aos 20 anos da estreia de Bambuluá).
“A
cidade cenográfica construída no Projac (hoje Estúdios Globo) para servir de
cenário para Bambuluá ocupava um terreno de três mil metros quadrados. Entre as
principais atrações estavam um chafariz de pipoca, uma biscoiteca, onde
funcionava o fã-clube de Angélica e a TV Globinho.”
(INFATV).
Em Bambuluá também havia uma estação própria de tv, chamada de Tv Globinho, onde mostrava também entre os desenhos algumas matérias com humor mais paródico, com as esquetes de fantoches inspirados nos personagens de Mauricio de Souza, como a Turma do Penadinho e do Jotalhão onde eram exibidos animações da Turma da Mônica.
Também apresentava a esquetes de Irmãos em Ação que “contava
as aventuras de Pisco (Kaito Ribeiro) e Gute (Cecília Dassi), um casal de
irmãos de 10 anos, de classe média, que vivia situações comuns ao dia a dia da
maioria das crianças de sua idade. Os episódios tinham o formato de histórias
em quadrinhos. Gute era bem-informada e seus diálogos tinham conteúdo. Pisco
era talentoso e criativo, mas muito teimoso. Os dois eram afetivos,
contraditórios, competitivos, críticos, afeitos à tecnologia, independentes e rivais
entre si, mas se uniam quando surgia um antagonista. Temas como ciúme, amor,
autoconfiança, ética, ecologia e cultura brasileira, além de assuntos mais
corriqueiros – como a dificuldade de obter um acordo na hora de dividir
brinquedos, equipamentos e a atenção dos pais – eram discutidos nas aventuras
da dupla, sempre de maneira bem humorada e despretensiosa.
Algumas
aventuras envolviam uma terceira pessoa, que podia entrar em cena via internet,
para entregar algo a domicílio ou, mesmo, pelo telefone. O texto, o
enquadramento, o cenário, as vinhetas e as animações remetiam a um misto de
linguagem de cartoon, videogame e show de rock.”(Tirado
do site Memória Globo).
Também
contava com um quadro musical de Biruta e Bicão, “que fazia
paródias de filmes, novelas, comerciais e situações do cotidiano. Biruta e
Bicão, amigos de longa data, conheceram-se num show de calouros e receberam um
“troféu abacaxi” por suas performances artísticas. Biruta – cujo nome
verdadeiro era Hipólito – era um coelho agitado e inconsequente que morava numa
toca, localizada embaixo de um teatro. Para impedir que o teatro fosse fechado
pelo mal-humorado proprietário, All Capuccino, Biruta fazia um show todos os
dias. O pato Bicão, que morava junto com Biruta, também lutava para que o
teatro não fosse transformado em açougue. Bicão fazia shows com Biruta, mas
sempre sobravam para ele os piores papéis – seu verdadeiro nome era
Vandercleitom. Biruta e Bicão ganharam a companhia da formiga Tanachata, que
apareceu no teatro após ser despedida de seu último emprego, e foi contratada
como faxineira pela dupla, com a qual passou a trabalhar nos shows.”
(Memória
Globo).
Também
carregava o quadro de Iscavoka, Iscavoka “o quadro representava um programa
de humor infantil, com esquetes independentes estrelados por cinco bonecos de
manipulação e pela atriz Renata Mor, intérprete da Comandante Terezinha.
A
ideia de fazer o humorístico partiu de um projeto apresentado pelo grupo gaúcho
Criadores e Criaturas, ex-Cem Modos, os mesmos criadores da 'TV
Colosso' (1993). A criação dos eventos e a ideia original eram de Totoni
KB, Luíz Ferré e Betinho. Os personagens eram astronautas fisicamente muito
velhos, mas que se sentiam e se comportavam como garotos. Sempre em órbita,
haviam sido esquecidos no espaço pelo mentor do projeto Iscavoka Iscavoka. Os
esquetes de humor eram diários, com duração de três a quatro minutos, e usavam
recursos simples, como efeitos de fog, gelo seco, cortes e passagens de
tempo.
O quadro tinha os seguintes
personagens: Turbina, o capitão da nave, que era mal-humorado e indeciso,
amante de desenho animado e gibis (principalmente os do Astronauta Enlatado,
seu super-herói favorito). Turbina era apaixonado por Terezinha. Zé Maria, o
piloto da nave, um ex-motorista de táxi ignorante e grosseirão, conduzia a
Iscavoka como se ainda trabalhasse na praça. Zé Maria adorava bichos de
estimação, por isso adotou Mufa, um mofo. Caldeira, o cientista da nave, era
inteligente e espirituoso, e o grande piadista da turma. Havia também o Mufa,
um mofo que surgiu no sanduíche esquecido por Caldeira num armário do
laboratório. Professor F. S. Bonder, espécie de mito, era o mentor do projeto
Iscavoka Iscavoka, construtor da nave e guru dos astronautas. Foi ele quem
mandou Turbina, Caldeira e Zé Maria para o espaço, havia mais de 40 anos, e os
esqueceu por lá.”
(Memória
Globo).
A Garrafinha, um quadro de
fantoches que já existia desde o Angel Mix estrelada pela menina
Garrafinha “e seus amigos, o pinguim Fraldo e o cachorro Musicão.
Em 'Bambuluá', voltou ao ar com uma nova safra de aventuras, enfatizando
ecologia e educação. Além do português da padaria, o Seu Pois Pois, e do
amiguinho da banca de jornais, o Quadrinhos, uma nova personagem se juntou à
turma: Mafralda, a prima chata do Fraldo. Os episódios diários, de cinco
minutos de duração, traziam Garrafinha ainda mais romântica, vivendo os
conflitos típicos da pré-adolescência. Aos cenários que já existiam – a casa e
a rua de Garrafinha, além da casa de Fraldo –, a série apresentava novos
ambientes, como uma praia ou o deserto.
Os bonecos foram confeccionados por Marcos Toledo e Jésus Seda e eram manipulados por Daniela D’Andrea e Jacira Santos (Garrafinha), Renato Spinelli (Fraldo e Mafralda), Cacá Senna (Musicão e Seu Pois Pois), Andrea Bernardino (Quadrinhos) e Sidney Beckenkamp, que também davam voz aos personagens.”
(Memória
Globo).
Por
fim contava com o quadro As Aventuras de Zeca e Juca, “contava as histórias
de Zeca, de 12 anos, e de Juca, de 10 anos, dentro de um submarino. Zeca era o
ajudante de terra do Capitão, um grande navegador que passava o tempo
pesquisando e catalogando as espécies submarinas. Zeca morava no cais de
Bambuluá e preparava as viagens do Capitão, comprando mantimentos e fazendo a
manutenção de equipamentos. Com seu companheiro Juca, enfrentava várias
aventuras em suas viagens, que envolviam desde problemas técnicos com o
submarino até os mais inacreditáveis perigos do fundo do mar. O quadro era
apresentado diariamente, com duração de cinco minutos.”
(Memória
Globo).
Bambuluá
contou com o envolvimento de uma grande equipe
criativa de roteiristas onde assinaram nomes como: Claudia Souto, Júlio
Fischer, Cláudio Lobato, Bruno Sampaio, Sérgio Melo, Manuela Dias, Celso
Taddei, Cláudia Levay, Rodrigo Murat, Thereza Falcão, Cristiane Dantas, Mariana
Caltabiano, Mariana Mesquita, Tony Brandão e Chico Soares. Dentre esses alguns
se encarregavam de escrever algumas esquetes como: Toni Brandão que assinou o
quadro de Irmãos em Ação, Chico Soares se encarregava de Iscavoka,
Iscavoka e a Mariana
Caltabiano se encarregava pela Garrafinha, que já integrava antes o Angel
Mix e essa também foi a responsável pela produção de Flora Encantada(1999).
Foi um dos projetos que a emissora vinha
desde o ano anterior investindo em criar produtos nacionais para o público
infantil.
Sua direção contou com o envolvimento de três
nomes: Marcelo Zambelli, Márcio Trigo e Pedro Vasconcelos. Esse último também
compunha o elenco onde representou o androide malvado Bruck, o servo do Senhor
Dumal, que desperta a paixão da protagonista Angélica. Naquele momento ele já tinha consolidado sua longa carreira de
ator na emissora desde que participou da novela Top Model(1989-1990)
quando era bem novinho e depois fez um papel de destaque na minissérie Riacho
Doce(1990) e ao longo da década de 1990, foi despontando em diferentes
produções na emissora figurando como o jovem galã daquela nova geração de
atores que estavam sendo revelados na televisão.
Nessa
produção, ele representou bem o papel do
Bruck, principalmente ao trabalhar suas outras camadas que envolviam o seu misterioso
passado. A de que ele nem sempre foi androide, ele foi transformado pelo Senhor
Dumal que lhe fez uma lavagem cerebral.
Essa
produção marcou um ponto de virada em sua carreira, pois foi a partir dela que
ele passou a investir mais no trabalho de direção. Nos anos seguintes quando permaneceu contratado na emissora até a sua saída em 2021,
se dedicou mais a dirigir novelas, minisséries e outros formatos e já
dirigiu cinema, agora em 2025 vai ser lançado o filme biográfico do criador da
Turma da Mônica que é Mauricio de Sousa-O Filme, que conta com a sua
direção.
Também
vale mencionar o fato de que entre os jovens sombrios que trabalhavam como
subordinados ao Senhor Dumal assim como o Bruck, eles carregavam uns nomes bem apropriados
ligados a perfis sombrios: Assombroso(Alan Pontes), Viperina(Bianca Liberatore), Morcegão(Bruno Pereira), Trevinha(Joana Estrela), Nefasta(Stephanye Amaral), Daninha(Tathiane
Campos), Pesadelo(Giovane Correa), Medonho(Otávio Carvalho) e Bad Tripa(Yuri
Xavier).
Esse
último só veio a aparecer na segunda etapa de Bambuluá, quando Medonho e
Pesadelo resolvem deixar Magush e se aventurem na Transilvânia, pelo que se
sabe nunca houve uma explicação oficial para isso. Supostamente seja provável
que tenha havido uma decisão de conveniência de roteiro, do que especular que
tenha havido uma suposta treta de bastidores.
O
Bad Tripa foi criação do Senhor Dumal que transformou o Ovo da Serpente Caolha
sequestrado pelos sombrios e foi transformado numa forma humana que solta a
língua.
Quem
representou o Bad Tripa foi Yuri Xavier que na ocasião era um recém-egresso do
elenco da novela infantil do SBT das Chiquititas da versão da década de
1990, já que quase 20 anos depois em 2013 o SBT também produziu outra versão de
Chiquitas, ambas tratam-se de uma
adaptação de uma novela argentina criada por Cris Morena.
Após
o fim de Bambuluá, ele ainda participou da novela O Clone(2001-2002) depois disso
resolveu deixar o trabalho artístico e hoje em dia segue outra carreira,
trabalha como executivo nos Estados
Unidos onde é diretor executivo na empresa Ligné Agency e lá casou-se com uma
americana e é pai de duas meninas.
Aliás,
há de mencionar a participação de algumas feras no elenco como: Cosme dos
Santos na pele do Prefeito de Bambuluá Teobaldo Fortunato, Dill Costa como a
Primeira-Dama Augusta Fortunato que são os pais do Cacau, uma das sete crianças
protagonistas. Também mencionar Anderson
Müller fazendo o Serapião, um doceiro dono de uma biscoiteca que é muito
frequentado pelos moradores de Bambuluá. Ele é o pai da Renatinha uma das sete crianças
protagonistas que tem uma subtrama interessante contando sobre o seu segredo de
quando conheceu uma menina de Magushi chamada Lilith de quem se apaixonou e teve
a Renatinha, que ele achava que tivesse
morta, mas estava viva e tinha virado a
Mulher do Espelho transformada pelo Senhor Dumal que cantava uma canção de
ninar para acalmar o Dragão de Bambuluá. Iris Bustamante como a Stela, mãe do
Deco, representou bem em cena os seus diálogos mais reflexivos. O saudoso Antônio
Pedro(1940-2023) na pele do Haroldo, avô do Rafael, um dos sete cavaleiros do
futuro, personagens que vinham do Angel Mix, aliás, curiosamente Antônio
Pedro tinha participado de Caça Talentos(1996-1998), novelinha também
estrelada por Angélica como a Fada Bela que integrou o programa Angel Mix,
onde representou o papel do Tremedeira, um ex-palhaço que administrava a
lanchonete da agencia Caça Talentos, sim era esse o nome da agencia.
Também
fazer menção a participação de Thierry Figueira que assim como Pedro
Vasconcelos figurava como um jovem galã que era expoente daquela geração de
novos talentos da tv brasileira dos anos 1990 e representou em Bambuluá o
Árion, um príncipe viajante do tempo.
Outra
menção importante no elenco foi a
participação especial da saudosa atriz
Zilka Salaberry(1917-2005), muito lembrada como a Dona Benta da versão do Sitio
do Pica-Pau Amarelo** da Globo dos anos 1970/80. Bambuluá foi um dos seus últimos trabalhos na televisão antes dela
falecer em 10 de Março de 2005.
Também
mencionar o fato de que Bambuluá serviu bem como um celeiro para revelar novos
talentos infanto-juvenis que foram despontando nas novelas da emissora como: Juliana Knust que representou Amanda, a
professora das crianças de Bambuluá e irmã da Gabi, uma das protagonistas, Bernardo Marinho que protagonizou o Deco na
primeira fase, Bruno Pereira que fazia o
Morcegão, Ana Carolina Dias que protagonizou a Tatá crescida, André Luiz
Miranda que protagonizou o Cacau crescido, ele tinha começado em Terra Nostra(1999-2000),
que pode ser vista na reprise vespertina da Globo.
Também
revelou o talento de Humberto Carrão ainda moleque na pele do Perverso, que
pelo nome devia morar em Magush, revelou também Gabriel Azevedo que representou
o Plinio que sonhava em virar Cavaleiro do Futuro. Guilherme Vieira, que fazia o serelepe e
hiperativo do Prego que compunha o núcleo da Tv Globinho. Antes ele
tinha participado da novela Vila Madalena(1999-2000), na produção ele
tinha um irmão que participou como ator, que no caso foi Sérgio Vieira que
representou o Rodrigo, um dos sete cavaleiros do futuro na versão criança. Após
isso, ele seria muito requisitado em novelas ao longo dos anos 2000, atualmente
deixou a carreira artística e foi trabalhar com tecnologia na Holanda.
Do
mesmo modo que revelou o talento de Charles Emmanuel, que fazia o Escova
que compunha o núcleo da Tv Globinho,
que consolidou carreira na dublagem fazendo a voz do Rony Weasley na franquia
de filmes de Harry Potter(2001-2011).
Dublagem
que inclusive também contou com a participação de algumas feras como Claudio
Galvan(Voz do Pato Donald) que em Bambuluá fez as vozes do Dubem e do Dumal,
personagens cartunescos produzidos numa computação gráfica 3D que era a melhor
que se tinha para a época. Ele também dublou o Tchilim que foi representado
por um fantoche gigante que era
movimentado por diferentes manipuladores. Mário Jorge de Andrade(Voz do ator
Eddie Murphy) foi responsável por fazer a narração das histórias e também deu
voz a conversa telepática do Neném representado por Mateus Saulo que é um
alienígena. Márcio Simões que deu voz ao Mascote que foi representado por dois
cachorros da raça Bouvier de Flanders. E
Monica Rossi que deu voz a misteriosa Mulher do Espelho.
“Um
dos momentos mais marcantes da história foi a chegada à cidade de Bambuluá de
alguns bonecos do extinto programa infantil TV Colosso. Priscila,
Gilmar, JF, Capachão, Borges e Bullborg desceram de um disco voador canino no
chafariz de pipoca da cidade.”
(Teledramaturgia).
Como
consequência “da carência de índices positivos de audiência, as sete
crianças intérpretes dos Cavaleiros do Futuro foram substituídas por
adolescentes, no intuito de atrair o público jovem com assuntos se seu
interesse. Na história, os jovens seriam o resultado de uma transformação
concedida pelo Cristal.”
(Wikipédia).
Quem
passou a assumir o papel dos cavaleiros do futuro na segunda fase foram: Rafael
Rocha que representou o Deco no lugar de Bernardo Marinho, Ana Carolina Dias
como a Tatá no lugar a Louise Peres, André Luís Miranda como o Cacau no lugar
de Jefferson Nascimento, Gabriela Lebron como Renatinha no lugar de Camille
Moritz, Caio Baldini como Rodrigo no lugar de Sérgio Vieira, Railane Borges
como Gabi no lugar de Nathália França e Rodolfo Saraiva como Rafael no lugar de
Yuri Jaimovich.
Quando
Bambuluá chegou ao fim em 31 de Dezembro de 2001, a TV Globinho “tornou-se
um programa independente. Mantiveram-se o mesma equipe de apresentadores e a
mesma equipe de direção. Exibido de segunda a sexta-feira, às 9h25, o infantil
alternava material inédito com reprises. Em 28 de outubro do mesmo ano, no
entanto, a TV Globinho passou por uma reformulação e a saída de seus
apresentadores. A redação foi assumida por Thiago Arruda e a direção por Flávio
Rocha. O foco do programa continuava a ser a exibição de desenhos animados,
transmitidos a partir das 10h30.”
(Wikipédia)
O
programa durou um bom tempo, mudando os formatos, os apresentadores, até chegar
ao seu melancólico fim gradual por interferência de Fátima Bernardes, que já
vinha de uma longa carreira no jornalismo, que vendo que o programa não estava
mais dando retorno para a emissora, a audiência estava caindo e sugeriu retirar para dar lugar ao seu programa o Encontro
com Fátima Bernardes que passou a ficar no lugar da Tv Globinho a
partir de Junho de 2012. A Tv Globinho ficou somente aos sábados, só
exibindo desenhos, chegando ao fim em 2015 depois que foi aprovado a Resolução
163, que passou a regular o uso de publicidade infantil nos programas infantis.
Fátima Bernardes atualmente já não
comanda mais o Encontro desde 2022, em 2024 foi dispensada da Globo.
O
fato da Tv Globinho ter sido mantida como um programa solo após o fim de
Bambuluá, gerou uma certa confusão na memória principalmente da geração
otaku que é quem aprecia animes como no caso Digimon gerou isso, principalmente
como eu já esclareci no começo do texto, na verdade ele estreou em um programa provisório até o lançamento de Bambuluá.
Digimon também gerou uma outra memória equivocada do seu
fandom que envolve o fato deles afirmarem se recordarem de ver a
Angélica com um chapéu azul cantando na
abertura do anime.
Bom,
na verdade, a Angélica de fato produziu a música para a abertura do anime,
sendo que essa versão não foi produzida em cima da versão
original feita no Japão que era a canção Butter-fly do finado
Kōji Wada(1974-2016), mas da versão que a Globo adquiriu exportado dos Estados
Unidos.
Ou
seja, da versão americana, que contou com o dedo da Saban Productions,
produtora de Power Rangers, já que os responsáveis por compor
a música dessa versão anime nos EUA foram os produtores executivos de Power
Rangers, os israelenses Haim Saban e Shuky Levy.
Cujo
primeiro refrão que é Digimon, Digitais, Digimon somos campeões, não
é cantado pela Angélica, mas sim pela voz masculina do dublador Romeu D´Angelo
que em Digimon dublou alguns digimons, como o Monzaemon que é
um urso gigante.
Ela
só começa mesmo a cantar a partir do refrão: “Eles vão se transformar
Para o seu mundo salvar....”
De
fato, foi produzido um videoclipe da Angélica usando um chapéu azul
aparecendo num fundo de chroma-key com o desenho, mas não era a
abertura.
Na
verdade, esse videoclipe era veiculado durante a janela que o programa Férias
Animadas exibia entre o final do bloco com o desenho que
antecedia a Digimon para começar mesmo a sua exibição.
Era
uma forma deles conseguirem segurar os telespectadores mirins para
atraírem para a exibição de Digimon para servir
como um esquenta, preparando o terreno até a atração começar de
fato.
Quando
iniciava o desenho mesmo, era mostrado a abertura, mas sem a presença da
Angélica.
Isso
ocorria porque a Globo espertamente encaixou Digimon no
horário das 11:00 Horas para poder concorrer diretamente com Pokémon e num
horário que transitava entre o final do matinal infantil para o começo dos
programas vespertinos que começava com as linhas jornalísticas das PraçasTVs*** e dava continuidade com os
programas de entretenimento.
Umas
das razões para essa outra falsa memória que os digifãs brasileiros criaram
em Digimon se deve ao fato de que nesse videoclipe da
Angélica, o fundo mostrando o desenho com ela aparecendo de chapéu
azul cantando e dançado era da abertura o que ocasionou nessa
outra confusão com relação a estreia do anime no Brasil.
Outra
equivocada falsa memória dos que assistiram a Tv Globinho está relacionado a interrupção da exibição de Dragon
Ball Z no fatídico 11 de Setembro de 2001 pelo Plantão da Globo.
Esse
plantão acompanhou boa parte da programação da emissora, tanto até que
nem passou Dragon Ball Z naquele dia.
Porém,
já houve casos de internautas afirmarem equivocadamente lembrar de no dia viram
a exibição de DBZ ser interrompida pelo Plantão da Globo.
Para
tentar entender essa teoria viajada dos fãs brasileiros com relação a famosa
obra do Akira Toriyama(1955-2024) aqui vai a explicação:
Segundo
a opinião desses internautas, eles afirmavam acreditar que
lembravam de estarem assistindo a Dragon Ball Z naquela
manhã de terça-feira, 11 de Setembro, a uma cena de batalha de Goku
transformado em Super Sayajin 3 e no momento em que a Globo interrompeu a
transmissão de sua programação normal para começar a exibir o Plantão
Globo com a cobertura do atentado terrorista das Torres Gêmeas, o que
segundo eles levam a afirmar foi o dia mais frustrante da vida deles.
A
grande questão equivocada que gera o maior furo que pesa contrário
a afirmação dessa teoria conspiratória e segundo pelo que pesquisei
no site da Folha de São Paulo sobre a grade de programação da
Globo nesse dia.
Pesquisei
também lendo numa matéria do site da Folha de Pernambuco de
11 de Setembro de 2023 e nos canais do Youtube da Kama Sama
Explorer postado em 11 de Setembro de 2020 ao consultar com o próprio
diretor de programação da emissora Ali Kamel, numa postagem em vídeo no
Youtube da programação do usuário Michel Souza de 11/09/23 e de
outro usuário do ClubVintageBR de 10/09/24 que fazem a afirmação
desse pessoal cair por terra.
Na
verdade, quando ocorreu no fatídico dia do atentado, houve duas interrupções do
plantão da Globo.
A
primeira interrupção do Plantão Globo para fazer a cobertura
do atentado em Nova York, foi no horário das 9h52, quando a Globo estava dando
início a sua programação infantil exibindo Bambuluá, apresentado
por Angélica que exibia os desenhos de Mickey e Donald.
Para
cobrir sobre o acidente aéreo que ocorreu na primeira torre e ainda não se tinha informação de quem foi
sua autoria até se descobrir que
foi do grupo terrorista islâmico
Al-Qaeda, comandado por Osama Bin Laden(1957-2011).
Depois
disso, a Globo voltou a exibir Bambuluá onde exibiu o quadro
da Garrafinha por inteiro.
Depois
do fim do quadro da Garrafinha, Bambuluá entrou
nos comerciais e não retornou mais a grade, pois a partir desse
momento a Globo passou a acompanhar toda a cobertura do atentado durante toda a
manhã.
Nas
palavras de Ali Kamel ao ser consultado pela Kama Sama Explorer:
“O
primeiro plantão da Globo durou quatro minutos e a programação da emissora se
dedicou totalmente ao tema a partir das 10h30, tendo se estendido até o horário
do Jornal Hoje, que começou naquele dia às 13h. A emissora também
derrubou a exibição do jornal local e do Globo Esporte.
Dragon
Ball Z era uma das atrações do Bambuluá e
entrava no ar por volta das 11h15 — ou seja, naquele dia, a animação seria
transmitida apenas mais de uma hora depois. Bambuluá era
exibido das 9h20 às 11h55.”
Ou
seja, pode-se concluir que na verdade, no momento que a Globo interrompeu sua
programação matinal infantil naquele momento Dragon Ball Z estava
longe de começar a ser exibido.
A
razão para esse equivoco ocasionado pelos fãs de Digimon e DBZ se deve ao
Efeito Mandela, que é o nome dado para definir o comportamento psicológico de
memória coletiva falsa.
Essa
nomenclatura é uma referência a Nelson Mandela(1918-2013), importante
ativista sul-africano que foi o principal porta-voz da população negra na
África do Sul contra o modelo político racista do Apartheid que vigorava
no país até os anos 1980.
Ele
chegou a cumprir prisão por 27 anos, até ser solto em 1990 e ser eleito
Presidente da nação em 1994 e ficou no mandato até 1999. A explicação
para ele dar nome a esse comportamento de falsas memórias se deve quando
a pesquisadora paranormal Fiona Broome partiu disso por meio da
experiência própria de carregar uma memória falsa de pensar que Nelson Mandela
havia morrido na prisão nos anos 1980, a ponto de negligenciar que após sua
soltura ele foi eleito Presidente da África do Sul e que ele viveu até os 95
anos.
Ela constatou não ser a única, pois, “muitas outras pessoas também tinham essa mesma recordação falsa e escreveu um artigo sobre a experiência no seu site. Dali, o conceito de memórias falsas comuns espalhou-se para outros fóruns e sites, incluindo as redes sociais.”(Retirado da matéria “O estranho 'Efeito Mandela' que a ciência tenta explicar”, do site da BBC, publicado em 14 de Outubro de 2022).
Portanto,
nesse dia não teve como Dragon Ball Z passar naquela triste manhã de
terça-feira e ser interrompido pela interferência dos ataques aéreos as
Torres Gêmeas em Nova York, pois toda a programação matinal da Globo foi
dedicada a cobertura do atentado.
Num
balanço geral, posso concluir que Bambuluá, apesar de ter caído no
esquecimento com o passar dos anos, ela de certo modo serviu bem como um ponto
de virada na carreira da apresentadora Angélica, que após o fim dessa produção
resolveu deixar o nicho do público infantil para investir em outros nichos.
Angélica
começou sua carreira nos anos 1980, como apresentadora em 1987, na época ainda garotinha com 13 anos
apresentando o Clube da Criança na extinta Rede Manchete. Ela já tinha vindo de uma carreira de modelo
infantil, onde com apenas 4 anos participou de um concurso A Criança Mais
Bonita, promovida pelo apresentador Chacrinha(1917-1988) quando apresentava
na Bandeirante o Buzina do Chacrinha.
Angélica
figurava como a expoente da nova geração de apresentadores brasileiros que
estava surgindo na década de 1980 ao
lado de Gugu Liberato(1959-2019), Fausto Silva, Xuxa Meneghel com quem já foi
bastante comparada, a ponto da imprensa brasileira por muito tempo difundiu um
suposto boato de que elas eram inimigas e pelo que a própria Angélica desmentiu
ao ser entrevistada por Xuxa no seu extinto programa do Planeta Xuxa(1997-2002).
Muito
disso tem relação com o fato de que ambas apesar da diferença de idade, com
Angélica sendo 10 anos mais nova que Xuxa com ela tendo quase a idade de ser sua irmã
caçula, representavam um retrato da nova safra de apresentadores
surgidos nos anos 1980 que pertencem a uma geração de brasileiros que
nasceram e cresceram assistindo a televisão, portanto, podendo se dizer
que suas carreiras foram moldadas pela TV. Principalmente conhecendo o modelo
de programa de auditório estabelecidos por apresentadores pioneiros como: Flávio Cavalcanti(1923-1986),
Carlos Imperial(1935-1992), Aérton Pelingeiro(1921-1992), Airton
Rodrigues(1922-1993), Bolinha(1936-1998),
J.Silvestre(1922-2000), Hebe Camargo(1929-2012), Saulo Gomes(1928-2019) dentre outros exemplos.
Que
trouxeram aquela estética de circo eletrônico que se tornou a televisão
brasileira e isso ficou mais evidente quando no começo dos anos 1980, surgiu no
recém-inaugurado SBT o programa do palhaço Bozo, um formato exportado dos Estados Unidos
criado por Alan Livingston(1917-2009) em 1949. Que foi replicado dando origem
aos programas comandados por Angélica, Mara
Maravilha, Sérgio Mallandro e Xuxa.
Inclusive
Xuxa Meneghel havia começado sua carreira como modelo no começo dos anos 1980
com apenas 16 anos. Antes de virar apresentadora de programa infantil, Xuxa
estrelou o polêmico filme erótico Amor, Estranho Amor(Brasil,
1982) do diretor Walter Hugo Khoury(1929-2003) e foi no programa Clube da Criança na recém-inaugurada Rede Manchete em 1983 que
ela iniciou sua trajetória na televisão e lá ficou até se transferir para a
Globo em 1986 e onde permaneceu por 28 anos.
O
mesmo programa que também revelou a carreira de Angélica, cuja pessoa em comum que foi responsável por intermediar a carreira de
ambas foi o diretor Mauricio
Sherman(1931-2019), um dinossauro da televisão brasileira desde seus
primórdios, foi ele que apadrinhou o começo da carreira de ambas.
O
que de fato isso pode explicar a razão do porquê a imprensa brasileira tanto se
alimentou da falsa inimizade que havia entre elas que eram grandes concorrentes
no nicho infantil.
De
fato, foi na extinta emissora fundada nos anos 1980 pelo ucraniano naturalizado
brasileiro Adolpho Bloch(1908-1995) apresentando o mesmo programa em épocas
diferentes e sendo dirigidas pelo mesmo diretor, onde tanto Angélica e Xuxa
foram moldando, dilapidando os seus
talentos artísticos tanto como apresentadoras quanto como cantoras, gravando
discos para o público infantil. Foram também desenvolvendo cada uma maneirismo
e um bom traquejo para desempenhar a função de animadoras para aquele estilo
específico de programa de auditório.
Um
dos sucessos de Angélica nesse início de carreira é Vou de Táxi****.
Foi
também na emissora que a revelou que ela experimentou comandar outro formato de
programa que foi o Milk Shake(1988-1992) esse mais voltado ao público
jovem. Foi também na Manchete que experimentou o seu trabalho como atriz onde
estrelou a minissérie O Guarani(1991), uma adaptação do clássico romance
homônimo de José de Alencar(1829-1877) onde protagonizou a Ceci.
Em
1993, se transfere para o SBT, emissora de propriedade do apresentador Silvio
Santos(1930-2024), um dos pioneiros da televisão brasileira, onde comanda o Casa
da Angélica(1993-1996). Lá também se
aventurou em apresentar o game show Passa
ou Repassa e no Tv Animal.
Em
1996 se transfere para a Globo, onde passa a comandar o Angel Mix, onde
também estrela a novelinha dentro do matinal Caça Talentos(1996-1998)
protagonizando a Fada Bela e em Flora Encantada(1999-2000) onde
protagonizou a Flora. Que durou até o
fim do primeiro semestre do ano 2000 e dando origem a Bambuluá.
Chegou
também a participar como atriz na novela
das sete Um Anjo Caiu do Céu(2001) onde representou a anja Angelina. E
também representou no cinema em produções como as dos Trapalhões no
final dos anos 1980, estrelou Zoando na TV(1998) dentre outros.
Após
o fim de Bambuluá, Angélica nos anos que se seguiram quando permaneceu
contratada na emissora comandou outros formatos de programas, comandou o Vídeo
Game(2001-2011), um game show que foi um quadro do extinto Vídeo Show(1983-2019),
comandou o talento show Fama(2002-2005) ao lado de Toni Garrido,
vocalista do Cidade Negra, depois
comandou o Estrelas(2006-2018) um programa de variedades com entrevistas
com celebridades divididas em três blocos, com ela entrevistando diferentes
personalidades, com uma delas mostrando seus dotes culinários.
E
no seu último ano contratada na Globo comandou o Simples Assim(2020), que
trazia reflexões sobre diferentes assuntos relacionados à vida e à
felicidade das pessoas.
Desde
então, Angélica tem se dedicado mais a formatos esporádicos tanto nos
streamings quanto na emissora.
Há
mais de vinte anos que ela é casada com o apresentador Luciano Huck, com quem
passou a usar o sobrenome de casada e agora é mãe de três filhos.























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